quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Stephen King - Estações Diferentes [Opinião]

Stephen King é um consagrado escritor na área do terror que eu adoro. Não só os livros, como as diversas adaptações cinematográficas mostram a sua imaginação sem limites para produzir arrepiantes histórias que de certa forma, acabam por marcar o leitor (ou o telespectador).

Estações Diferentes, embora datado de 1982 e sendo assim um livro com 30 anos, reúne quatro contos que permanecerão sempre intemporais. Sim, tal como Meia Noite e Dois, este livro é uma colectânea de histórias independentes entre si mas que actualmente têm algo em comum: três delas foram adaptadas já para o grande ecran.

Normalmente um livro de contos, na minha opinião, é como ler quatro histórias independentes e o facto de ser um conto, normalmente com um menor número de páginas associado, a meu ver nada deixa a desejar em relação às obras "longa metragens". Quando se conta um conto, depreendo que seja importante o autor não se prender com pormenores ou detalhes que não vejam verdadeiramente relevantes para a narrativa. King segue este pressuposto, e em modo geral, as pequenas histórias mal têm momentos mortos.

A estrutura do livro é no mínimo original, associando cada conto a uma estação do ano, subtitulando-o com uma pequena frase. Dado esta singularidade que reunir histórias diferentes, penso que será de todo conveniente, tecer algumas considerações sobre cada uma delas.

Conto I: Primavera - A esperança é eterna

Os Condenados de Shawshank não é o típico conto de terror a que King anteriormente nos habituou. Trata-se de um relato em primeira mão de Red, um presidiário condenado a prisão perpétua. A narrativa surge como um envolvente diário que tem a finalidade não só de relatar as inúmeras situações que ocorrem diariamente num estabelecimento prisional bem como contar a história de Andy Dufresne.

Maioritariamente a história incide sobre este homem, inocente, e no esquema que ele habilmente concebe para fugir da prisão.

O facto é que a história não é de terror. Mas cativa... e muito! Acima de tudo pela simplicidade do enredo e pela mestria em como é relatado. Depois as doses que deveriam incidir na componente de terror são direccionadas para sentimentos como a esperança e o encorajamento em seguir os nossos sonhos. Sob a forma de diário, o leitor sente que é mais um presidiário em Shawshank e assiste a um panorama de corrupção, violações e alguma negligência por parte dos guardas prisionais. E sim, certos pontos então poderão ser impressionantes mas o facto é que, são passagens que se aproximam em muito da realidade.

Por isso fiquei rendida com Andy Dufresne, pela sua coragem em pôr o seu plano em prática, ainda que dissimuladamente.

É um pequeno conto que lemos num ápice e mal viremos a última página, concluímos que a narrativa é uma daquelas que inevitavelmente, nos faz sorrir e pensar... Um excelente conto!

Conto II: Verão - A Morte espreita

Aluno Dotado é o segundo conto desta antologia de histórias. Este conto já vai mais ao encontro do que é Stephen King, na medida em que apela mais a uma componente do horror. Ao contrário do conto anterior, que me fez sorrir em certas passadas, este é já mais obscuro e perturbador. Neste caso, estamos perante de Todd Bowden, um rapaz com um excelente comportamento e aproveitamento escolar que vê estas características descambar quando fica obcecado em desvendar o passado do seu estranho vizinho.

Comparando-o com o conto anterior, este é mais extenso. Grande parte da história incide sobre as chantagens do rapaz para com o velhote, obrigando a que este testemunhe sobre um passado um tanto ou quanto conturbado.

O aspecto mais salientado sem dúvida, neste conto, é a forma como King formula um perfil de psicopata, desde a sua origem e a sua evolução. Torna-se igualmente perturbador ler sobre uma criança ou pré adolescente, como lhes queiram chamar, dotada com estas características, principalmente quando se conhece a sua origem e acompanhamos a evolução. Depois o relato impressionante sobre as torturas a que eram submetidos os judeus, bem como a vivência em campos de concentração são passagens um tanto ou quanto difíceis de digerir. Tem um final, que eu não esperaria. Embora seja muito diferente do conto anterior, é também uma excelente short story.

Conto III: Outono - A Perda da Inocência

O Corpo conta a história de quatro miúdos que se aventuram nos bosques. O que à partida nos sugere uma história inocente sobre crianças, rapidamente se torna um obscuro conto sobre a curiosidade infantil muito natural e os seus limites, se é que estes possam existir. O conto explora quão ténue é a inocência de uma criança e a facilidade em perdê-la.

Há todo um panorama que descreve as diferentes educações dos rapazes e a forma como estes foram crescendo, influenciados pelas diferentes vivências. Mas o que eles irão ver nos bosques irá marcá-los, para sempre! Existe também nesta história, uma componente mais de terror que se ajusta ao factor muito humano que sem dúvida, é o mais marcante em O Corpo.

Sem saber explicar porquê, até porque adoro crianças e histórias de terror, este conto foi o que menos gostei apesar de ter achado interessante o dissimulado paradoxo entre a inocência da criança e a sua curiosidade natural, podendo levar a que esta, de um momento para o outro, perca a sua ingenuidade.

Conto IV: Inverno - Um Conto

Nesta short story, King apresenta-nos A Técnica da Respiração, um conto verdadeiramente sombrio. À partida, pensei muito no mote do conto. E aliás, penso que de forma geral, todas as mulheres terão certamente equacionado os diversos factores favoráveis a uma gravidez conturbada. Eis que o autor explora esta hipótese aos limites mais macabros que possam existir. Contextualizado como uma conversa de bar entre dois homens, um conta a história de Sandra Stansfield, uma mulher que dá entrada no hospital, nos anos 30, solteira e grávida. Há toda uma descrição de uma sociedade contra estes casos, o que por si só, revela um mau agoiro do que se segue.

Mas o conto vai além qualquer previsão que nós atrevamos a fazer. É uma história que tem tanto de chocante como de cativante e que irá deixar o leitor completamente boquiaberto! É de facto um conto excelente, que irá ferir as susceptibilidades do leitor mais sensível.

Em suma, Estações Diferentes, composto por quatro novelas com diferentes géneros, não se adequa apenas a um público alvo. Os contos, sendo também completamente diferentes na forma em como são narrados, como anteriormente salientei, faz com que qualquer leitor se delicie na companhia de um autor contemporâneo, que na minha opinião, é simplesmente brilhante!

Em comum aos quatro contos há toda uma escrita envolvente e tramas que deixarão o leitor agarrado ao livro, ansioso por terminar o mesmo.

Tal como Meia Noite e Dois, o autor termina com um posfácio, descrevendo as circunstâncias e a inspiração para estes quatro contos, ligando ainda mais o leitor ao próprio autor.

E deixo-vos um excerto que li, neste posfácio, da autoria de Stephen King (Janeiro de 1982) e certamente se irão identificar:

"Espero que tenha gostado destas histórias, leitor; que elas tenham feito esquecer o que qualquer boa história deve fazer: ajudá-lo a esquecer os problemas reais que o atormentam e levá-lo para um lugar onde nunca esteve. É o tipo de magia mais agradável que conheço"

Pois é, Sr. King, não poderia concordar mais! Este é sem dúvida uma excelente colectânea de contos que recomendo vivamente! Resta agora a vontade de ler mais obras do autor e claro, visionar as adaptações cinematográficas dos três contos desta antologia de pequenas histórias.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Passatempo Editorial Presença: Patricia Cornwell - Scarpetta (Resultado)

Com a preciosa colaboração da Editorial Presença, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 265 participações, das quais 259 válidas, as respostas correctas eram:

1. A que número da colecção O Fio da Navalha corresponde Scarpetta?
Ao número 113.

2. Patricia Cornwell foi a autora que inaugurou a colecção O Fio da Navalha. Com que livro?
Port Mortem.

3. Como se chama a paciente que manda chamar Kay Scarpetta?
Oscar Bane.

4 Que prémio foi atribuído à autora, pela criação da personagem Kay Scarpetta?
Sherlock de 1999.

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

105 - Cristiana Rodrigues (Vialonga)

Parabéns à vencedora!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Divulgação Editorial Contraponto: Dan Wells - Não Sou um Serial Killer

Sinopse: John Wayne Cleaver é um rapaz potencialmente perigoso - muito perigoso. E passou toda a sua vida a tentar não cumprir o seu potencial. É bem comportado, calado, tímido e reservado mas incapaz de sentir empatia e de compreender as pessoas que o rodeiam. Prefere conviver com os mortos: o seu trabalho (e o seu passatempo favorito) é embalsamar cadáveres na casa mortuária que pertence à sua família. Além disso, partilha o nome com um famoso serial killer e tem uma obsessão quase incontrolável por psicopatas e assassinos em série. Sob estas circunstâncias, parece que o seu destino está traçado.
Contudo, John Wayne Cleaver é plenamente consciente das suas invulgares características, e quer a todo o custo impedir-se a si mesmo de matar. Para tal, criou um conjunto de regras muito precisas: tenta cultivar apenas pensamentos positivos pelas pessoas que o rodeiam (até o bully do liceu), evita criar laços ou interessar-se por elas (tem apenas um amigo da sua idade) e sobretudo, tenta a todo o custo manter-se afastado do fogo (que gosta de atear), dos animais (que gosta de dissecar) e de locais e vítimas de crimes. As suas regras vão ser postas à prova quando é encontrado um corpo terrivelmente mutilado - e depois um segundo, e um terceiro. Será que na sua pacata vila existe uma criatura ainda mais perigosa do que John Wayne Cleaver?

Nas livrarias a 2 de março.

Divulgação Editorial Sextante: Franck Thilliez - Síndrome E

Sinopse: Cinco cadáveres encontrados com terríveis mutilações e os crânios serrados...

Eis o que obrigou a polícia criminal a chamar o comissário Franck Sharko, que estava nesse momento de baixa a fim de tratar as suas crises de esquizofrenia. Um caso que vai reunir Lucie Henebelle e Sharko, personagens tão diferentes e porém tão próximas na maneira como encaram o seu trabalho de polícias.

Dos bairros de lata do Cairo aos orfanatos do Canadá dos anos cinquenta, os dois investigadores vão deparar-se com um maldesconhecido, uma realidade terrível que revela que podemos ser autores do pior. Porque os que não conhecem a síndrome E não sabem ainda do que podem ser capazes...

Sobre o autor: Franck Thilliez é um dos mais destacados escritores de thrillers/policiais em França e os seus livros foram já traduzidos em 10 países e adaptados ao cinema. Reunindo aqui os seus dois mais célebres personagens, ele dá-nos o primeiro quadro de um díptico de enorme força sobre a origem da violência, cruzando neste livro empolgante, ciência, neurologia, história e psicanálise.

Franck Thilliez vai estar em Lisboa de 12 a 14 de março para acompanhar o lançamento do seu romance.

Divulgação Editorial Oficina do Livro: Carlos Ademar - O Bairro

Sobre o livro: Manuel Sousa, agente da PSP, é assassinado num bairro às portas de Lisboa. A Polícia Judiciária está a começar a investigação quando é surpreendida pela notícia da morte de mais dois agentes. Quase ao mesmo tempo, um traficante de droga é deixado sem vida no Serviço de Urgência de um hospital. O que têm em comum estes factos? O bairro.
O país fala destes casos, os jornais e as televisões fazem eco das preocupações sociais, a hierarquia policial e a tutela política exigem respostas aos investigadores. O chefe Barata, a pouco tempo de se reformar, encara este caso como o seu derradeiro desafio.
O Bairro, baseado numa história verídica, é o retrato intenso de um mundo onde o crime e a honestidade convivem diariamente, onde prolifera o sentimento de abandono a que foi votado quem ali cresceu, para onde foi viver quem não tinha alternativa e onde é real a coragem de suportar o estigma de um nome. Mais do que um romance, O Bairro é a metáfora de tantos vulcões existentes em redor das grandes cidades contemporâneas, cuja eventual erupção todos temos o dever de evitar.

Sobre o autor: Carlos Ademar nasceu em Vinhais em 1960. Em 1987, entrou para a Polícia Judiciária, onde exerceu durante quase duas décadas, a actividade de investigador criminal na Secção de Homicídios.
Colaborou na investigação de alguns dos mais célebres crimes ocorridos na Grande Lisboa, como os que ficaram conhecidos pelos nomes de "Skinheads" e "O Estripador". Actualmente é professor na Escola de Polícia Judiciária.
Licenciado em História, o gosto pela escrita acompanha-o desde sempre. É autor das obras O Caso da Rua Direita, O Homem da Carbonária, Estranha Forma de Vida, Memórias de um assassino romântico e Primavera Adiada, editadas pela Oficina do Livro. O Bairro é o seu sexto romance.

Henning Mankell - Os Cães de Riga [Opinião]

Motivada pela estreia da série Wallander, baseada nos livros de Henning Mankell, e depois de ter lido Assassino sem Rosto já há um tempinho, voltei a embrenhar-me neste autor sueco, com a sua segunda obra, Os Cães de Riga.

Um barco salva vidas que contém dois cadáveres com buracos de balas no peito, dá à costa em Ystad, na Suécia. Kurt Wallander e a sua equipa encarregam-se do caso e logo descobrem que os homens estavam mortos antes de serem colocados no bote. A investigação sugere que estes homens são oriundos da Letónia, e desta forma, um membro da força policial letã junta-se ao caso, o major Liepa. Este vai ter um trágico destino mal chega à Letónia. E assim Wallander tem duas questões que precisam de ser respondidas? Quem matou os homens do barco? Quem está por trás da conspiração para eliminar o major Liepa?

Sendo este o livro que procede Assassino sem Rosto, esperava uma ligação com esta história, ainda que ténue, mas não, Cães de Riga incide mais em crimes com um enfoque em conspiração, espionagem e lobbys políticos, que nem costumam ser os meus temas preferidos em questões de thriller. Mas a forma como o livro é escrito, dotado de twists, fez com que fosse muito difícil largar a história. Mais do que a componente policial, este livro é maioritariamente um thriller uma elevada dose de acção. Um enredo que, obedecendo a este nível de acção, daria sem dúvida, uma excelente adaptação cinematográfica, daí ter as expectativas elevadas em relação ao primeiro episódio da terceira temporada da série já anteriormente referida, Wallander.

Eu pouco sabia sobre a ligação entre a União Soviética em 1991, bolas... com este livro levei uma autêntica lição de história! Desconhecia este clima tão hostil em como lidar com a influência russa nos ex-estados soviéticos. E neste cenário que até foi real, Mankell idealizou uma trama de traição e intrigas de que gostei mesmo muito.

Ora portanto, esta história nada tem a ver com a xenofobia retratada em Assassino sem Rosto, mas a violência que neste livro foi retratada (relembremo-nos das torturas a que foram submetidos os velhote de Assassino em Rosto) impressionou-me muito mais do que este Cães de Riga.

Vou ainda comentar sobre um outro pormenor que não me encheu completamente as medidas. Como vos tenho confessado. em tramas policiais nórdicas há toda uma descrição do país, fazendo com que sinta irremediavelmente motivada para visitar os países escandinavos.

Ora este livro, a acção passa-se maioritariamente em Riga, capital da Letónia, e infelizmente não senti tanta afinidade com este país. E claro, Wallander sai assim da sua zona de conforto, o seu país natal, pelo que notamos ao longo de toda a trama um certo desalento por parte do protagonista. E numa barreira linguística tão complicada como o letão-sueco, como se este vai safar?

É certo que Mankell não se perde em descrições, fazendo-o apenas com as personagens e enfatizando mais a acção do livro, mas ainda assim penso que teria sido mais enriquecedora aformulação de um cenário mais realista.

Mas falemos da personagem principal. Kurt Wallander, como me tinha apercebido pelo livro anterior, é um homem de meia idade,divorciado (mas ainda enamorado por Mona, a sua ex-mulher, que se recusa a falar com ele). A sua filha adolescente, também ela detentora de um passado problemático, está a estudar em Estocolmo, salientando o distanciamento (que vai muito além da distância meramente física) entre pai e filha. O pai de Wallander não aprova a sua carreira nas forças policiais e o melhor amigo e colega da polícia, Rydberg faleceu. Uma personagem que tem tudo para, ser cronicamente deprimida. No entanto há ali uma determinação no desvendar dos crimes, bastante incomum se tivermos em conta o seu histórico de vida.

Quem, porventura, não leu o livro anterior, há aqui uma descrição bastante pormenorizada sobre o protagonista, pelo que, é bem possível, conhecê-lo bem com este livro.

O restante plantão da polícia também é já conhecido para quem já está familiarizado com o autor e um punhado de personagens novas compõem a trama rica. Achei fantástica a ligação ainda que platónica, entre Kurt Wallander e a viúva Baiba Liepa e a forma como estes dois encaram os díspares objectivos face à Letónia.

Resta-me concluir não só com o meu conselho na leitura deste livro mas também com a visualização da série da BBC, Wallander, protagonizada por Kenneth Branagh, episódios que, com duração média de hora e meia, são bastante fiéis ao conteúdo das obras de Henning Mankell. Ficam também, desta forma, as expectativas elevadas para a leitura do próximo livro da saga, A Leoa Branca, que conto ler em breve!




Mais informações sobre o livro aqui.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Patricia Cornwell - Tudo o Que Resta [Opinião]


Já vos falei de Patricia Cornwell e da saga protagonizada pela Dra Kay Scarpetta que conta já com dezasseis volumes publicados. Tendo lido já o primeiro, Post Mortem e já este ano, Corpo de Delito (sendo que o final deste é algo difuso), foi com grande expectativa que avancei para a leitura de Tudo o que Resta.

Este novo caso começa com o desaparecimento de um jovem casal, cujos corpos só aparecem em estado de adiantada decomposição muitos meses mais tarde. Entretanto mais quatro jovens casais são encontrados mortos nas mesmas circunstâncias. Ossos alguns farrapos de roupa e um valete de copas é tudo o que resta.
Quando anteriormente disse que o final do último livro de Scarpetta foi difuso, é algo que ficou ambíguo. Será que Scarpetta finalmente se entende com o ex amor Mark James? Sim, esta personagem aparece neste livro, ainda com menos destaque do que foi dado anteriormente. Mas as suspeitas permanecem... será ele um sujeito de confiança?
A história de Tudo o Que Resta cativou-me muito. Para já o invulgar do modus operandi das situações, primeiramente do desaparecimento dos casais e depois o encontrar dos corpos já num estado de decomposição tão avançado que certamente dificulta a sua identificação.
Depois Cornwell garante que há um caso que será mediático face aos anteriores quatro casais já desaparecidos, e insere na trama a personagem Pat Harvey, mãe de uma das vítimas e dado o seu poder no seio político americano, gera-se então um conflito onde a vingança associa-se ao abuso de poder (passo a redundância).

A componente criminal está bem descrita através da associação das várias pistas. Com pormenores explícitos acerca dos cadáveres bem como técnicas forenses que permitem o despiste das dúvidas da médica, mais uma vez, mostra o quão avançada está a autora face aos conhecimentos médicos, relembrando que, nos anos 90, este tipo de informação não estaria tão ao alcance de nós, como actualmente. Não só as técnicas forenses que são espantosamente descritas. Há todo um trabalho de pesquisa na associação de pistas (ainda que em estados diferentes), tarefa esta mais complicada nos anos 90s, uma vez que nesta altura, as várias bases de dados de ADN não estariam tão completas. Ainda assim, Cornwell atreve-se (e com bastante sucesso) nas suas hipotéticas teorias desenvolvidas na trama, originando uma cena criminal bastante coerente e realista.
Mas a trama vai além das reviravoltas surpreendentes aliadas ao crime propriamente dito. É também uma reflexão sobre as relações humanas. Neste livro, foi a primeira vez que gostei tanto da personagem Marino como de Scarpetta. Através de diálogos envolventes com uma personagem, vidente, o leitor apercebe-se o quão vulnerável é ele como pessoa e o quanto isso afecta o seu casamento. Depois Marino desabafa com Scarpetta, e nós no nosso íntimo desejamos que eles fiquem juntos... O polícia duro que vi, primeiro em Post Mortem e depois em Corpo de Delito tem de facto, um grande coração.

À semelhança de Corpo de Delito, a sobrinha de Scarpetta, Lucy Farinelli, volta a ter um papel pouco participativo na trama. Reparei que os livros são escritos num espaço de um ano, mas para as personagens esta acção temporal não é proporcional. Pois eis que Lucy neste livro já frequenta o 10º ano, sendo já uma adolescente (e em Post Mortem, esta personagem tem apenas 10 anos).
A contrabalançar este ponto, eis que entra em cena uma personagem nova: Abby Turnbull, uma jornalista do Washington Post que tem uma carácter um tanto ou quanto duvidoso. Ela aparenta ser amiga de Scarpetta mas simultaneamente indicia que esta será uma falsa amizade, com fins proveitosos para um único objectivo: a garantia de uma boa história no jornal e o arranque no livro sobre o caso dos casais assassinados.

Para mim, dos três livros lidos, este foi o melhor. A história absorveu-me por completo e fiquei comovida com a vida pessoal de Pete Marino. Eu simplesmente adoro a dra Kay Scarpetta, que consegue ser ainda mais perspicaz do que o próprio agente de FBI, Benton Wesley. Depois, as restantes personagens, mesmo as que não conhecia como Abby e Pat Harvey estão excelentes. Com um qb de mistério, o leitor duvida constantemente do íntimo da personagem... Até a vidente Hilda Ozimek me conquistou através dos seus diálogos sobre a leitura das fotos do crime bem como das auras (e a cor das auras de Scarpetta e Marino serão adequadas ao que se passou nas tramas anteriores bem como às que se seguirão?)
Um livro que se lê muito bem devido ao equilíbrio entre a história referente ao crime bem como ao lado pessoal das personagens intervenientes. Um livro que fará com que anseie ler todas as aventuras protagonizadas por esta médica legista. Eu falo por mim, estou viciada na saga de Scarpetta! Recomendo vivamente!






Mais informações sobre o livro aqui.

Passatempo Quinta Essência - Sandra Brown: Obsessão (Resultado)

Com a preciosa colaboração da Quinta Essência, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 236 participações, das quais 231 válidas, as respostas correctas eram:

1. Enumere os livros desta autora editados em português pela Quinta Essência.
Eram 4 (com o Obsessão 5): Calafrio, Uma Voz na Noite, Vidas Trocadas, Ricochete.

2. Que órgão de transplante recebeu Cat Delaney?
Coração

3. Como se chama o antigo polícia que agora escreve romances policiais?
Alex Pierce

4. Em que dia estará este livro nas livrarias?
13 de Fevereiro.


E após um sorteio no random.org, o vencedor é:

62 - Pedro Luís (Lisboa)

Parabéns ao vencedor!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Divulgação Porto Editora: Fred Vargas - Um Lugar Incerto

O próximo volume a integrar a colecção Alta Tensão da Porto Editora é de uma autora já nossa conhecida: Fred Vargas.

Sinopse: O Comissáio Adamsberg encontra-se em Londres a convite da Scotland Yard para assistir a um congresso de três dias. A estadia decorre tranquilamente até ao momento em que Radstock, o seu colega inglês, é alertado para uma estranha ocorrência, à entrada do antigo cemitério de Highgate apareceram dezassete sapatos... com os respectivos pés lá dentro. Enquanto a investigação começa, a delegação francesa regressa a casa e é confrontada com um crime horrível nos subúrbios de Paris: um jornalista especializado em temas judiciais foi, à primeira vista, triturado. Adamsberg consegue relacionar os dois casos e descobre uma pista que o levará até à Sérvia, a uma pequena e misteriosa aldeia onde, reza a lenda, terá nascido o mito dos vampiros.

Nas livrarias a 27 de Fevereiro.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Claudia Piñeiro - Tua [Opinião]

Nunca tinha lido nada de Claudia Piñeiro. Mas se na capa é dito que "Hitchcock é uma senhora e vive em Buenos Aires", então decididamente teria que ler uma obra da autora. E Tua foi a escolhida.

Tua conta a história de Inés Pereyra, uma mulher que após alguns anos de casamento, descobre que o marido, Ernesto, a anda a enganar. E agora perguntam vocês: e o thriller, onde está? Parece uma história banal. Mas não, não é... acontece que há efectivamente uma morte, ainda que acidental, e há todo um plano de apagar as pistas e afastar suspeitas. E eis que o enredo toma caminhos inesperados... A completar esta corrente de emoções fortes, Lali, a filha de Inés e Ernesto, de apenas 17 anos, está com um dilema. O namorado recusa ajudá-la, bem como os pais, focados na intriga, mas parcos na realidade com a própria filha. E Lali terá que resolver a situação contando apenas consigo própria.

O que à partida se assemelha a um ensaio sobre a deterioração de relações matrimoniais devido essencialmente à rotina, rapidamente toma proporções gigantescas a partir do momento em que Alicia morre... Há uns quantos twists que tornam a narrativa completamente inesperada!
O enredo tem um arranque rápido e aliciante e os capítulos curtos e empolgantes, conduzem o leitor à leitura integral do livro. Um livro que, devido ao seu reduzido número de páginas (cerca de 160), se lê num par de horas, sendo difícil de pousar o mesmo, conferindo momentos de leitura compulsiva.

Depois o livro é dotado de uma estrutura deveras interessante. Por um lado é narrado sob a primeira pessoa, sob o ponto de vista de Inés, intercalando com momentos de divagação sobre o crime e diálogos envolventes entre Lali e uma amiga. Neste último ponto subentende-se a falta de comunicação que se gerou entre mãe e filha. Os diálogos de Lali com a amiga, ou com um estranho lá mais para a frente constituem a forma de conhecer esta personagem de uma forma tão íntima como o leitor se sente em relação a Inés.
O que depreendo é que, em modo geral, a autora preocupa-se com o enfoque dos factos narrados, dissimulando mais as emoções. Ora pergunto-lhe a si meu caro seguidor, se soubesse que o seu conjugue tem um caso extra matrimonial, o que faria? Não iria rebentar de raiva? A sério que permitia o que se passava e compactuava com a aceitação do modo de vida mais promíscuo do seu conjugue? Tentaria, por ele, ocultar provas à Justiça? Pois é isto a que me refiro! Penso que Inés é demasiado contida... será da cultura argentina? Ou da própria educação que, tal como ela argumenta, fruto de uma mãe igualmente passiva?

No entanto, Piñeiro constrói as suas personagens com bastante realismo. Inés, a mulher passiva, torna-se mais forte e determinada em prol da traição de Ernesto! A todo custo tenta ilibar o marido mas este, mostra ser asqueroso desde o início do livro até ao final. A filha deles, vive sob pressão dado a sua condição. Mas eis que detecto aqui uma vulnerabilidade. Os pais não serão demasiado desprendidos com esta única filha? Não se aperceberão que a mesma tem um problema? Vendo neste ponto de vista, penso que a história poderia estar mais fundamentada. Talvez a autora não o tenha feito para não se desviar muito da linha do thriller. Contudo, teria sido realista assistir a uma interacção mais íntima entre mãe e filha.

Muitíssimo bem escrito, Tua é um livro que confere momentos agradáveis de leitura. Com um enredo simples mas cativante, é um livro que se lê rapidamente! E a adaptação cinematográfica estava a ser levada a cabo quando subitamente o realizador morreu. É um daqueles livros que dará que pensar... Recomendo vivamente!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sandra Brown - Obsessão [Opinião]


Já não é a primeira vez que vos falo, nestas rubricas policiais, da autora Sandra Brown. Ela é, como eu carinhosa e intimamente a apelido, a rainha do romance sensual numa mistura explosiva com o suspense e o policial. E por mais livros que leia da autora, penso que a minha opinião será imutável. Depois de ler Calafrio, Uma Voz na Noite e Ricochete (deixando Vidas Trocadas numa lista de espera que terá em breve o seu término), fiquei rendida com este Obsessão.

Pois ora vejamos. Em Obsessão, a protagonista é Cat Delaney, uma rapariga que necessitou de um transplante de coração devido à insuficiência cardíaca gerada através de uma doença que terá tido em tenra idade. Um coração compatível é quase um milagre e Cat sobrevive e dá uma reviravolta de 180 graus na sua vida. Era uma actriz, mas passa ao voluntariado de crianças necessitadas através de um programa televisivo. Mas eis que passam quatro anos e Cat começa a receber ameaças... e tem conhecimento que antes dela, já algumas pessoas que terão sido submetidas a um transplante, terão morrido... no aniversário da operação.

Um livro que tem o seu quê de curioso, quando interrompe a espera de Cat Delaney pelo coração, para relatar algumas pequenas histórias que convergem entre si num ponto: a ocorrência de uma morte inesperada. Claro que, uma destas histórias, directamente se relaciona com Cat Delaney. Mas estas histórias são algo difusas, uma vez que são relatadas sem ser mencionado qualquer nome. Ou seja, o leitor fica sem saber que personagem terá tido tal fatídico destino. E assim são gerados alguns elementos que ficam por explicar, mas que terão a sua defronta numa fase mais avançada da trama.

Como disse anteriormente, Sandra Brown tem uma fórmula que resulta. O encaixe perfeito das cenas eróticas (que deixam qualquer leitor coradíssimo) na trama de suspense. E dentro desta, há um perfil que vem sido repetido mas que não cansa! E falo portanto do protagonista masculino. Sem grande margem de manobra, o homem é tudo menos um príncipe encantado. E sim, falo de Alex Pierce, que é praticamente um cliché de uma ou outra personagem masculina das novelas de Sandra Brown. Deve ser giro, bem hot, um excelente amante...! Mas no seu interior, é duro, não quer revelar sentimentos e tem um segredo a esconder... segredo este que iremos descobrir já praticamente na recta final da trama. Até lá é penar! E enquanto isso, sem darmos grande conta, devorámos um livro de quase quinhentas páginas em pouquíssimos dias!

Mas Cat também tem um segredo, que vai além do mero transplante. Mas tem uma doce maneira de ser, que encanta grande parte dos que a rodeiam. A sua relação com as crianças, achei fantástica e comoveu-me a sua história de vida.
E eis que naturalmente surge um outro cliché nos enredos da autora: a forma como a personagem feminina sucumbe aos encantos do protagonista. Mas que tem a sua piada, lá isso tem! Normalmente as personagens femininas são muito fortes, e dotadas de um trauma, evitam a todo custo, apaixonar-se pelos moços...

Com isto, e na minha honesta opinião, este livro está entre os melhores. Mesmo encontrando alguns pontos similares com os livros anteriores, é diferente mas igualmente bem arquitectado. O tema do transplante de órgãos é uma temática mais sensível, fazendo com que reflictamos sobre a doença, sua imprevisibilidade e os meios eticamente correctos para a ultrapassar. Afinal num transplante, em detrimento de uma morte, há uma vida...
Deixou-me curiosa e acima de tudo, ávida por desvendar o assassino. Porém, perto do final, este torna-se relativamente óbvio. E aí encaixamos as peças que decorrem das primeiros capítulos... Deixou-me emocionada em diversas passagens que se prendiam com a negligência infantil e tal é o realismo da escrita da autora, verdadeiramente agoniada com a violência doméstica que esta relata. Fiquei, de igual forma, completamente desprevenida com o relacionar das várias pistas que foram deixadas pendentes e com o decorrer do livro, elas se coadunaram perfeitamente no enredo.
Ainda não tendo lido todos, sem sombra de dúvida, este consagra-se já como um dos preferidos da autora!
Um livro que não posso deixar de recomendar aos fãs do policial, Ainda que numa linha mais light e romanceada, um livro que tem uma dose tremenda de thriller e emoções fortes!

Aquisições de Fevereiro

Passatempo Editorial Presença: Patricia Cornwell - Scarpetta

Desta vez, e em parceria com a Editorial Presença, a menina dos policiais tem para sortear, um exemplar do livro Scarpetta de Patricia Cornwell. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.

Regras do Passatempo:
- O passatempo começa hoje dia 14 de Fevereiro de 2012 e termina às 23h59 do dia 23 de Fevereiro de 2012.

- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.

- O vencedor será contactado via e-mail.

- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.

- Se precisarem de ajuda, podem consultar aqui:

Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rosamund Lupton - Irmã [Opinião]

Irmã é o livro de estreia da autora britânica Rosamund Lupton, que vem desta forma, mostrar-se como promissora no thriller.
Beatrice era anfitriã num almoço de domingo quando tem conhecimento que a sua irmã mais nova, Tess, desapareceu. Movida pelos fortes laços que a unia a Tess, Beatrice vai enveredar pela investigação do seu paradeiro, viagem esta que trará grandes reviravoltas. Mas o que é à partida um ténue infortúnio de Tess, o seu desaparecimento irá desencadear uma descoberta de intrigas e vivências de Tess que Beatrice estava longe de imaginar, fazendo crer que esta distância ao mesmo tempo geograficamente física, pode também sugerir algum distanciamento entre as duas personagens.

Em primeiro lugar gostaria de fazer um reparo à capa. Na minha opinião é lindíssima, e é um elemento forte na escolha deste livro. Depois a frase que acompanha o título é soberba, cativando e apelando à nossa curiosidade. São elementos que de facto, favorecem a escolha deste livro!

Posto isto, vou tecer algumas considerações sobre o livro. Antes de mais, a sua estrutura.
A autora escreve na primeira pessoa, sob o testemunho de Beatrice nos depoimentos à policia. Esta narrativa, por si já envolvente, como de um desabafo para os leitores se tratasse, entrelaça analepses de situações com a irmã bem como algumas personagens com um papel fulcral da narrativa. Portanto, memórias de infância (provavelmente o leitor irá identificar-se com algumas delas), boas ou más, são aqui narradas, julgo para evidenciar ainda mais os laços das irmãs. Mas Lupton quer garantir que o livro é qualquer coisa menos monótona, e daí que relata também, as listagens de emails entre irmãs, garantindo a forte ligação entre Beatrice e Tess.

Falando sobre as personagens do livro, estas são num número muito reduzido. As duas irmãs têm características bastante diferentes. Beatrice deixou Inglaterra para trás das costas, optando por trabalhar em Nova Iorque, numa função mais pacata e maçadora. Vive com o noivo Todd numa relação monótona mas que lhe confere toda a segurança que ela necessita. Por outro lado, Tess estuda Artes, tem muitos amigos, tem uma vida mais emocionante do que a irmã. Esta confronto de personalidades tão diferentes, dá mesmo que pensar que os opostos se atraem e em nada perturbou os laços que uniam as duas irmãs.
Mas se há personagem que nos é especial, é sem dúvida Beatrice. Em tantos passagens me sentia angustiada tal era o relato apelativo da irmã mais velha. Mas sem dúvida, que esta personagem tem uma evolução significativa ao longo do livro. De inicio vivia a sua existência, num sentido quase como "sensaborão", e quando o livro termina, eis que Bee, considera a vida quase como uma dádiva.
Em termos globais, a trama reúne poucas personagens mas dotadas de uma grande complexidade, mistério e sentimentos, que são transmitidos para o leitor de uma forma muito natural.

Um aspecto deveras curioso é a inclusão de uma entrevista, permitindo o leitor conhecer um pouco mais sobre a autora, e de certa forma, desmistificar alguns pontos sobre este livro de estreia. A Civilização Editora abrange um pequeno excerto da obra seguinte, Afterwards, fazendo com que o leitor se sinta curioso e ansioso para ler o próximo livro da autora. Pois bem, eu estou em pulgas!!

Um livro que vai além do thriller convencional. A uma componente terrorífica alia-se uma faceta pessoal mais íntima que se prende essencialmente com a forma com que nos relacionamos com a família. Aborda os verdadeiros tipos de amor bem como os sacrifícios feitos para os manter. Uma alusão extensa à morte, bem como auto punições, arrependimentos e uma panóplia de sentimentos associados são brilhantemente descritos num enredo que cativa todo o leitor, mesmo aquele que não saiba qual é a sensação fantástica de ter um(a) irmã(o). Mas não é só sobre relações fraternais com que a autora se debruça. Há associada uma componente de dor no decaimento de relações amorosas, quando não se conseguem superar os traumas existentes bem como a redenção em relacionamentos entre mãe e filha quando existe uma lacuna.
Depois a autora investe grande parte da história, associada a uma componente mais biotecnológica, através de ensaios sobre genética, que na minha opinião, extremamente bem fundamentados (a autora explica na entrevista que terá sido com o auxílio do marido), e ajuda a descortinar alguns aspectos sobre a doença da Fibrose Quística.
Uma trama simplesmente emocionante que recomendo vivamente! Um livro cuja história ficará gravada na sua mente!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Novidade Editorial Presença: Patricia Cornwell - Scarpetta

O 113º volume da espectacular colecção de policiais e thrillers da Editorial Presença contempla uma autora por nós já conhecida: Patricia Cornwell, que curiosamente inaugurou esta supra referida colecção, com o livro Post-Mortem.

Sinopse: Quando a Polícia de Nova Iorque lhe pede para examinar um indivíduo ferido que se encontra na ala de detenção psiquiátrica do Hospital de Bellevue, Kay Scarpetta deixa o seu trabalho forense na Carolina do Sul para desvendar este caso. O paciente, Oscar Bane, pedira especificamente que a chamassem, e conta-lhe uma das histórias mais bizarras que ela alguma vez ouviu, informando-a de que os seus ferimentos foram infligidos no decurso de um crime... que ele não cometeu.

Sobre a autora: Patricia Cornwell é autora de inúmeros bestsellers publicados pela Presença, tais como Jack, o Estripador - Retrato de um Assassino, Post-Mortem - o único thriller a ganhar os prémios Edgar Creasey, Anthony e Macavity, assim como o French Prix du Roman d´Aventure, num só ano -e Cruel e Invulgar, galardoado com o Gold Dagger Award para o melhor policial de 1993.
A sua protagonista, a médica forense Drª Kay Scarpetta, recebeu o prémio Sherlock de 1999 como a melhor detective criada por um autor americano. Em 2008, Patricia Cornwell tornou-se a primeira norte-americana a vencer o prestigiado Galaxy British Book Awards´Books Direct Crime Thriller of the Year pelo livro O Registo dos Mortos. Em 2011 foi agraciada com a Medal of Chevalier of the Order of Arts and Letters, um dos mais prestigiados prémios atribuídos em França, que visa dar reconhecimento a personalidades que se distinguiram no domínio das artes e da literatura.

Nas livrarias a 14 de Fevereiro.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Divulgação Quetzal: Claudia Piñeiro - Tua


Aclamado pela crítica como:
"Um thriller magnificamente construído, repleto de surpreendentes reviravoltas e um desenlace perfeito" Elsa Drucaroff

"Uma história poderosa e negra, um thriller tragicómico que te congela o sorriso" Rosa Montero

Sinopse: Um coração desenhado com baton, atravessado por um "Gosto de ti" e assinado por alguém se se autodenomina "Tua" revela a Inés que o marido anda a enganá-la O que se segue não é apenas um thriller vertiginoso e cativante, mas também um retrato implacável da vida familiar da classe média. Claudia Piñeiro capta com genialidade os tons das vozes não apenas da sociedade argentina, mas as das sociedades ocidentais. Neste caso, a de uma dona de casa disposta a tudo para conservar o casamento e as aparências.

Nas livrarias a 17 de Fevereiro.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ken Follett - O Homem de Sampetersburgo [Opinião]

Ken Follett é um nome já citado na menina dos policiais, e depois de ter lido A Ameaça e O Terceiro Gémeo, optei por continuar a ler obras deste autor, tendo escolhido O Homem de Sampetersburgo, de que vos falarei agora.

Num registo diferente dos dois livros que anteriormente mencionei, O Homem de Sampetersburgo diverge do thriller convencional, contemplando o género histórico, com um pouco de romance. Daí que muito dificilmente escolheria esta leitura sem ter lido previamente, os vários feedbacks respeitantes a esta obra de Follett. O facto é que o autor britânico, volta a demonstrar a sua mestria em contar uma história, de uma forma empolgante, abordando uma série de temáticas de forma harmoniosa e inserindo-o num contexto temporal da Primeira Guerra Mundial.

Como referi anteriormente, este livro vai além da componente thriller, retratada essencialmente pela personagem de Feliks, que parte da Russia para a Inglaterra de 1917 com o intuito de matar o príncipe Aleks Orlov. Feliks é na verdade um anarquista e terá que assassinar o representante do Czar que está em terras de sua majestade para um acordo entre os dois países.
E assim facilmente se deduz a parte referente ao romance histórico, em que o autor confronta o leitor com o modo de vida das classes altas, expondo uma vida de luxos, vestidos de sonho, bailados mas que, há uma tremenda ignorância por parte das jovens da corte no que concerne a temas como sexo.
A componente sociológica da época é um relato completíssimo que integram naturalmente, a actividade dos anarquistas, bem como as sufragistas e a sua luta, tornando-se quase como um aspecto mais do foro didáctico, o qual gostei muito de ler. O epílogo retrata bem o contexto histórico, inserindo alguns factos sobre a primeira guerra, entrelaçando com os finais das demais personagens.
No fim há, como não podia deixar de ser, uma belíssima história de amor, que nem dezassete anos conseguiram apagar. E mais não digo, apesar de ser praticamente previsível, as duas personagens que irão sofrer os encontros e desencontros da vida.

E são estas, uma vez mais, o ponto fulcral da história. Como já vem sendo um hábito, as novelas de Follett estão repletas de personagens riquíssimas, e O Homem de Sampetersburgo não é excepção. Para começar, personagens com um forte papel na História são abordadas, como Winston Churchill, o que confere uma sensação de "Isto bem que podia ter acontecido!"
Mas sem dúvida, que a personagem mais relevante é Feliks Kschessinsky, o Homem que vem de Sampetersburgo com um objectivo: matar Aleks Orlov. Este é um primo afastado da também russa, Lydia casada agora com Stephen Walden, um homem poderoso de Inglaterra. Através deste casal, o leitor conhece a vida conjugal dos anos 10, bastante diferente da actualidade, pois claro! A filha, Charlotte, é mantida na ignorância sobre alguns aspectos. Curiosa, irá deslindar por ela própria, factos não só sobre o assunto proibido, sexo, como também alguns aspectos sobre a sociedade nos baixos estratos sociais.
Assim Follett desenvolve um perfil psicológico das personagens com profundidade. Por um lado assistimos ao passado negro de Feliks, aparentemente desprovido de qualquer emoções ou sentimentos. Mas com o decorrer da história, o próprio sentimento do leitor relativamente a Feliks vai mudando, ao constatar a evolução da personagem. De desprezável, e ainda com o cruel objectivo que tenta levar a cabo, a pouco e pouco senti uma ínfima empatia e, muito naturalmente, esta cresceu, a ponto de torcer por esta personagem.

Como ponto negativo apresento um único, a revisão do texto, que às tantas deixa escapar um "Feliks tomou o ónibus". Datando de 2009, ainda não se encontrava na altura, a contextualização do acordo ortográfico, pelo que expressões mais comuns no Brasil e a falta de letras (ou um acrescento das mesmas) serão certamente fruto de uma revisão de texto pouco minuciosa.

O Homem de Sampetersburgo é de facto, um relato impressionante sobre um conspirador estrangeiro em terras de sua majestade que me cativou profundamente. Envolvi-me tanto na história que rapidamente equacionei o desfecho que para mim, seria perfeito! Claro está, o verdadeiro final do livro vai ao encontro de um thriller e não propriamente de um romance cor de rosa. Mesmo o leitor menos entusiasta de matérias como História Contemporânea irá apreciar este livro. Riquíssimo nas suas demais vertentes já aqui descritas, é certamente uma obra que o meu caro seguidor não irá perder! Um livro escrito há quase 30 anos cuja acção será sempre actual. Recomendo vivamente!

Passatempo Quinta Essência - Sandra Brown: Obsessão

Desta vez, e em parceria com a Quinta Essência, a menina dos policiais tem para sortear, um exemplar do livro Obsessão de Sandra Brown. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.

Regras do Passatempo:
- O passatempo começa hoje dia 7 de Fevereiro de 2012 e termina às 23h59 do dia 19 de Fevereiro de 2012.

- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.

- O vencedor será contactado via e-mail.

- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.

- Se precisarem de ajuda, podem consultar aqui:

Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Patricia Cornwell - Corpo de Delito [Opinião]

Corpo de Delito é o segundo volume de toda uma saga de sucesso no seio da literatura policial. Falo-vos dos casos de Kay Scarpetta, uma médica legista, determinada em investigar até à exaustão as circunstâncias de morte das vítimas.

Neste livro, Scarpetta investiga o homicídio de uma escritora que até então, era ameaçada. Pois eis que Beryl Madison é morta com alguma brutalidade. O caso torna-se mais sórdido quando o tutor da escritora também morre, em circunstâncias bizarras. E eis que o envolvimento de Kay Scarpetta com o caso toma tais proporções a ponto de colocarem em risco também a sua vida.

A capa do livro é fantástica, e não deixo de comentar o meu favoritismo em relação às capas dos livros da colecção Fio da Navalha mais antigos, pretas, simples, com uma figura quase como abstracta mas alusiva aos crimes. Daí que, tive a sorte de encomendar um destes livros, de edição mais antiga, e a Editorial Presença, editora que atende às sugestões e requerimentos dos demais fãs, teve o meu pedido em conta.
No entanto, penso que a capa do livro peca (pelo menos esta primeira edição), por não conter uma sinopse verdadeiramente fiel ao conteúdo do livro.

Um dos aspectos que realcei no primeiro livro que li da autora, Post Mortem, foi o facto de, o livro ser escrito no início dos anos 90, mostrando já uma maturidade (e certamente inovação) em relatar procedimentos forenses muito pormenorizadamente. Pois bem, Corpo de Delito, escrito em 1995, segue essa linha e envolve o leitor no mundo da ciência forense, ainda que, actualmente seja banalíssimo. A autora usa a Química, para desmistificar alguns aspectos que possam advir de dúvidas na detecção de provas ou como simples curiosidade, como a lição sobre os estereoisomeros nas drogas. (para uma engenheira do ambiente, e que estudou Química Orgânica, é voltar às reminiscências do polarímetro e voltar a estudar como roda a luz o dextrometano e o levometano).

Corpo de Delito é uma trama que envolve o leitor. Tem uma acção dita lenta com alguns picos de adrenalina, que deixarão o leitor colado e a pensar "E agora Scarpetta, como te vais safar daí?" Mas tal é a previsibilidade, afinal Scarpetta é a protagonista de cerca de 15 romances policiais, e como tal sabemos no nosso íntimo que ela afinal vai safar-se. Contudo há que dizer que é fantástico como a autora concebe um livro tão rico em pormenores sórdidos, outros curiosos. Apesar de toda uma exploração dos procedimentos forenses, a autora inclui elementos como o mistério e a desconfiança, recorrendo para isso à análise de perfis psicológicos do eventual assassino. Sim, relativamente a meio do enredo começa a desenhar-se a identidade do assassino mas apesar da previsibilidade deste facto, o livro é extremamente interessante. A trama é complexa mas muito cativante e atende à curiosidade do leitor para ler mais.

Mesmo sendo o segundo noto uma necessidade de ler esta saga por ordem, afim de entender e criar uma afinidade que será crescente, com a personagem principal Kay Scarpetta. Uma personagem forte e determinada, que deixa muito a desejar a comunidade policial que deveria ser a entidade de resolução dos casos. Pois Kay é perspicaz e o envolvimento com as vítimas é tal que o plano pessoal da personagem acaba por estar em risco. Aconteceu em Post Mortem, acontece aqui e quer-me crer que acontecerá nos demais livros da saga. Se há personagem com um forte enfoque nas tramas de Cornwell é Pete Marino, o tenente que compactua com Scarpetta nas demais investigações, ainda que não consegue ter o mesmo destaque que esta.
Senti a falta de uma personagem neste livro, Lucy, a sobrinha de Scarpetta, que representa um pouco do plano pessoal da médica legista. Em contraponto, é-nos apresentado Mark James, um ex-amante da personagem principal, sendo ele, o orientador de toda uma linha de acontecimentos na vida de Scarpetta, mais vocacionados no seu plano pessoal.

Um desfecho que poderia ter sido mais explorado em relação ao desfecho do assassino, mas que, confesso, deixou-me de coração apertado com a vida amorosa de Kay. Em relação a este lado tão íntimo da personagem tenho a dizer que, ficando em aberto, irei ler quanto antes, "Tudo o que Resta", o terceiro livro da saga.

Estamos portanto diante de um bom livro policial e que recomendo. Irão adorar Scarpetta, e acreditem, irão envolver-se com ela no mundo da ciência forense dos anos 90.

Passatempo Civilização Editora: Irmã - Rosamund Lupton (Resultado)

Com a preciosa colaboração da Civilização Editora, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 257 participações, das quais 256 válidas, as respostas correctas eram:

1. Quem recebe um telefonema frenético durante o almoço de domingo?
Beatrice

2. Onde vive a autora Rosamund Lupton?
Londres

3. Como se chama a irmã desaparecida?
Tess

4. Que disciplina ensina a autora na Universidade de Cambridge?
Literatura Inglesa


Após um sorteio no random.org, o vencedor é:

22 - Beatriz Bernardo (Odivelas)

Parabéns à vencedora!!! A todos que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!