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terça-feira, 30 de abril de 2013

Ken Follett - Triplo [Opinião]


Sinopse: No ano de 1968, Israel esteve por detrás do desaparecimento de 200 toneladas de urânio, material destinado a dotar o Egito da bomba atómica com a ajuda da União Soviética. Contudo nunca se conseguiu determinar como é que um carregamento daquele minério, suficiente para produzir 30 armas nucleares, desapareceu no mar alto sem deixar provas que comprometessem Israel. Follett pegou nesta enigmática ocorrência e criou a partir dela um thriller único, onde um suspense de alta voltagem se combina com factos históricos.

Opinião: Que Ken Follett é um nato contador de histórias já eu sabia. Follett tem uma capacidade impressionante de transformar factos históricos em adaptações fictícias verdadeiramente emocionantes. Triplo não foge a esta fórmula uma vez que é baseado no facto histórico do desaparecimento de urânio destinado ao Egipto, notícia esta citada do Dauly Telegraph no Pós Escrito.
Não sou entendida em história, muito menos na sua componente mundial, mas acredito ter sido um episódio interessante. Foi uma leitura que acima da componente de entretenimento, se mostrou didáctica por este factor.

Nada melhor que formular uma personagem que seja um espião, cujo objectivo é precisamente o de concretizar o desvio de urânio. Mas existem pretensões para o fazer e são destacados outros dois espiões para deter Nathaniel Dickstein.
Pessoalmente, gostei muito desta personagem que acaba por contar a sua aterrorizante experiência em campos de concentração, e deixou-me extremamente impressionada. Penso que por mais que leia sobre esta temática em particular, serei sempre sensível à mesma.

Tratando-se de uma história que abrange três espiões de diferentes nacionalidades, plenamente caracterizados. Por exemplo, há um background familiar algo extenso sobre o espião russo, o qual sugere uma evidente dualidade: espião e pai de família, embora não se estenda no sentido do aprofundamento dos diferentes hábitos culturais. Pessoalmente, teria achado este facto fascinante, tendo em conta que o cenário temporal são os anos 60, e por conseguinte, alguns hábitos outrora comuns, possivelmente estariam extintos nos dias de hoje.
Ao invés deste pormenor, o autor consegue retratar de forma bastante realista o contexto histórico das relações entre Israel e Egipto. Mas Follett fá-lo sem entrar em pormenores sobre a razão do tumultuoso relacionamento entre estes, crendo eu ser um aspecto menos positivo para leigos em História como eu.

Mas Triplo é muito mais do que uma obra de espionagem. É também uma emocionante história de amor em circunstâncias improváveis. E aqui volta a acentuar-se a principal característica dos livros de Follett: a sua capacidade de enriquecer as personagens e envolver o leitor na história. Cenas de sexo também as há (e não é a primeira vez que o autor as descreve), embora denotei alguma inibição, factor que associo à eventual inexperiência de Follett aquando a escrita de Triplo. Não nos esqueçamos que este livro foi a segunda obra que ele terá escrito.

Em suma, Triplo é mais um bom livro de Ken Follett, com uma caracterização profunda das personagens, bastante intriga e conspiração num contexto histórico muito interessante. Se este é um livro obrigatório para os fãs de espionagem, mais se justifica para os amantes do thriller histórico.

Mais informações consulte o site da Presença aqui
Para mais informações sobre o livro Triplo, clique aqui.


domingo, 28 de abril de 2013

Arnaldur Indriðason - O Mistério do Lago [Opinião]


Sinopse: O nível das águas do lago Kleifarvatn tem vindo a descer lentamente na sequência de um terramoto.
Uma hidróloga local está a estudar o estranho fenómeno quando descobre uma ossada humana com um buraco no crânio e, ao lado, um velho aparelho de rádio com inscrições em cirílico quase ilegíveis. A Polícia é enviada ao local e o inspetor Erlendur e a sua equipa ficam a cargo da investigação, que os levará a pesquisar desaparecimentos ocorridos na Islândia na década de sessenta. As pesquisas conduzem-nos inevitavelmente às embaixadas do ex-bloco soviético e a antigos estudantes islandeses das juventudes socialistas, bolsistas na Alemanha de Leste em plena Guerra Fria.

Opinião: O Mistério do Lago é o sexto livro da série de policiais islandeses protagonizada pelo inspector Erlendur Sveinsson e o terceiro a ser publicado em Portugal, sucedendo-se a Laços de Sangue (de 2006 pela Civilização Editora) e A Voz (de 2011 pela Porto Editora).

O Mistério do Lago consiste numa trama com uma dualidade: actualmente é encontrada uma ossada num lago, cuja identidade é investigada pelo inspector e a sua equipa. Sem qualquer identificação cronológica e através de flashbacks, a trama regride até aos anos 50 e conta a história de um grupo de jovens que estudam na universidade de Leipzig, no coração da Alemanha de Leste onde é notório um ambiente maioritariamente repressivo devido ao regime comunista, tratando-se de um contexto histórico bastante real.
Embora a subtrama englobe alguns aspectos políticos, não creio que sejam maçadores. São fulcrais para se entender as ideias da Alemanha antes da unificação. Recentemente vi um filme sobre o tema, Adeus Lenine, pelo que facilmente consegui envolver-me na subtrama de Tómas.
Neste trecho narrativo,envolvi-me por completo na emocionante história do islandês Tómas, que acaba por mostrar o lado maravilhoso da vida como os seus piores dissabores.

Acaba por ser este aspecto, o factor que torna O Mistério do Lago diferente dos dois livros antecessores. Enquanto Laços de Sangue e A Voz se debruçavam em investigações totalmente contemporâneos, penso que a presente obra vai mais longe ao abordar este período da história. Pela primeira vez, leio um livro do autor que investe em acontecimentos passados, não fosse Arnaldur Indridason historiador.

O autor, à semelhança dos livros anteriores, incide muito sobre a vida pessoal das personagens e fá-lo não só debruçando-se sobre a história de Erlendur, o protagonista da série, como disseca minuciosamente a vida de Tómas e as suas interacções no ambiente universitário. Este acaba por ser um ponto forte na narrativa: a forma como Tómas se "entranha" no leitor, deixando um sentimento de felicidade e revolta.
Se tivermos em conta o desenvolvimento da vida pessoal das personagens, este acaba por ser o aspecto mais independente da trama. Em relação à vida de Erlendur, há claramente uma dependência que remota ao livro antecessor do autor, A Voz e mais remotamente Laços de Sangue. Em O Mistério do Lago, o autor relembra apenas a relação deste com a filha, Eva Lind. No entanto, Indridason negligencia os laços com o filho Sindri ou com a mulher misteriosa Valgerdur. Uma vez que li A Voz em 2011 e como tal, não me lembrava de alguns pormenores, tive necessidade de folhear o livro antecessor para me contextualizar sobre estes.

Pertencendo a uma série, seria expectável o desfecho que deixa em aberto o rumo das personagens principais, em particular os fantasmas do passado de Erlendur e a sua relação com os filhos (e até Valgerdur). Apenas foi completamente resolvido o caso da ossada misteriosa, cuja identificação acabou por marcar o aspecto surpreendente da trama. 
Deixo o meu apelo à Porto Editora, que publique o próximo volume em breve!

Em suma, este foi um livro que me cativou a ponto de não conseguir parar de ler. Bendito 25 de Abril, que me deixou ficar em casa e viajar alternadamente pela Alemanha do Leste e a Islândia. Li praticamente o livro todo no feriado!
Uma caracterização fabulosa associada à influência do passado para um crime actual (e um riquíssimo contexto histórico) conferem a O Mistério do Lago, uma leitura extremamente interessante! 
Gostei mesmo muito! Recomendo não só a leitura deste Mistério do Lago bem como d´A Voz e seguir esta fascinante série de policiais islandeses.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

David Baldacci - Os Inocentes [Opinião]


Sinopse: Os Inocentes é um livro viciante — tem cenas repletas de ação, personagens dinâmicas e complexas e a dose certa de sedução e mistério — que, no final, vai deixar o leitor a questionar os seus próprios valores.
Esta é a história de uma amizade que luta pela sobrevivência numa conspiração que atinge as grandes esferas do poder. Ao longo destas páginas encontramos um assassino com uma missão especial e uma jovem em fuga cuja sobrevivência depende da cooperação entre ambos.

Opinião: Esta foi a minha estreia com o autor e fiquei agradavelmente surpreendida com a obra.
Baldacci dota a narrativa com uma forma quase cinematográfica, organizada em capítulos pequenos e sem momentos mortos, factores estes que impulsionam uma rápida leitura. Além disso, toda a trama é bastante interessante. Recorre a alguns deja vu, é certo, mas realça uma certa criatividade na história, expressa sobretudo pela improbabilidade da parceria entre os protagonistas.

Esta é uma história multifacetada originando vários mistérios em simultâneo. O leitor não se apercebe porque terá sido abortada a operação que desencadeou aquela que será uma corrida contra o tempo por parte de Julie e Robie. Por outro lado, o leitor é mantido na ignorância sobre o motivo da morte dos pais da jovem. Outros mistérios secundários são abrangidos, como homicídios secundários ou o papel de Annie, a senhora que trabalha na Casa Branca.
A trama é revestida por contornos de conspiração política sem cair no exagero, mostrando que o povo norte-americano é, e com razões para isso, obcecado com as questões relacionadas com o terrorismo. Ainda assim e sem qualquer dúvida, predomina a acção e a componente pessoal das personagens.

Will Robie, quarentão, é um assassino profissional, acarretando todas as características que este deve ter: aparentemente frio, calculista e solitário. Julie é a menina orfã de catorze anos que testemunha o assassinato dos seus pais, sendo obrigada a permanecer numa família de acolhimento. Este factor por si, é explicativo da personalidade da jovem, que de adolescente só a idade física, tal é a sua maturidade e capacidade de raciocínio. Mas Julie traz um ponto original à trama: até que ponto é que ela terá um desfecho feliz? Na generalidade dos thrillers que envolvem uma criança/adolescente, o clímax dá-se no momento em que esta retorna a casa para junto da família, o que evidentemente não acontece na presente história. Mais uma componente de mistério a adensar a trama existente.

Mas esta convivência fará com que Robie revele a sua consciência e grandioso coração. O autor caracteriza as personagens progressivamente ao longo do livro, não se limitando a Julie ou Robie.
Quem vê esta parelha deduz que então não haverá qualquer envolvimento amoroso. Errado! Até alguma tensão sexual existe mas entre Robie e uma outra personagem (quem é que não aprecia uma pitadinha de romance nos thrillers, hein?)

Em suma, ler este livro foi tão bom para mim quanto ir ao cinema ver um filme de acção. Com estas perspectivas, o meu caro leitor não se sentirá defraudado: 'Os Inocentes' está à altura de um box office mas em formato de livro. Muito bom livro, sem dúvida! David Baldacci é doravante, um autor que irei seguir atentamente!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Passatempo Editorial Presença: Ken Follett - Triplo [Resultado]


Com a preciosa colaboração da Editorial Presença, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro, Triplo de Ken Follett, para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 281 participações das quais 264 válidas (atenção às moradas repetidas e às informações que se encontravam na sinopse bem como no site da editora), as respostas correctas eram:


1. Em que ano se passa a trama? 1968
2. Quantas toneladas de urânio desapareceram? 200
3. Qual o país por detrás do desaparecimento do urânio? Israel
4. Qual destes livros de Ken Follett publicados pela Editorial Presença NÃO PERTENCE à colecção Grandes Narrativas? A Ameaça

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

222 - Telma Santos (Freiria)

Parabéns à vencedora!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos! 

Para mais informações, consulte o site da Editorial Presença aqui


domingo, 21 de abril de 2013

Lisa Gardner - A Filha Secreta [Opinião]


Sinopse: Aquilo que não sabemos pode matar-nos. Melanie perdera todas as recordações anteriores à adopção e agora alguém quer devolver-lhas. Mesmo que isso inclua o pesadelo mais tenebroso que a família Stokes já enfrentou: o assassínio da sua primeira filha no Texas. À medida que Melanie persegue toda e qualquer pista em busca da sua verdadeira identidade, dois acontecimentos aparentemente não relacionados de há vinte anos juntam-se numa perigosa explosão de verdade. E com a própria vida em risco, Melanie receia que as pessoas que mais ama, as da sua família, sejam aquelas em quem menos deve confiar.

Opinião: Mais um excelente livro desta autora!
Estou a ler a série ordenadamente mas constatei que A Filha Secreta seria um livro independente. As várias opiniões favoráveis bem como a sinopse, levaram-me à escolha deste livro invés de ter optado pela Vingança de Olhos Negros, o sucessor de O Assassino das Sombras.
De facto, o agente especial Pierce Quincy tem uma breve aparição e autora inclui uns lamirés do caso de Jim, que remota ao livro Minha Até à Morte. Nada que dificulte o desfrutar em pleno deste livro, sem a leitura prévia das obras da autora.

O livro aborda um tema muito delicado: a adopção de crianças. Em particular, esta adopção está embebida num ambiente sombrio até porque se considera a criança adoptada como substituta de uma que terá sido vítima de um homicídio.
O tema da pena de morte também é incluído embora sem grandes desenvolvimento. Como tal, o início do livro é bastante angustiante uma vez que presenciamos uma execução, descrita sem qualquer floreado.
O mais tenebroso não é nem a adopção, nem a pena de morte. É a forma como ela recalcou as vivências antes da adopção. No início pareceu-me algo forçado, afinal de contas aquando a adopção, Melanie teria 9 anos, altura em que são vividas todas as memórias passadas. Mas recordo-me das minhas antigas aulas de psicologia de 12º, que estes mecanismos de defesa são accionados na altura de um trauma e eu, felizmente não tendo passado por nenhum, não sei conceber este processo. Logo, dei o benefício da dúvida a este estado amnésico por parte de Melanie.

Não que tenha desgostado da personagem. Como já é hábito, a autora desenvolve de uma forma bastante completa as personagens fulcrais da trama. Segue-se todo um panorama dos vinte e nove anos de Melanie bem como a vida de David, este um pouco mais velho. Desde o início que é previsível o seu envolvimento uma vez que a autora consegue, e muito eficazmente, enfatizar ainda que de forma discreta, a química que surge entre ambos. Apenas não é discreta na descrição da primeira noite de amor que passam juntos, estando quase à altura daquelas autoras versadas nos romances sensuais.
Exceptuando este facto, o único que a meu ver que é de facto expectável, a trama assegura umas grandes reviravoltas. Aliás, esta é uma história com contornos misteriosos e uma pitada de romance combinando com um desfecho bastante imprevisível.

Enfatizando uma vez mais a componente pessoal das personagens, a autora consegue pôr em prática o conceito de uma família desfuncional, o que acaba por realçar Melanie e tornar as restantes personagens algo suspeitas, embora de forma traiçoeira, uma vez que o vilão assumido terá morrido há mais de vinte anos. 

A Filha Secreta proporcionou-me uma excelente leitura, sem margem para dúvidas! Mais uma vez mostra o porquê se ser fã de Lisa Gardner. Até ao próximo livro!

sábado, 20 de abril de 2013

Janet Evanovich - Gula Perversa [Opinião]


Sinopse: A vida de Lizzy Tucker não pode ser mais confortável: mudou-se recentemente para uma casa histórica que herdou em Salem, no Massachusetts, e acaba de tornar-se chef na Dazzle's, uma das pastelarias mais visitadas da cidade. Mas a esperança por qualquer tipo de normalidade evapora-se quando dois homens entram de rompante na sua vida: o sombrio Gerewulf Grimoire, e Diesel, um homem lindíssimo e de aparência angelical. Grimoire procura as Pedras de Saligia que estarão, diz-se, em Salem. Esses sete talismãs — representativos de cada um dos sete pecados mortais — dão poderes assustadores a quem os detenha. Diesel é um homem com uma missão: parar Grimoire a todo o custo. Só precisa de convencer Lizzy de que apenas ela será capaz de manter o vilão longe dos talismãs. Mas, para que isso aconteça, Diesel quer protegê-la todo o dia… e toda a noite. Estes talismãs têm efeitos estranhos sobre si, enchendo-a de apetites e desejos súbitos. Com dois homens no seu encalce, e sentindo-se estranhamente atraída por ambos, como irá ela escapar à espiral de emoções em que se vê envolvida?

Opinião: Desde que li Perseguição Escaldante, percebi que Janet Evanovich era uma autora a seguir. Por isso fiquei muito entusiasmada quando tive conhecimento que a TopSeller ia publicar Gula Perversa, o primeiro de uma série protagonizada por Lizzie Tucker e Diesel.
Embora Gula Perversa se distancie de Perseguição Escaldante no que conta ao género (afinal de contas os livros protagonizados por Stephanie Plum inserem-se no género policial), foi uma leitura igualmente plazerosa e descontraída.

Gula Perversa dá início a uma saga que aborda aspectos do sobrenatural.  É portanto, como sugere a sinopse, uma história com contornos do género do fantástico. Aquela que é uma sátira ao mundo das feitiçarias, até porque o cenário é a cidade de Salem, torna-se um enredo extremamente hilariante. Presumo que este seja o primeiro de uma série de sete livros, uma vez que o tema chave na presente trama é o pecado mortal da Gula.

Lizzie Tucker não é muito diferente de Stephanie Plum. Aliás, penso que as únicas diferenças se resumem ao local de residência e às ocupações profissionais.
À semelhança de Perseguição Escaldante, a presente trama é escrita na primeira pessoa, privilegiando o leitor não só com as várias situações com que Lizzie se depara, como também com os pensamentos extremamente mordazes da protagonista. O humor continua a ser uma mais valia na escrita de Evanovich e ela recorre ao mesmo de uma forma inteligente apesar da absurdez das várias provações a que Lizzie e Diesel são submetidos no decorrer da história. Mas as semelhanças não se resumem às protagonistas, elas próprias têm ajudantes e Glo fez-me lembrar de Lula.

Não é só Lizzie que se destaca pelo carácter humorístico. A meu ver, e sem levantar ondas sobre a trama, uma personagem que me fez rir a bandeiras despregadas foi o macaco Carl. As suas maneiras deixam muito a desejar, e aliadas às situações insólitas, resultaram os momentos mais divertidos no decorrer desta leitura.

Aguardo com mesmo muita ansiedade pela publicação de um próximo livro da autora! Eu pessoalmente gostei muito e até sou por norma, uma pessoa pouco tolerante com histórias disparatadas. Não obstante, os livros da autora são leves e apropriados para rir um pouco, desanuviando o leitor dos problemas do dia-a-dia. E considerando esse propósito, Evanovich é perfeita!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Antonio Hill - O Verão dos Brinquedos Mortos [Divulgação Editorial Porto Editora]




Data de Publicação: 29 Abril 2013 

Título Original: El Verano de Los Juguetes Muertos
                 Tradução: Helena Pitta
Páginas: 344
Preço com IVA: 16,60
                 ISBN: 9789720045881

Ainda antes de entrar no mercado espanhol, já os direitos de tradução
de O Verão dos Brinquedos Mortos estavam vendidos para oito
importantes editoras europeias. O romance de estreia de Antonio Hill,
que alcançou o 1.º lugar do top assim que chegou às livrarias
espanholas, é publicado pela Porto Editora no dia 29 de abril.
Em O Verão dos Brinquedos Mortos, o inspetor Héctor Salgado vê-se
enredado numa teia de interesses da qual terá de se libertar para
resolver um delicado caso de homicídio no seio de uma família catalã
de classe alta. O enredo e as fortes personagens deste livro – entre
elas a própria cidade de Barcelona – justificaram a produção de uma
série televisiva que estreará brevemente.


Sinopse: O inspetor Héctor Salgado está afastado do serviço há semanas quando lhe atribuem, extraoficialmente, um caso delicado – o aparente suicídio de um jovem de boas famílias. À medida que Salgado penetra num mundo de privilégios e de abusos de poder, o caso, aparentemente simples, complica-se de forma inesperada, e o inspetor terá de enfrentar não só esse mundo mas também o seu passado mais obscuro, que, no pior momento, volta para ajustar contas. Os sonhos, o trabalho, a família, a justiça e os ideais têm um preço muito alto… mas há sempre quem esteja disposto a pagá-lo.

Sobre o autor: Antonio Hill (Barcelona, 1966) é licenciado em Psicologia e há mais de dez anos que se dedica à tradução literária e à colaboração editorial em diversas áreas. Entre os autores que já traduziu encontram-se David Sedaris, Jonathan Safran Foer, Glenway Wescott, Rosie Alison, Peter May, Rabbih Alameddine e A. L. Kennedy. O Verão Dos Brinquedos Mortos é o seu primeiro romance, e os respetivos direitos foram já vendidos para 11 países. Para mais informações sobre o autor visite o site www.tonihill.es

Imprensa:
«Há tantos acontecimentos e reviravoltas, tantas personagens, todas elas com uma biografia trabalhada ao pormenor, que o leitor fica agarrado desde o primeiro momento.» 

El País
 
«A primeira coisa que atrai o leitor neste impressionante romance de estreia é a sua linguagem sugestiva e atmosférica – a sensação de um calor opressivo está sempre presente. Também a forma como a cidade de Barcelona é tratada, tornando-se mais uma personagem da trama, invoca o grande mestre da literatura barcelonesa Carlos Ruiz Zafón.» The Indendent (UK)


«Uma excelente caracterização dos personagens e do ambiente, um protagonista agradável e cativante, e muitas reviravoltas, com um final em suspense que deixa a porta aberta para o próximo livro da série do inspetor Héctor Salgado. »

The Guardian  

Primeiras páginas: aqui

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Passatempo TopSeller: Janet Evanovich - Gula Perversa


Desta vez, e em parceria com a TopSeller, a menina dos policiais tem para sortear, um exemplar do livro Gula Perversa de Janet Evanovich. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.

Regras do Passatempo:
- O passatempo começa hoje dia 15 de Abril de 2013 e termina às 23h59 do dia 25 de Abril de 2013.
- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.
- O vencedor será contactado via e-mail.
- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.
- Se precisarem de ajuda, podem consultar aqui.

Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)












quarta-feira, 10 de abril de 2013

Passatempo Editorial Presença: Ken Follett - Triplo


Desta vez, e em parceria com a Editorial Presença, a menina dos policiais tem para sortear, um exemplar do livro Triplo de Ken Follett. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.

Regras do Passatempo:
- O passatempo começa hoje dia 10 de Abril de 2013 e termina às 23h59 do dia 21 de Abril de 2013.
- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.
- O vencedor será contactado via e-mail.
- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.
- Se precisarem de ajuda, podem consultar aqui e no site da editora Editorial Presença aqui

Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)






Passatempo Nuno Nepomuceno - O Espião Português [Resultado]


Com a preciosa colaboração do autor Nuno Nepomuceno a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro, O Espião Português, para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 158 participações válidas, as respostas correctas eram:

1. Que prémio venceu 'O Espião Português'? Prémio Literário Book It
2. Onde trabalha André Marques-Smith? No Ministério dos Negócios Estrangeiros português
3. Qual é o nome de código do espião da Cadmo, identidade assumida por André Marques-Smith? Freelancer
4. Em que área é licenciado o autor Nuno Nepomuceno? Matemática

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

79 - Cátia Duarte (Cacém)

Parabéns ao vencedor!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Arnaldur Indriđason - O Mistério do Lago [Divulgação Editorial Porto Editora]

Data de Publicação: 15 Abril 2013 

Título Original: Kleifarvatn
                 Tradutor: Vasco Galo
Páginas: 312
Preço com IVA: 16,60
                 ISBN: 9789720045454 

Arnaldur Indriđason, considerado por Luis Sepúlveda «a grande voz do policial nórdico», publica um novo livro na Porto Editora. Depois de A Voz, chega no dia 15 de abril às livrarias O Mistério do Lago.
Vencedor do Prémio Chave de Vidro, atribuído pela Associação Escandinava do Romance Policial, e do CWA Gold Dagger, o autor tem a sua obra publicada em 26 países e é uma referência dentro da literatura policial negra. O Mistério do Lago é protagonizado pelo inspetor Erlendur, que desta vez investiga um assassinato que envolve membros do ex-bloco soviético.

Sinopse: O nível das águas do lago Kleifarvatn tem vindo a descer lentamente na sequência de um terramoto. Uma hidróloga local está a estudar o estranho fenómeno quando descobre uma ossada humana com um buraco no crânio e, ao lado, um velho aparelho de rádio com inscrições em cirílico quase ilegíveis. A Polícia é enviada ao local e o inspetor Erlendur e a sua equipa ficam a cargo da investigação, que os levará a pesquisar desaparecimentos ocorridos na Islândia na década de sessenta. As pesquisas conduzem-nos inevitavelmente às embaixadas do ex-bloco soviético e a antigos estudantes islandeses das juventudes socialistas, bolsistas na Alemanha de Leste em plena Guerra Fria.
Um romance carregado de mistério que confirma Arnaldur Indriđason como um dos grandes nomes do policial nórdico.


Sobre o autor: Arnaldur Indriđason (Reiquejavique, 1961) é historiador, jornalista e crítico literário e de cinema. Durante vinte anos trabalhou para o Morgunbladid, o mais importante diário da Islândia, antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro. Publicados em vinte e seis países, os seus romances rapidamente se tornaram bestsellers. A sua vasta obra tem recebido inúmeros prémios, entre os quais se destacam o Prémio Chave de Vidro (2002 e 2003), atribuído pela Associação Escandinava do Romance Policial, e o CWA Gold Dagger.

Imprensa
«Arnaldur Indriđason é um contador de histórias nato, com um dom especial para evocar a complexidade do ser humano.»
The Guardian
 
«Um romance excecional, que transcende o género.»
Library Journal

«Arnaldur Indriđason deixa o leitor em suspenso até às últimas páginas.»
Washington Post

«O grande nome do romance negro islandês.»
El Mundo 

Leia AQUI as primeiras páginas.

Anteriormente publicado pela Porto Editora (para ver a sua opinião, clique sobre a imagem)














segunda-feira, 8 de abril de 2013

Caroline Graham - Morte na Aldeia [Opinião]


Sinopse: Badger’s Drift é a típica aldeia inglesa onde todos se conhecem e, aparentemente, nada acontece. Tem um vigário, um médico desastrado, umas quantas figuras excêntricas e uma solteirona amorosa, famosa pelas suas bolachas caseiras. Mas quando a velhinha morre subitamente, a sua melhor amiga não se conforma. Ela sabe que aquela morte não foi natural. O inspector-chefe Barnaby e o incansável sargento Troy não têm alternativa senão investigar. E o lado sombrio da pitoresca aldeia começa lentamente a ser revelado. Perante velhos ressentimentos e novas rivalidades, ódios intensos e paixões dissimuladas, Barnaby está cada vez mais alarmado. Infelizmente, um segundo e hediondo crime vai confirmar as suas piores suspeitas.

Opinião: Muito me agradou abrir este livro e deparar-me com o marcador correspondente. A colecção Crime à Hora do Chá promete e vai continuar a dar cartas com nomes sonantes como Anne Perry, que constará do catálogo logo no segundo volume desta colecção.

Falando concretamente de Morte na Aldeia, este é já um clássico da literatura policial. E como tal, há um aspecto que se relaciona fortemente com Agatha Christie, ora não estejamos nós a falar da literatura britânica, é o tal cuidado na descrição que se denota sistematicamente também nos autores Stephen Booth ou P.D. James. O que eu carinhosamente apelido de polite, embora Graham se destaque pelo carácter eventualmente perturbador existente numa ou outra passagem, pelo grafismo de violência impingido em uma personagem.
Este livro foi considerado pela CWA (Crime Writers´ Association) como um dos 100 melhores policiais de sempre, como podem ver aqui. Tendo sido escrito em 1987, terá sido, a meu ver, uma história inovadora na época.

Em Morte na Aldeia é dada uma ênfase na componente psicológica do crime e os efeitos do mesmo em sociedade. A velhinha Emily Simpson morre, após ter visto um envolvimento entre duas personagens das quais nos é ocultada as suas identidades. Assim, a sua amiga acredita piamente que alguém terá morto Emily para a silenciar do que terá presenciado.
Em busca desta resposta, o inspector chefe Barnaby e o inexperiente sargento Troy partem para uma investigação que se baseia na lógica e em métodos de interrogação aos aldeões. Penso que um ponto forte reside aqui: a autora soube retratar as relações num vilarejo: os aborrecimentos, as cusquices e as rotinas.

Portanto, quem espera procedimentos de autópsias ou investigação forense, rapidamente vê as suas expectativas goradas. Esta é uma investigação cuja resolução passa por técnicas intuitivas. Esteja em que capítulo estiver, garanto que fechará o livro a pensar nos contornos deste crime, que é apenas isolado numa fase inicial.

Para revestir de uma carácter suspeito em todas as personagens, a autora investe num longo e elaborado feedback na apresentação das mesmas. Não percebi no início o porquê de, por exemplo, Barbara Lassiter ter um capítulo dedicado a si própria relatando a sua existência. Ou porquê as morosas descrições em torno da mrs.Rainbird. Coincidências com Agatha Christie ou não, o certo é que esta trama se evidencia pela brutalidade de um homicídio, o qual Christie estaria longe de escrever pelo grau de grafismo presente.
Mas estas são descrições longe de enfadonhas, relatando segredos bem escondidos (ok, eu assumo-me como uma fã gossip girl neste tipo de livros), o que me fascinou e até escandalizou se tivermos em conta uma vez mais, a marca temporal que assinala o livro em questão.

Gostei bastante dos protagonistas. Sabem que este Barnaby fez-me lembrar um pouco do Guido Brunetti de Donna Leon, devido ao panorama familiar. Ele tem uma esposa adorável, tornando estas passagens extremamente ternurentas, contrabalançando o teor de mistério patente em toda a trama.

O final é simplesmente chocante e se tivermos em conta que o livro foi escrito nos anos 80, foi um desfecho altamente avant garde. Fiquei genuinamente surpreendida embora na literatura policial actual seja um final relativamente comum.

Em suma, Morte na Aldeia é um excelente livro e, apesar de ter sido escrito há quase trinta anos merece ter destaque contínuo nos dias de hoje. Espero ver mais obras da autora editadas em Portugal!
Um excelente início que assinala esta nova colecção da chancela da ASA. A avaliar pelo primeiro volume, Crime à Hora do Chá apresenta fortes probabilidades de se juntar às minhas colecções preferidas em matéria de policial. Gostei imenso!

domingo, 7 de abril de 2013

Harlan Coben - Invasão de Privacidade [Opinião]


Sinopse: Desde o suicídio do seu melhor amigo, Adam adoptou um comportamento distante e praticamente irreconhecível. Por isso os pais deste adolescente concordam em instalar um programa no computador dele que vigia todos os seus passos. Simultaneamente, a mãe do jovem que se suicidou descobre algo acerca da noite da morte do filho que mudará tudo, mas então a única pessoa que a pode ajudar - Adam - desaparece misteriosamente. Um thriller tenso, repleto de ligações inesperadas e que nos faz questionar até onde iríamos para proteger aqueles que amamos.

Opinião: Mais um espectacular livro de Harlan Coben, um autor publicado pela Editorial Presença, nas suas colecções Minutos Contados e O Fio da Navalha.
Ao contrário do que aconteceu em Morte no Bosque, Desaparecido Para Sempre, Falta de Provas e Não Contes a Ninguém, em que a história era narrada na primeira pessoa dando uma percepção de participante directo na trama, este Invasão de Privacidade reverte a fórmula usando a narrativa na terceira pessoa. 
A escrita de Coben porém, não deixa de envolver o leitor neste estranho caso. Afinal de contas o autor remexe em temas como o controlo parental (tarefa esta complicada se tivermos em conta o actual avanço tecnológico) e o suicídio dos jovens, dando uns lamirés sobre o penoso mundo da droga e prostituição.

Se pelas temáticas abordadas eu estava convencida com este livro, então após a sua leitura devo dizer que fiquei deslumbrada com a complexidade da trama. Agradou-me muito a abordagem sobre o controlo parental e pareceu-me extremamente verossímil o programa através do qual foi feita esta monitorização sobre o jovem na internet. O autor trata com grande discernimento a delicada relação que o adolescente estabelece com os seus progenitores fazendo-me pensar entrelinhas que ele próprio será um excelente pai.
Na sociedade actual, estes são os potenciais problemas reais que assolam várias famílias, conferindo um verdadeiro abrir de olhos!

Efectivamente lançados no pior pesadelo de todos os pais, Coben consegue transmitir toda a angustia que esta situação desencadeia.
Não se cingindo apenas ao desaparecimento de Adam, o autor tece algumas subtramas e de alguma forma consegue ligá-las todas sem nunca revelar como irá convergir a história. O autor fá-lo no entanto, com grandes reviravoltas, nunca perdendo a lógica e o entrosamento das histórias. Posso garantir-lhe caro/a seguidor/a que ficará surpreendido/a por diversas vezes!

Se por um lado acompanhamos a luta de Tia e Mike Baye, à procura do seu filho Adam, por outro o autor tece uma grande ênfase na história de Joe Lewiston, que ridicularizou uma menina em plena sala de aula, e como Yasmin Novak encarou este incidente. É também a história de um casal com um filho doente, necessitando de um transplante de rim e a impotência dos médicos aquando não existem dadores compatíveis; é a dor de Nash em ter perdido a mulher que mais amou... Várias histórias de vida, cada uma delas sustenta um segredo e que se conjugarão num dramatismo que complementa o mistério, a acção, o suspense que Coben brilhantemente assegura em Invasão de Privacidade.

A par da história muitíssimo bem intrincada, há um destaque para a outra componente que resulta nos romances de Coben, as personagens. Há uma participação especial, digamos assim, de um personagem já conhecido: Paul Copeland, protagonista de Morte no Bosque. No entanto, não é necessário ler previamente esta obra, uma vez que Copeland tem um ínfimo papel que se restringe à investigação policial.
Por ser um livro que não se debruça exclusivamente nos protagonistas, apresenta uma caracterização bastante completa em todas as personagens.

Bastante intrigante e impressionante, este livro apresenta uma séria advertência sobre a paternidade! Lê-se num fôlego, tal como os outros do autor, provando que Harlan Coben é um mestre em questões de thriller.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Vina Jackson - 80 Dias: A Cor do Desejo [Opinião]


Sinopse: Summer Zahova é uma violinista ardente e impetuosa, que vive uma relação frustrante com um homem que não a compreende. É na música que encontra a sua libertação. Ela passa as tardes nas estações de metro de Londres a tocar violino, perdida nas partituras de Vivaldi e Mendelsshon. Um dia o seu violino sofre um acidente irreparável e Summer recebe uma proposta inesperada de Dominik, professor universitário, um homem atormentado por desejos inconfessáveis que ficou fascinado por Summer quando a ouviu tocar. Dominik oferecer-lhe-á um novo violino na condição de ela tocar para ele em privado.
Incapazes de reprimir a forte atração que sentem, Dominik e Summer embarcam numa aventura intensa e ousada. Para Summer é a oportunidade de se confrontar com o seu lado mais sombrio, no entanto, cedo se apercebe de que o prazer tem um preço elevado. Mas poderá uma relação nascida de uma tal paixão sobreviver?

Opinião: Foi com muita curiosidade que acolhi a publicação de 80 Dias: A Cor do Desejo, uma nova saga de romances sensuais para os fãs das cinquenta sombras e afins, sob o invólucro de uma capa lindíssima.

O início da trama prendeu-me. Estavamos perante Summer Zahova que, pensava eu, destacar-se dos clichés das personagens femininas desta tipologia de romance. Summer encontrava-se envolvida com Darren numa relação desprovida de prazer feminino, centrando-se no homem. Embora ela apresentasse todo um instinto e desinibição sexual, Darren porém, inibia todos estes desejos. Achei-a destemida quando rompeu com esta relação. O pior foi a desilusão que se seguiu: Summer deixou-se vender por um violino. E por este mero objecto, foi submetida a uma série de provações que, embora esta admita plazerosas, no meu entender vejo-o como uma bateria de testes para testar a sua submissão. E uma personagem que me parecia tão forte de início, facilmente se desmorona, indo ao encontro dos limites da servidão humana.
Achei-a portanto, uma personagem altamente contraditória.

Há um outro aspecto que poderia estar melhor justificado na trama, a meu ver. De facto achei um pouco abrupta a saída de cena de Darren. Tentou algumas vezes a reconciliação, depois disso tornou-se uma pária, não tendo sido mais mencionado na história.
Já o próprio Dominik achei um dominador muito à frente, como costumo dizer. Não sinto que tenha havido uma ligação entre as personagens como Eva e Cross em Rendida ou Christian e Anastasia em As Cinquenta Sombras de Grey, dando a entender que a relação se cingia a um plano estritamente sexual, nem sendo este de exclusividade!

A caracterização das personagens vem um pouco ao encontro da própria história. De início parecia interessante, tendo com cenário os belos locais londrinos e como pano de fundo, um violino que toca as mais belas peças da música clássica. Rapidamente a história revela-se como mais sombria, em que a caracterização do BDSM está presente (é cada vez mais recorrente a abordagem do assunto) mas escrita de uma forma menos sensual que os livros anteriormente lidos sobre esta mesma temática. O rumo que a trama leva piora quando surge em cena Victor, uma personagem que inicialmente tem um papel pouco significativo, assumindo posteriormente proporções mais rebuscadas.
Há inúmeras cenas que saem muito do quão excitante pode ser o acto do sexo indo mais longe, constituindo práticas que relaciono mais à pornografia do que propriamente ao erotismo. Mais do que ir aos encontros do BDSM, Vina Jackson vai mais longe e tece uma complexa teia de promiscuidade. Se a ausência de afectividade num relacionamento sexual me surpreende, então a isenção do respeito pelo próximo, especialmente nestas circunstâncias, choca-me. Atrevo-me a dizer que a trama contempla uma repescagem bastante completa de práticas sexuais, algumas elas de carácter mais sórdido.

Para mim a sensualidade reside na descoberta e o explícito, embora igualmente excitante, apela menos à imaginação de cada um de nós. Um claro exemplo são os livros da Lisa Kleypas (que tive oportunidade de ler uns excertos), também publicados por esta editora, mais contidos na linguagem e com um desenvolvimento no relacionamento das personagens.

Aponto ainda um aspecto, menos positivo aquando esta leitura: a tradução. Não que eu seja púdica e repudie linguajar dito calão mas desagradou-me ler termos mais fortes como, desculpem mas passo a citar, "cona", intercalados com termos mais da gíria popular e até mais infantil, como "pila". Em termos semânticos, e para ser sincera, achei um pouco desequilibrado. Teria sido mais coerente (e até menos chocante) se a tradutora tivesse recorrido sistematicamente a termos escatológicos em toda a narrativa.
Mas a tradução carece de um cuidado de revisão tendo eu por exemplo detectado na página 156, uma troca de nomes das personagens.

Normalmente livros de carácter romance sensual são lidos num curto espaço de tempo. Volto por exemplo a relembrar Rendida, desta mesma editora 5 Sentidos, foi lido em apenas um dia contrapondo-se a 80 Dias: A Cor do Desejo cuja leitura foi mais morosa.

Em suma, é um livro apenas para as leitoras mais destemidas. Admito que sou ainda muito imberbe no que respeita a este género mas sinceramente penso que as mais românticas sentir-se-ão desiludidas com a estreia de Vina Jackson, factor este que se prende com o que mencionei anteriormente.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

James Patterson - Agência Internacional de Investigação [Divulgação Editorial TopSeller]


Data de Publicação: 4 Abril 2013 

Título Original: Private
                 Colecção: Private
Páginas: 384
Preço com IVA: 17,69
                 ISBN: 9789898626097 

Depois de Alex Cross, o autor é publicado pela TopSeller, marcando o início de uma nova colecção.

Sinopse: Jack Morgan, antigo fuzileiro naval e agente da CIA, herdou do seu pai a Private, uma reputada agência internacional de investigação e segurança e, com ela uma carga de trabalhos que pode levá-lo ao ponto de rutura. Os segredos dos homens e mulheres mais poderosos chegam diariamente a Jack e aos seus agentes, que usam técnicas forenses de ponta para resolver os seus casos.
Como se não lhe bastasse ter de apurar a verdade sobre um escândalo de jogo ilegal na liga de futebol americano e tentar resolver um inquérito criminal sobre as mortes selváticas de 18 raparigas, Jack ainda vai ter de desvendar o tenebroso assassínio da mulher do seu melhor amigo — e sua antiga amante.
Com uma narrativa que se desenvolve a um ritmo alucinante, Private: Agência Internacional de Investigação é o mais excitante e vibrante thriller de James Patterson.

Aqui está o booktrailer do livro:




Ken Follett - Triplo [Divulgação Editorial Presença]




Data de Publicação: 2 Abril 2013 

Título Original: Triple
                 Colecção: Grandes Narrativas, Editorial Presença
Páginas: 400
Preço com IVA: 18,90
                 ISBN: 9789722350334

Sinopse: No ano de 1968, Israel esteve por detrás do desaparecimento de 200 toneladas de urânio, material destinado a dotar o Egito da bomba atómica com a ajuda da União Soviética. Contudo nunca se conseguiu determinar como é que um carregamento daquele minério, suficiente para produzir 30 armas nucleares, desapareceu no mar alto sem deixar provas que comprometessem Israel. Follett pegou nesta enigmática ocorrência e criou a partir dela um thriller único, onde um suspense de alta voltagem se combina com factos históricos.

Triplo é a fascinante história de um espantoso golpe de espionagem e um dos mais bem guardados segredos do século passado. New York Times Bestseller


Sobre o autor: Ken Follett é britânico e nasceu em 1949. Consagrado autor de bestsellers, é sobretudo conhecido pelos seus thrillersA Ameaça foi publicado pela Presença na coleção «Minutos Contados». O seu primeiro grande êxito registou-se com o livro O Olho da Agulha, que venceu o Edgar Award em 1978, mas entre os seus maiores sucessos conta-se Os Pilares da Terra e O Mundo sem Fim, dois romances históricos que se tornaram livros de culto no mundo inteiro, e que o leitor pode encontrar na coleção «Grandes Narrativas» da Editorial Presença. Estima-se que a obra de Ken Follett tenha vendido acima dos 130 milhões de exemplares.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mary Higgins Clark - O Luar Fica-te Bem [Opinião]

Sinopse: No centro da acção está Maggie Holloway, uma bela jovem independente, fotógrafa de sucesso, que um dia encontra por acaso a madrasta de quem se encontrava há muito afastada  e de quem conserva as melhores recordações de infância . Nuala Moore fica igualmente encantada por reencontrar Maggie e as duas preparam-se para recuperar o tempo perdido.
Mas Nuala morre de repente, aparentemente vítima de assalto.
Maggie fica desesperada e resolve investigar a morte de Nuala, o que a leva a um luxuoso lar de terceira idade onde se encontram as melhores amigas de Nuala que também começam a morrer em circunstâncias misteriosas.
O que Maggie ainda desconhece é que, também ela, se tornou um alvo para o assassino e que, à medida que vai encontrando pistas,também se vai aproximando de um destino terrível e inimaginável.

Opinião: Mary Higgins Clark é já uma autora bem conhecida e recorrente na minha estante. Colecciono os seus livros e até hoje, dos que já li, nenhum me desiludiu. 
Em particular este O Luar Fica-te Bem destacou-se como um dos meus preferidos da autora. E porquê? Porque os elementos fulcrais da história são caixões vitorianos. Um pouco mórbido, não? Mas é verdade, a autora desenvolve uma história que assenta muito neste elemento.

A trama inicia-se com o que aconteceu a Maggie no dia 8 de Outubro, deixando o leitor bastante intrigado e diria chocado. 
A meu ver, o prólogo apesar de desvendar antecipadamente a situação de Maggie, induz e intensifica a vontade para ler a trama. A acção recua até 27 de Setembro onde são apresentadas várias personagens, sendo esse o ponto menos positivo. A autora habituou-nos a um timing de apresentação de personagens que não foi seguido em O Luar Fica-te Bem. Devido à quantidade e à necessidade de aprofundamento das personagens, o início da trama é um pouco lento e explora essencialmente as relações das personagens, debruçando-se além da protagonista Maggie, sobre algumas dinâmicas de casais e outros com papel mais individual.
Claramente destaca-se a relação de Maggie com Nuala. Embora desprovida de consanguinidade, é uma relação bastante maternal e ternurenta, contribuindo para a empatia e posteriormente compaixão na altura da morte de Nuala.

Um dos clichés de MHC é a forma como ela introduz o romance na trama. Neste caso também o há, embora  inicialmente com contornos dúbios que evolui quase como às apalpadelas. Nesse prisma achei um pouco forçado o relacionamento amoroso entre a protagonista e um outro personagem, embora caia sempre bem uma pitada de romantismo num romance policial e em especial este, que como já referi no início, até é um pouco mórbido.
Muitas personagens decretadas como suspeitas, e neste livro há imensas também devido ao que afirmei anteriormente. Todos os intervenientes da narrativa têm um motivo, nem que seja dissimulado para ter morto Nuala e posteriormente outras senhoras idosas.

A minha maior crítica vai também para o final, que na minha opinião, poderia fundamentar melhor as motivações do assassino. A autora optou por enfatizar mais o happy ending de Maggie.
Ainda assim, a trama configura-se bastante original, e devo confessar que muito me fascinou aquele ambiente de recriação vitoriana (embora ajustando-se a costumes de cariz fúnebre). Mais um excelente mistério daquela que é a rainha do crime, Mary Higgins Clark. Até ao próximo livro, em breve!


Mark Pryor - O Livreiro [Opinião]


Sinopse: Neste romance de ritmo acelerado e empolgante (que prenderá os leitores da primeira à última página), encontramos a história de um terrível segredo escondido durante décadas nas páginas de um livro há muito desaparecido.
Hugo Marston decide comprar um livro raro ao seu amigo Max, o idoso proprietário de uma banca de obras antigas. Poucos minutos depois, Max é raptado. Vivamente surpreendido com o ato, Marston, chefe de segurança da embaixada americana em Paris, nada consegue fazer para impedir o raptor. Marston inicia então uma investigação destinada a encontrar o livreiro, recrutando a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA.
A busca de Hugo revela que Max é, afinal, um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis. Estará o rapto ligado ao sombrio passado de Max ou aos misteriosos livros raros que vendia?

Opinião: Promissora a estreia de Mark Pryor na literatura thriller actual!
A capa bem como a sinopse antecipavam um livro sombrio, o que não correspondeu de todo ao que o livro é. Acontece que o livro surpreendeu-me (e pela positiva).

Sem dúvida que o que mais apreciei no livro foi o ânimo leve a que é dado à trama. Há um rapto e algumas mortes, mas o protagonista, Hugo Marston, é espirituoso e emparelha de tal forma com Tom Green, tornando esta leitura bastante agradável e nada pesarosa.
O próprio Tom, agente da CIA é munido de grande humor, descomprimindo inúmeras cenas mais tensas. Os diálogos, quer de Tom quer de Hugo, são recorrentes e tiverem o seu quê de engraçado devido às inúmeras expressões em francês (embora desprovidas de notas de rodapé, penso que eram acessíveis a todos, de forma geral). A par destas, as várias tiradas especialmente por parte de Tom, reforçaram o carácter espirituoso que o livro apresenta.
O elemento chave é provavelmente a acção que se sobrepõe ao thriller. Quando vi a sinopse do livro achei que este seria mais um livro sobre o Holocausto, nazis, etc, até devido à suástica no título. Penso que somos induzidos em erro, pois a temática é muito aligeirada e serve apenas de contexto, contrapondo-se ao aprofundamento sobre a relação do protagonista com Claudia Noux. Sim, para os fãs do romance, há uma ligeira pitada deste, sem que se torne muito lamechas pois o autor aborda sempre um clima de mistério.

Assim, o livro foge muito às convencionais tramas que contemplam exaustivamente a temática do Holocausto. É um livro que, reunindo estas características quanto ao género, facilmente se adequa a todos os públicos adeptos do estilo de acção.

Mas O Livreiro e também uma história para os amantes dos livros, trazendo consigo inúmeros factos sobre o mundo do coleccionismo destes objectos e as dinâmicas de alfarrabistas ou bouquinistes, como são sistematicamente denominados na história. Embora admitindo que alguns factos geográficos estavam ficcionados, Mark Pryor escolheu bem a cidade, a meu ver. É Paris o cenário da história, uma cidade que consegue transmitir uma magia muito própria se não fosse esta a tão conhecida cidade do amor. Achei espectaculares as descrições do autor e a forma como fui conduzida no livro até às várias bancas dos livreiros nas margens do Sena.

O facto de ser um livro que se distancie um pouco do género policial a que estou habituada fez com que o final fosse desprovido daquele turn-over e por conseguinte, a descoberta do vilão não constituísse uma grande surpresa. Ainda assim, penso que O Livreiro pode constituir um prenúncio de uma saga protagonizada por Hugo Marston e caso assim seja, não quero perder de maneira nenhuma!
Um bom momento de literatura que é uma verdadeira lufada de ar fresco no género. Gostei!