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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Liza Marklund - Lobo Vermelho [Opinião]


Sinopse: No Norte da Suécia, no pequeno povoado de Luleå, um jornalista é brutalmente assassinado.
Para a repórter do Correio da Tarde de Estocolmo, Annika Bengtzon, não há qualquer dúvida de que o crime está relacionado com a investigação de um ataque a uma base aérea ocorrido nos anos sessenta. Mas esta será apenas a primeira de uma série de mortes acompanhadas de um carta manuscrita aos familiares. Contra ordens explícitas do chefe, Annika decide continuar a investigação por sua própria conta e risco, envolvendo-se numa espiral de violência e terrorismo que tem por trás um grupo de seguidores da filosofia Mao que se autodenomina «As Feras».
Chegará o momento em que a jovem repórter será obrigada a rever as suas prioridades de vida. Mas não será tarde de mais?

Opinião: Tenho que começar a minha opinião por, em primeiro lugar, congratular a Porto Editora por esta publicação!
Já conhecia a autora, através do livro Homicídio no Parque, e por razões que desconheço, nunca teve destaque suficiente a ponto de continuar a sua publicação. Daí que fiquei bastante satisfeita quando tive conhecimento do lançamento deste livro!

Apesar de Lobo Vermelho ser o quinto livro da saga de Annika Bengtzon, não creio que seja factor para negligenciar esta leitura, que se mostrou ser ávida e bastante interessante. Finda a leitura compreendi o porquê: a própria autora refere em nota final, que este provavelmente este terá sido o seu melhor romance.
No entanto, como reverso da medalha, para quem "conhece" Annika, vê um salto na sua vida. Recordo-me que em Homicídio no Parque ela era apenas estagiária, agora ela é jornalista, casada e com dois filhos. É mencionado um episódio com um Bombista o qual terá deixado marcas na protagonista, que terá ocorrido algures entre o segundo e o quarto livro.
Ainda assim saliento que o livro pode ser lido sem nenhum contacto prévio com as obras da autora!

Além de ter um estranho caso de homicídio inicial, que gradualmente se multiplica por vários, esta trama tem um duplo enlace, focando-se com grande profundidade sobre os protagonistas.
Às páginas tantas, confesso que estava tão interessada no deslindar da investigação como do desenvolvimento pessoal de Annika e da sua amiga Anne Snapphane. Porém, e não é que me tenha chateado porque me envolvi completamente nos dramas das amigas, a investigação leva quase alguns interregnos. Isto deve-se ao facto das descrições das vidas pessoais de Annika e Anne serem de facto bastante morosas e extremamente envolventes. Volto a salientar que não me incomodou tal facto, antes pelo contrário, fez com que simpatizasse mais com a personagem principal, uma mulher determinada e muito forte perante as adversidades.
Assim, acabam por ser exploradas as pressões sociais das mulheres que dividem o tempo entre a casa e uma carreira de sucesso bem como os relacionamentos no seio conjugal.

Uma particularidade interessante, diria que recorrente na série de Annika Bengtzon, é a forma como a profissão da protagonista condiciona a investigação. Ora o leitor está habituado que esta seja conduzida por um polícia ou um inspector, situações que não se verificam no presente livro. Annika é jornalista e a investigação acaba por assumir contornos mais amadores. 
Desenganem-se aqueles que buscam avidamente uma resolução do crime tipo CSI. Annika fá-lo praticamente de forma independente através de investigação por conta própria e associação de pistas. O que acaba por remeter para outro ponto positivo da trama, e que infelizmente não se cinge apenas à Suécia, acabando por ser transversal: a forma como a imprensa pode estar conivente com o sistema político, principalmente quando se detecta movimentos fraudulentos do mesmo.

Digno de registo é o maravilhoso cenário de neve tão comum próprio dos países escandinavos, contribuindo para a minha admiração perante tais locais, clarificando uma rotina muito diferente da nossa, com precauções extra para combater aquele frio gélido. Sensações estas que ressaltam, transportando-nos para a Suécia no conforto do nosso lar!

Confesso que fiquei desiludida quando terminei esta leitura. De facto surpreendeu-me a resolução do caso apresentado mas ficaram em aberto alguns aspectos da vida conjugal de Annika ou da situação da amiga. Por ter me ter envolvido tanto na trama, a minha "desilusão" prende-se com o facto de não ter o livro seguinte para ler, apelando à editora que o publique em breve.

Em suma, Lobo Vermelho é um excelente livro, combinando de forma consistente, a sociedade sueca contemporânea com um sórdido caso que assenta em associações terroristas. Adorei e recomendo!


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Michael Connelly - A Reviravolta [Divulgação Editorial Porto Editora]



Data de Publicação: 7 Junho 2013

Título Original: The Reversal
Páginas: 376
Preço com IVA: 16,60
                 Tradução: Miguel Castro Caldas 
                 ISBN: 9789720045874 

Sinopse: Em 1986, um crime brutal abalou a vida dos habitantes de Hancock Park: Melissa Landy, de doze anos, foi raptada e brutalmente assassinada, e o seu corpo atirado para uma lixeira. 
Vinte e quatro anos depois, o caso regressa à barra dos tribunais, sob o olhar atento dos meios de comunicação social. Jason Jessup, o suposto infanticida, tem em seu poder uma prova de ADN capaz de o ilibar do crime. Porém, o advogado Mickey Haller, conhecido pelas suas defesas vitoriosas, aceita agora uma nova missão: trabalhar pela primeira vez com o gabinete do procurador do Ministério Público para provar a culpa de Jessup. 
Com a ajuda do detetive Bosch e da ex-mulher, a destemida Maggie McPherson, Haller terá então de superar um advogado de defesa hábil na manipulação dos meios de comunicação social, um réu ardiloso e uma testemunha relutante em depor ao fim de tantos anos. E o jogo torna-se cada vez mais perigoso à medida que a família de Haller e a de Bosch se veem transformadas em peças de xadrez num tabuleiro fatal.

Sobre o autor: Admirado por Stephen King e com 50 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Michael Connelly é um dos nomes incontornáveis da literatura policial moderna e uma presença constante nos tops de vendas mundiais. 
Autor da série de livros protagonizados pelo detetive Harry Bosch, alguns dos quais já adaptados ao cinema, está traduzido em 36 línguas e recebeu alguns dos mais importantes prémios literários, quer nos Estados Unidos, quer em diversos países estrangeiros. No catálogo da Porto Editora figura já O Veredicto, outro livro protagonizado pelo advogado Mickey Haller e o famoso detetive Bosch.
Página do autor: www.michaelconnelly.com 

Imprensa:
«Um enredo digno de um efabulador nato.»
Publishers Weekly

«Nos romances de Connelly não há vencedores nem vencidos. Há, isso sim, uma ficção acerca de crimes verdadeiros, e o que confere autenticidade às suas histórias é o facto de não terem um fim.»
New York Times
 
«Os livros de Michael Connelly são sempre gratificantes, mas este em especial – com um enredo implacável e personagens vívidas – conta-se entre os melhores.»
Seattle Times

«Mistério, insinuações, personagens, diálogos – como é habitual, Connelly oferece-nos tudo isso, e com uma tremenda mestria.»
BookPage

 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Eve Berlin - De Olhos Fechados [Opinião]


Sinopse: Alec Walker é um escritor de thrillers psicológicos sombrios - e um homem que vive para as suas emoções. Desde motos a skidiving, passando por nadar com tubarões, a sua busca incessante de prazer e excitação não tem fim. Essa busca estende-se também às suas relações pessoais, onde nenhuma regra limita os seus desejos. A única coisa que Alec teme é o amor - e permitir que outra pessoa o conheça realmente.
Enquanto faz investigação para um livro sobre extremos sexuais, Dylan entrevista Alec - e anseia por saborear a tentação que ele lhe oferece. No entanto, Alec é um dominador famoso e ela recusa entregar-lhe o controlo. Lenta e sedutoramente, Alec mostra-lhe que ao entregar-se-lhe de forma incondicional e submeter-se a todos os seus desejos, ela poderá experimentar o derradeiro prazer. Porém, para poder ficar com a mulher que pela primeira vez o faz ajoelhar, será Alec capaz de correr o maior de todos os riscos e entregar o seu coração?
Embalados por um misto de prazer e apreensão, o casal vê-se numa situação tentadora enquanto evita entregar-se ao sentimento que nasce entre eles.

Opinião: O primeiro pormenor que saltou à vista através da sinopse foi a forma como duas personagens escritoras de géneros tão antagónicos se pudessem relacionar amorosamente. Como gosto de thrillers e ultimamente leio também estes romances sensuais, estava curiosa como se podiam coadunar gostos tão diferentes, expressos através de escritores, com diferentes pontos de vista subjacentes.
No entanto, finda esta leitura, creio que foi pouco desenvolvido a componente dita profissional e até o envolvimento amoroso, sendo substituído por uma relação quase puramente sexual.

De Olhos Fechados é uma história que tem tantos momentos quentes como previsíveis. Entretém mas infelizmente não traz muito de novo ao género cuja moda é precisamente o BDSM.
Como referi, e se calhar estou a ficar lamechas, estava à espera de uma relação amorosa, tivesse esta ou não, uma base BDSM, teria ficado ao critério de Berlin, até porque acredito que dentro de uma relação amorosa, tudo é possível desde que os limites estejam bem definidos para o casal.
Além disso gostaria de ter visto aprofundado eventuais passados tenebrosos por parte das personagens e neste aspecto apenas Dylan cumpriu o requisito. Há efectivamente um passado menos feliz por parte da personagem feminina mas julgo que ficou muito por explorar em relação a Alec. No entanto, sei que este livro é o primeiro de uma saga, Edge, pelo que ainda tenho esperança de ver um passado negro por parte do protagonista masculino.

A narrativa é assim pautada por muitos momentos de sexo explícito, atenuando as passagens de mera história entre as personagens, cingindo-se este relacionamento quase sexual. Embora abundem as cenas de sexo e estas se insiram numa prática tão forte como o BDSM, as mesmas são descritas com uma linguagem cuidada, isenta de calão. Não me percebi, no entanto, se este pormenor se deve exclusivamente ao processo de tradução ou se a autora optou por este estilo de linguagem mais contida. Assim, considero que este livro se manteve dentro do género erótico, não transgredindo o género do dito "pornográfico literário".
Creio que há um trabalho de uma linguagem cuidada, o que me apraz bastante, pois apesar de uma prática menos comum, há uma certa elegância na descrição dos factos. Curiosa como sou, acaba por ser interessante mais uma abordagem de BDSM.

Para além do conteúdo em história, um outro pormenor que gosto de ver descrito é sem dúvida os cenários. Há de facto algumas menções dignas de registo como o restaurante com decorações orientais (crendo eu ser bastante exótico), ou o clube de BDSM que Dante e Alec frequentam, o Pleasure Dome, onde está enraízada uma luxúria muito própria da prática. Até a própria casa de Alec, com a sua imensidão de livros policiais e thrillers, local dos meus sonhos. Sem dúvida que gostei dos espaços que Berlin contempla na sua narrativa.

O livro conta precisamente com quatro personagens e duas delas, o amigo de Alec, Dante e a confidente de Dylon, Misha com papéis pouco importantes. A história centra-se em demasia sobre Alec e Dylan, tendo sido certamente enriquecedor se houvesse um maior desenvolvimento sobre Dante e Misha. No entanto, e sendo Dante um dominador, pergunto-me se o próximo livro da autora se debruçará sobre esta personagem.

Em suma, não que tenha desgostado deste livro mas penso que autoras como Jess Michaels ou Cheryl Holt têm mais história entre os personagens, já para não falar do riquíssimo contexto histórico que estas autoras conferem às narrativas sendo quase impossível destroná-las das minhas preferências.
No entanto, De Olhos Fechados, foi claramente uma leitura excitante, como as demais proporcionadas pela editora Quinta Essência,

terça-feira, 28 de maio de 2013

Eric Giacometti & Jacques Ravenne - O Irmão de Sangue [Divulgação Editorial Publicações Europa América]


Data de Publicação: Maio 2013 (Já se encontra à venda na Feira do Livro de Lisboa)

Título Original: Le Frère de Sang
Páginas: 440
Preço com IVA: 21,90
                 Colecção: Contemporânea  

Sinopse: Siga as aventuras do comissário Antoine Marcas.
À semelhança de Ritual da Sombra, Irmão de Sangue é um thriller cheio de suspense que introduz os leitores nos meandros da maçonaria e estabelece um paralelo histórico com as mais modernas investigações.

Paris, 1355. Um homem é queimado vivo na praça pública. O copista Nicolas Flamel assiste, nauseado, a esta execução. Mas o horror está apenas a começar, pois aquele que se tornará num célebre alquimista está, neste momento, à beira de mergulhar nas terríveis revelações de um livro secreto, interdito.
Paris, 2007, sede da Obediência Maçónica. O comissário mação Antoine Marcas descobre dois crimes rituais cometidos por um dos seus, a quem chamam «o irmão de sangue». Uma mensagem vinda do Além põe rapidamente o comissário na pista de um velho segredo, relacionado com o mistério do ouro puro.
De Paris a Nova Iorque, assistimos a uma corrida contra o tempo entre o assassino em série e o polícia, articulada em torno de dois lugares altamente simbólicos: a Estátua da Liberdade e a Torre Eiffel.
Entretanto, escondido nas sombras e vigiando o desenrolar dos acontecimentos está o grupo Aurora, uma organização secreta constituída por personalidades da alta finança, cujo objectivo é o controlo absoluto do ouro…

Jacques Ravenne e Eric Giacometti, autores de vários thrillers maçónicos best-sellers, tecem de novo uma intriga fascinante, que arrasta os seus leitores pelos meandros do tempo…


Anteriormente publicado:
 Opinião AQUI











sábado, 25 de maio de 2013

Feira do Livro de Lisboa [Segunda Volta]

O programa ideal para uma tarde de sábado foi rumar até ao Parque Eduardo VII. Em destaque estava o encontro de vários bloggers, numa iniciativa promovida pelo blogue Efeito dos Livros. Escusado será dizer o quão bom foi rever algumas amigas deste círculo bem como conhecer umas quantas caras que já me faziam companhia na blogosfera!

Em relação a aquisições, mais uma vez contive-me mas pela segunda vez tive uma surpresa, desta feita pela minha compincha Sofia Teixeira, do blog Morringhan. Tenho-me aconselhado imenso com ela, agora que aumentou a minha curiosidade pelo género do fantástico, em particular as distopias. Pois ela ofereceu-me este livrinho, com uma dedicatória super querida :) Obrigado Sofia!
Além disso estive com a Margarida Rodrigues do Tertúlias à Lareira e a Cláudia Pacheco das Encruzilhadas Literárias, já há muito que não a via e gostei imenso de termos estado juntas! Já para não falar da Ivonne Zuzarte! Adorei as nossas tertúlias e não vejo a hora de repetir ;)


Na book.it, Nuno Nepomuceno, autor de O Espião Português, estava a autografar o seu livro. Foi muito agradável tê-lo conhecido após termos falado várias vezes por e-mail. Além de talentoso, uma verdadeira simpatia! Fiquei a saber que já está com as mãos na massa para o próximo livro e nós leitores, já impacientes com o destino do André Marques-Smith!

E no final de tarde, já quase de regresso a casa, eis que reparo num micro stand da Civilização e comprei o único livro da autora Martina Cole que me faltava, A Firma, por apenas 5€!


E segunda feira há mais. Com o intuito da hora H, será certamente a minha próxima visita!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Feira do Livro de Lisboa [Primeira volta]

E chega a tão esperada altura para leitores ávidos como eu! A Feira do Livro de Lisboa abriu hoje as portas e o tempo foi convidativo a um final de tarde bastante agradável no Parque Eduardo VII.
Já há algum tempo que falava, por intermédio do blogue, com a Carla, uma moça com quem simpatizei bastante cedo por termos inúmeros aspectos em comum e foi com ela que fui à tão aguardada feira!

Não é que tive uma surpresa? A Carla ofereceu-me o primeiro livro da Guerra dos Tronos, pois sou fanática pela série ;) Sim, assumo-me cada vez mais interessada em outros géneros, e o fantástico desperta-me um particular interesse, confesso!


A minha compra foi esta, apenas. Porque sou super fã da autora, como sabem, e quero coleccionar todos os títulos de Mary Higgins Clark, até estes mais velhinhos da PEA.


E vocês? Já passaram na feira do livro? O que tencionam comprar?

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Liza Marklund - Lobo Vermelho [Divulgação Editorial Porto Editora]


Data de Publicação: 27 Maio 2013 

Título Original: Den Röda Vargen
Páginas: 448
Preço com IVA: 16,60
                 Tradução: Vasco Gato
                 ISBN: 9789720043740    

Liza Marklund estreia-se na Porto Editora com Lobo Vermelho.

Com mais de treze milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Liza Marklund é um dos maiores nomes do policial escandinavo da atualidade e a autora de Lobo Vermelho, que a Porto Editora publica no dia 27 de maio. 
Inserido numa série protagonizada pela temperamental jornalista Annika Bengtzon, Lobo Vermelho é um thriller emocionante e violento, onde a autora conduz o leitor pelos meandros da sociedade sueca contemporânea.
Liza Marklund estreou-se na escrita em 1995 e desde então publicou onze romances com assinalável sucesso. Atualmente, é coproprietária de uma grande editora e colunista regular do jornal sueco Expressen e do norueguês Verdens Gang.


Sinopse: No Norte da Suécia, no pequeno povoado de Luleå, um jornalista é brutalmente assassinado.
Para a repórter do Correio da Tarde de Estocolmo, Annika Bengtzon, não há qualquer dúvida de que o crime está relacionado com a investigação de um ataque a uma base aérea ocorrido nos anos sessenta. Mas esta será apenas a primeira de uma série de mortes acompanhadas de uma carta manuscrita aos familiares. Contra ordens explícitas do chefe, Annika decide continuar a investigação por sua própria conta e risco, envolvendo-se numa espiral de violência e terrorismo que tem por trás um grupo de seguidores da filosofia Mao que se autodenomina «As Feras».
Chegará o momento em que a jovem repórter será obrigada a rever as suas prioridades de vida.
Mas não será tarde de mais?

Sobre a autora: Liza Marklund nasceu nos arredores de Piteå, na Suécia, em 1962. Considerada a grande escritora sueca de policiais da atualidade, Liza Marklund cumpre a tradição escandinava do «romance criminal social», acrescentando uma dimensão cosmopolita e feminina através da protagonista Annika Bengtzon. 
Os seus livros já ultrapassam os treze milhões de exemplares vendidos e estão disponíveis em trinta línguas.

Imprensa: «Marklund combina a sociologia e a política da Suécia contemporânea com um mistério carregado de suspense, captando de tal maneira o frio escandinavo que o leitor sentirá pele de galinha.»
Library Journal

«Marklund impregna Annika de uma intensidade feroz sem sacrificar a sua vulnerabilidade.»  
Publishers Weekly

«Um thriller fora de série que só tem a ganhar com os seus personagens tão autênticos.»  
The Literary Review

«Liza Marklund oferece-nos um thriller intenso que nos recorda o prazer da leitura da trilogia de Stieg Larsson. »
Booklist

Primeiras páginas: aqui



R.J. Ellory - A Sombra do Medo [Opinião]


Sinopse: Em Augusta Falls, uma pequena comunidade rural no Sul dos Estados Unidos, a vida nunca mais será a mesma. Um assassino em série anda a semear o terror enquanto deixa atrás de si os corpos mutilados de raparigas pré-adolescentes. Joseph Vaughan, de apenas doze anos, não consegue evitar sentir-se profundamente impressionado com os acontecimentos. Por isso decide criar um grupo com o objectivo de descobrir o responsável pelos crimes. Mas o tempo vai passando, e um dia as mortes param subitamente. Só Joseph continuará a ser perseguido ao longo dos anos pela sombra do que se passou, até ser obrigado a confrontar-se com o pesadelo que lhe roubou a vida.

Opinião: Um desafio surpresa por parte de uma maratona literária organizada no Goodreads fez com que retirasse por fim, este livro da estante e dedicar-me à sua leitura. O requisito seria uma emoção expressa no título e pessoalmente acho que o Medo é muito forte.
Constatei que tinha comprado este livro há mais de dois anos numa promoção da Editorial Presença. Estava mais do que na altura de me estrear com o autor R.J. Ellory.

A história enquadra-se no cenário temporal da segunda guerra mundial, tendo início precisamente no ano de 1939, ano em que Joseph Vaughan tem onze anos e acabou de perder o seu pai.
Desta forma, a par dos acontecimentos das recentes mortes das meninas numa aldeola norte-americana, estamos perante de um contexto histórico bastante enriquecedor. Muitas são as alusões à guerra, em jeito de curiosidade, factos que em nada influenciam a trama. Um inferno que se vivia fora de Augusta Falls e ao mesmo tempo dentro da terreola, embora de forma diferente com os macabros assassinatos.

Deixo aqui uma ressalva: achei chocante a criminalidade descrita em A Sombra do Medo: o alvo são meninas ainda crianças, sem qualquer modus operandi, no entanto com alguma violência gráfica, roçando mesmo o gore, dado o estado que se encontram os cadáveres. Foi sem dúvida este o aspecto que mais apreciei nesta obra de Ellory.
Todavia, estas são breves passagens até porque, a história debruça-se essencialmente sobre uma personagem e a forma como ela cresceu no seio de Augusta Falls e a existência de um serial killer. Espelha um amadurecimento forçado, que acaba por ser uma emocionante história de vida.
Assim sendo, o livro distancia-se do típico policial a que estava habituada, pois inicialmente assemelha-se bastante a uma biografia. É também uma trama um pouco morosa na medida que a acção se desenrola mais lentamente do que seria expectável.
Não que tenha desgostado, foi efectivamente uma leitura diferente e que me manteve na expectativa até ao final, pois não desconfiava de nenhuma personagem em particular no papel do mórbido assassino.

O facto de Joseph Vaughan ser narrador participante ajuda a percepcionar a acção tal como se fizéssemos parte da mesma. Mas Joseph é um narrador subjectivo, pelo que o leitor tem acesso aos seus pensamentos e juízos de valor e desta forma, o acompanhamento da evolução da maturidade do protagonista é feita de forma gradual afectada não só pelos homicídios sucessivos das criancinhas como os infelizes dissabores familiares e sociais.
Joseph possui um nato talento para a escrita, e são muitas as esperançosas mensagens para quem como eu, gosta de escrever e até ambiciona ser escritor!

Um aspecto que sobressai na estrutura do livro é o modo como ocasionalmente surgem passagens de reflexão e a forma como estes acentuam o tom dramático de toda a história. Acaba por ser este, o género que mais influencia toda a narrativa, muito mais que o suspense que se cria em torno do serial killer. Achei muito triste o fado do protagonista e no final penso que ele não merecia ter passado pelas provações (muitas delas injustas, a meu ver). 
A trama arrasta-se até aos finais dos anos 60, altura em que Joseph finalmente encerra o mistério referente às meninas mortas e que, dadas as circunstâncias, não constituiu grandes surpresas.
 
Em suma, devo confessar que A Sombra do Medo ficou um pouco aquém dos inúmeros livros da colecção Minutos Contados que li anteriormente. Na minha opinião pessoal, teria sido consideravelmente melhor caso Ellory tivesse focado mais sobre o caso das meninas mortas.
No entanto, foi uma interessante leitura que foi concluída apenas num fim de semana de ócio.







Mais informações consulte o site da Presença aqui
Para mais informações sobre o livro A Sombra do Medo, clique aqui

sábado, 18 de maio de 2013

Douglas Preston & Lincoln Child - O Vírus do Apocalipse [Opinião]


Sinopse: Num vasto deserto do Novo México esconde-se um enorme complexo dedicado à investigação científica: o Mount Dragon. É lá que se encontram Guy e Susana a trabalhar lado a lado com algumas das mais brilhantes mentes científicas do planeta. Liderados pelo génio visionário Brent Scopes, o objetivo secreto é alcançar uma descoberta médica que irá trazer inúmeros benefícios à raça humana.

Opinião: Antes de mais, quero agradecer à editora Saída de Emergência pela possibilidade de ler este livro. Mal soube da sua publicação, fiquei ansiosa com a sua leitura! Como sabem, sou grande fã desta dupla de escritores e da personagem que criaram, Pendergast. No entanto, O Vírus do Apocalipse é completamente independente da saga do famoso detective. Desde as personagens e à própria trama, as diferenças entre este livro e os que conhecia anteriormente da dupla, são colossais.

De facto, a história vai muito além de um mero thriller, aproximando-se do género sci-fi, o qual tem vindo a interessar-me recentemente. Como a sinopse deixa antever, é uma história com contornos científicos, o qual muito me agradou por ser precisamente da área. Confesso que sempre me fascinou o mundo da microbiologia e o da virologia, embora tenha que admitir que me deixam apreensiva principalmente as doenças virais. Aliás, quem não receia?
Tendo um ponto de partida, por si só já assustador, Preston e Child desenvolvem os limites daquela que poderia ser uma apocalipse fundamentada num vírus criado em laboratório, mais mortal do que os vírus que conhecemos actualmente. As descrições das consequências da incubação deste no homem são no mínimo horripilantes e não me recordo de haver uma pormenorização desta natureza nas tramas com Pendergast.

A meu ver, o livro tem um moroso arranque, fundamentando a experiência de Guy Carson no complexo de experiência e justificando com sólidas bases científicas, a actividade experimental que visa em Mount Dragon. Ainda assim, a sensação de "Algo de muito errado vai acontecer" permanece constantemente.
Quer-me fazer parecer que terá sido rica a pesquisa por parte dos autores (não esqueçamos que Preston está ligado ao mundo dos museus e Child graduou-se em literatura, salvo erro, áreas um pouco distantes da engenharia genética). Por outro lado, os autores tentam desenvolver as personagens que trabalham no complexo, um grupo heterogéneo de cientistas com especializações diferentes.

O que me chocou, foi a veracidade que os autores deram à narrativa, justamente pela constante justificação científica que está por detrás. Por esta natureza, penso que as tramas protagonizadas por Pendergast não conseguem ser comparáveis a este Vírus do Apocalipse.
Outro pormenor que acho importante de realçar, é que este livro não é de todo recente. Dado que a temática da evolução tecnológica é fulcral e tendo em conta que a tecnologia evoluiu e muito na última década e nos mais diversos ramos incluindo o da genética e internet, acredito que terá sido concerteza maior o choque e a surpresa quando a publicação deste livro que foi em 1996 do que ler agora em 2013.

Penso que as personagens estiveram à altura da trama. À partida pouco emocionais, altamente profissionais dos quais se destaca Carson. Embora com algumas reservas entre os cientistas, técnicos e pessoal relacionado com a segurança, ele está empenhado neste projecto aparentemente desafiador. Para mim foi fácil a ligação com Carson e Susana Cabeza de Vaca (no que estariam a pensar os autores para dar um nome como este? Ninguém merece, nem mesmo personagens fictícios!)

A própria conjectura do livro, deixaria antever aquele final. Nada que me surpreendesse, portanto, estando à altura do próprio desenvolvimento da história. Que eu saiba Douglas Preston e Lincoln Child ainda não arriscaram na escrita de uma história dentro do mundo da distopia.

Um livro que recomendo aos fãs de tramas relacionadas com a biotecnologia e teoria cibernética! Um outro lado de Douglas Preston e Lincoln Child que desconhecia, mas que prova que a dupla é versátil na escrita das suas histórias. Gostei!


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Karen Rose - Não Contes a Ninguém [Opinião]


Sinopse: Mary Grace Winters sabia que a única forma de ela e o filho escaparem ao marido, um agente da polícia que os maltratava, passava pela simulação das suas mortes. Agora, tudo o que resta da sua antiga vida jaz no fundo do lago... Com uma nova identidade, numa nova cidade, encontrou um refúgio a centenas de quilómetros de distância. Quase se esqueceu do pesadelo vivido há nove anos. Até resolveu tentar a sua sorte no amor com Max Hunter, um homem que também carrega as suas próprias feridas. Contudo, o marido descobre-os e, pouco a pouco, o perigo aproxima-se e ameaça tudo e todos.

Opinião: Já há muito que me estava curiosa com os livros de Karen Rose, pelo que me decidi a ler por ordem, tendo constatado mais tarde, que estes foram publicados na ordem inversa. Não Contes a Ninguém é o primeiro e conta a história de Mary Grace, uma mulher que sofre de violência doméstica.

Quando li a sinopse, imediatamente me fez lembrar de Minha Até à Morte de Lisa Gardner. Confesso que estava com muitas reservas em iniciar esta leitura pois temia que os livros fossem demasiado parecidos. Medos que se revelaram infundados, apesar de à partida, serem histórias com o mesmo fio condutor, penso que os livros conseguem ser diferentes entre si.
O primeiro aspecto que ressalta à vista é a caracterização das personagens. A autora Karen Rose, assumiu que entrevistou várias mulheres vítimas de violência doméstica, o que terá contribuído para uma caracterização mais realista da personagem Mary Grace e como conseguinte, uma abordagem muito madura à temática do abuso e violência por parte dos cônjuges.

A autora debruça-se mais sobre as personagens do que propriamente a acção. Depois do fugaz panorama de maus tratos por parte do marido de Mary Grace, a autora relata a vida desta personagem após uma mudança de identidade. E aí, as descrições sobre Caroline e a relação com os outros, em especial Max, arrastam-se. Sim, é uma trama um tanto ou quanto parada, por várias vezes senti que lia apenas um romance mas deixei-me envolver na história, na magia que se sente quando conhecemos alguém e nos sentimos atraídos por essa pessoa. E nisso Karen Rose esteve muito bem!
Gostei de todos os aspectos da história excepto um que tenho que mencionar embora não pretenda revelar nenhum spoiler: a cena melodramática por parte de Max que levou a um afastamento por parte de Caroline, para mim foi pouco coerente. Seria expectável um azedume no meio do romance, mas penso que este poderia ter consequente de algo mais credível.

Posto isto, verifica-se que o livro é caracterizado por um "suspense romântico". Categorizado desta forma apenas conhecia Sandra Brown e não creio que Karen Rose esteja aquém das suas tramas.
E de facto, é notório o modo como a autora nos envolve na história, quer pela forma que nos apaixonamos pela história de Mary Grace ou Caroline e Max ou pela repulsa que naturalmente sentimos por Rob Winters, acabando por existir um dualismo: se por um lado existem cenas sexuais explícitas (não achando que estas sejam em demasia e descritas numa linguagem bastante refinada), por outro é indiscutível o grafismo de violência por parte de Rob. É um vilão à altura dos piores que se vão encontrando nas tramas policiais e surpreenderam-me muito as suas acções afim de encontrar Mary Grace. O "pior" nisto tudo, é que de facto os maridos que têm esta postura são socialmente bem aceites, escondendo os seus instintos violentos que são assumidos dentro de casa.

Embora a história de amor patente entre Max e Caroline alivie a densa carga psicológica que se esconde a vida clandestina da protagonista e do filho, é notória a forma como o thriller sobressai a partir do momento em que se inicia uma caça ao homem.
Também denotei muito emocionante a vida de Caroline quando era Mary Grace e as suas revelações sobre o seu passado. 

Um livro altamente recomendado para os fãs de Sandra Brown. Apaixonante, emocionante e arrepiante, Não contes a Ninguém mistura harmoniosamente a componente de thriller com o romance. Formidável a forma como a autora de repente, nos deixa sonhar com o enamoramento das personagens como instantaneamente deixa fluir os níveis de adrenalina!
Estou ansiosa por ler o segundo livro de Rose, O Riso do Assassino.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Antonio Hill - O Verão dos Brinquedos Mortos [Opinião]


Sinopse: O inspetor Héctor Salgado está afastado do serviço há semanas quando lhe atribuem, extra-oficialmente, um caso delicado - o aparente suicídio de um jovem de boas famílias. À medida que Salgado penetra num mundo de privilégios e de abusos de poder, o caso, aparentemente simples, complica-se de forma inesperada, e o inspetor terá de enfrentar não só esse mundo mas também o seu passado mais obscuro, que, no pior momento, volta para ajustar contas. Os sonhos, o trabalho, a família, a justiça e os ideais têm um preço muito alto, mas há sempre quem esteja disposto a pagá-lo.

Opinião: Não conheço muito sobre o que é escrito a nível de romances policiais no país vizinho mas a avaliar por O Verão dos Brinquedos Mortos, é uma grande falha da minha parte. Gostei imenso da estreia de Antonio Hill.

Dou os parabéns à Porto Editora pela capa, que na minha opinião está espectacular e bastante mais apelativa que a capa original. Quanto ao título, manteve-se o nome original, El Verano de Los Juguetes Muertos, título este que considero bastante sombrio, recorrendo a um adjectivo tão forte (e contraditório) para os brinquedos, objectos inanimados mas longe de estarem mortos tal é a alegria que dão às crianças.

A história tem lugar em Barcelona, num espaço de cinco dias. É este o período em que decorre a investigação. Num tão curto espaço temporal, é notória a profundidade que Hill confere à narrativa, quer pelo desenvolvimento da investigação que conduz a rumos surpreendentes, quer pela vida dos personagens. Mais uma vez, o protagonista segue o cliché de amargurado pelos contornos que assumem a sua vida pessoal, o que não influencia de todo, o seu envolvimento na investigação.

Inicialmente a trama peca pelo excesso de personagens. E Hill pretende estreitar a relação destas com o leitor, aprofundando-as. Por um lado, debruça-se sobre o inspector Hector Salgado, por outro também caracteriza em pleno a sua colega Leire, a braços com uma situação delicada. Fugazmente caracteriza o restante quadro da polícia bem como duas famílias em particular, fazendo quase que uma análise do estilo de vida de famílias endinheiradas, neste caso barceloneses, que vivem sobretudo de aparências. O segredo está no esconder os pormenores sórdidos no seio familiar, acentuando o efeito choque que persiste no leitor, a cada virar de página.

Não recomendado às pessoas mais susceptíveis pois aborda a temática de abusos infantis, por si só difícil de digerir, além do mais noto que é pouco tolerado especialmente por quem já tem filhos. A maternidade é até o assunto fulcral, explorada sobre os mais variados prismas, acentuando-se uma reflexão sobre o lado mais negro desta fase.
Por outro lado, há uma multiplicidade de temáticas que são abordadas no romance, mais do enfoque social, como o trato das relações familiares ou o retrato da juventude, que mal conduzida, pode prender-se aos vícios das mais variadas naturezas. E o mais aterrador é sem dúvida, esta adolescência que Hill retrata, não é tão díspar face à realidade. 
A complexidade psicológica das personagens assume proporções colossais, não fosse o próprio António Hill, psicólogo de profissão.

Um livro que finda a investigação policial, deixa entraves no que respeita à resolução do caso pessoal de Hector Salgado, o que deixa antever que O Verão dos Brinquedos Mortos marca o início de uma série, trazendo um desfecho agridoce. Se por um lado, fico satisfeita por Hill continuar a enveredar pela escrita, por outro, gostaria de ter já o segundo livro, pois teria lido imediatamente a seguir.
Uma estreia auspiciosa, Antonio Hill é definitivamente um autor a ter debaixo da mira!


domingo, 12 de maio de 2013

Lissa Price - Destinos Interrompidos [Opinião]


Sinopse: Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. Quando as Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e combatendo os Renegados. Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos adolescentes aos velhos Terminantes - seniores, com centenas de anos, que querem ser jovens outra vez. Tudo corre como previsto, até o neurochip que lhe colocaram na cabeça avariar. Callie acorda, de súbito, na vida da sua locatária, a viver numa luxuosa mansão, a guiar carros topo de gama e a sair com o neto de um senador. A vida quase parece um conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a sobrevivência é apenas o começo.

Opinião: Sempre pensei como será o futuro com este crescendo exponencial de avanços tecnológicos. Será que os mesmos comprometerão a humanidade? Haverá uma inversão de valores, neste país/mundo onde o dinheiro tem um poder, por vezes superior ao valor humano? E a paz, prevalecerá sobre guerras mesquinhas de derivam de tentativas de supremacia de religiões?
O Futuro sempre foi uma preocupação só minha, levado aos limites ou não, nada que visse desenvolvida em nenhuma da literatura que conheço até hoje. Ter lido Destinos Interrompidos abriu-me os horizontes para um mundo que até hoje desconhecia: a da distopia, um ramo do Fantástico. Fãs do género saberão certamente clarificar-vos melhor do que eu, até porque a minha praia é mesmo o policial mas doravante quero inserir este género pontualmente nas minhas leituras.

Assumidamente imberbe neste estilo literário, fiquei maravilhada com a história que se segue. Reparei que este livro era indicado para as fãs dos Jogos de Fome. Confesso que não li esse livro, tendo apenas visto a adaptação cinematográfica bem como Battle Royale e fiquei até bastante surpreendida com a qualidade das histórias. Tramas estas que valorizam apenas um único aspecto: a sobrevivência quando a raça humana está inexplicavelmente diferente, desacreditando qualquer teoria de selecção natural de Darwin. E eu que sou extremamente racional e tento explicar tudo com base na ciência, não consegui distanciar-me nem depreciar o novo conceito (pelo menos para mim que apenas agora entrei neste tipo de literatura) associado à generalidade das distopias.

Destinos Interrompidos é uma narrativa assoberbada em ficção científica. Está patente a evolução da tecnologia que se reflecte nas coisas básicas do dia-a-dia, baseando-se em hologramas, que devido à ilusão óptica, conferem um poder mais realista. Mas este avanço também se reflecte na longevidade do ser humano, que alcança os 200 anos, numa sociedade altamente modificada. Esta está sobretudo a cargo da autora, que eliminou as faixas etárias, escolhendo apenas duas que se designam por Iniciantes e Terminantes.

Mas o que se destaca é sem dúvidas, a evolução da informática que por chips, inserem toda uma vida facilmente transponível para um corpo. Praticamente isento de ética, este é um retrato de um elixir de juventude levado aos extremos, num cenário de era pós apocalíptica, marcada por uma guerra singular e bem distante daquelas de que a nossa História é feita. Pior do que o Homem, é mesmo a ameaça biológica e aquele que é o Armagedão retratado em Destinos Interrompidos é mesmo uma Guerra dos Esporos, que aniquilou grande parte da população norte-americana. Desconheço, no entanto, como terá sido à escala mundial: a autora cinge-se ao panorama do seu país.

Mas a magia da história reside muito em Callie, menina-mulher, orfã de pais, tem a seu cargo o irmão doente. A narrativa é toda ela feita sob as observações de Callie, funcionando como uma experiência "in loco" do leitor neste futuro tão... alternativo. 
Gostei da protagonista, de como ela lida, de forma tão madura, com a morte dos pais e do encargo para com o irmão. Admirou-me a forma como tão heroicamente cedeu perante a Destinos Primordiais. As passagens referentes às perdas de consciência estavam muito bem e achei que transmitiram perfeitamente o conceito da cedência de corpos.

Visto que a garota tem apenas 16 anos, e apesar do futurismo abordado influenciar esta adolescência, o livro destina-se a um público mais juvenil. No entanto, penso que os adultos também deliciar-se-ão com a presente trama.

Em suma, por ser um livro tão diferente ao que estou habituada foi para mim, uma excelente leitura! Gostei bastante deste mundo criado pela autora, por mais sôfrego que possa ser. Este livro marca o início do interesse pela Distopia e Ficção Científica, temas que vou procurar abordar mais nas minhas leituras. Agradeço assim, à Planeta Manuscrito, pela oportunidade de ter lido Destinos Interrompidos e por conseguinte, ter alargado os meus gostos literários! 


terça-feira, 7 de maio de 2013

James Patterson - Private Agência Internacional de Investigação [Opinião]


Sinopse: Jack Morgan, antigo fuzileiro naval e agente da CIA, herdou do seu pai a Private, uma reputada agência internacional de investigação e segurança e, com ela uma carga de trabalhos que pode levá-lo ao ponto de rutura. Os segredos dos homens e mulheres mais poderosos chegam diariamente a Jack e aos seus agentes, que usam técnicas forenses de ponta para resolver os seus casos.
Como se não lhe bastasse ter de apurar a verdade sobre um escândalo de jogo ilegal na liga de futebol americano e tentar resolver um inquérito criminal sobre as mortes selváticas de 18 raparigas, Jack ainda vai ter de desvendar o tenebroso assassínio da mulher do seu melhor amigo — e sua antiga amante.

Opinião: Gosto muito das obras de James Patterson e quando tive conhecimento que a TopSeller iria dar início a mais uma saga, fiquei bastante curiosa. Pois Private é independente das tramas de Alex Cross, também publicado pela editora ou Clube das Investigadoras, que também conhecia.

Private é uma leitura fácil e rápida, através dos seus capítulos pequenos, fórmula já habitual de Patterson. Há sempre muita acção e desenvolvimentos dos casos de investigação da Private. De facto, a trama divide-se entre a componente pessoal das personagens, debruçando-se maioritariamente sobre Jack e os casos actuais da Private, que são três: corrupção no seio do mundo futebolístico, assassínios consecutivos de jovens estudantes e o homicídio de Shelby, ex amante de Jack, actualmente casada com um dos seus melhores amigos.

Bem, posso já começar a falar de Jack. O "director" da Private é ex fuzileiro e como já seria esperado, com alguns fantasmas do passado, algo desenvolvidos neste primeiro volume. No entanto, é dado um grande ênfase na sociedade, no glamour e mundo do estrelato do cinema norte americano, acabando por ser factores que influenciam a personagem principal. Algumas ex-amantes no reportório, relações actuais com fundamentos físicos sem grandes questões sobre exclusividade... nota-se que há uma mão feminina na escrita das cenas a dois, o que concluo que deverá ter sido a influência de Maxine Paetro.

Devo confessar que gosto mais da personagem Alex Cross do que propriamente este Jack Morgan. Claro que este factor é uma questão pessoal. A personagem Cross, que considero mais sombria do que Morgan em conjunção com o cenário mais macabro de serial killer de Alex Cross, elevaram em demasia a fasquia do autor. Cross está isento (pelo menos do que li) de relações com outras mulheres tal é o luto pela esposa assassinada. Por sua vez, Jack não se coíbe nos seus envolvimentos, outrora Shelby, depois Colleen e Justine. Note-se que não tenho nada contra amor na literatura policial, apenas gostei da alma solitária de Cross, sendo Morgan um registo oposto.

Este Private, denotei ser mais contido nas descrições dos homicídios com um grande pano de fundo sobre o Jet Set americano e ligações à máfia. Não deixando de, tal como Patterson nos habituou, tratar um enredo algo complexo, devido à multiplicidade dos casos em mãos da agência.

Alex Cross trabalhava maioritariamente sozinho mas Private é constituída por um grupo de pessoas que trabalham para o mesmo fim. Acaba por ser interessante a heterogeneidade da equipa: cada um tem o seu papel e a combinação de todos fazem com que os casos da Private sejam bem sucedidos. De certa forma, fez-me lembrar a série CSI, em que havia o lab geek, o génio da informática e os que trabalhavam em campo, por vezes optando por métodos menos ortodoxos mas igualmente funcionais.

Penso que foi uma boa aposta da TopSeller em ter publicado o primeiro volume de Private. Apesar de, em género de comparação, ter preferido Alex Cross, gostei de ter conhecido Jack Morgan e a sua equipa, ficando na expectativa com os próximos volumes da saga, até porque foi muito fugaz a ida de Jeanette Colton à Private. Fiquei mesmo curiosa... o que virá a seguir?


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nuno Nepomuceno - O Espião Português [Opinião]


Sinopse: André Marques-Smith é um bom rapaz. Dedicado à família e aos amigos, é o mais jovem funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros português a assumir a tão desejada direção do Gabinete de Informação e Imprensa. Uma dedicação profissional que esconde um coração partido.
Freelancer é o nome de código de um espião da Cadmo, uma organização semigovernamental internacional. A par do MI6 e da CIA, a Cadmo age nos bastidores da política mundial, moldando o mundo tal como o conhecemos. Freelancer é metódico e implacável, um dos seus operacionais mais cotados.
André e Freelancer são uma e a mesma pessoa. De Lisboa a Estocolmo, Londres, Roma ou Viena, as suas muitas faces desdobram-se, as missões sucedem-se. Uma delas reserva-lhe uma surpresa. Nas suas mãos, está uma descoberta que pode mudar o mundo e pôr em causa toda a sua vida.

Opinião: Apesar de não esconder que não sou grande apreciadora do género de conspiração, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendida com a obra de estreia de Nuno Nepomuceno. Facto este explicado pelo excelente equilíbrio entre a componente de espionagem propriamente dita e a vida da personagem principal, André Marques-Smith.

Gentilmente oferecido pelo autor a título de assinalar o meu desafio literário (e que Abril seria a leitura de um livro de autoria portuguesa), penso que não poderia ter sido melhor escolha. Afinal de contas, são inúmeras as alusões a este mês marcando o aniversário do protagonista e por infortúnios do acaso, o mês da ocorrência de um grande desgosto do mesmo.

Como referi anteriormente, o autor dispõe de uma parcela generosa para a descrição da vida do jovem espião, retratando as suas vivências com a ex-namorada e situações actuais com os pais, irmã e o seu amigo Diogo. Tal facto acho deveras importante pois ajuda na ligação de empatia entre o leitor e o personagem. Esta é também conseguida através dos diálogos, isentos de informalidade e retratando situações do dia a dia bastante familiares bem como as variadas interacções entre família e até com os profissionais na sua vida laboral. Bem, pelo menos a conhecida pois André vive praticamente uma vida dupla ao ser espião, faceta esta anuída pelos próprios pais.

Nas passagens directamente relacionadas com a temática da conspiração, denotei que existem inúmeras cenas de acção, bastante visuais e realistas, muito bem escritas. Aliás, penso que o autor escreve muitíssimo bem. Consegue, por um lado, descrever com grande precisão algumas cenas de acção, como se de um filme se tratassem. Por outro, é capaz de transbordar de sentimento as passagens relacionadas com o amor da sua vida ou transmitir de forma tão realista, as relações que se estabelecem nas famílias.

Talvez por me ter envolvido tanto com André é que fiquei bastante surpreendida com uma revelação, um pouco antes no final. Esta surge como surpresa, após de constatar a meio do livro existe uma confidência que compromete a vida do protagonista, bem como já tinha constatado através da sinopse.

Caracterizo o desfecho como agridoce. Foge aos convencionais happy endings que tanto abundam pela literatura, até mesmo na policial. Ao ler a última página e após ter fechado, confesso que fiquei um pouco desiludida com o final do protagonista e tive necessidade de ir à internet e pesquisar sobre a obra. Nesse instante apercebo-me que a intenção do autor é escrever uma trilogia, o que me deixou mais satisfeita. Afinal de contas, a minha curiosidade/desilusão com o rumo de André será desvendada/resolvida a seu tempo.

Em suma, fiquei impressionada com esta promissora obra de estreia! Não posso deixar de incentivar o autor a publicar as duas obras seguintes e quanto antes! Gostei! 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Dennis Lehane - Viver na Noite [Divulgação Editorial Sextante Editora]


Data de Publicação: 13 Maio 2013 

Título Original: Live By Night
Páginas: 416
Preço com IVA: 19,90
                Tradução: Luís Ricardo Duarte
                 ISBN: 9789896375232   


O mais recente livro de Dennis Lehane chega a Portugal
Viver na noite vai ser adaptado ao cinema por Ben Affleck


Sinopse: Boston, 1926. A bebida abunda, em cada esquina há troca de tiros, e um homem decide deixar a sua marca no mundo. A Lei Seca levou à criação de uma complexa rede de destilarias e bares clandestinos, gangsters e polícias corruptos. Joe Coughlin, o filho mais novo de um respeitável capitão da Polícia de Boston, há muito que voltou costas à sua educação severa e se rendeu ao lucro, à adrenalina e à notoriedade de ser um fora- -da-lei. Mas uma vida de crime cobra um alto preço. Numa época em que homens implacáveis e ambiciosos se digladiam pelo poder, dispondo de armas, bebidas ilegais e muito dinheiro, o mote é: nunca confiar em ninguém – nem na família nem nos amigos, nem nas amantes nem nos inimigos.
Uma história de amor arrebatadora e uma saga épica de vingança, Viver na noite cruza traição e redenção, música e morte, e traz de novo à vida uma era passada em que o pecado era motivo de celebração e o vício uma virtude nacional.


Sobre o autor: Dennis Lehane nasceu e foi criado em Dorchester, Massachusetts. Antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro, trabalhou com crianças sofrendo deficiências mentais e vítimas de abusos, foi empregado de mesa, motorista de limusinas, livreiro e carregador. 
Várias vezes premiadas e traduzidas em 22 línguas, algumas das suas obras foram também adaptadas ao cinema em filmes de grande êxito junto do público e da crítica, como Mystic River, Shutter Island e Gone, Baby, Gone. O filme baseado em Viver na noite está neste momento a ser rodado, e conta com Ben Affleck como realizador e protagonista.

Imprensa:
«Lehane é brilhante quando escreve sobre laços familiares e sobre o bulício febril de uma cidade.»
John O’Connell, The Guardian


«Um prazer renovado frase após frase. Estamos nas mãos de um especialista. E sabemo-lo.»
Janet Maslin, The New York Times

«Com o seu estilo fresco e preciso e uma simpatia intensa pelas paixões que movem as personagens, Viver na noite atinge uma realidade intocável e única.»
Bill Sheehan, The Washington Post

«O estilo de Lehane combina descrições detalhadas, quase poéticas, ação vigorosa e diálogos matizados. E oferece todas as paixões, surpresas, violências, traições e peripécias que levam o leitor a virar as páginas sem parar.»
Dick Lochte, Los Angeles Times


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Passatempo Janet Evanovich - Gula Perversa [Resultado]


Com a preciosa colaboração da editora TopSeller, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro, Gula Perversa de Janet Evanovich, para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 159 participações, das quais 130 válidas, as respostas correctas eram:

1. Qual é o primeiro título desta autora publicado pela TopSeller? Perseguição Escaldante
2. Como se chamam os protagonistas de Gula Perversa? Lizzy e Diesel (também considerei quem tivesse incluído o Gerewulf Grimoire)
3. Quantos talismãs existem? 7
4. Qual o nome do título original desta obra? Wicked Appetite

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

109 - Conceição Sousa (Lisboa)

Parabéns à vencedora!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!


Douglas Preston & Lincoln Child - O Vírus do Apocalipse [Divulgação Editorial Saída de Emergência]

Data de Publicação: 10 Maio 2013 

Título Original: Mount Dragon
Páginas: 416
Preço com IVA: 17,76
                 ISBN: 9789896375232  

Sinopse: Num vasto deserto do Novo México esconde-se um enorme complexo dedicado à investigação científica: o Mount Dragon. É lá que se encontram Guy e Susana a trabalhar lado a lado com algumas das mais brilhantes mentes científicas do planeta. 
Liderados pelo génio visionário Brent Scopes, o objetivo secreto é alcançar uma descoberta médica que irá trazer inúmeros benefícios à raça humana. Mas apesar de Scopes acreditar estar a desbravar o caminho para uma nova ordem mundial, Guy e Susana temem que a ambição dele abra as portas para a extinção da Humanidade. 
Quando o confrontam com essa possibilidade, tanto as suas carreiras como as suas vidas passam a correr perigo. E desencadeia-se uma corrida frenética para evitar um apocalipse libertado pela ciência…