Páginas

domingo, 30 de novembro de 2014

A Estante está mais cheia [Novembro]


Mais um mês que passa e uns quantos livros novos na estante (e mesa de cabeceira pois muitos deles quero lê-los em breve).
Ainda ontem vieram dois livros novos cá para casa: Possessão de Peter James (um autor que me é muito querido pois o meu vício em thrillers e policiais surgiu com ele) e Um Amor Assassino de Julie Garwood. Estas aquisições custaram-me 3€ na livraria Bizantina em Lisboa. Comprei também A Hora das Sombras e  Um Estranho Lugar Para Morrer. Rose e Contagem Decrescente são livros muito especiais, tendo sido enviados pelos respectivos autores, Patrícia Silva e Bruno Franco a quem endereço os meus agradecimentos. Claro que estes agradecimentos são extensíveis e direccionados para as editoras que me continuam a mimar, enviando um ou outro livrinho para opinar aqui na Menina dos Policiais.


Sexta feira pareceu Natal na minha casa e eis melhor Pai Natal do que o carteiro? No mês passado, a Bertrand Editora realizou um passatempo em que consistia no envio de selfies com um título à escolha publicado pela editora em questão. Enviei quatro fotografias que foram seleccionadas e ganhei os quatro títulos que escolhi do lado direito. Do esquerdo, temos um pack da Editorial Presença e que irei sortear aqui no blogue. É a primeira vez que saio da minha zona de conforto para enveredar pela leitura de um romance. E vocês? Muitos livros na estante este mês? Recomendam algum titulo em particular?

sábado, 29 de novembro de 2014

Nelson DeMille - A Ilha do Medo [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Estava curiosa com as obras do autor Nelson DeMille desde que adquiri, há uns bons tempos atrás, o livro Crepúsculo Fatal. Apenas não li a obra em questão pois constatei que a mesma é a terceira de uma série protagonizada por John Corey. Valeu a pena aguardar pelo lançamento da A Ilha do Medo, apesar de ter constatado que esta obra já fora publicada em Portugal pela Círculo de Leitores, uma edição bastante difícil de encontrar.

Centrando-se num duplo homicídio, um casal de biólogos, A Ilha do Medo é um thriller que me despertou sensações ambíguas. Se por um lado gostei imenso do rumo da história, abordando a manipulação de vírus em laboratórios (recordando-me um pouco das minhas aulas de Microbiologia no IST), acabei por não sentir afinidade quando esta assenta sobre explicações do cariz histórico/arqueológico. Sinceramente, não sou assim grande fã da temática dos piratas e caças aos tesouros por muito apelativa que seja a história local.
Ainda assim, esta trama apela à curiosidade em folhear a página seguinte, sensação essa provocada por inúmeras reviravoltas em torno das personagens como da própria história.

O personagem principal é simplesmente delicioso. John Corey consegue cativar pela forma sarcástica com que encara as situações do foro pessoal bem como alguns aspectos alusivos à investigação. Não consigo contar o número de vezes em que esbocei um sorriso em resposta às suas espirituosas tiradas. Emparelha bem com a sua colega e co-protagonista Beth Penrose, numa primeira fase da investigação. Posteriormente, ele alia-se à historiadora Emma Whitestone. Embora existam duas personagens femininas com destaque na história, gostei da interacção de Corey com Penrose, tanto que fui conferir se a mesma protagonizaria o volume seguinte. Com alguma decepção, verifiquei que esta será substituída por uma outra personagem feminina. Fica a curiosidade de saber como Corey trabalhará com esta.

De certa forma, A Ilha do Medo acabou por me relembrar de um outro livro muito bom que li este ano, A Lei do Deserto de Wilbur Smith, embora mais comedido nos contornos gráficos. À semelhança da referida obra, esta tem o condão de misturar o romance com uma dose aliciante de acção, tendo um protagonista masculino altamente marcante.

O aspecto que menos me agradou, devo referir, foi a descoberta quase que precoce da identidade do assassino. Os motivos esses, não me surpreenderam como gostaria, apesar de estarem coerentes com a restante narrativa.

Finda a obra, fico satisfeita por ser a orgulhosa detentora dos volumes dois e três da série, correspondendo respectivamente a O Jogo do Leão e Crepúsculo Fatal (ou Quando a Noite Cai, edição da Marcador). Ao fim e ao cabo, o presente livro foi impulsionador para ler mais obras do autor. 
Devo reforçar o quanto gostei do protagonista John Corey e a sua forma tão peculiar de encarar as situações. Em suma, A Ilha do Medo é um livro que vale muito pela personagem e por certos pormenores da investigação do duplo crime. 
Uma interessante e introspectiva leitura, diria. Gostei!


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Lars Kepler - O Homem da Areia [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Terminei o quarto livro protagonizado por Jonna Linna e não tenho como descrever o quão gostei desta obra. Atrevo-me a ser unânime com a crítica e avaliar este livro como um dos melhores do ano e, na minha opinião, talvez o melhor desta dupla de autores suecos.

O cenário de grande parte da trama é um hospital psiquiátrico, um local que considero por si só, algo sombrio. A história está ao nível do que o autor nos habituara: um punhado de segredos cuja resolução converge para apenas uma resposta. Como é recorrente nos romances de Kepler, O Homem da Areia é um livro extremamente sensorial uma vez que todas as acções são minuciosamente descritas, não descurando os mínimos detalhes, o que me fez sentir transportada para um cenário de um filme de terror.

O cerne do mistério centra-se em Jurek Walter, um serial killer que está detido num hospital psiquiátrico. A interacção deste com os demais pacientes é tensa e por várias vezes senti-me desconfortável justamente pela sensação de estar a ser transportada para aquele ambiente claustrofóbico. Tendo como cenário um local que impõe tanto respeito, a narrativa acaba por apelar a uma reflexão sobre a forma como as perturbações mentais mais ligeiras podem funcionar como uma camuflagem de um perfil psicopata, daí que as personagens que figuram como pacientes acabem por ter um perfil dúbio. De certa forma, certos aspectos deste espaço narrativo bem como a personagem de Walter relembraram-me o mítico Hannibal Lecter.

Posso afirmar que não são apenas os pacientes deste hospital psiquiátrico a assumirem comportamentos estranhos. Arrepiaram-me de sobremaneira algumas passagens protagonizadas por um médico da instituição, quer pelas suas parafilias, como pela sua conduta clínica bastante discutível.

A forma como a trama se desenrola cativou-me muitíssima, mesmo as cenas mais gráficas envolvendo a personagem Saga Bauer, cenas essas que, por motivos óbvios, não poderei aqui revelar, mas posso assegurar que me mantiveram tensa e desconfortavel, mas, simultaneamente, agarrada à leitura. Esta figura de Saga Bauer tinha já surgido noutras obras de Lars Kepler, tendo-se, todavia, destacado no presente livro.

No livro antecedente, A Vidente, Kepler levantou o véu sobre a vida pessoal de Jonna Linna, mantendo em aberto o que de facto aconteceu à sua mulher e filha, revelando em O Homem da Areia, as verdadeiras causas de Jonna Linna se ter tornado uma personagem solitária, ligando, desse modo, as pontas soltas sobre o comissário de naturalidade finlandesa e a sua enigmática família.

Sobre a história, devo dizer que a mesma está repleta de momentos tensos, extremamente bem descritos, pois a trama está muito bem pensada e os personagens assaz complexos. Os capítulos, por seu turno, são pequenos, tornando a leitura ávida.

Em suma, O Homem da Areia oferece-nos uma história e personagens intrigantes, com especial incidência no misterioso Jurek Walter.

Custa-me eleger a minha obra de eleição deste autor uma vez que, anteriormente, já me rendera a Lars Kepler com o Hipnotista e posteriormente com A Vidente, contudo, penso que este O Homem da Areia consegue superá-los pelas razões anteriormente enumeradas.
Que livro excelente! Simplesmente arrebatador! A espera para o quinto livro da série, The Stalker tornar-se-á insuportável.


domingo, 23 de novembro de 2014

Janet Evanovich & Lee Goldberg - Tempo Limite [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Tempo Limite é o segundo livro protagonizado por Kate O´Hara e Nick Fox.
Por ser uma série escrita a duas mãos, notei no primeiro livro da série, O Golpe (e faço o mesmo reparo com esta obra) que a característica de Evanovich se desvanece. Falo do humor com que dota as situações mirabolantes e as personagens engraçadíssimas de tão destrambelhadas que são. Por ser escrito a duas mãos, noto que o humor se mitiga em detrimento da acção. Neste sentido, a presente obra está mais próxima do que costumo ler, embora num registo mais leve. 

Apesar de não ser um livro com um suspense de suster a respiração, há um mistério e acção, com bastantes reviravoltas. Como sabem, estes são ingredientes que me cativam especialmente nos livros. A premissa é o roubo de um artefacto chinês do Smithsonian, no entanto, a trama foge dos habituais clichés nas histórias de assaltos.
Torna-se interessante não só atentar nos contornos deste mistério, mas acima de tudo, acompanhar a interacção (e química) entre os protagonistas Nick e Kate. Estes são personagens completamente opostas na verdadeira acepção da palavra. Nick era um vigarista, vivendo das acções fraudulentas, consubstanciando-se como um protagonista diferente dos que estamos habituados, uma vez que os heróis costumam ser exemplos de virtudes, o que torna este livro num dos poucos que li, onde a falcatrua compensa.

Por outro lado, Kate é agente do FBI e despreza o crime. Juntos são uma combinação explosiva. À semelhança das personagens das outras séries da autora, nota-se uma excessiva química sexual embora algo recalcada entre os personagens Lizzie e Diesel e na outra série, Morelli, Ranger e Stephanie. Notei o mesmo relativamente ao par Nick e Kate.

Visto ser o segundo livro de uma série, recomendo que o leitor leia previamente O Golpe, a fim de se familiarizar com os protagonistas. Os casos, esses são independentes entre si, contendo ambos alguns aspectos caricatos. Não consigo definir o meu preferido, se este ou o primeiro. No entanto, é consensual que ambos proporcionam uma leitura descontraída e célere.

Tempo Limite está repleto de perseguições, algum humor e assente na cumplicidade entre os protagonistas, no entanto, no decorrer da leitura, sinto que os risos foram mais contidos do que em outras obras da autora. 
Sendo fã de Evanovich pelo peculiar humor com que reverte as situações e personagens, noto que, tendo em conta este parâmetro, esta série fica um pouco aquém da saga protagonizada por Stephanie Plum. Assumo-me como uma fã acérrima de Janet Evanovich mas naturalmente surge a curiosidade em ler uma obra de Lee Goldberg a solo.
Tempo Limite é um livro que vale pela história original e pelas personagens, que cativam genuinamente. Gostei!


sábado, 22 de novembro de 2014

Passatempo 1000 likes no Facebook [Resultado]



Para celebrar os 1000 seguidores, a menina dos policiais tinha um exemplar de Selvagens de Don Winslow para oferecer. Desde já agradeço aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 162 participações válidas, as respostas correctas eram:

1.O livro já foi adaptado para cinema. Refira um dos actores do seu elenco. Benicio del Toro/ Salma Hayek/ Blake Lively/ John Travolta
2. Que negócio dirigem Ben e Chon? Plantação de marijuana
3. Como se chama a personagem raptada, deixando Ben e Chon na dúvida sobre a decisão a tomar? Ophelia
4. A Porto Editora publicou posteriormente mais uma obra de Don Winslow. Qual o seu nome? O Inverno de Frankie Machine

Note-se que este passatempo tinha uma particularidade facultativa: quem partilhasse o passatempo no Facebook, no seu mural e de forma pública, a participação era duplicada. Assim, quem participaria na posição 1 e cumprisse este requisito, participa com os números 1 e 2. O objectivo era divulgar o blogue aos amigos :)

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

56 - Isabel Azevedo (Amadora)

Parabéns à vencedora!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!

Passatempo Claire Kendal - Diário de Uma Obsessão [Resultado]


Com a preciosa colaboração da editora Saída de Emergência, a menina dos policiais tinha um exemplar de Diário de uma Obsessão da autora Claire Kendal para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 299 participações válidas, as respostas correctas eram:

1.Porque razão Clarissa está assustada com Rafe? Porque ele não a deixa em paz / Ele não a deixa em paz e recusa-se a aceitar “não” como resposta. Está sempre presente.
2. Qual é o título original da obra? The Book Of You
3. Para que função foi convocada Clarissa? Jurada
4. Qual é a nacionalidade de Claire Kendal? Norte-Americana

Note-se que este passatempo tinha uma particularidade facultativa: quem partilhasse o passatempo no Facebook, no seu mural e de forma pública, a participação era duplicada. Assim, quem participaria na posição 1 e cumprisse este requisito, participa com os números 1 e 2. O objectivo era divulgar o blogue aos amigos :)

E após um sorteio no random.org, a vencedora é:

288 - Joana Rodrigues (Vila Nova de Gaia) 

Parabéns à vencedora!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!


Jo Nesbø - O Leopardo [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Exactamente um ano após a publicação de O Boneco de Neve, um dos meus livros preferidos da série Harry Hole, chega-nos O Leopardo. Um livro estonteante, tendo classificado com cinco estrelas no Goodreads (e os meus leitores sabem que não costumo ser tão mãos largas no que diz respeito a avaliar os livros). Penso que a cada livro publicado da série Harry Hole, o autor se supera. Creio que este será, doravante, o meu favorito da saga.

Em primeira análise, um dos factores que mais me impressionou nesta obra foi o nível de detalhe da tortura e terror sentidos por uma mulher antes de morrer, nas páginas iniciais. De uma violência explícita e contornos maquiavélicos, foi impossível não me sentir tensa e desconfortável logo de imediato.

Além disso, e como tive oportunidade de referir em livros anteriores, gosto muito da personagem de Hole. E nesta obra senti uma vulnerabilidade ainda maior por parte da personagem. Que o investigador tem um passado conturbado com o álcool já se sabia, mas fiquei extremamente surpreendida quando Hole muda de vício... para pior! Ainda assim, mesmo com problemas de dependência, continua uma personagem extremamente perspicaz. São exploradas outras duas vertentes que demonstram o quão verossímil é esta personagem, assemelhando-se a qualquer um de nós. A par dos vícios, Hole tem que lidar com o frágil estado de saúde de Olav Hole, o seu pai e encontrar um equilíbrio na sua vida pessoal agora que Rakel Fauke não figura das personagens principais da trama. Ao invés, surge uma personagem igualmente fascinante, a colega Kaja Solness. O papel de Beate Lønn é desta forma reduzido face às suas intervenções nos volumes anteriores, o que na minha opinião, é pena. Para quem acompanha a saga sabe que a personagem passou por provações determinantes em O Redentor e já no livro anterior, havia algumas alterações na vida da investigadora. Gostaria de ter lido mais sobre ela.

Permitam que vos faça uma pergunta: lembram-se de Tom Waaler nas tramas anteriores de Harry Hole?
Quem acompanha a série, sabe que esta personagem já não consta das histórias mas penso que é memorável a audácia com que se torna um antagonista pois está ligado às forças policiais. Esta trama apresenta uma personagem bastante similar que trabalha na Kripos apresentando, a meu ver, uma subtil crítica à sociedade por reflectir o eventual abuso de poder nas situações hierárquicas superiores.

Em relação a O Leopardo. creio ser uma trama extremamente intrincada. O caso parece ser de difícil resolução: o assassino do presente caso, não descurando o Boneco de Neve, é bem mais impiedoso e as vítimas são mulheres que, aparentemente, não têm ligação entre si. Os detalhes de tortura são recorrentes e o autor alude um mecanismo fictício denominado Maçã de Leopoldo. De requintes de malvadez tão aguçados, confesso que senti curiosidade em pesquisar sobre o mesmo, chegando à conclusão que este instrumento de tortura foi imaginado pelo autor.

Ainda que seja um afamado policial nórdico, um dos ingredientes que torna a série mais apelativa é a inserção de outros cenários, normalmente diferentes países por onde deambula Hole. Em O Leopardo, o leitor é convidado a viajar até Hong Kong e posteriormente até ao Congo.

Finda a leitura desta obra, não creio que esteja perante o final de um livro. Diria que este é apenas mais um capítulo das aventuras de Hole e como tal, fico particularmente ansiosa pelo lançamento de mais um livro de Nesbø. Prevejo que seja lá para meados do Outono de 2015.

Em suma, ainda que O Leopardo seja um livro volumoso, lê-se muitíssimo bem. Explora com mestria uma amplitude de vícios e valores extremamente convincente por parte do protagonista. O caso de investigação é simplesmente aliciante, tendo gostado especialmente dos detalhes ricos e gráficos com que o autor dota a narrativa e a introdução de personagens novos como Kaja Solness e Mikael Bellman são uma lufada de ar fresco. Sem querer destituir as obras anteriores (os livros do autor são de grande qualidade), devo confessar que fiquei simplesmente rendida com O Leopardo e para mim, esta obra consagra-se como a melhor de Jo Nesbø.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

M. J. Arlidge - Um Dó Li Tá [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Um Dó Li Tá foi um daqueles livros que desejei mal soube da sua data de publicação. Simplesmente adoro a capa, penso que se coaduna na perfeição com o blogue, não vos parece?

Ainda que a premissa se assemelhe a duas outras obras que li anteriormente, A Hora da Morte de Lisa Gardner e O Assassino 50/50 de Steve Mosby, posso desde já adiantar que as tramas são completamente diferentes. O intenso início de Um Dó Li Tá fez-me recordar o afamado filme Saw, do qual me assumo fã. Um casal está sujeito a um perigoso jogo mortal em que se opta por viver ou matar, revelando uma quase inconcebível capacidade de sacrifício.

A escolha acaba por ser o mote que se vai repercutindo ao longo da trama, abordando de forma convicente a culpa de matar numa situação limite. 
Os pares escolhidos acabam, no entanto, por ter relações de naturezas distintas, o que dificulta a nós, leitores, formular uma teoria sobre a triagem das vítimas. Sensação essa partilhada também por Helen Grace, a investigadora responsável pelo caso, uma personagem com grande bagagem emocional. Emparelha com Mark Fuller, uma alma tão atormentada quanto a protagonista. Pessoalmente gosto deste tipo de caracterização, fazem-me pensar que as personagens são extremamente verosímeis.

Pessoalmente adorei este livro. Os capítulos são curtos, convidativos a ler mais um pouco. A história oferece momentos de terror, alguma violência explícita e tensão psicológica. Posso confidenciar-vos que fiquei genuinamente perturbada com as passagens de cativeiro, tão convincentes.  
Já há muito que não ficava tão vidrada numa história de um autor que desconhecia. A avaliar por este livro de estreia, fiquei fã de M. J. Arlidge!

Uma breve análise sobre o caso indica-nos que não existe um assassino na verdadeira ascensão da palavra. O assassino é uma pessoa comum, coagida pelas acções do vilão, pelo que o antagonista é extremamente inteligente. 
Assim, e ao contrário do que acontece frequentemente na literatura policial em que o auge da história é o deslindar do caso, na presente obra desvendar os fantasmas do passado de Helen Grace torna-se tão fascinante quanto conhecer as motivações do antagonista.

Em suma, Um Dó Li Tá proporciona uma leitura viciante. A história é engenhosa, tensa e empolgante. As personagens são ricas e a sua caracterização é sombria. O desfecho foi para mim, arrebatador. O melhor? Irá ser publicado o segundo volume desta série. E eu estou deveras ansiosa!



domingo, 9 de novembro de 2014

Cheryl Holt - Meu Único Amor [Opinião]


Sinopse: Um belo desconhecido... um coração destroçado... o amor de uma vida. A jovem Maggie Brown viajou até uma estância balnear, com a esperança de esquecer a dor causada pela recente morte da mãe. Nunca imaginou que a sua agridoce estada a submetesse ao abraço mágico de um misterioso desconhecido, ou que ele apenas lhe deixasse recordações. Contudo, em seguida, por ironia do destino, reuniu-se ao homem que tanto amava - que lhe tinha dado o coração, mas não o seu nome.Para escapar a pressões familiares, o marquês de Belmont disfarçou-se de plebeu a fim de passar umas férias à beira-mar - e perdeu o coração para uma mulher com quem nunca poderia casar. No entanto, determinado a que nenhum outro homem a possuísse, arrastou-a para um amor apaixonado que em breve se transformou em mágoa. Agora, embora receie que possa ser demasiado tarde, jura convencer Maggie de que trocará sem hesitar o seu legado por toda a vida nos braços dela.

Opinião: Parabéns à editora Quinta Essência. A capa é lindíssima, como já é habitual nestes livros. As fitas de cetim dão um toque requintado à obra. E que bem que fica na minha biblioteca de livros eróticos, onde constam os outros da autora. Por falar nisso, gosto imenso dos livros de Cheryl Holt mas tenho que confidenciar que este foi o que menos gostei. A meu ver, na presente obra, a autora coibiu-se nas cenas sexuais sendo este livro um romance histórico. Não sou grande fã do género, confesso, e a autora habituara-me a um desfile de passagens ousadas, pelo que senti falta dessa componente em Meu Único Amor.

A segunda razão pela qual considero Meu Único Amor como o menos bom da autora prende-se com a formulação das personagens. Cheryl Holt dotou o protagonista masculino, Adam, com o pior carácter que já lera num livro do género. Ele é completamente intragável. Em síntese, uma personagem que foge dos clichés, portanto, exceptuando no final em que ele encontra a redenção, mas ainda assim não me convenceu.
Compreendo que o comportamento da mulher na sociedade do século XIX se caracterize por uma passividade e submissão mas as atitudes de Maggie foram mais do que isso, um atentado à auto estima. A meu ver, Maggie foi bastante permissiva, e até humilhada com os comportamentos irascíveis de Adam e isso deixou-me algo irada.
Não tendo gostado dos protagonistas, as minhas preferências recaíram sobre Anne e James, um casal determinado na união ainda que com alguns preconceitos a ultrapassar.

A história acaba por se caracterizar num intenso registo dramático, focando-se maioritariamente no casal Maggie e Adam. Confesso que não consegui sentir uma química mútua, como é habitual neste género literário.

Críticas à parte, há um conjunto de factores que tornaram, ainda assim, esta leitura como plazerosa. O primeiro é o óbvio, uma leitura do género ajuda a descomprimir dos homicídios dos meus livros de eleição. Estes eróticos, e Meu Único Amor não é excepção, são livros que, geralmente, se lêem muitíssimo bem, proporcionando leituras descontraídas e céleres. Além disso, gosto de viajar à epoca vitoriana e revisitar os hábitos e costumes da altura.

Em suma, Meu Único Amor está repleto de emoções, embora um pouco pobre em matéria de passagens quentes. É um romance histórico cuja trama desperta na leitora uma palete de sentimentos, desde a raiva até à comoção. Um livro que peca por um conjunto exagerado de atitudes por parte do herói (e consequentes desculpas por parte da mulher). Embora não seja dos meus preferidos da autora, pretendo continuar a seguir as suas obras. 


Romain Puértolas - A Incrível Viagem do Faquir que Ficou Fechado num Armário Ikea [Opinião]


Sinopse: Ajatashatru Larash Patel, faquir de profissão, que vive de expedientes e truques de vão de escada, acorda certa manhã decidido a comprar uma nova cama de pregos. Abre o jornal e vê uma promoção aliciante: uma cama de pregos a €99,99 na loja Ikea mais próxima, em Paris. Veste-se para a ocasião - fato de seda brilhante, gravata e o seu melhor turbante - e parte da Índia com destino ao aeroporto Charles de Gaulle. Uma vez chegado ao enorme edifício azul e maravilhado com a sapiência expositiva da megastore sueca, decide passar aí a noite a explorar o espaço. No entanto, um batalhão de funcionários da loja a trabalhar fora de horas obriga-o a esconder-se dentro de um armário, prestes a ser despachado para Inglaterra. Para o faquir, é o começo de uma aventura feita de encontros surreais, perseguições, fugas e aventuras inimagináveis, que o levam numa viagem por toda a Europa e Norte de África.

Opinião: Para descomprimir das leituras criminais, gosto de enveredar por livros que são completamente diferentes. Há muito que A Incrível Viagem do Faquir que Ficou Fechado Num Armário Ikea estava na minha estante, a aguardar por uma altura de saturação dos homicídios tão típicos dos meus livros de eleição. Tardou mas chegou... li com muito prazer esta obra tão diferente das que usualmente leio.

Antes de mais, devo referir que adoro a capa! Nos tons da bandeira sueca, amarelo e azul, e com o protagonista indiano, creio que é mesmo sugestiva. Também não deixa indiferentes aqueles que, como eu, são fãs da cadeia de lojas da multinacional sueca Ikea. Aliás e para estes até digo mais: as páginas iniciais sobre o passeio do indiano na loja, despertam um sentimento de familiariedade. Mesmo sendo uma loja em Pais, é em tudo semelhante às lojas que eu conheço em Alfragide e Loures.

A presente obra proporcionou-me uma leitura leve e espirituosa. 
Como o título sugere, o indiano é submetido a muitas provações algumas das quais mirabolantes, na sua viagem à loja. Ainda assim, não deixa de tecer um subtil crítica à sociedade e ao fenómeno da globalização. A meu ver, esta aumenta o fosso entre os países industrializados do norte e os subdesenvolvidos do sul, acabando por ser um incentivo à emigração ilegal.
Não é só de flagelos os temas abordados na obra que apelam à reflexão. Puértolas faz uma alusão aos valores da amizade e do amor, sentimentos que são universais independentemente da cultura de cada um.

Embora com a ocupação de faquir, o indiano Ajatashatru Larash Patel costuma enganar as pessoas, dizendo que sabe por em prática alguns truques de magia. No entanto, é uma personagem que evolui ao longo da trama. Inicialmente charlatão, no final ele revela um outro lado mais honesto.
Note-se ainda o papel relevante do indiano, que atenta o leitor para as questões sociais, religiosas e políticas que vão surgindo na história.
Na realidade, e a meu ver, ele reforça o estereótipo da sociedade indiana como uma sociedade desigual. Muitas descrições do seu país natal relembraram-me o filme Quem Quer Ser Bilionário.

Não deixo de referir também uma personagem que, embora sendo secundária, desencadeou em mim uma série de sorrisos e até gargalhadas, um taxista de etnia cigana, residente em França de seu Gustave. A situação protagonizada por ele e por Patel é de rir a bandeiras despregadas.

Por ser haver uma multiplicidade de cenários, a história acaba por ser quase como um desfile das várias culturas. A obra leva-nos a viajar por países mediterrânicos, nomeadamente por França, Espanha e Itália, e mais a sul, na Líbia.

Em suma, esta obra é recomendada para os fãs dos livros espirituosos e de autores como Janet Evanovich e David Safier. Descontraído e leve, A Incrível Viagem do Faquir que Ficou Fechado num Armário Ikea não deixa de apelar à reflexão sobre os temas que aborda. Com cerca de 200 páginas, garante algumas horas bastante divertidas. Gostei! 

Johan Theorin - A Hora das Sombras [Divulgação Porto Editora]


Data de publicação: 11 Novembro 2014

               Titulo Original: Skumtimmen
               Tradução: Ulla Baginha
               Preço com IVA: 16,60€
               Páginas: 384
               ISBN: 9789720043788

Johan Theorin sai da sombra e traz-nos um romance de estreia que o vem confirmar como uma das novas vozes do policial nórdico. A Hora das Sombras, que a Porto Editora publica a 11 de novembro, é um thriller inquietante de Johan Theorin, com laivos de Hitchcock, considerado pelo The Times «um livro de estreia admirável» e pelo The Observer «muito melhor do que Stieg Larsson». 
Publicado já em 30 países e galardoado com inúmeros prémios, entre eles o de Melhor Livro Sueco de 2009, foi adaptado ao cinema pela mão de Daniel Alfredson, o realizador sueco dos dois primeiros filmes da trilogia Millennium, de Stieg Larsson.

Sinopse: Numa manhã de setembro de 1972, na remota ilha de Öland, na Suécia, o pequeno Jens aventura-se na densa névoa, movido pelo desejo de explorar o mundo para além do jardim dos seus avós maternos; não regressaria mais a casa. Depois de vasculhada toda a ilha, a Polícia convence-se de que o menino terá caído ao mar e morrido afogado.
Vinte anos mais tarde, a mãe, Julia, recebe uma chamada inesperada do pai, um reformado mestre de embarcações, a residir ainda em Öland, dizendo-lhe ter recebido nessa mesma manhã uma encomenda anónima com uma das sandálias que Jens calçava naquele dia fatídico.
À luz de novas provas, é forçoso que Julia regresse à ilha para encetar novas investigações. Apesar de contrariada, acaba por aceitar o regresso à terra onde cresceu e, depressa, pai e filha se verão enleados num puzzle que os retém presos ao passado. Pela primeira vez, Julia ouve falar de um personagem mítico de Öland, um tal Nils Kant, que em tempos fora o homem mais temido. Mas há muito que Nils está morto e enterrado. Antes mesmo do desaparecimento de Jens. Não obstante, há gente que afirma tê-lo visto deambular pela charneca ao cair da noite…
A Hora das Sombras marcou a estreia literária de Johan Theorin com um thriller que deixa o mesmo sabor amargo típico da inquietude presente nas obras-primas de Hitchcock.  


Sobre o autor: Johan Theorin nasceu em 1963 e passou grande parte da sua infância na ilha de Öland, onde o seu romance de estreia, A Hora das Sombras, tem lugar. Obteve vários prémios, dos quais se destacam o Glass Key, o prémio para Melhor Livro Sueco em 2009 e o prestigiado CWA International Dagger. Atualmente reparte o tempo entre o jornalismo e a escrita dos seus livros.

Imprensa
«Se gostou de Stieg Larsson, tem de experimentar um escritor sueco muito melhor: Johan Theorin.»
The Observer 

«Indispensável para todos os amantes do género.»
The Booklist

«Uma joia do longínquo Norte.»
El Periódico 

«O romance negro sueco é uma fonte inesgotável de talento, mas nem tudo o que reluz é ouro [...] Johan Theorin está acima dos demais e sobressai ao nível dos maiores nomes literários.»
El Mundo 

«Um livro de estreia admirável.»
The Times

Leia as primeiras páginas aqui

Para mais informações sobre o livro A Hora das Sombras, clique aqui
Para mais informações sobre a Porto Editora, clique aqui 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Karin Slaughter - Fraturado [Divulgação Editorial TopSeller]


Data de publicação: 6 Novembro 2014

               Titulo Original: Fractured
               Tradução: Pedro Garcia Rosado
               Colecção: Will Trent #2 
               Preço com IVA: 18,79€
               Páginas: 416
               ISBN: 9789898626844

Sinopse: Abigail Campano chega a casa e entra num cenário de pesadelo. Uma janela partida, uma pegada de sangue na escada e, a visão mais devastadora de todas, a sua filha adolescente morta no chão. Sobre ela está um homem com uma faca ensanguentada na mão. A luta que se segue vai mudar a vida de Abigail para sempre.
Quando a polícia local comete um erro que não só ameaça a investigação mas também coloca em perigo a vida de uma jovem, o caso é entregue ao agente especial Will Trent do Georgia Bureau of Investigation. Will terá como parceira a detetive Faith Mitchell, do Departamento de Polícia de Atlanta, que logo no primeiro encontro lhe mostra que não é a sua maior fã.
Sob o calor implacável do verão de Atlanta, Will e Faith percebem que só trabalhando juntos conseguirão travar o homicida brutal que tem como alvo uma das comunidades mais ricas e privilegiadas da cidade. Antes que seja tarde demais. 

Sobre a autora: Karin Slaughter é uma autora americana de ficção policial, nascida em janeiro de 1971. O seu primeiro thriller, Blindsighted, publicado em 2001, tornou-se um êxito imediato. Desde então, já publicou cerca de vinte títulos, que atingiram consecutivamente o top dos mais vendidos no Reino Unido, nos EUA, na Holanda, na Alemanha, na Irlanda, na Dinamarca e na Austrália.
Karin Slaughter já vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo, e os seu livros são editados em 32 línguas. A Topseller orgulha-se de publicar esta autora consagrada, iniciando-se com Tríptico, o primeiro thriller da série Will Trent. Chega agora às livrarias o segundo volume da série, intitulado Fraturado.


Anteriormente publicado
Opinião AQUI












Para mais informações sobre a editora TopSeller, clique aqui
Para mais informações sobre o livro Fraturado, clique aqui


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sarah Lotz - Os Três [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Confesso que estava extremamente empolgada com a leitura deste livro devido à sinopse e à recomendação de Stephen King, um dos autores mais reconhecidos em matéria de terror.
Mal o folheei apercebi-me que o tipo de narrativa difere da presente na maior parte das obras, sendo composta por entrevistas, reprodução de mensagens, emails e excertos de notícias, facto que me deixou ainda mais curiosa, pois a minha única experiência neste tipo de narrativa resumia-se à obra Guerra Mundial Z de Max Brooks.

Esta compilação de textos informativos acaba por transformar esta leitura como se de um documento se tratasse. Bastante verossímil a leitura acaba, contudo, por se tornar um pouco confusa uma vez que existem uma série de personagens que participam na trama, quer por testemunhos, ou indirectamente como familiares e conhecedores dos factos decorridos na Quinta Feira Negra. Posso confidenciar-vos que tive que reler uma segunda vez as páginas iniciais, a fim de me inteirar da totalidade dos acontecimentos descritos.

Claro que um acidente destes despoleta uma série de reacções por parte da sociedade, e várias teorias começam a ter forma, sobressaindo, sem dúvida, a teoria religiosa. A autora tornou bastante exaustiva a abordagem de uma nova religião baseada numa suposta profecia de Pamela May Donald onde as crianças surgem associados aos cavaleiros do Apocalipse.

Penso que a teoria religiosa foi bastante extensa face às demais e num dado ponto acaba por se gerar uma certa confusão com o quebrar dos selos, a vinda dos cavaleiros do Apocalipse e a chegada do Anticristo à Terra. Confesso que sou algo leiga em simbologia bíblica por isso procurei averiguar a relação entre as representações da guerra, peste, fome e morte com a entidade do Anticristo, tendo chegado à conclusão que o texto bíblico é muito mais curto e lacunar do que algumas referências na literatura contemporânea a temáticas apocalípticas.

Na realidade, esperava um maior desenvolvimento sobre as atitudes dos três sobreviventes após o acidente, ou melhor, esperava ficar chocada com os seus comportamentos. O facto de tal não ter acontecido deveu-se ao facto de a autora se ter centrado mais nas teorias da conspiração em torno da sobrevivência das crianças do que propriamente nas acções das mesmas, sendo explícito na sinopse que os seus comportamentos se classificariam como bizarros. Confesso que fiquei algo decepcionada pois quando li a sinopse, fiquei com a sensação que os Três teriam reacções bem ao estilo de Damien Thorn no filme The Omen.

Uma vez que os acidentes tiveram pontos distintos no mundo, há que destacar a multiplicidade de cenários na obra. O que mais me fascinou, a ponto de ir investigar sobre o mesmo, foi a famosa floresta dos suicídios no Japão, a Floresta de Aokigahara.

Os Três não é uma obra que considere um page turner, pois requer uma leitura mais morosa a fim de reter todas as informações que são deixadas, bem como o papel das personagens na trama. Em relação a estas, fiquei com  impressão que, por termos uma narrativa pejada de textos informativos, a autora não tece considerações directas sobre as personagens, cabendo ao leitor avaliá-las consoante os juízos de valor que vai fazendo sobre as mesmas ao longo da leitura. 

Devo também apontar alguma desilusão por parte do desfecho pois o mesmo apela a uma interpretação por parte do leitor, contando com a subjectividade de cada um.  

Em suma, Os Três é uma obra bem pensada. Escrita de forma inteligente, apresentando uma premissa que, no meu entender, poderia ter sido mais desenvolvida. Volto a realçar que teria ficado mais satisfeita se a autora fosse mais ousada no comportamento dos Três. Ao invés, Lotz optou por explorar uma teoria da conspiração referente à religião, tema que acho interessante, contudo, creio que, actualmente, já se encontra demasiado explorado. Não deixa, no entanto, de ser interessante e fidedigna a abordagem sociológica que um fenómeno desta natureza pode desencadear.
É uma obra diferente das que costumo ler e gostei, ainda assim, devo confessar que esperava um pouco mais. 

Stephen King - 22/11/63 [Divulgação Editorial Bertrand]


Data de publicação: 14 Novembro 2014

               Titulo Original: 11/22/63
               Tradução: Ana Lourenço e Maria João Lourenço
               Preço com IVA: 22,20€
               Páginas: 904
               ISBN: 9789722529068

Sinopse: Quando o seu amigo lhe propõe que atravesse uma porta do tempo para regressar ao passado com uma missão especial, Jake fica completamente arrebatado. A ideia é impedir que Oswald mate o presidente Kennedy. Jake regressa a uma América apaixonante e começa uma nova vida no tempo de Elvis, dos grandes automóveis americanos e de gente a fumar.
O curso da História está prestes a mudar…
22/11/63 é a 54a obra de ficção de Stephen King, um dos autores mais lidos em todo o mundo. Uma vez mais, o autor recorre às bases da literatura popular (neste caso, a ideia das viagens no tempo) para construir um romance que vai muito além do simples entretenimento. King aproveita para revisitar a América do final da década de 1950, a América da sua infância, marcada pelo crescimento económico e pelo bem-estar das famílias mas também, de forma negativa, pelo racismo e pelos temores de um conflito nuclear. Ao mesmo tempo, o livro coloca questões profundas sobre a natureza das nossas sociedades democráticas, constituindo, nas palavras do autor, um «alerta contra os perigos do extremismo ideológico.»


Sobre o autor: Stephen King, é um dos mais populares autores contemporâneos. Escreveu mais de quarenta livros, incluindo Carrie, A História de Lisey e Cell, Chamada para a Morte. Vencedor do prestigiado National Book Award e nomeado Grande Mestre nos prémios Edgar Allan Poe de 2007, conta hoje com mais de trezentos milhões de exemplares vendidos em cerca de trinta e cinco países. Números e um currículo impressionantes a fazerem jus ao seu estatuto de escritor mais bem pago do mundo.


Daniel Silva - O Assalto [Divulgação Editorial Bertrand]


Data de publicação: 7 Novembro 2014

               Titulo Original: The Heist
               Tradução: Vasco Teles de Menezes
               Preço com IVA: 17,70€
               Páginas: 456
               ISBN: 9789722529167

Sinopse: O lendário restaurador de arte e espião ocasional Gabriel Allon está em Veneza a restaurar um altar de Veronese quando recebe uma chamada urgente da polícia italiana. Julian Isherwood, o excêntrico negociante de arte londrino, deparou com o cenário de um homicídio brutal e agora é suspeito do crime. 
Para salvar o amigo, Gabriel tem não só de descobrir os verdadeiros assassinos, como também de encontrar a mais famosa das obras de arte desaparecidas: a Natividade com São Francisco e São Lourenço, de Caravaggio.
A sua missão levará Allon de Paris e Londres aos submundos do crime em Marselha e na Córsega e, finalmente, a um pequeno banco privado na Áustria, onde um homem perigoso guarda a fortuna suja de um cruel ditador. Ao seu lado, o espião tem uma jovem corajosa que sobreviveu a um dos piores massacres do século XX e que tem agora a possibilidade de se vingar da dinastia que lhe destruiu a família. 
Um livro elegante, sofisticado e de leitura compulsiva que deixará os fãs de Gabriel Allon cativados desde as primeiras páginas.

Sobre o autor: Foi jornalista e trabalhou para a UPI, primeiro em Washington e depois no Cairo, como correspondente para o Médio Oriente. Nesse período cobriu diversos conflitos políticos e a guerra Irão-Iraque. Conheceu a sua mulher, correspondente da NBC, e regressaram aos Estados Unidos, onde Daniel Silva foi produtor da CNN durante vários anos, tendo sido responsável por alguns programas muito populares, como Crossfire, The International Hour e The World Today, entre outros. 
Em 1997, logo após o êxito do seu primeiro livro, O Espião Improvável, Daniel Silva resolveu dedicar-se por completo à escrita, tendo entretanto publicado diversos best-sellers mundiais. 
O Washington Post coloca-o «entre os melhores jovens autores norte-americanos de literatura de espionagem» e é com frequência comparado a Graham Greene e a John le Carré. Vive em Washington D.C., com a mulher e os dois filhos.
Em 2009, foi nomeado para o Conselho do Museu do Holocausto dos Estados Unidos.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Passatempo 1000 likes no Facebook


Desta vez e para comemorar os 1000 likes no facebook, a menina dos policiais foi à sua estante e escolheu sortear um exemplar do livro Selvagens de Don Winslow. Para participar no passatempo tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.
São mantidos os moldes do passatempo anterior: a partilha no facebook, pública, garante ao participante mais uma entrada válida!

Regras do Passatempo:

- O passatempo começa hoje, 4 de Novembro de 2014 e termina às 23h59 do dia 14 de Novembro de 2014.
- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.
- O vencedor será contactado via e-mail.
- O blogue e as editoras não se responsabilizam por extravios dos CTT.
- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.
- Se precisarem de ajuda, podem consultar aqui.

Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)

domingo, 2 de novembro de 2014

Megan Maxwell - Surpreende-me [Opinião]


Sinopse: Björn é um atraente advogado a quem a vida sempre sorriu. É um homem ardente, alérgico ao compromisso e agrada-lhe desfrutar da companhia feminina nos seus jogos sexuais. Melanie é uma mulher de acção. Como piloto do exército americano está acostumada a levar a vida ao limite, no en tanto, a sua principal missão é a de lutar como mãe solteira pelo bem-estar da filha. Quando o destino os põe frente a frente, a tensão entre eles torna-se evidente. O que no começo foi um encontro hostil, pouco a pouco irá converter-se Numa atracção irresistível. Conseguirão estes dois titãs entender-se?

Opinião: Quando o tema é o romance sensual, no subgénero do contemporâneo, já confessei que os meus favoritos são os da autora Megan Maxwell. Aconselho a trilogia Pede-me O Que Quiseres, que prima por uma forte componente erótica centrando-se num casal de personalidades vincadas. Um dos personagens que assume grande destaque é o advogado alemão amigo de Eric, Bjorn.
Já a personagem feminina, Melanie, tem uma presença muito fugaz no último livro da trilogia.

Gostei imenso deste livro e penso que não fica nada atrás da trilogia. Além de "rever" personagens da série como Jud e Eric, gostei da química entre Bjorn e Melanie e a relação de amor-ódio que se instala e gradualmente se transforma em sentimento. As cenas quentes estão presentes através principalmente dos jogos mórbidos, como a própria autora os define.

Este livro é extremamente explícito e sensorial. Na linha da trilogia Pede-Me O Que Quiseres, Surpreende-me também apresenta a sua própria banda sonora. 
As passagens sexuais extremamente quentes estão intercaladas por momentos espirituosos protagonizados por Melanie e uns de cariz mais ternurento por parte da sua filha pequenina. A autora não se coíbe no tom explícito com que as várias práticas sexuais são descritas.

A história não apresenta grandes surpresas, sendo bastante linear. Ainda assim, é de rápida e compulsiva leitura pela combinação dos momentos que referi anteriormente.

As personagens são deliciosas. Penso que qualquer leitora se tenha sentido maravilhada pela sedução de Bjorn nos jogos eróticos da trilogia. Além disso, o advogado é um homem culto, inteligente, e acima de tudo, penso que sobressai do cliché das personagens masculinas deste género que se caracterizam por um sentimento de possessão. Já Melanie é uma mulher forte, tem uma profissão tipicamente masculina, mas acaba por mostrar um lado muito maternal e acima de tudo, muito feminino, não desleixando os seus desejos sexuais. Por ser mãe solteira e por desvendar a pouco e pouco as razões de estar tão fechada a relacionamentos, acaba por despertar empatia junto da leitora.

A relação de ambos é pautada por arrufos constantes e mesmo quando se apercebem que existe uma química além da atracção sexual, a trama torna-se ainda mais envolvente e a leitora dá por si a torcer pelo casal.
Eventualmente, por Melanie manter em segredo certos aspectos relacionados com a sua vida pessoal, irá criar um entrave para que se entendam e na minha opinião, o Bjorn poderia ter compreendido. Entendo que a autora queira dar um toque dramático e até de mistério "Será que os dois ficarão juntos?". Contudo, não deixo de expressar que foi algo exagerado por parte do protagonista masculino.

Apesar de Surpreende-me ter foco numa história diferente da trilogia, recomendaria a leitura da mesma previamente. Desta forma, a leitora conhece não só o casal Eric e Jud (ainda que tenham uma participação secundária, vêm desenvolvimentos na sua relação) bem como o contexto do aparecimento de Bjorn na história. Já para não falar das inúmeras referências ao clube Sensations, cenário de tantos jogos nos três livros antecessores.
Surpreende-me é, sem dúvida, um livro diferente dentro do género erótico, tendo-me agradado particularmente a forma como Maxwell equilibra o papel da mulher, não havendo um ascendente de um género sobre o outro, como acontece nos demais eróticos. Além disso, a harmonia entre a componente sexual e a história do casal, protagonizando alguns momentos de humor, torna esta leitura como quente mas simultaneamente leve e descontraída. Gostei mesmo muito!