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Opinião: Stephenie Meyer já fez furor por cá com a afamada série de vampiros, Twilight. Cheguei a ler o primeiro, todavia, não me encheu as medidas. Simplesmente romance com vampiros não é a minha onda... sim, tenho consciência de que ela não se limita às histórias com estes
seres e tem um outro livro, Nómada, mas não me parece que seja
igualmente o meu género.
No entanto, quando tive conhecimento que a autora iria enveredar pelo género thriller fiquei algo curiosa. Como se sairia Meyer num género tão diferente dos seus vampiros?
A resposta é A Química, um thriller repleto de acção e alicerçado sobre a temática da espionagem, a actividade da personagem principal. A trama desenvolve-se a partir de uma missão da protagonista que vai assumindo várias identidades que me pareceu chamar-se Alex, pois não ficou claro, para mim, qual seria o verdadeiro nome da mesma. A situação complica-se quando Barnaby, a única pessoa com quem Alex se ligava, morre e agora é ela o alvo de perseguição pois ela tem demasiadas informações em seu poder e há que silenciá-la.
Devo confessar que, inicialmente, o livro não me agarrou como desejaria. As constantes mutações da protagonista em prole das suas missões, baralharam-me e interrompi a leitura para ler outras obras. Todavia, ao ler uma critica positiva de alguém que também considerou o livro maçador ao início, sentindo-se arrebatada, numa fase mais adiantada da leitura, fez com que regressasse à obra, com mais afinco.
Globalmente, considero o livro interessante, com picos de acção, que tornaram a trama mais estimulante. Contudo, notei que a autora é demasiado descritiva. A meu ver, Meyer divaga por pormenores pouco relevantes para a acção. Daí considerar que a obra peca pelo excessivo número de páginas.
Dado que a protagonista vai assumindo várias identidades, tive, como já anteriormente explicitei, alguma dificuldade em discernir o carácter da mesma. Note-se que ela assume tantos nomes que nem eu tenho a certeza da sua verdadeira identidade. Ela é, sem dúvida, profissional mas não é daquelas personagens que transmite empatia ao leitor. Não aconteceu comigo, pelo menos. Porém, gostei do seu amplo conhecimento sobre composições químicas, com aplicações práticas nos métodos de tortura que Alex aplica aquando os interrogatórios.
Não obstante estes aspectos, é inevitável constatar a evolução de Meyer. Pelo menos, no meu entender. E realçando que sou limitada no conhecimento das obras da autora. Mas consigo ver uma evolução entre o primeiro livro da saga Twilight e A Química. Uma maturação na escrita e, de acordo com os meus parâmetros de avaliação, claro, na história que abandona os elementos de sobrenatural e fixa-se numa trama tipo Jason Bourne, que, na minha modesta opinião, é bem mais interessante.
Pessoalmente, eu teria descartado a componente de romance, que até é algo previsível e cliché.
Quem é fã da autora e aguarda por uma obra característica de Meyer, sentir-se-á, a meu ver, um pouco defraudado. Estamos, em suma, perante um livro mais maturado e também para um público alvo diferente quando comparado com as suas obras anteriores.
Uma trama que poderia ser adaptada ao grande écran que certamente iria funcionar. Nunca tinha equacionado voltar a ler a autora, depois da experiência de Crepúsculo, mas ainda bem que o fiz. Apesar de não me ter enchido por completo as medidas, A Química manteve-me entretida por umas horas.
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