Randy Susan Meyers - As Filhas do Assassino [Opinião]

Foi com muito entusiasmo que recebi em casa este livro, fruto da Parceria Bizâncio, e o entusiasmo foi ainda maior quando o li. Realmente o livro está muito bom, despertou em mim sentimentos de pena, revolta e pela primeira vez numa leitura, deu-me mesmo vontade de chorar...

O livro conta a história, e aparentemente verídica, de um homem que chega a casa e mata a sua mulher e esfaqueia a filha mais nova, de 5 anos, Merry. A filha mais velha, Lulu, de 10 anos tenta pedir ajuda mas nada impede que aconteça a tragédia. O livro é contado em primeira mão ora por Merry ora por Lulu, o que faz com que o leitor se coloque na pele das duas irmãs e sinta o ponto de vista de ambas.

A trama divide-se em três partes, acompanhando as faixas etárias das irmãs desde a infância até à idade adulta madura na condição de orfãs de mãe estando o pai na prisão. Este por sua vez tenta chegar às filhas apesar de todo o mal que lhes fez, no entanto só Merry o visita. Lulu por sua vez repulsa o pai.

O leitor assim envolve-se na difícil infância de Lulu e Merry numa casa de acolhimento após rejeição da família materna, a adolescência (que sendo de si um processo complicado, torna-se ainda mais pesada), a relação com o sexo oposto e a percepção do casamento e da maternidade.

O livro também expõe algumas lições de vida importantíssimas: o quão forte pode ser o Homem e ter vontade de vencer perante uma tragédia destas (achei que a personagem Lulu é o perfeito exemplo disto), a capacidade de perdoar algo tão grave (Merry) e acima de tudo, o quanto pode ser modelada a maneira de ser e encarar a vida depois de um trauma desta dimensão.

Um livro bastante emotivo que nos lembra do quão fortes são os laços familiares. Com uma escrita fluída e empática com o leitor, é um livro que prende a atenção e a vontade de descobrir qual será o rumo da vida das duas irmãs e como reagirão quando o pai finalmente sair da prisão (este desenlace na minha opinião, veio ao encontro do que eu já esperava).