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quinta-feira, 17 de março de 2011

Arne Dahl - Misterioso [Opinião]


Foi com um enorme prazer que li o novo título da Colecção Minutos Contados, bastante boa a nível de policiais/ thrillers, com a parceria da Editorial Presença.

Antes de mais devo dizer que adoro estes novos livros amigos do ambiente da Editorial Presença. Como alguns de vós sabem, sou engenheira do ambiente e portanto todas as iniciativas possíveis para pouparmos os nossos recursos agradam-me mesmo muito! Pois bem, estes livros possuem a textura da folha bastante suave e desmistifica a ideia que o papel reciclado tem obrigatoriamente ser mais "sujo" do que o outro. Isto tudo para dizer que estes livros são bem mais leves (eu adoro andar com o livro na mala para ler nos transportes, por isso esta nova concepção do livro ajuda imenso!)

Mas passando ao que interessa... a dificuldade de ler um livro nórdico é acrescida devido aos nomes próprios das personagens e locais. Ainda para mais eu salto do Henning Mankell para Arne Dahl, e parece que ler dois livros suecos de empreitada é obra!

O livro começa com o inspector Paul Hjelm num caso de sequestro muito mal parado, e após um disparo sobre um estrangeiro, o inspector enfrenta um processo disciplinar. Contudo, esta reacção impulsiva desencadeia um mediatismo de super herói em Hjelm, e este é convidado pelo superintendente Jan-Olov Hultin a integrar uma unidade especial, o grupo A.

Por sua vez, o grupo A vai investigar os crimes de dois empresários suecos, mortos como se um ritual se tratasse, duas balas, e sem rasto de pistas. Deste modo, a unidade especial vai seguir os indícios que apontam para o envolvimento da Máfia da Estónia. De repente as investigações centram-se na gravação de Misterioso de Thelonious Monk, encontrada num local do crime. Terá esta pista alguma relação de facto com todos os crimes?

Este facto aguça a minha curiosidade, que li capítulo após capítulo com alguma ansiedade. Intercalando as investigações do crime com a relação entre Paul e a mulher Cilla e os episódios da borbulha na bochecha do inspector, as respostas vão sendo respondidas aos poucos, de uma forma misteriosa.

Gostei de ter aprendido um pouco mais sobre Maçonaria e sociedades secretas com nomes de mitologia nórdica logo no início do livro, ainda que tenha sido uma breve abordagem.

Penso que o autor sabe contextualizar a sua deixa humorística nos momentos certos da narrativa, aliviando a carga pesada que uma investigação criminal retrata, assim como a descrição dos impulsos de Hjelm com a sua colega feminina do grupo A. Na minha opinião, a história não é linear, apesar de apresentar alguma tensão e bastante acção no decorrer da narrativa, contendo alguns twists, o que confere também alguma imprevisibilidade. Em relação ao desfecho, este foi mais ou menos como eu o idealizei, bastante tenso mas simples e que explicou convenientemente o que se leu para trás.

O ponto pior foi a dificuldade nos nomes suecos, estes ainda mais complicados do que os livros nórdicos que eu tenho lido (e convém dizer que eu ando com alguma pedalada nesta temática). Assim, andei eu com umas notas para não me esquecer da personagem e dos locais.

Relembrando que este é o primeiro livro do autor, devo acrescentar que está realmente bastante bom a ponto de haver prevista uma adaptação em série televisiva ainda para este ano, conforme se pode constatar aqui. Recomendo a quem aprecie uma dose de emoções fortes!


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