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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jodi Compton - A 37ª Hora [Opinião]

A minha estreia na autora Jodi Compton traduz-se desta forma: um livro com 250 páginas, com uma sinopse aliciante, inserido numa das colecções minha favorita, Crime Perfeito das Publicações Europa América, e do qual vos falarei neste post.

Gostei imenso da escrita de Compton. Muito acessível, com uma linguagem desprovida de elementos chocantes, vários diálogos, abundantes descrições, e dado o tipo de narrador, é um livro que visualizamos todos os acontecimentos como se directamente participássemos na acção. Sim, o livro é narrado na primeira pessoa, sob o ponto de vista de Sarah Pribeck, detective do departamento de pessoas desaparecidas. Desta forma, a trama envolve o leitor no seu drama pessoal, quando o marido, Michael Shiloh subitamente desaparece. E Sarah, que está contextualizada com casos de inúmeros desaparecimentos, a este não consegue dar resposta.

Se por um lado, um livro narrado na primeira pessoa permite estarmos na trama como se directamente participássemos na mesma, por outro sinto que se houvesse um narrador, mais brilhantemente descreveria esta personagem. Pois é esse pormenor que tenho a apontar, sinto que inicialmente, a personagem pouco revela de si mesma, do seu passado, e terá que ser o leitor a formular uma caracterização psicológica de Sarah, através dos acontecimentos que ela narra.
Na minha opinião, o conhecimento sobre Sarah é limitado dada esta perspectiva, no entanto com o desenvolvimento da trama, o leitor vai conhecer alguns aspectos sobre a personagem e da sua infância, que, como seria de esperar, traz associada uns pequenos esqueletos no armário.
Depois é todo um paralelismo com a minha forma de ser, e admito, estaria muito mais desesperada caso o meu marido desaparecesse. OK, mas Sarah é detective, já se deparou com inúmeros casos semelhantes, ainda com pessoas desconhecidas, e deverá ser racional (postura que demonstrou durante toda a trama).

Mas se Sarah Pribeck é um tanto ou quanto enigmática, o seu marido Shiloh ultrapassa-a. Nada sabemos dele, senão que é um marido aparentemente atencioso. Ao longo da trama iremos saber alguns factos do seu passado, que inclusivé Sarah desconhecia até então. A autora arquitecta segredos obscuros e intensos na personagem de Shiloh, e desvenda-os num timing perfeito. Mais uma vez, o facto da história ser narrada na primeira pessoa, intensifica o efeito surpresa dos segredos do marido de Sarah.

A trama tem definitivamente como tema fulcral o desaparecimento de Shiloh. Como contraponto há uma trágica eventualidade com a qual Sarah se debate: o homicídio de Kamareia, a filha da sua melhor amiga e parceira, Genevieve Brown.
As consequências deste acontecimento dramático são fortemente exploradas ao longo do livro, e no decorrer da leitura me questionei várias vezes, se haveria alguma relação de causa-efeito entre estes dois tristes episódios. É sem dúvida um livro que prende, pelo mistério e a ânsia em descobrir o paradeiro de Shiloh. E como prova, li, aliás, devorei, este livro em apenas dois dias.
Não consegui descobrir uma conexão entre o nome do livro e o conteúdo do mesmo. Até porque a acção dura seis dias. A minha teoria, no entanto, é o quão empolgante e dramático é a seguinte frase: "Diz-se que se uma pessoa desaparecida não é encontrada em 36 horas, o seu rasto desaparece", como subtítulo, aferindo ao livro, uma enorme curiosidade.

Um livro cujo início foi algo moroso, mas o desenrolar da trama foi fascinante. A cada página virada, estava a braços com uma descoberta sobre Shiloh, o que tornou o livro muito interessante. Mas devo confessar que o final não foi bem aquilo que tinha equacionado, deixou algumas dúvidas, e uma pequena surpresa. Foi então que pesquisei sobre a autora, e descobri que este é apenas o primeiro livro protagonizado por Sarah Pribeck. Fico ansiosamente à espera da publicação do próximo livro pela Europa América.

Não deixo de recomendar aos fãs do thriller psicológico! Uma excelente leitura que irá deixar-vos alerta e mais sensibilizados com as questões de desaparecimento, homicídio e sacrifício. Uma autora que, definitivamente, quero voltar a ler as suas obras.

2 comentários:

  1. Olá,
    tenho este livro na estante à espera de ser lido... ainda bem que o recomendas.
    Boas leituras!
    Bjs

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  2. Esse livro é realmente muito bom! Ele prende o leitor.. Amo livros assim.. Estou ansioso para ler o proximo livro..

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