Páginas

quinta-feira, 8 de março de 2012

William Brent Bell - O Despertar das Trevas [Opinião Cinematográfica]

Desde há uns meses para cá muito se falava do filme O Despertar das Trevas e o quão inovador seria este face à temática do Exorcismo. E de facto o aliciante trailer fez com que ansiasse ganhar bilhetes para a anteestreia! E ganhei! Com tantas expectativas em alta, estas saíram completamente defraudadas. E passo a explicar:

O Despertar das Trevas apresenta-se sob o formato de documentário, já sendo usual no cinema actualmente. O pioneiro terá sido o Projecto BlairWitch, no entanto muitos filmes se seguiram, como Rec ou Actividade Paranormal. Ora aqui temos um documentário feito por Isabella Rossi, para tentar descobrir o que terá acontecido à sua mãe, Maria Rossi, há 20 anos atrás. Em 1989 Maria Rossi ligou para o 112, dizendo que matou três pessoas. E desde essa altura, alegando insanidade mental, Maria está internada num hospital psiquiátrico em Itália, não registando quaisquer melhoras a nível do seu estado de saúde.

Penso que as actuações, exceptuando talvez a de Susan Crowley (Maria Rossi), em que é notável já alguma experiência, são medíocres. Falo acima de tudo da jovem Fernanda Andrade (Isabella). Lembro-me da cena em que ela sai do hospital fazendo um esforço sobrenatural para chorar e apenas caindo uma singela lágrima de crocodilo. Grita muito ok, factor para assustar mais as pessoas mas na minha opinião, esta personagem falhou redondamente.

Se as personagens me desiludiram, então o enredo...

Muito bem, à partida tínhamos um documentário (eu não sou nada contra este formato de filme, até porque gostei muito do Rec). Houve muitas partes mortas, em que houve entrevistas com explicação entre doença mental e possessão. What for? Adiantou para a acção? OK, foi interessante saber que existe uma hierarquia do Mal conforme existe uma para os Anjos, tirando isso, foi para encher chouriços.

Podiam ter explorado mais a temática do exorcismo, em vez que se cingirem inicialmente à personagem Rosa. Aí gostei da acção, a actriz esteve bem, meteu respeito toda a sua postura bem como a linguagem corporal. E pronto este foi um dos poucos momentos altos do filme... Na realidade só me consigo lembrar de outros dois momentos que tenham sido assim tão bons... Ora num filme de uma hora e vinte e cinco minutos, dá um rácio muito baixo. E mais, revendo agora o trailer, posso dizer que todas as cenas interessantes estão lá e que o filme nada mais adianta...

O que prometia ser um filme interessante, do estilo Rec mas enriquecido com possessões demoníacas com transferências corporais subitamente decai num cliché e numa coisa sem sentido. E eis que subitamente o filme termina, ficando eu sem perceber uma série de questões. O que teria de facto acontecido a Maria Rossi? Aliás, o que aconteceu ali na história? Terá acabado o baixo orçamento estipulado para a realização do filme? E foi neste ponto que o filme passou do medíocre para o mau. Saí da sala de cinema chateada e indignada.

A sensação com que fiquei é que, à semelhança de Actividade Paranormal, este filme terá certamente uma sequela em que finalmente os factos serão devidamente explicados. Ainda bem que fui à anteestreia pois choraria o dinheiro gasto no bilhete.

Sem comentários:

Enviar um comentário