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terça-feira, 19 de junho de 2012

Steve Mosby - O Assassino 50/50 [Opinião]


Já alguma vez pensou se ama a sua esposa/marido a ponto de morrer por ela/ele? E se esta fosse uma escolha forçada num jogo mórbido?
Este é o mote do livro O Assassino 50/50, um homem que quando começa os seus ataques, já conhece muito bem as suas vítimas: jovens casais, que são submetidos a uma noite de tortura e manipulação, tendo como objectivo a escolha da morte de um dos dois ao amanhecer.

É então uma trama violenta, assim um pouco do estilo do filme Saw mas mais básica, são infligidos vários níveis de tortura às vitimas, o que potencia uma escrita gráfica e violenta por parte do autor (embora não chegue aos calcanhares de Pierre Lemaître ou Mo Hayder).
Há um jogo psicológico muito intenso como pano de fundo deste quase "gore literário" que se debruça sobretudo no casal Scott/Jodie e nos casais que anteriormente estiveram sob esta provação por parte do Assassino 50/50.
Mas o cenário psicológico vai além das vítimas e acaba por pairar sobre o detective John Mercer e a esposa Eileen e o detective Mark Nelson, recém chegado para colaborar na investigação sobre este temido homicida.

Scott e Jodie são o casal chave: pretende-se resgatar um deles, a vítima menos afortunada do jogo do diabo (como é apelidado por várias vezes, o Assassino 50/50), enquadrando-se a acção no espaço daquela noite. O timeline é o amanhecer. Enquanto isso, somos confrontados com uma série de provações e paralelamente acompanhamos a investigação por parte da polícia.
Esta noção temporal é quase como claustrofóbica: o leitor percorre página após página com o coração na boca, torcendo que a pessoa saia imune do cativeiro tortuoso mantido pelo assassino.

Enquanto isso há uma sucessão de remorso, e sentimentos mal resolvidos por parte do outro membro do casal, permitindo o leitor conhecer um pouco da vida de Jodie e Scott e ficar surpreso com as várias revelações dos jovens.

Posto isto, há um interesse por parte de Mosby em intensificar a componente psicológica e assim introduzir o traumatizado detective John Mercer e o seu desleixo para com a esposa Eileen e mais importante ainda, apresentar o novo detective Mark Nelson, ele próprio com um trauma, ainda que aparentemente superado. A narrativa é feita sob a primeira pessoa quando se trata de Nelson, mas a cada intervalo temporal, há quase como um subcapítulo focado para uma dada personagem, garantindo que estas são desenvolvidas quase com a mesma profundidade e respeitando a ordem cronológica dos acontecimentos. Acabam por ser personagens bastante credíveis dada a fragilidade e autenticidade dos sentimentos que conseguem facilmente chegar até nós.

Nada é tomado como garantido quando chegamos ao desfecho, genial na minha opinião, onde os factos empíricos são destronados, revelando um final emocionante e surpreendente numa trama bastante inteligente. O jogo esquematizado pelo assassino é algo mórbido, e dentro dos moldes, acaba por ser original os testes e a contextualização a que o serial killer submete os jovens casais. No entanto, estava à espera de testes mais elaborados tipo Saw, em que as atrocidades derivam de armadilhas complexas. Como disse, estas provações são mais básicas, consistindo apenas em tortura e violência gratuita na namorada ou no namorado, sendo apenas factor decisivo salvar a sua vida ou a da pessoa amada.

Este é portanto um livro que lida muito com a temática do sacrifício, os limites são justamente a renúncia de uma vida em prole da pessoa que mais amamos. Não é de todo vulgar, e claro que tema tão polémico quanto este pode ser uma profunda reflexão sobre a auto estima e outros valores que tais. Gostei e fiquei bastante curiosa em ler os restantes livros do autor!

3 comentários:

  1. Vi um ep de SCI, que me fez pensar na intriga deste livro. O criminoso procurava casais e o jogo do sacrifício pelo outro, mas no final, matava-os aos dois. Havia um casal que escapava sem saber, apenas porque discutiam imenso e deram a ideia errada de não gostarem um do outro.

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  2. bolas!
    Não vi esse episódio e agora fiquei com pena. Por acaso não sabes qual é a temporada e nº episódio? CSI tem tantos que acho que nunca irei ver a série na sua totalidade lol

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