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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Stephen Booth - Medo de Viver [Opinião]



Sinopse: «Rose Shepherd sempre soube que a iriam matar… era apenas uma questão de quando e como.»
Um homicídio na calada da noite - uma janela aberta e três balas vindas da escuridão. A vítima é uma inocente senhora de meia-idade. Mas será que ela é tão inocente quanto parece? A morte de Rose Shepherd está repleta de questões - ao contrário da morte de uma mulher e duas crianças num incêndio doméstico. Não deixa de ser uma tragédia, mas é algo mais comum.
É nesta altura que a detective Fry vai encontrar uma ligação entre os dois casos, um elo que atravessa a fronteira entre nações, entre o bem e o mal, entre a loucura e a sanidade. Diane Fry e o detective Ben Cooper vão descobrir a razão pela qual algumas pessoas têm medo de viver - e outras estão destinadas a morrer…

Opinião: Sou grande fã das tramas de Stephen Booth e estou a ler a série ordenadamente. Depois de ter lido Ossos, Um Último Suspiro e O Lugar Morto, segue-se este Medo de Viver.
Gostei muito de como a trama se inicia mas devo confessar que perdi um pouco o interesse lá para meados da história (já vou explicar porquê). Mas rapidamente, este constrangimento desapareceu, e terminei mais um bom policial do autor britânico.
Obviamente que a premissa me deixou muito intrigada, até porque não me parecia muito lógico que o homicídio de uma idosa pudesse estar de alguma forma relacionada com a morte de Lindsay Mullen e seus filhos, quando estas são em circunstâncias completamente diferentes.

Quando se está prestes a descobrir esta ligação, eis que o autor inclui na trama elementos alusivos à Máfia da Europa de Leste. E como vós sabeis, nem sou grande fã de histórias baseadas no crime organizado. Foi nesta altura que fiquei um pouco desmotivada com a leitura. No entanto, devo admitir que foi até interessante conhecer mais sobre a história da Bulgária, o que aconteceu com o país com o colapso da União Soviética, e acima de tudo, os métodos mais desesperados que as pessoas adoptavam para sobreviver.
Este contexto, um pouco mais histórico, e embora saindo das minhas preferências literárias, reconheço que foi fulcral para a resolução dos crimes, mostrando que Medo de Viver é uma trama bastante intrincada e muito surpreendente. O autor desenvolve os dois casos, investigado cada um pelos dois protagonistas, como se independentes se tratassem até certa altura, onde se verifica que as investigações se cruzam: uma revelação inesperada que explica porque algumas pessoas podem ter "medo de viver."

O segundo ponto que me desiludiu foi obviamente a relação de Diane Fry e Ben Cooper. Já me tinha expressado anteriormente em como desejava que ambos ficassem juntos até porque o autor sempre enfatizou uma química entre as personagens mas em Medo de Viver, existe um claro distanciamento entre as mesmas.
Resta o magnífico da Inglaterra rural, ponto de vista realçado por Ben (que me fascina como curiosa que sou com as ilhas britânicas) aliado à preocupação do seu irmão Matt com a hereditariedade da doença que a mãe padece.
Já a história de Diane, que se debruçava sobre a complicada relação com a irmã, está francamente subdesenvolvida, não trazendo nada de novo.
Aguardo então por novos desenvolvimentos nos futuros livros, Morto por Pecar e O Toque da Morte.

Sem grandes registos de violência, uma vez mais, caracterizando os policiais de Stephen Booth como quase equiparáveis aos da conterrânea Agatha Christie. Com excepção talvez de O Lugar Morto, que me impressionou pelo mórbido que caracterizava toda a trama. A série de Fry e Cooper, diria que se adapta a todos aqueles que gostam de uma boa resolução de um crime. Bem... devo dizer que até são dois crimes, fórmula esta também característica de Booth, que revela a capacidade de surpreender qualquer leitor ao ligar, de forma lógica mas aparentemente imperceptível, dois casos de naturezas diferentes.
E claro, a mestria do autor no final, extremamente irónico... de facto faz-me ansiar por mais obras do autor, que lerei em breve, sem qualquer medo!

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