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domingo, 17 de fevereiro de 2013

David Hewson - The Killing: Crónica de um Assassínio Vol 2 [Opinião]


Sinopse: Sarah Lund está a acabar o seu último dia como detetive no departamento da Polícia de Copenhaga antes de partir com o filho adolescente para a Suécia onde vai viver com o namorado. Mas tudo muda quando Nanna Birk Larsen, uma estudante de dezanove anos, é encontrada morta nos bosques em redor da cidade com sinais evidentes de ter sido brutalmente agredida e violada. 
Os planos de Lund para deixar o país vão sendo adiados à medida que a investigação com o seu colega, o detective Jan Meyer, se torna cada vez mais complexa. Enquanto a família de Nanna tenta conviver com a sua perda, o carismático político Troels Hartmann está em plena campanha eleitoral para a presidência da Câmara Municipal de Copenhaga. 
Quando as ligações entre a Câmara e o assassínio se tornam conhecidas, o caso toma uma direção completamente diferente. Ao longo de vinte dias, os suspeitos sucedem-se enquanto a violência e a intriga política estendem a sua sombra sobre a investigação. Baseado no argumento de Søren Sveistrup para a série de televisão com o mesmo nome, David Hewson transformou um enorme êxito televisivo num sucesso literário.

Opinião: Depois de ter lido o primeiro volume, o início da história correspondente à adaptação literária da famigerada série The Killing, era muita a curiosidade em ver publicado o segundo livro, o qual resolve por completo o mistério: "Who killed Nanna Birk Larsen?"
Recordo que ambos os volumes correspondem à primeira temporada da série original Forbrydelsen.

Fiquei surpreendida ao constatar que a obra, originalmente publicada num único livro em vários países, foi "partida em dois volumes". Felicito a editora por reduzir o intervalo entre publicações, que relembro este terá sido entre Novembro e Janeiro. Não obstante, confesso que tive que reler as últimas passagens do primeiro volume antes de iniciar a leitura deste segundo livro.

A trama, de facto configura-se diferente face à série que conheço, pois apenas tive a oportunidade de assistir à adaptação americana. Daí que desconheço se os moldes do livro serão exactamente fieis à primeira temporada dinamarquesa. Se o é, fico contente: a história está de facto, globalmente, mais sólida se tiver em conta o remake. Ainda comparando a série americana com o livro, um pormenor que muito me agradou na leitura do enredo foi a forma como terminou a investigação, desfecho este pouco claro e deixado em aberto na série.
Se no primeiro volume, aleguei que a história não traria surpresas, com a leitura do segundo, o mesmo não se verificou pelo motivo anteriormente mencionado. Apesar de manter a essência, algumas passagens desviam-se daquilo que eu conhecia da história, mantendo uma sobriedade e lógica dos acontecimentos, surtindo em mim, um efeito não só de surpresa como de verosimilhança.

É-me difícil elaborar esta crítica, pois não faz sentido tratar deste livro como único. Há que, em primeiro lugar privilegiar a leitura do primeiro volume. Quem não o fizer, sentir-se-á perdido. Daí que as considerações tecidas neste post, doravante, terão naturalmente reflexo no conjunto das duas obras.

As personagens neste segundo volume mantêm o mistério que o caracterizam uma vez que o caso referente a Nanna Birk Larsen será desvendado praticamente no final. As falsas pistas são uma ainda recorrente, fazendo com que o leitor suspeite de cada personagem, incluindo a mais aparentemente ingénua.
Por isso as reviravoltas, são uma constante, não só no volume um como neste segundo.

Como já mencionei no post do volume 1, eu acho a história de The Killing, absolutamente arrebatadora. Um dos melhores e mais completos enredos policiais que tive conhecimento. Não só porque há uma investigação policial sobre a morte de uma adolescente, como há uma profunda reflexão sobre o estado emocional da sua família no decorrer deste processo. Há um enfoque na sociedade e como a corrupção no seio político pode influenciar um inquérito tão fulcral como uma investigação policial.
Daí que para mim, a experiência de ter lido The Killing, após ter visualizado a série, cimentou o que eu já sentia sobre a história. São dois livros que não posso deixar de recomendar pela autenticidade dos sentimentos de dor pelos familiares, curiosidade em desvendar o crime e indignação ao aceder à vida mais íntima de um aparente nobre político. Gostei muito!

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