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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Sandra Brown - Letal [Opinião]


Sinopse: Quando a filha de quatro anos lhe diz que está um homem doente no seu jardim, Honor Gillette corre a ajudá-lo. Mas esse «doente» revela ser Lee Coburn, o homem acusado de assassinar sete pessoas na noite anterior. Perigoso, desesperado e armado, ele promete a Honor que ela e a filha não irão magoar-se se ela fizer tudo o que ele lhe pedir. Honor não tem alternativa a não ser aceitar a sua palavra.

Em breve Honor descobre que nem as pessoas mais próximas de si são de confiança. Coburn afirma que o seu falecido marido possuía algo extremamente valioso que coloca Honor e a filha em perigo. Coburn está ali para levar consigo esse objeto - a qualquer custo. Dos escritórios do FBI em Washington, D.C. a um velho barco no litoral da Louisiana, Coburn e Honor fogem das pessoas que juraram protegê-los e desvendam uma teia de corrupção e depravação que os ameaça não só a eles, mas à própria sociedade.

Opinião: Já li todas as obras de Sandra Brown publicadas em Portugal, com excepção de Vidas Trocadas e até hoje os meus preferidos foram: "Uma Voz na Noite" e "Obsessão". Doravante mencionarei Letal como pertencente a esta lista. Simplesmente adorei este livro!

A acção começa imediatamente, e desde então que capta de uma forma quase irreversível, o interesse do leitor. O desenvolvimento das personagens é algo que Brown fará à medida que decorre a acção. Embora previsível a relação entre Coburn e Honor, a mesma será construída com base pouco usual, uma vez que inicialmente as circunstâncias são altamente desfavoráveis. Aparentemente ele é o assassino procurado pela polícia e ela, a professora viúva que ajuda um foragido. O enredo dá grandes reviravoltas, tudo dentro da credibilidade.

Como fã da autora e tendo lido grande parte dos seus livros, se há fórmula em que Sandra Brown se destaca é o policial em que se enfatiza o romance, o chamado suspense romântico. Por isso seria expectável algumas passagens de teor sexual, como é habitual nos seus livros. No entanto, penso que este foge um pouco à fórmula: as cenas sexuais escasseiam, e o policial é substituído pelo género de acção, uma vez que é eminente a caça ao homem, com alguns homicídios pelo meio. 
Quem procura um romance, sentir-se-á francamente desiludido, pois este é passado para segundo plano em virtude do suspense. Por outro lado para quem é ávido por uma boa história de acção, este é o livro certo!

Não obstante, a autora não descura a componente humana que é constantemente realçada nos seus romances. Existem histórias paralelas que enriquecem a trama: o casal Tom e Janice com o filho deficiente, gravemente incapacitado e a forma como o seu casamento é influenciado; a amiga Tori e os seus casamentos em série; o capataz hispânico Diego e a sua história com Isobel. Todas estas subtramas, embora de menor importância, acabam por ter uma ligação, ainda que indirecta, ao caso de Honor. Embora viúva, esta é uma mulher forte e destemida, tendo.me cativado desde imediato. Coburn por sua vez, tão duro mas ao mesmo tempo tão emotivo sobretudo com os gestos da filha de Honor de apenas quatro anos.

Repleto de acção e emoções fortes, a trama explora o segredo do falecido marido de Honor enquadrando com a temática do transporte ilegal de drogas, armas e até pessoas, oriundo do México. E que relação terá o temível Guarda Livros, o cérebro de uma consistente rede criminosa e Eddie Gilette?

Em relação ao desfecho, este de facto surpreendeu-me genuinamente no que concerne a uma revelação. No entanto, tenho que confessar que fiquei um pouco decepcionada com o interregno quase abrupto, que a autora enveredou no epílogo, sendo um final que deixa o leitor apelar à sua imaginação. Pessoalmente, e para quem está familiarizado com os finais dos livros da autora, achei sinceramente que este final foi menos bom.

Não obstante este facto, Letal foi para mim, um dos melhores livros de Sandra Brown até à data!
Aguardo com muita ansiedade a publicação do próximo.

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