Sinopse: Carrie era a ave rara da escola, aquela que era trapalhona nos jogos, a que a roupa nunca assentava bem, que nunca percebia uma anedota.
E por isso tornou-se o alvo da chacota e da crueldade dos outros adolescentes, que a confundiam e magoavam ao mesmo tempo. O único consolo, embora escasso, era o seu jogo secreto, mas como tantas outras coisas na vida de Carrie, era pecaminoso Ou pelo menos era o que a mãe afirmava Carrie conseguia fazer mexer os objectos - concentrando-se neles, desejando que se movessem. Pequenas coisas, como berlindes, que começavam a dançar. Ou caía uma vela. Fechava-se uma porta. Este era o seu jogo, o seu poder, o seu pecado, firmemente reprimido como tudo o resto na sua vida. Um acto de ternura, tão espontâneo como as piadas maldosas dos colegas de turma, permitiu que Carrie olhasse para si própria de maneira diferente na noite fatídica do baile de finalistas. Mas outro acto - de uma crueldade feroz - mudou para sempre o rumo das coisas e transformou o seu jogo clandestino numa arma de terror e destruição. Ela faz cair uma vela acesa e trancou as portas...
Opinião: Quem não conhece o afamado filme Carrie, protagonizado por Sissi Spacek, realizado por Brian De Palma em 1976? Este foi adaptado do primeiro livro escrito por Stephen King, aquele que viria a ser, mais tarde, considerado como o mestre do terror. A título do desafio temático de Julho, a leitura de um livro cujo título tenha o nome próprio de uma personagem, não poderia ter elegido melhor do que Carrie.
Não esqueçamos que Carrie foi a primeira obra escrita por King e ainda assim, é notório o talento que o autor deixa transparecer. Aliando a história original com contornos que o deixarão preso à sua leitura com o facto do reduzido número de páginas, é uma obra de rápida leitura.
A estrutura do livro, diferente do habitual, contempla excertos de artigos científicos e notícias que, embora fictícias, ajuda a recriar um ambiente verossímil da trama. Carrie White foi educada num ambiente religiosamente sufocante com a sua mãe, o que indirectamente atribui uma perspectiva opressiva no desenvolvimento das relações com outrém. Assim, Carrie foi educada no seio da mais pura ignorância, desconhecendo factos tão naturais para as mulheres como a menstruação. Este comportamento desencadeou desde cedo uma quase fobia social, visto que a comunidade encara Carrie como uma estranha.
Há uma série de temas que King aborda no desenvolvimento da presente obra: o bullying, o fanatismo religioso e um outro mais controverso, o da telecinética. Seja o leitor céptico ou não, King desmistifica a telecinética, com base em alguns artigos, sendo esta a capacidade de mover objectos com a força psíquica. Carrie é detentora deste estranho dom que será determinante para que a jovem leve a cabo uma vingança.
Carrie é sem dúvida um grande conto de terror, complementado com a grande tragicidade que antevemos página após página. Confesso que já conhecia a história afinal de contas, Carrie marcou a história do cinema de terror, no entanto e como já tive oportunidade de me expressar, prefiro sempre a literatura às adaptações televisivas. Notei que, mesmo sendo um filme fiel, há pormenores no livro que são explicados de forma mais completa, como o testemunho da vizinha de Carrie que deixa antever que a infância da jovem terá desenvolvido nestes moldes tão pouco usuais.
Pela abordagem dos temas que frisei há pouco, juntamente com o terror e o dramatismo que poderosamente deixam transparecer durante toda a trama, Carrie foi decididamente um livro de que gostei muito!
Curiosamente, neste outono estreia uma nova adaptação do livro em cinema. Caso se sintam curiosos, deixo-vos o link do trailer:
Pela abordagem dos temas que frisei há pouco, juntamente com o terror e o dramatismo que poderosamente deixam transparecer durante toda a trama, Carrie foi decididamente um livro de que gostei muito!
Curiosamente, neste outono estreia uma nova adaptação do livro em cinema. Caso se sintam curiosos, deixo-vos o link do trailer:
Eu adorei o livro e estou super curiosa com esta nova adaptação. Mas não gostei do filme do Brian de Palma. É um clássico, sem dúvida, acho que a Sissy está perfeita como Carrie. Mas em relação à história falta-lhe muita coisa que eu achei que era importante...
ResponderEliminarDe qualquer forma, quanto ao livro, adorei pelos mesmos motivos que tu: a história, os temas que King aborda e pela maneira como tudo é contado. Foi o primeiro livro dele que li e achei muito bom!
Olá Diana!
ResponderEliminarMas tu viste o filme depois de teres lido o livro? Acho que sim, o livro está bem mais completo. E não esquecer que a Carrie vai de vermelho para o baile, a cor do "Diabo" e no filme vai de... rosa bébé ehehe
Como tinha visto o filme, já tinha gostado muito, mas o livro, esse, adorei :D
Um beijinho e boas leituras :)