Páginas

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Karin Slaughter - Tríptico [Opinião]




Sinopse: AQUI

Opinião: Há uns bons anos li, publicados pela Gótica, dois livros que me marcaram profundamente: Morte Cega e Um Muro de Silêncio. Desde então que lamentava o facto de não encontrar mais nenhuma obra de Karin Slaughter publicada no nosso país (atente-se bem o apelido da senhora que significa chacina em português). 
Assim, foi com muito entusiasmo que tive conhecimento da publicação de Tríptico por parte da TopSeller, o primeiro livro protagonizado por Will Trent. 

Não há adjectivos suficientes que façam jus a este Tríptico, um excepcional thriller, diria até um dos melhores que li este ano. 
Tendo lido já alguns livros do género, identifico uma fórmula que resulta muito bem em policiais e thrillers: o efeito surpresa na descoberta da identidade do vilão. Em Tríptico, esta informação é desvendada precocemente. As reviravoltas essas, debruçam-se noutros planos da história. O que mais cativa nesta obra, é sem duvida a forma como a autora construiu as personagens.
Finda a leitura, para mim, Tríptico (o quadro composto por três pinturas) acaba por constituir uma metáfora da história. Uma trama dividida em três partes, sob o ponto de vista de três investigadores: Michael Ormewood, Will Trent e Angie Polaski. Cada personagem tem a sua história pessoal que interligadas, dão origem a uma história conjunta, complexa e de contornos poucos evidentes.

Como referi, o livro estrutura-se em três partes: a primeira em que o leitor conhece Michael Ormewood, um polícia ex-militar, casado e com um filho deficiente. Quando é chamado à cena de um homicídio num bairro social, depara-se com uma das mortes mais brutais de toda a sua carreira. Slaughter não se poupa a pormenores macabros e esmera-se na violência e mutilação. 
Estão, desta forma, lançados os dados para o início de uma sórdida investigação. Tudo indica que o enredo irá seguir um rumo comum quando somos apresentados a Jonathan Shelley, um homem recém-libertado da prisão após cumprir uma pena de vinte anos por ter morto uma adolescente, nos anos 80. Eis que a segunda parte se dedica a esta personagem sem que o leitor se aperceba como é que a ligação entre a actualidade é feita com estas analepses. As pistas sucedem-se, embora Slaughter as dissimule. Só farão sentido quando o leitor comece a relacioná-las, na terceira parte.

Dado que a identificação do vilão não constituiu surpresa, a meu ver, o que tornou Tríptico tão fascinante foi sem dúvida, acompanhar os contornos do crime, descritos com a maior precisão e grafismo quanto possíveis. Tão importante quanto a acção, é, sem dúvida como referi anteriormente, o desenvolvimento psicológico e emocional das personagens, sendo notório que o contexto da trama está directamente ligado à intimidade das mesmas. Todos os intervenientes acabam por revelar um lado sombrio ou um trauma que condiciona os seus carácteres. 

Uma outra particularidade que gostei no livro foi a sensação de mau presságio que se fez sentir no decorrer da sua leitura. Senti-me tensa constantemente. O ambiente é obscuro, as descrições verossímeis e as marcas psicológicas facilmente transponíveis para o leitor em muito contribuíram para este estado de espírito, tendo desencadeado uma leitura compulsiva. 

Como ponto final, remato com o facto da tradução ter sido feita por aquele que é o meu autor preferido em matéria de literatura policial portuguesa, Pedro Garcia Rosado.
A TopSeller revela que em 2014 será publicado o segundo volume da saga, Fraturado. Estou ansiosa! Sem dúvida, classificação de cinco estrelas!

Para mais informações sobre o livro Tríptico, clique aqui.


2 comentários:

  1. Vera, gostei muito deste livro, mas esperava um final mais surpreendente, já que a identidade do assino foi previsível. Mas a ótima escrita da autora, e a história convincente compensam.

    bomlivro1811.blogspot.com.br

    ResponderEliminar