Sinopse: Joel Franco, Rosa Custódio e Jaime Paixão foram amigos e colegas na Faculdade de Direito e, mais tarde, entraram todos na PJ. Os seus caminhos, entretanto, afastaram-se, até que um caso que envolve um primeiro-ministro extremamente colérico volta a uni-los, mas da pior maneira. Jaime Paixão é agora adjunto do ministro da Justiça e Joel trabalha na Secção de Homicídios da PJ quando Rosa Custódio é encarregada de dirigir uma equipa que se vê a braços com o cadáver da namorada do primeiro-ministro. E, enquanto Rosa procura contornar os obstáculos políticos que dificultam a descoberta da verdade, devido às manobras de um pequeno grupo de conspiradores entre os quais se encontra Jaime Paixão, o inspector Joel Franco lança-se numa cruzada pessoal.
Chegou o momento de o protagonista desta série ir finalmente ao encontro dos suspeitos do homicídio de Augusto, seu amigo de infância, morto no seminário que ambos frequentavam. A perseguição do assassino levá-lo-á, de resto, da Serra da Estrela à Lagoa de Óbidos, onde actua uma rede de pedofilia e prostituição de luxo que tem por cabecilha uma misteriosa empresária conhecida por Medusa. Mas ela tem também ligações ao caso que Rosa Custódio quer resolver.
Triângulo segue-se a "A Cidade do Medo" e a "Vermelho da Cor do Sangue" (já traduzido em Espanha) e faz do inspector Joel Franco uma das personagens mais importantes do thriller português, que, nesta obra, enfrenta o maior e mais exigente desafio da sua vida.
Opinião: Em vésperas de terminar 2013, quis fechar um ciclo, uma trilogia daquele que é o meu autor lusófono de policiais de eleição, Pedro Garcia Rosado. Pois aquilo que seria, à partida uma série, Não Matarás, ficou resumida a três livros: A Cidade do Medo, Vermelho da Cor da Sangue e Triângulo.
Começo por justificar o porquê ter deixado este livro e só o ler agora. Por um lado, era difícil continuar na expectativa (e ignorância) sobre o culminar do caso Augusto, o amigo de infância de Joel Franco, morto em tenra idade, um acontecimento já referido, embora sem grande aprofundamento, nos livros antecessores. Por outro lado, queria guardar um livro deste autor, para o ler mais tarde. É a minha estranha mania de, quando admiro um autor, querer guardar um livro para ler posteriormente.
Para mim, um elemento que se destacou no presente livro foi a forma como o principal vilão foi formulado, não sendo um mero marginal como é usual na literatura policial. Surpreendeu-me muito a facilidade com que esta personagem cometia os crimes, sem comprometer o seu estatuto social. E sem grandes problemas de consciência. O outro foi, sem dúvida, a contenção de fortes críticas sociais, observáveis principalmente na formulação da personagem do primeiro ministro José Garrido. É lamentável (e algo caricato) a representação tão fidedigna da facilitação de favores em torno de uma figura publica, e neste caso de importância agravada pois se trata de um ministro.
Em simultâneo decorrem dois casos, aparentemente independentes. Ambos nada têm a ver com os casos criminais de A Cidade do Medo e Vermelho da Cor do Sangue. Não deixo de reconhecer uma certa (e infeliz) familiaridade no caso de pedofilia num colégio bem como o tráfico de influências no seio de um negócio de prostituição de luxo.
Da lagoa de Óbidos à cidade de Lisboa, o autor mostra que o nosso país é um cenário à altura de uma intrincada trama policial. E como referi, cujas bases assentam em pressupostos tão reais...
Finda a leitura, o caso de Augusto estava em concordância com o que eu tinha equacionado. Surpreendeu-me sim, o caso envolto a Medusa e a teia de prostituição, um negócio rentável principalmente se facilitado por membros de altas esferas do poder.
Este livro revela a verdadeira natureza do colega de Joel, Jaime Paixão. Se as suas atitudes adivinhavam, nos livros antecessores, ser uma personagem amarga, em Triângulo a personagem expõe-se completamente.
Embora Triângulo encerre uma trilogia, é de fácil compreensão caso se leia isoladamente. No entanto, eu aconselho a leitura dos livros antecessores afim de conhecer aquela que é a personagem mais carismática da saga, Joel Franco. Já nos livros antecessores se desenhava uma personagem ainda atormentada pelo seu passado devido ao amigo Augusto. No entanto, a sua vida familiar com Lia e a cadela Alice conferem paz e harmonia.
Devido a esta proximidade com Franco, achei que o final da trilogia trouxe um sabor agridoce. Sem saber se a intenção do autor seria continuar a saga, penso que a trama poderia ser extensível no que concerne a Joel Franco.
Obviamente que, quando se sente uma cumplicidade com tal personagem, não consegui deixar de estabelecer um paralelismo entre o protagonista da trilogia Não Matarás com Gabriel Ponte da actual série de novelas policiais de Pedro Garcia Rosado.
Triângulo é um livro inquietante, intenso, perturbador e compulsivo. Li-o numa tarde. Escusado será dizer que Triângulo prova, uma vez mais, a minha preferência por Pedro Garcia Rosado na ficção policial portuguesa.
Olá Vera, tal como te tinha dito, para mim Este "Triângulo" foi um autêntico murro no estômago. Esperava que Joel pudesse ter um final mais feliz (digo isto para o caso de outros leitores ainda não terem lido o livro)
ResponderEliminarLi os três volumes seguidos e de rajada! logo o meu envolvimento com os personagens foi muito forte. Espero que um dia PGR, ressuscite este personagem e nos presenteie com mais histórias por ele protagonizadas.
Foi de facto uma leitura que me deu muito prazer!
Irei partir para a leitura desta nova série (Como te tinha dito via FB)
Pedro garcia Rosado, merece bem o título de Mestre do thriller Português
Hey Nuno! Pois, já tínhamos conferenciado sobre este livro... Adorei esta saga como também estou a gostar bastante da nova publicada pela TopSeller ;) Também fiquei chocada com o final do Joel, porque era uma personagem de quem gostava...
EliminarConcordo contigo, ele é mesmo o mestre do thriller português!
Uma pequena notícia em primeira mão que tenho o gosto de transmitir à Vera: o inspector Joel Franco vai regressar em "Morte nas Trevas"... Tem uma personalidade teimosa e não gostou de se ver afastado da ribalta. Portanto... ;-)
ResponderEliminarOH! Pedro Garcia Rosado! que boa notícia esta!
ResponderEliminarObrigado!
Nuno Chaves
Eu também gosto muito dos livros escritos pelo Pedro G. Rosado. E de momento ando a ler precisamente este, e depois desta excelente opinião fico em pulgas para conhecer o final.
ResponderEliminarJoel Franco e Gabriel Pontes no mesmo livro?? Promete e muito!
Só falta o Ulianov ou o esquivo Diabo.
Olá Lars! Eu vi no GR que andavas a ler os livros do autor :D Muito bons, né! Obrigada, eu tb acompanho o blog dos livros do lars ;)
EliminarBom ano e grandes leituras! Beijinho
Ulianov também vai reaparecer em "Morte nas Trevas"...
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