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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Alexander Söderberg - O Amigo Andaluz [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Sob o invólucro de uma capa espectacular, eis-nos perante um policial nórdico bastante diferente dos que li até agora. Normalmente dentro deste género, a fórmula é algo invariável, iniciando-se com um aparecimento de um cadáver e desenvolvendo-se na consequente investigação.
Porém, O Amigo Andaluz incide sobre os meandros da droga, focando, com maior detalhe, as relações hierarquicas estabelecidas neste submundo.

Reconheço que me custou a entrar na história, não sabendo se, porventura, a culpa terá sido minha, uma vez que iniciei a leitura deste livro numa altura de mudanças a nível pessoal e talvez sentisse alguma parcimónia intelectual para absorver uma história tão intrincada como a que trata O Amigo Andaluz. No entanto, avancei destemida para este livro, pois acredito que a leitura acaba por nos abstrair um pouco dos problemas do quotidiano transportando-nos para um mundo paralelo.

Uma das características da obra que contribuíram para esta minha percepção foi, por exemplo, o elevado número de personagens. A tarefa tornou-se ainda mais complicada ao incluir personagens de várias nacionalidades, não obstante, o autor inclui nas páginas iniciais uma lista das personagens, permitindo ao leitor manter-se a par dos personagens nunca perdendo o fio à meada.
Outro elemento da trama que importa salientar é a quantidade de subtramas que se vão desenrolando numa multiplicidade de cenários, pois embora a acção se passe, em grande parte, na Suécia, a narrativa transporta o leitor por outras paragens.

Um outro aspecto que se poderá correlacionar com o intrincado da história, prende-se com a caracterização da protagonista, Sophie Brinkmann. Ela é enfermeira, uma profissão que considero nobre, dada a dedicação em salvar vidas, contudo, Sophie enceta uma relação com um traficante de drogas, sabendo do seu percurso criminal, facto que não me soou muito coerente, confesso.

O ponto forte da história é a forma como esta se desenrola, revelando-se uma trama extremamente plausível não fosse o mundo da droga, um dos maiores negócios ilícitos rentáveis à escala mundial. Relembre-se que Alexander Söderberg foi argumentista dos filmes baseados nos livros de Camilla Lackberg, por isso, não será de estranhar que venha a ser feita uma adaptação cinematográfica desta obra.

O Amigo Andaluz inicia uma trilogia que, a avaliar pelo primeiro, não me seduziu particularmente, mas, ainda assim, sinto curiosidade em conhecer mais sobre esta história e o seu desenvolvimento, pois a autor lançou os dados sobre todo um conjunto de consequências desastrosas das acções desenroladas nesta narrativa.


2 comentários:

  1. Não gostei deste romance. Ponto! A personagem da Sophie é uma autêntica sonsinha que só me irrita. O Lars tinha muito mais graça e o autor matou-o. A Gunilla era uma "cabra" e foi muito bem feito que tenha morrido. O texto tem muitas histórias, todas ao mesmo tempo mas sem muita graça. Sinceramente acho que não vou comprar o próximo livro da série1

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