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domingo, 19 de outubro de 2014

V. C. Andrews - Herdeiros do Ódio [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Herdeiros do Ódio é o primeiro volume da saga Dollanganger e data dos finais dos anos 70. Tendo sido publicada pela Círculo de Leitores há uns anos atrás, é uma série cuja edição original dificilmente se encontra à venda. Por mim falo, que busquei incessantemente pela mesma, nunca tendo tido sucesso.
Daí ter ficado felicíssima quando soube que a Quinta Essência iria publicar esta obra da qual vos falo neste post. Uma fantástica aposta por parte da editora que tem publicado, na sua maioria, romances sensuais ou contemporâneos mais dirigidos ao público feminino. Todavia, este livro é completamente diferente. Dir-se-ia que o mesmo consubstancia um verdadeiro soco emocional.

Como referido na sinopse,  um acidente de viação ceifa a vida de Christopher Dollanganger. Era ele o ganha pão da sua família, assim a viúva, Corrine, vai pedir ajuda aos seus pais para que a alberguem na mansão, a ela e aos filhos: Chris, Cathy e os gémeos Cory e Carrie. Os meninos passam a primeira de muitas noites num sotão.

Escrito há 35 anos, por incrivel que pareça, Herdeiros do Ódio apresenta uma narrativa bastante actual. A trama concentra-se fundamentalmente no encarceramento das crianças, durante alguns (morosos) anos, não deixando de associar este facto à temática da negligência parental, um assunto que infelizmente hoje em dia se torna banal.
A toda esta temática junta-se o fanatismo religioso, algums vezes abordado neste tipo de obras, recordando-me, por exemplo, a famigerada obra de Stephen King, Carrie.

Na minha opinião, esta obra tem uma particularidade. Embora haja claramente um par de protagonistas, a narradora e um irmão com um papel mais relevante, diria que nenhuma das personagens transmite qualquer empatia, um aspecto muito curioso visto que o leitor tende a admirar os protagonistas e a desprezar os vilões, como é evidente.
 
O papel de antagonista é disputado pelos avós, os patriarcas da família cujo carácter é moldado por um certo ortodoxismo religioso (embora o papel de destaque seja dado à avó) e pela mãe, negligente para com os seus filhos. Personagens odiosas, portanto. Em relação aos protagonistas, estes estão enquadrados numa situação de vivência em cativeiro, sem contacto para o exterior e por conseguinte sem acesso a informação o que naturalmente condiciona todo o processo de desenvovimento físico, intelectual e emocional dos jovens.

A par dos protagonista, a história assume contornos um tanto ou pouco soturnos, acabando por chocar o mais insensível dos leitores. Por mim falo, que no decorrer da sua leitura, muitas vezes me senti revoltada, nervosa e desconfortável, no entanto, sempre na expectativa de saber mais sobre este sórdido caso, embora o efeito surpresa se tivesse intensificado caso não tivesse visto o filme antes.

O livro Herdeiros do Ódio já foi adaptado para telefilme em 1987 e, já no início de 2014, foi feito um remake com as fantásticas actrizes Heather Graham e Ellen Burstyn. Na minha opinião, embora as interpretações tivessem sido memoráveis, no livro o carácter das personagens é passível de causar ainda maior horror.

Finalizo a minha opinião, expressando o meu desejo pela edição da restante série. Confesso que não resisti e já vi o filme baseado no segundo livro, Pétalas ao Vento, tendo a oportunidade de constatar que a história vai assumindo contornos cada vez mais chocantes. Em suma, não há palavras suficientes para expressar o quanto adorei este livro. Impressionou-me imenso.


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