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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Gillian Flynn - Objetos Cortantes [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Esta foi uma releitura feita com tanto entusiasmo quanto a primeira vez que li a obra (publicada pela extinta editora Gótica em 2007) ainda o blogue não era "nascido". A classificação do livro no Goodreads mantém-se: 5 estrelas para a obra de estreia de Gillian Flynn.
Agora tendo a perspectiva de ter lido a bibliografia da autora, tenho para mim que Objetos Cortantes supera as suas obras sucessoras, Lugares Escuros e o seu magnum opus, Em Parte Incerta.
Creio, no entanto, que a minha opinião pessoal não será de todo consensual. Esta obra é demasiado distorcida e obscura e vai ao encontro dos meus peculiares gostos mórbidos.

Uma particularidade que notei nas obras de Flynn é a forma como a autora desenvolve as personagens de uma maneira repulsiva. Nesta obra voltei a sentir o mesmo. Não houve uma única personagem por quem sentisse uma particular afinidade, nem muito menos por Camille, a narradora da história.  
Recordo-me das personagens de Amy (Em Parte Incerta) e de Libby (Lugares Escuros) e no quão perturbadoras estas eram. Camille Preaker não foge à regra. É uma personagem extremamente depressiva, cujo passado foi pautado por graves perturbações mentais que lhe valeram uma estadia num hospital psiquiátrico. Agora reabilitada, Camille volta à cidade natal para escrever sobre os homicídios de contornos extremamente macabros de duas crianças.

As personagens secundárias, com especial ênfase na mãe e na meia irmã de Camille, são de cariz maquiavélico, protagonizando algumas passagens bizarras.

À semelhança de Em Parte Incerta, Objetos Cortantes debruça-se sobre uma relação, a de mãe e filha, numa perspectiva doentia. Este relacionamento acaba, a meu ver, por ter tanto interesse quanto o desvendar do caso das meninas mortas. Se ler sobre uma relação abusiva já é suficientemente desconfortável, esta sensação é mais intensa quando se aborda o tema da automutilação.

De atmosfera intoxicante, é uma trama cuja leitura se pautou por uma ambiguidade: se por um lado estava vidrada com a história, por outro, as sucessivas passagens desconfortáveis causaram um mau estar a ponto de querer pausar a leitura. Todavia, como sabem, é dos livros macabros que mais aprecio. E este é um thriller psicológico que, volto a reforçar, é muito tenso, pesado e perturbador.
Uma anotação para o desfecho. Já me tinha passado pela cabeça durante a leitura mas posteriormente deixei-me levar pela autora pelo que foi um verdadeiro choque aquele final!

Uma obra intensa que é de puro horror. Reli-a no fim de semana e não me saiu da cabeça desde então. Muito bom!


7 comentários:

  1. Ainda prefiro Lugares Escuros do que este, mas mesmo assim se trata de um excelente livro. O final também achei muito chocante.

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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  2. Olá! O meu favorito dela é o Lugares Escuros, seguido deste e d´Em Parte Incerta em último. Tornou-se uma das minhas autoras favoritas e recordo com carinho a Gótica, com títulos que adorava, com títulos como A Igreja das Meninas Mortas. Sim, porque os meus gostos também não são dos mais convencionais. ;)

    Boas leituras!

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    1. Humm barroca, agora que falas nisso, ainda não li A Igreja das Meninas Mortas. Mas que grande falha -_- Obrigada pelo conselho, vou ler esse título em breve.
      Aiii Gillian Flynn... acho que tb é das minhas favoritas ;)

      Beijinho grande e boas leituras!

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  3. Ola Vera. Estou a terminar o segredo do meu marido (estou a gostar muito) e já tenho o diário de uma obcessão à minha espera na estante. E já me está a despertar a atenção a este que mencionaste. Vi o filme em parte incerta e gostei muito, acredito que os livros desta autora sejam mais interessantes. Beijinhos Inês

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    1. Olá Inês! Tão bom O Segredo do Meu Marido! Achei a recta final tão emocionante... O Diário de uma Obsessão é muito pesado, espero que gostes, querida!
      Adorei o filme Em Parte Incerta e já não falta muito para estrear o filme baseado no livro Lugares Escuros. Beijinho grande, boas leituras!

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  4. Eu gostei, gosto de ler. Gillian Flynn tem o dom de ser uma escritora atual que consegue me convencer a ler seus livros através apenas da sinopse. Isso é um fato. O livro é bem escrito, todo em primeira pessoa e apresenta todos os acontecimentos e personagens sob a dimensão de Camille. A estrutura narrativa é bem montada, não sobra espaço para confusão e o desfecho é levemente deduzível, contudo até o último momento torcemos para que estejamos errados. Por outro lado a nova série Objetos cortantes estreou no domingo na HBO. Produção é inspirada em livro homônimo de Gillian Flynn. No primeiro episódio, Objetos cortantes vai aos poucos inserindo a história, que envolve tanto o mistério dos assassinatos quanto o mistério envolvendo o passado de Camille, uma mulher receosa da mãe, assombrada pelos fantasmas do passado que envolvem a morte de uma irmã, viciada em bebidas alcoólicas e também em automutilação. Mesmo assim, isso não torna a série lenta. Pelo contrário, ao entregar pouco, a produção faz com que o espectador queira seguir nessa história, que promete muitas reviravoltas. Visualmente, Objetos cortantes também é muito interessante. As cores extremamente fortes das cenas contrastam com a atmosfera de mistério que envolve a história. Outro ponto alto são os debates que a minissérie vai abordar como a relação entre mãe e a filha e, claro, a automutilação, algo que atormenta a vida da protagonista.

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    1. Concordo Renata! Gostaste do primeiro episódio? Não o achei tão dark quanto o livro... :( Também é só o início, pode ser que me surpreenda! Mas o facto é que gosto mais dos livros do que a sua adaptação em filmes/ séries... Um beijinho grande e boas leituras

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