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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Especial MOTELx 2015: Cub [Opinião Cinematográfica]


Sinopse: Sam, um rapaz de 12 anos com tendência para o isolamento, parte para um acampamento de escuteiros. No caminho, os amigos contam-lhe que a floresta para onde vão acampar é assombrada por uma criatura meio-criança, meio-lobisomem chamada Kai. Quando chegam, Sam encontra uma casa numa árvore e um rapaz selvagem com uma máscara. Conta aos orientadores, mas estes não o levam a sério. O que terá Sam realmente visto na floresta?
«Cub», primeira longa do realizador, parcialmente financiado por crowdfunding, é uma homenagem bucólica ao giallo, enquadrado pela lente de Nicolas Karakatsanis, director de fotografia de «Bullhead», nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e de «Linkeroever» (MOTELx 2009).

Opinião: Antes de começar a ver este filme, achei sinceramente que não iria gostar pelo facto de Kai, o meio termo entre criança e lobisomem, ser uma criatura do imaginário, uma particularidade do vulgar bicho papão que assusta as crianças.
Como me enganei. Esta história é uma desmistificação de um mito urbano, indo ao encontro das demais protagonizadas por serial killers. E sim, creio ser legítimo apelidar não só Kai como uma outra personagem de cariz secundário, de serial killers. Existem várias mortes, algumas delas bastante criativas recorrendo a alguns engenhos fatais habilmente construídos.

A trama é bastante criativa neste sentido, embora não inovadora de todo. Recordou-me um pouco das armadilhas em Saw (se bem que estas são mais sofisticadas).
Notei uma deficiente caracterização de Kai, justificada pelo orçamento restrito usado em Cub (relembre-se que o filme foi parcialmente financiado por crowdfunding). 

O elemento mais perturbador da história relaciona-se, na minha opinião, com o facto da maioria das personagens serem crianças e uma delas em particular, o pequeno Sam, ser vítima de bullying por ser diferente dos outros meninos. E o mais chocante é este bullying ser perpetrado por praticamente todas as personagens da história, inclusivé um dos monitores. Apesar de discernir a ficção da realidade, dado que trabalho com crianças, vejo a obrigação de proteger as que são diferentes e mais susceptíveis a violência quer física, quer psicológica.
Também os amantes de animais ficarão abismados com o filme devido a um episódio em particular.

Cub é um filme que prima por ser numa língua incomum, o flamengo. É interessante, para mim, ouvir outros dialectos que não estou habituada.

Como filme de terror, Cub cumpre os requisitos necessários. O ambiente é, praticamente desde o início, bastante tenso e inquietante e a segunda parte do filme torna-se bastante violenta com algumas cenas gore. Não creio, no entanto, que seja uma história com grandes reviravoltas. Achei o enredo bastante linear.
Até agora não destronou o meu preferido da parada, Turbo Kid.

Sessões MOTELx
11/09 - 17h15

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