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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Joël Dicker - O Livro dos Baltimore [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: O Livro dos Baltimore é uma obra grandiosa! Ao ponto de ter um hiato, uma incapacidade de escrever sobre o mesmo que tem durado algumas semanas (ou será meses?). E vou tentar explicar a razão nesta opinião.
Há uns anos li A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert e fiquei fã do autor. Embora tenha discordado com algumas repetições de informação na trama, em grosso modo, foi um livro que me cativou. Este ano tive oportunidade de conhecer o autor na Feira do Livro de Lisboa, tendo trocado algumas impressões com o mesmo. A minha admiração por Dicker aumentou exponencialmente nesse dia e quis ler esta obra que chegara à minha casa dias antes. Ainda nesse dia, acabei por comprar Os Últimos Dias dos Nossos Pais para que ele mo autografasse também, pelo que ainda tenho mais uma obra por ler guardada, como se um guilty pleasure se tratasse.

Não obstante a ligação entre as personagens Marcus Goldman e Harry Quebert do livro antecessor, uma relação que se pautava por aluno/mentor, a acção de O Livro dos Baltimore tem lugar muito antes, podendo considerar-se esta obra como uma prequela. Creio que o objectivo desta trama é dar a conhecer um pouco mais do passado de Marcus, o  escritor que escreve um livro para defender o seu mentor Harry Quebert. Se bem se recordam, a trama de A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert versava sobre o passado de Nola, personagem esta intrinsecamente ligada a Quebert e Marcus tinha um papel digamos que quase fugaz.

Assim, o livro dos Baltimore visa dar a conhecer a família dos primos de Marcus antes do que ele designa o Drama. Desde logo, surge um alerta ao leitor: este chamado 'Drama' será certamente um acontecimento trágico. O leitor deambula entre os momentos mais tristes da família Baltimore aos mais felizes. Um acontecimento chave é sem duvida o acolhimento de Woody, um menino que protege o primo de Marcus, Hillel, dos mais actos vis de bullying. Uma amizade que oscila pelos sentimentos mais nobres e felizes aos mais dramáticos e comoventes. 
Porque para mim, esta obra é isto: uma ode aos sentimentos e afectou-me tanto que ainda hoje (mais de um mês, certamente, que a terminei) penso na história. Este livro não é um thriller embora a história tenha sempre presente um elemento de mistério. O leitor deseja arduamente saber o que terá acontecido no dito dia do Drama. Falando nisso, era o acontecimento que eu estava a prever, embora não soubesse exactamente as circunstâncias de ocorrência do mesmo. E sim é emotivo e muito intenso.

A nível de estrutura, devo referir que existe uma semelhança entre esta obra e a antecessora na medida em que existe a acção propriamente dita e o livro escrito por Goldman. A minha percepção foi, uma vez mais, que li um livro dentro de um livro, o que não deixa de ser original.
Pessoalmente, só conheço as obras de Dicker com esta estrutura. 
Claro que, para quem leu A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, há um desejo de conhecer Marcus, o homem que ilibou o seu mentor através de uma longa investigação. Ora nesta obra, o leitor depara-se não só com a intensidade da história dos primos Baltimore como a evolução da relação com Alexandra, o amor da sua vida, desde tenra idade até à fase adulta.

Termino frisando que este é um livro rico em ensinamentos e convidativo a uma reflexão sobre os valores morais e a família, enaltecendo o quão fortes são os laços de uma amizade. Mesmo distanciando-se do género thriller e, numa primeira análise, de ritmo lento, gostei muito deste livro. Senti-me pequenina perante a grandiosidade da obra, uma sensação pouco comum nas minhas leituras.

2 comentários:

  1. Afinal já te seguia mas não sabia que eras tu, ehehehe!
    Eu depois venho cá comentar e espreitar os posts.
    Beijinhos

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