Como muitos de vós puderam constatar, o mais recente livro publicado por cá da autora Karin Slaughter, A Mulher Oculta, corresponde ao 8º livro da série protagonizada por Will Trent. Será também pertinente lembrar que o último livro publicado, Broken, é o 4º, colocando-nos a nós, leitores, numa posição algo ingrata. Simplesmente ficámos com um hiato de três livros e um conto (#5 Fallen, #5.5 Snatched, #6 Criminal e #7 Busted). Muito sinceramente, não consigo compreender estas opções editoriais.
Achei pertinente, antes de enveredar pela mais recente obra publicada, ler o quinto da série (e os outros que faltam). Assim, fui obrigada a optar pela leitura em inglês de Fallen. Começo a lidar com as leituras em inglês com um outro ânimo.
Na minha óptica, agora que terminei a obra, creio que esta história adianta alguns factos importantes para a série doravante. O mais evidente é a vida pessoal do Will Trent que tem uma mudança significativa nesta história. Depois dos acontecimentos referentes a Trent, sinto que nada será como antes, não obstante considerar que a personagem Angie Polaski ainda dará que falar. A relação entre esta e Trent continua a ser marcada por uma toxicidade incomum se tivermos em conta que são um casal e choca-me que haja/tenha havido paixão ou atracção sexual naquelas circunstâncias. Claro que o passado de Will terá sido abonatório. É novamente trazido à baila o assunto da infância de Will e Angie que é bastante angustiante, como se devem recordar, reforçando que aquele jogo de subjugação e manipulação que ela exerce sobre ele já vem desde tenra idade.
Além disso, esta história debruça-se sobre Evelyn Mitchell, a mãe de Faith, uma personagem que tem algum destaque na série por ser parceira de Will. Muito sinceramente não me recordo se esta personagem foi devidamente esmiuçada nos livros anteriores. Até então, a minha ideia sobre ela era muito redutora e foi consolidada com esta história.
Ao contrário das outras obras de Slaughter em que os crimes são, predominantemente, de cariz sexual, em Fallen este debruça-se sobre o desaparecimento de Evelyn.
O cenário inicial é aterrador. A história começa quando Faith se dirige à casa da mãe e apercebe-se de que algo está muito errado: a mãe não atende o telemóvel, há uma dedada de sangue na porta da entrada, a filha bebé, Emma, que estava aos cuidados da avó, foi encontrada sozinha no anexo da casa.
A acção do livro é frenética, nunca me aborreceu, quer pelo desenvolvimento do caso, quer pelos avanços nas tramas pessoais de Will/ Angie e Sara Linton e até núcleo familiar de Faith.
À medida que a história evoluía, pensei nas várias hipóteses: Evelyn terá sido assassinada? Ou a reformada capitã da polícia de Atlanta fora raptada? E se sim por que motivos?
É uma trama que, à semelhança das outras da autora, nos deixa a remoer sobre a história. A violência é explícita e, novamente, fiquei rendida às histórias de Slaughter. O desfecho é surpreendente e nunca me passou pela cabeça a resolução do puzzle que a autora nos apresenta.
Em suma, parece-me bastante audaz passar do 4º livro da série, Broken, para o 8º de imediato. Creio que se perdem muitos pormenores sobre as personagens.
Considero de facto que esta obra é uma mais valia a fazer a ponte entre as recentes obras publicadas por cá. Não achei que o inglês da obra fosse demasiado exigente e devo dizer que estou rendida à experiência de ouvir o audiobook enquanto leio neste idioma. Facilita a experiência de ler em inglês quando não se tem muita prática, como eu. Um livro que, por razões óbvias não fosse a Karin Slaughter uma das minhas autoras de eleição, recomendo vivamente.