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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ali Land - Menina Boa, Menina Má [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Terminei este livro há instantes e ainda não sei bem como conter os meus sentimentos perante esta história, pautada por implícitos elementos perturbadores.
A minha ilação sobre a obra depreende também uma reflexão sobre a maternidade. Vou tentar, assim a quente, escrever sobre os meus sentimentos que advêm desta história.

Como sabeis, adoro livros que choquem! E Menina Boa, Menina Má tem os elementos que me deixaram boquiaberta. Falo particularmente do modus operandi da mãe de Annie, que a obrigava a observar as torturas que infligia às crianças. Note-se que esta componente nem é muito gráfica, mas contém os elementos necessários para nos deixar a matutar sobre o que se passaria naquele que era denominado pela serial killer como "parque infantil".
Contudo, as atrocidades que são cometidas a outrem não são exclusivas à progenitora de Annie. Apesar do facto de o contexto escolar já não me dizer nada, muita da violência da trama passa-se justamente neste cenário, por intermédio de bullying e comportamentos discriminatórios a Annie, agora conhecida por Millie. 

O trauma dos eventos passados, bem como a alteração de nome para protecção da sua identidade fez-me oscilar sobre a sua verdadeira natureza. Good Me, Bad Me, o título original da obra persistia no decorrer da leitura: seria ela uma boa pessoa ou os estilhaços provocados pela disfuncional mãe a corromperam? Com frequência pensei na teoria da Psicanálise segundo Freud.

Vivi num salutar contexto familiar que me ensinou que a mãe faz qualquer sacrifício pelo filho, algo que julgo ser inato àquelas que experienciam a maternidade. Contudo a mentalidade aqui descrita choca com o que é ser mãe. O cuidar, o proteger. Aquilo que considero natural a uma mãe e que falha à mãe de Annie que escolhe precisamente crianças como suas vítimas. 

A trama desenvolve-se lentamente em torno destas temáticas e fui sugada para aquele drama familiar: a difícil adaptação de Millie na família adoptiva e a gestão dos seus sentimentos sobre a sua mãe.
Tão pouco a componente thriller judicial que a trama aborda me aborreceu. Sentia-me genuinamente determinada em conhecer o desfecho desta singular história. 

Confesso que já esperava o acontecimento final, embora deduzisse que o mesmo ocorresse mais cedo. Assim, quanto aos final, para mim, este foi algo previsível. Além disso, considerei igualmente que uma ou outra situação carecia de uma explicação mais refinada. 
No entanto, estes pontos, sendo uma expectativa mais pessoal, não destrona a qualidade desta obra.

Inteligentemente bem escrito, Menina Boa, Menina Má destrinça temas interessantes, experiência que deduzo derivar da actividade profissional da autora, relacionada com saúde mental nas crianças e adolescentes.
Um thriller psicológico de grande sensibilidade que me ficará na retina nos próximos tempos!


4 comentários:

  1. Olá Vera. Espero que esteja tudo bem. Estou a ler este livro e, até agora, estou a gostar.

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    1. Olá Pedro! Como estás? Ohhh espero que gostes! Para mim, uma verdadeira lição de como a maldade é, na maioria das vezes, dissimulada e eficaz... Aguardo a tua opinião :) Um beijinho

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  2. Olá Vera =)
    Aqui vai a minha review;

    https://www.goodreads.com/review/show/2146057181

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  3. Adorei o livro! Ao contrário de ti, não previ o desfecho. Mas também fiquei com ideia de que algumas situações poderiam ser mais detalhadas.

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