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terça-feira, 26 de maio de 2020

S. K. Tremayne - A Assistente Virtual [Opinião]




Sinopse: AQUI

Opinião: A Assistente Virtual explora a influência da tecnologia cada vez mais presente no quotidiano: hoje em dia, a Siri no iPhone ou a Google Home são verdadeiras aliadas no planeamento de rotinas. Mas já pensaram se, por detrás destas tecnologias, houvesse um lado perverso?
Esta é a premissa que S. K. Tremayne propõe na quarta obra publicada por cá. Confesso que não li o título antecessor, A Menina no Bosque, até porque os livros do autor não carecem de uma ordem para serem lidos pois todos eles assentam em temas diferentes. O autor é conhecido pela sua obra de estreia, As Gémeas de Gelo, que se alicerçava, por exemplo, na troca de identidades de duas gémeas.

No título em apreço, a protagonista é Jo, que vai morar para a casa de uma amiga, devidamente equipada com estas ditas assistentes sociais. A pouco e pouco, estes equipamentos electrónicos revelam conhecer um segredo do passado da protagonista e, ameaça após ameaça, a situação começa a escalar para algo bem mais grave.
Creio que é neste ponto que reside, a meu ver, o efeito intrigante da história. Por mim falo, que a cada página lida, me perguntava qual seria o próximo passo destes dispositivos electrónicos. Ainda fui levada a equacionar, num primeiro instante, se a trama se alicerça sobre uma componente sobrenatural contudo, ao fim e ao cabo, estes equipamentos são programáveis pelo que rapidamente esta teoria é descartada. Há ainda um outro cenário, o que ela está a imaginar tudo, hipótese esta atribuída a devaneios mentais.

A presença insidiosa das assistentes sociais, que perseguem a protagonista foi, sem dúvida, o factor que mais me cativou. Aguardava com expectativa qual seria o próximo passo das ameaças destes robots, o que se traduziu numa leitura extremamente viciante. Contribui igualmente o facto de Jo ter efectivamente um segredo, sobre o qual pouco sabemos. À medida que a trama se desenvolve, temos então conhecimento do episódio do passado da protagonista que desencadeou este incessante assédio.

Da bibliografia do autor, falta-me apenas ler uma obra contudo, dos títulos que tive oportunidade de folhear, creio que A Assistente Virtual é o mais impactante. Esta será, claro, uma percepção bastante pessoal e que se prende com alguns acontecimentos de natureza mais dramática, deitando por terra o típico final idealizado. O recurso à linguagem de cariz sexual, explícito, poderá igualmente intensificar esta sensação chocante.

O autor impossibilita, a meu ver, uma relação de empatia com Jo uma vez que esta é não confiável. Diria até que esta característica é transversal a todas as personagens. Por norma, esta característica deve-se sobretudo a um problema relacionado com o consumo de álcool, no presente caso, estamos perante uma potencial doença mental, o que nos leva a crer, eventualmente, que nem tudo o que é narrado é real.

A reviravolta final está bem conseguida, é inesperada e impactante. Estamos perante um clímax interessante mas que, como afirmei anteriormente, não segue à risca o best case scenario.

Em suma, este é um thriller bastante actual, bem construído e desconcertante que me manteve entusiasmada desde as páginas iniciais até ao desfecho, intenso e inesperado. Ideal para fãs de personagens praticamente desprovidas de empatia.
Gostei!


quinta-feira, 14 de maio de 2020

Minette Walters - O Violador [Opinião]


Sinopse: Doze horas depois do corpo de uma mulher de 31 anos dar à costa numa zona deserta do sul de Inglaterra, a filha da vítima, de três anos de idade, é encontrada a vaguear pelas ruas de uma cidade situada a vários quilómetros do local do crime. Katte Summer fora violada, estrangulada e torturada antes de ser atirada à água e as suspeitas recaiem sobre três principais suspeitos: o marido de Kate, William Summr, um homem torturado e sexualmente frustrado; Steven Harding, um jovem actor atraente e charmoso mas também perturbado, cujo barco se encontra ancorado muito perto do sítio em que a filha de Katte foi encontrada e Tony Bridges, um professor cuja amizade por Harding se vinha a deteriorar há já algum tempo. Porque razão teria sido Katte assassinada e porque é que a sua filha, para todos os efeitos uma testemunha, teria sido autorizada a viver? E porque é que sempre que o pai tentava agora pegar-lhe ao colo gritava de medo?

Opinião: Recordo-me perfeitamente do entusiasmo com que comprei este livro, há uns anos, numa feira de alfarrabistas. Como sabeis, aprecio obras que se desenvolvam a partir de um tema chocante, como é o caso dos crimes sexuais. Há uns dias, estava a contemplar a colecção O Fio da Navalha - escrevi até um post na altura, com a listagem completa dos títulos - quando se instalou a nostalgia e tirei, assim sem grande premeditação, este exemplar da estante. Já há muito que não lia uma obra desta autora britânica.

O que indubitavelmente marca esta obra é a estrutura dinâmica da história: o desenvolvimento da narrativa é complementado com depoimentos de testemunhas ou relatórios forenses, tendo-me sugado para a história. Esta estrutura tão invulgar fez-me sentir que eu própria participei na investigação criminal, tendo acesso aos documentos para que eu mesma pudesse formular a minha teoria sobre este crime. Confere, igualmente, uma base mais verosímil à trama.

Existindo apenas dois suspeitos do crime, estava na expectativa sobre quem recaía a culpa de ter violado e morto Kate. Temia, pois, que a descoberta da identidade do homicida fosse demasiado evidente, percepção que, felizmente, foi deitada por terra. Ainda que nos pareça óbvia a identidade do perpetrador, a trama não é tão linear como aparenta e fui surpreendida, em diversos momentos, com revelações interessantes que foram surgindo no decurso da investigação.

Gostei da caracterização das personagens, em especial a da vítima, que é bem mais complexa do que nos dá, inicialmente, a entender. E o curioso é que este profundo desenvolvimento de Kate é feito numa situação post mortem, a meu ver, mais interessante do que se fosse por analepses.

Se a violação seguida de homicídio é, por si, uma situação já chocante, a trama adensa-se quando se descobre que a babé Hannah, filha de Kate, é encontrada a deambular, desorientada. Sendo uma personagem de tão tenra idade, faz bastante confusão imaginar uma bebé nesta situação. O enquadramento familiar da vítima acaba por trazer uma tensão ainda maior.

Em suma, O Violador é uma obra que se debruça sobre um crime perturbador, com contornos bastante fortes, narrada sob uma estrutura original e convincente. Apesar de ser um livro com já 20 anos, não achei que a história fosse datada.
Foi com grande interesse que acompanhei esta investigação policial e espero que a próxima visita à colecção O Fio da Navalha me proporcione uma leitura igualmente plazerosa. 


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Maxime Chattam - In Tenebris [Opinião]


Sinopse: Dezenas e dezenas de pessoas desapareceram em Nova Iorque em circunstâncias estranhas. A maioria delas não foi encontrada. Mas Júlia sim. Foi descoberta viva, nua e escalpada num parque. Poderia tratar-se de um acto isolado se não fossem as fotos, todas aquelas fotos…
Jovem detective em Brooklyn, Annabel O’Donnel toma a seu cargo a investigação, com o auxílio de Joshua Brolin, especialista em assassinatos e desaparições. Que monstro se esconde nas ruas de Nova Iorque? E se Júlia tivesse razão? Se fosse o próprio Diabo?...
Numa atmosfera apocalíptica, Joshua e Annabel irão em breve descobrir uma porta, uma passagem… para o mundo das trevas…

Opinião: Este livro é, infelizmente, uma raridade. Desconheço o que terá acontecido à editora Pena Perfeita - deduzo que tenha tido um breve tempo de vida - contudo a sua actividade editorial é pontualmente mencionada pelos inúmeros fãs do género policial devido à publicação desta espectacular obra. Espero que este post sobre o título In Tenebris seja mais do que uma opinião, seja uma fresta de oportunidade para que alguma editora nacional equacione a sua republicação.
Começo por dizer que sou grande fã da literatura e cinema francês. Talvez tenha sido este facto sobre mim que tenha influenciado a minha apreciação sobre a obra ou talvez tal ter-se-á devido apenas à história, de contornos macabros, tal como gosto.

Sinto, por isso, que é injusto escrever sobre esta obra, quando o seu acesso é tão limitado. Simultaneamente creio que devo fazê-lo pois não consigo conter o que esta obra me fez despertar. Antes de mais, como já sabeis, fascinam-me as narrativas cruas, pejadas de violência, que me choquem e me levem a equacionar porque continuo a leitura se já me sinto suficientemente incomodada. Assumo-me fã acérrima do autor Chris Carter por ter esta característica, por exemplo. In Tenebris está na mesma onda com uma vantagem: aquando publicado, em 2007, não abundavam muitos autores no nosso mercado que se distinguissem pelas narrativas violentas. Carecia, portanto, de candidatos directos da mesma categoria, sendo fácil caracterizar esta obra como uma das mais gráficas publicadas no nosso país. Realmente, como leitora do género, já há alguns anos, conto pelas mãos o número de livros com uma temática mais ligada à torture porn. Alerto, no entanto, que In Tenebris não é uma narrativa de sucessivos homicídios macabros, estes integram uma investigação criminal inteligente e uma trama bem arquitectada. Já para não mencionar que homicídios com níveis de violência tão marcantes são, certamente, fruto de uma mente tortuosa.

Por norma privilegio a leitura de trilogias completas e In Tenebris é o segundo de uma trilogia, designada por Trilogia do Mal. Muito sinceramente, desconheço porque razão terão optado pelo segundo volume cá em Portugal, posso assegurar que a história e, em particular, o caso de investigação, são completamente perceptíveis.
Tenho consciência, no entanto, que os leitores da trilogia completa terão acesso a uma caracterização mais extensiva dos protagonistas pois é certo que as suas histórias de vida terão sido mencionadas no livro antecessor e serão esmiuçadas no título seguinte. Sendo Maxime Chattam um autor francófono, a sua bibliografia abunda no idioma francês, língua que aprendi outrora mas após uns anos sem praticar já estou enferrujada e, como tal, sinto-me um pouco desconfortável em ler as referidas obras na publicação original. Acreditem que, caso encontrasse os ebooks da restante trilogia em inglês, já os estaria a ler com o mesmo entusiasmo que li este título.

In Tenebris é um livro forte, daqueles que não recomendo aos leitores mais sensíveis. Os pormenores dos crimes são macabros e o autor não se coíbe nas descrições dos mesmos, construindo uma trama gráfica e de cariz frenético. Senti-me desconfortável e bastante tensa além de estar expectante sobre o próximo passo deste sádico homicida. Creio que é neste ponto que reside o que distingue esta obra das demais e que, de certa forma, o torna um excelente thriller policial.

Em suma, estamos perante uma obra desconcertante que inevitavelmente mexeu comigo. Recomendo este título aos fãs de policiais mais gráficos, como os do Chris Carter, é o autor que me vem imediatamente à cabeça assim que penso na trama em apreço. Talvez por saber que existe um número generoso de fãs deste autor, creio que seria uma excelente ideia a inclusão de Maxime Chattam nos catálogos actuais. Seria, certamente, um sucesso!

Javier Castillo - O Dia Em Que Perdemos O Amor [Divulgação Suma de Letras]



Data de publicação: 26 Maio 2020

               Título Original: El Día Que se Perdió El Amor
               Tradutor: Rita Custódio e Àlex Tarradellas
               Preço com IVA: 21,90€
               Páginas: 456
               ISBN: 9789896657376

Sinopse: Um novo thriller delirante e cheio de suspense, em que o amor e o ódio farão o leitor mergulhar numa experiência de leitura que lhe porá o coração a bater a mil.
O inspector Bowring, chefe da unidade de Criminologia, tentará descobrir o que escondem a jovem e as notas amareladas que traz consigo e desvendar também a sua ligação com o caso de uma mulher cujo nome figura numa das notas e que aparece, horas depois, decapitada num campo.
Esta investigação vai envolver Bowring numa trama na qual o destino, o amor e a vingança estão entrelaçados numa história horrível que abrirá antigas feridas difíceis de fechar.


Sobre o autor: Javier Castillo cresceu em Málaga, Espanha, licenciou-se em Gestão de Negócios e fez Mestrado em Gestão da ESCP Europe em Madrid, Xangai e Paris. Trabalhou como consultor de finanças corporativas. O dia que perdemos a cabeça, o seu primeiro romance, vendeu mais de 275 000 cópias, cruzou fronteiras — em Itália, prepara-se um grande lançamento — e será publicado no México e na Colômbia, além de Portugal. Os direitos audiovisuais foram adquiridos para a produção duma série televisiva. Este segundo romance, O Dia em Que Perdemos o Amor, fez crescer ainda mais o sucesso de Javier Castillo em todo o mundo.

Imprensa
«Javier Castillo é, sem dúvida, o novo fenómeno da literatura europeia.»
Joël Dicker

«O Stephen King espanhol.»
ABC



Tarryn Fisher - Margo [Opinião]


Sinopse: Em Bone há uma casa. Na casa há uma rapariga. Na rapariga há uma escuridão.
Margo não é como as outras raparigas. Ela vive em Bone, um bairro abandonado, numa casa decrépita, com a sua mãe negligente que não lhe fala há dois anos. Os dias passam e ela sente-se invisível. O seu mundo vira do avesso quando conhece o vizinho Judah Grant, preso a uma cadeira de rodas, que a ajuda a dar mais sentido à sua vida.
Um dia, a tragédia abate-se sobre a pequena comunidade quando uma rapariga de sete anos desaparece. Judah vai tentar ajudar Margo a descobrir o que aconteceu à menina, mas a revelação da verdade irá despertar uma escuridão no seu interior.
Agora Margo está determinada em descobrir molestadores de crianças, e em puni-los, um por um. Mas caçar o mal é perigoso e a jovem arrisca-se a perder tudo, incluindo a sua alma…

Opinião: O lançamento desta obra passou-me despercebida e questiono-me porque razão este livro não teve um maior hype. A verdade é que este título ficar-me-á na retina durante muito tempo pois a narrativa é simplesmente visceral, como há muito não encontrava uma história com uma carga tão pesada.

É inevitável sentir uma empatia imediata nos instantes iniciais com a protagonista, Margo, devendo-se, sobretudo, à relação negligente que esta tem com a mãe e a forma como isso a afecta no seu crescimento. É certo que as relações disfuncionais vão além da ficção, pelo que se torna especialmente desconfortante ler pormenores sobre como estes relacionamentos, em particular o de mãe e filha, se desenvolvem.
É neste cenário incómodo que a trama progride, sempre num registo negro. A atmosfera lembrou-me, em certos momentos, a recriada pela autora Gillian Flynn, pela descrição mais crua dos elementos do bairro onde vive Margo bem como o seu seio familiar. A trama adensa-se quando desaparece uma menina, acontecimento que acompanha uma mudança interior profunda da protagonista.

Margo poderia ter-se deixado influenciar pela negligência da mãe, torna-se uma personagem corajosa e determinada em eliminar os criminosos. Esta pretensão a ser social justice warrior - lembro-me, de repente, da personagem Dexter que, claramente, partilha este traço - não é uma característica completamente incomum mas o que torna Margo especial é, sem dúvida, o seu crescimento pessoal. Nunca me saiu da retina as primeiras passagens do livro e como me senti, angustiada, relativamente à protagonista.

Não vou desvendar muito sobre o enredo, a sinopse é parca e creio que a maior surpresa advém precisamente do facto de desconhecermos os contornos da história. Contudo poderei assegurar que, em poucas páginas, a autora Tarryn Fisher apresenta uma história cujos contornos não são particularmente inovadores, mas que me envolveu por completo. Confesso que sinto um fascínio por histórias de vinganças pessoais, protagonizadas por figuras fortes e destemidas. Todavia o que mais me agradou foi, de facto, o ambiente obscuro onde a narrativa tem lugar.

Em suma, há muito que não lia uma história tão psicologicamente pesada. Senti-me consternada, revoltada e emocionada com esta história sombria que, além de ser um brilhante thriller psicológico, é uma verdadeira bofetada através da sua abordagem às famílias disfuncionais e negligentes. Esta história fez-me mergulhar num bairro problemático e envolver-me com uma personagem especial. E por estas razões, Margo é, com certeza, um livro inesquecível!


sexta-feira, 8 de maio de 2020

Ellen Lacorte - A Fraude Perfeita [Divulgação HarperCollins]



Data de publicação: 26 Maio 2020

               Título Original: The Perfect Fraud
               Tradutor:
               Preço com IVA: 18,90€
               Páginas: 336
               ISBN: 9788491394617

Sinopse: NESTE DINÂMICO THRILLER DE ESTREIA, DUAS MULHERES COM GRANDES SEGREDOS SÃO UNIDAS NUM ENCONTRO INESPERADO QUE LHES MERGULHA AS VIDAS NUM CAOS. MAS O QUE ESTÁ EM JOGO É O DESTINO DE UMA MENINA DOENTE.
Ser mãe é difícil. Mas ser filha também. Quando conhecemos Claire, ela vive com o namorado Cal em Sedona, no Arizona, e evita as chamadas da mãe. A mãe é uma reputada médium da Costa Leste e Claire não quer que descubra a verdade. É que apesar de Claire trabalhar na mesma profissão e se intitular médium, na realidade não tem o «dom». E não o tem há muito tempo. É uma fraude.
Entretanto, no outro lado do país, a jovem mãe Rena também tem problemas familiares. É divorciada e a sua filha de quatro anos, Stephanie, sofre de misteriosos problemas de estômago, aparentemente incuráveis. Por mais que Rena a arraste a diversos especialistas, por muitas publicações que faça no seu blogue de mamãs sobre os problemas de saúde da filha, tentando arranjar ajuda e apoio da sua comunidade online, Stephanie não deixa de piorar.
Quando Claire e Rena se encontram por acaso num avião, as suas vidas cuidadosamente construídas começam a explodir. Será que estas duas mulheres se podem ajudar uma à outra? Poderão ajudar Stephanie antes que seja tarde de mais?

Sobre a autora: Ellen LaCorte trabalhou muitos anos em Recursos Humanos mas actualmente dedica-se apenas à escrita. Mãe de dois filhos já adultos, a autora mora com o marido em Titusville, Nova Jersey.



terça-feira, 5 de maio de 2020

Mary Higgins Clark - Lar Doce Lar [Opinião]


Sinopse: Liza Barron tinha dez anos quando matou acidentalmente a mãe e disparou contra o padrasto. Mas dessa tragédia que abalou a pacata cidade de Mendham muito ficou por explicar. Passaram-se 24 anos e Liza Barton é agora Celia Nolan, uma mulher bem sucedida e apaixonada que tenta esquecer o seu terrivel passado e levar uma vida normal. No entanto, tudo muda quando recebe, como presente de aniversário, a casa da sua infância - o último lugar do mundo onde quereria morar.

Opinião: Já há algum tempo que não lia um livro da autora. Optei por este título por considerar as primeiras obras mais desafiantes do que as mais recentes e achei interessante a premissa desta trama. Contudo, e a meu ver, Lar Doce Lar apresenta uma narrativa que é bastante linear e sem grandes surpresas de maior. 

Analisando meramente a história, creio que é de fácil entendimento que existe uma personagem que conhece a verdadeira identidade de Celia, ou simplesmente tê-la-á reconhecido mesmo passado todos estes anos, e que pretende aterrorizá-la. O motivo poderá simplesmente estar ligado a uma vingança pessoal.
Após alguns anos a ler exclusivamente este género, acabo por ficar um pouco mais exigente e acompanhei, portanto, o desenvolvimento desta história com esta percepção presente. Acabei por considerar que a trama peca por se tornar óbvia e nem fiquei surpreendida com o desfecho. Já vi inúmeras conclusões similares noutras obras do género. 

Embora seja um enredo relativamente fácil de descodificar, sem sombra de dúvida, que o desenvolvimento da trama é cativante: rapidamente há uma ligação entre o leitor e as personagens que são caracterizadas de forma exímia e a acção desenvolve-se com grande fluidez e convidativa a ler mais um capítulo. 

A estrutura também é interessante pois apresenta-se sob o ponto de vista da protagonista, dando-nos acesso ao seu estado de espírito, fragilizado devido ao acidente que envolveu a sua mãe, alternando com capítulos relativos a outras personagens com quem a Celia convive. 
É inevitável emocionarmo-nos com a relação desta com o pequeno Jack, o seu filho. Creio que a criança acaba por ser um elemento importante na caracterização de Celia, além de protagonizar momentos ternos e que me fizeram esboçar um sorriso. 

Em suma, embora seja um livro envolvente, como a grande maioria da bibliografia da autora, não creio que tenha trazido um fôlego ao género. É, no entanto, um simpático mistério para ler e disfrutar numa tarde de ócio. 


segunda-feira, 4 de maio de 2020

Tana French - Intruso [Divulgação Clube do Autor]


Data de publicação: Abril 2020
  
               Título Original:
               Tradução: 
               Preço com IVA: 18,50€
               Páginas: 488
               ISBN: 9789897244155

Sinopse:  A Brigada de Homicídios de Dublin não gosta da detetive Antoinette Conway. Apartada na esquadra, o seu único apoio é o colega, o detetive Stephen Moran.
Quando mais um caso de violência doméstica chega até aos dois, não parece haver dúvidas: uma discussão conjugal acabou da pior forma. A vítima encaixa no perfil e a solução aparenta ser óbvia. Mas Conway já viu aquela rapariga antes e os detetives acreditam que algo de mais obscuro se esconde por trás do homicídio. Estarão a ver coisas onde não existem?
Ao investigar a vida da vítima, o quadro ganha contornos mais sinistros. Entretanto Conway e Stephen são pressionados pelos colegas para pararem de fazer perguntas e desconfiam que estão a ser manipulados. 
Consegues vencer um assassino, mas vencer a tua própria equipa é outra coisa. 
Intruso é um romance psicologicamente denso em que nada é o que parece. Um crime parece de fácil resolução até que uma pequena pista se torna a chave para revelar o peso de decisões passadas.  Este é um thriller repleto de suspense psicológico de uma das mais importantes autoras de policiais da atualidade.

Sobre a autora: Tana French nasceu em 1973, na Irlanda. O seu romance de estreia, In the Woods, valeu-lhe o Prémio Edgar, e foi um dos livros mais vendidos do ano a nível internacional. Seguiram-se outros romances todos bem recebidos pela crítica e pelo público.

Saiba mais sobre a autora: http://www.tanafrench.com


Pode comprar o livro aqui


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Colecção O Fio da Navalha - Editorial Presença


1. Post-Mortem - Patricia D. Cornwell
2. A Máscara da Desonra - Minette Walters
3. Corpo de Delito - Patricia D. Cornwell
4. Morte no La Fenice - Donna Leon
5. Tudo o que Resta - Patricia D. Cornwell
6. O Sacrifício da Borboleta - Andrea H. Japp
7. A Câmara Escura -  Minette Walters
8. Cruel e Invulgar -  Patricia D. Cornwell
9. Confissões de uma Farmacêutica - Ingrid Noll
10. Morte numa Terra Estranha - Donna Leon
11. A Quinta dos Cadáveres - Patricia D. Cornwell
12. Um Assassino entre os Filósofos - Philip Kerr
13. Ecos na Sombra - Minette Walters
14. O Cemitério dos Sem Nome - Patricia D. Cornwell
15. Testemunhas do Silêncio - Kathy Reichs
16. O Dono da Cidade - Aleksandra Marinina
17. Sangue na Lua - James Ellroy
18. Causa de Morte - Patricia D. Cornwell
19. Violetas de Março - Philip Kerr
20. Contágio Perverso - Patricia D. Cornwell
21. O Violador - Minette Walters
22. Jogo de Alto Risco - Martha Grimes
23. No Escuro da Noite - James Ellroy
24. O Criminoso Pálido - Philip Kerr
25. O Jardim Suspenso - Ian Rankin
26. Vestido para a Morte - Donna Leon
27. O Vespeiro - Patricia D. Cornwell
28. No Segredo dos Mortos - Aleksandra Marinina
29. Um Requiem Alemão - Philip Kerr
30. Assassino Sem Rosto - Henning Mankell
31. Ponto de Origem - Patricia D. Cornwell
32. Cadáveres Inocentes - Kathy Reichs
33. A Conspiração da Aranha - James Patterson
34. Morte e Julgamento - Donna Leon
35. Encontro Às Cegas - Frances Field
36. O Suspeito Principal - Michael Ridpath
37. A Quinta Mulher - Henning Mankell
38. A Cruz do Sul - Patricia D. Cornwell
39. Sonho Roubado - Aleksandra Marinina
40. Acqua Alta - Donna Leon
41. A Ilusão de Eva - Karin Fossum
42. A Falsa Pista - Henning Mankell
43. Uma Paixão Obsessiva - Ingrid Noll
44. A Colina dos Suicídios - James Ellroy
45. Dinheiro Sujo - Janet Evanovich
46. Cadáver Não Identificado - Patricia D. Cornwell
47. A Vingança de Uma Mulher - Paul Eddy
48. Os Cães de Riga - Henning Mankell
49. A Vida Por Um Fio - Janet Evanovich
50. A Sombra da Serpente - Minette Walters
51. O Último Reduto - Patricia D. Cornwell
52. À Margem da Lei - Jake Arnott
53. Corrupção na Justiça - Lisa Scottoline
54. No Silêncio da Noite - Donna Leon
55. O Caso da Criança Desaparecida - Minette Walters
56. Não Contes a Ninguém - Harlan Coben
57. A Leoa Branca - Henning Mankell
58. Matar Por Matar - Aleksandra Marinina
59. A Morte de Um Jornalista - Philip Kerr
60. Radiação Fatal - Donna Leon
61. Fraude na City - Miguel Ávila
62. Falsa Identidade - Lisa Scottoline
63. Crime em Dois Actos - Toby Litt
64. Na Pista de um Rapto - Harlan Coben
65. Os Crimes da Doninha - James Patterson
66. O Homem que Sorria - Henning Mankell
67. Delito Sem Provas - Susanna Jones
68. Os Últimos Morrem Primeiro - Aleksandra Marinina
69. A Tentação do Dinheiro - Miguel Ávila
70. Ilha dos Cães - Patricia D. Cornwell
71. Kate White - Se o Olhar Matasse
72. À Procura do Culpado - James Humphreys
73. Na Senda do Crime - Donna Leon
74. Desaparecido Para Sempre - Harlan Coben
75. O Olhar de um Desconhecido - Karin Fossum
76. Numa Fracção de Segundo - Brad Meltzer
77. Pele de Cobra - Courttia Newland
78. A Contas com o Passado - Denise Mina
79. Homicídio no Parque - Liza Marklund
80. Projecto Midas - Brad Meltzer
81. O Viajante Assassino - John Connolly
82. A Mosca da Morte - Patricia Cornwell
83. A Rainha do Inverno - Boris Akunin
84. O Caçador de Raposas - Minette Walters
85. Amigos Influentes - Donna Leon
86. Apenas Um Olhar - Harlan Coben
87. O Arquitecto - Keith Arlow
88. Segredos Imorais - Brian Freeman
89. Sem Motivo Aparente - Patricia Cornwell
90. Sob Suspeita - Minette Walters
91. A Dália Negra - James Ellroy
92. Um Passo Atrás - Henning Mankell
93. Predador - Patricia Cornwell
94. A Noiva Assassina - James Patterson & Howard Roughan
95. Nas Teias do Crime - Jake Arnott
96. Aposta de Risco - Jess Walter
97. A Pele do Diabo - Richard Hawke
98. Cidade Inquieta - Brian Freeman
99. Jogada de Mestre - Boris Akunin
100. O Imenso Adeus - Raymond Chandler
101. A Muralha Invisível - Henning Mankell
102. Casamentos e Infidelidades - John Bingham
103. Culpados ou Inocentes - Denise Mina
104. Fantasmas do Passado - Minette Walters
105. Perseguida - Brian Freeman
106. O Homem de Pequim - Henning Mankell
107. White Jazz: Noites Brancas - James Ellroy
108. Os Rostos do Mal - Ruth Newman
109. O Registo dos Mortos - Patricia Cornwell
110. Sangue Vadio - James Ellroy
111. L.A. Confidential - James Ellroy
112. O Voyeur - Brian Freeman
113. Scarpetta - Patricia Cornwell
114. Um Homem Inquieto - Henning Mankell
115. O Guardião das Causas Perdidas - Jussi Adler-Olsen
116. Galveston - Nic Pizzolatto
117. A Verdade E Outras Mentiras - Sascha Arango
118. Desejo de Vingança - Jussi Adler-Olsen
119. A Mensagem na Garrafa - Jussi Adler-Olsen

Helen Fields - Restos Mortais Perfeitos [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: A par do Teatro de Fantoches, Restos Mortais Perfeitos foi uma das novidades da TopSeller que mais gostei de ler, nos últimos tempos, embora seja uma obra com uma estrutura sui generis. Não sei se conhecem um livro da autora Val McDermid chamado O Canto das Sereias, editado há uns bons anos pela extinta editora Gótica. Pois bem, foi, para mim, impossível de dissociar essa obra a esta em epígrafe. 
O que esta história tem de incomum é o facto de desvendar a identidade do antagonista numa fase muito precoce. Muitos dos leitores poder-se-ão sentir defraudados, afinal de contas um dos aspectos mais impactantes da literatura policial é a estrutura clássica de whodunnit em que a maior reviravolta surge aquando a revelação do vilão.

É verdade, esta informação acaba por omitir aquele que poderá ser o maior twist da obra e torná-la previsível. Concordo, amigos do crime, contudo esta trama vai surpreender sobretudo pelo modus operandi adoptado pelo vilão. Basta atentar no quão mórbido é o título para ter uma ideia aproximada sobre como se desenvolve a história. Pejada de pormenores chocantes, é do tipo de história que nos permite, de certa forma, entrar na cabeça de um psicopata, tornando-se simultaneamente fascinante e perturbador. 

A intercalar estes capítulos dedicados exclusivamente ao vilão, acompanhamos o desenvolvimento da investigação policial levada a cabo por Ava Turner e a quem se junta Luc Callanach, antigo agente da Interpol. Senti que ambos tinham química e torci para que houvesse, quiçá, algum envolvimento entre os dois, uma percepção que me é rara quando leio uma trama de cariz mais violento como esta. A perspectiva do vilão é tão impactante que um envolvimento amoroso traria alguma leveza à história.
Há uma caracterização profunda sobre Callanach, o que me despertou uma especial empatia pelo agente da polícia francês. 

Como referi acima, uma vez que conhecemos desde cedo a identidade do antagonista bem como os seus planos, a trama acaba por se caracterizar como uma caça ao rato. Pessoalmente senti-me curiosa para saber quando e como é que o vilão daria um passo em falso pelo que me atrevo a dizer que, embora a trama possa ser previsível, esta é igualmente viciante.
Destaco, no enquanto, que os crimes apresentam contornos bastante violentos, pelo que a obra não será adequada àqueles que não apreciam tramas de cariz mais gráfico. Confesso que gosto de ser confrontada com crimes mais desconcertantes, pelo que gostei muito desta obra. Dado que existe uma personagem cujo background poderá ser desenvolvido com maior detalhe, estou mesmo muito curiosa em ler o segundo livro da série. Faço votos para que seja publicado brevemente.


M. W. Craven - Teatro de Fantoches [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Fiquei interessada nesta obra assim que tive conhecimento do seu lançamento. Afinal de contas, a capa recordou-me as obras de M.J. Arlidge e Chris Carter de quem me assumo fã acérrima.
Embora considere estes autores um pouco mais gráficos, posso assegurar que Teatro de Fantoches apresenta alguns momentos de cariz impressionante.

A história centra-se num serial killer que tem um modus operandi bastante peculiar pois mata as suas vítimas, imolando-as. Pessoalmente temi que a trama se assemelhasse a uma obra de M.J. Arlidge, A Vingança Serve-se Quente, por ser protagonizada por um antagonista que era, precisamente, um pirómano, matando as suas vítimas recorrendo ao fogo. 
Felizmente, este era o único denominador comum entre os vilões.

Atrevo-me a dizer que o aspecto que ressalta à vista e que torna, de certa forma, esta obra mais original é o facto de esta se passar na região da Cumbria,  no norte de Inglaterra. Para ser sincera, não me recordo deste ser um local abordado na literatura e, pelas descrições, pareceu-me um palco adequado para o desenvolvimento de uma trama policial. Sabemos que o Reino Unido prima por ter um clima mais sombrio, esta região em apreço acaba por suscitar um alargado interesse por apresentar um riquíssimo background histórico do local, pejado de menires e antas.

Será Washington Poe o responsável pela investigação dos homicídios que se tornam pessoais a partir do momento em que as vítimas apresentam sinais relacionados com o protagonista. Pessoalmente gostei muito deste protagonista. Considerei a interacção deste com a dra Tilly Bradshaw muito interessante e esta personagem acaba por trazer algo novo: a abordagem do especto do autismo. A forma como o autor caracteriza a figura feminina é cativante, mostrando uma inteligência acima do normal aliada à sua capacidade de tiradas mais engraçadas. Dei por mim a esboçar um sorriso quando li algumas considerações de Tilly.

A história desenvolve-se com um ritmo ágil e viciante. Creio que os fãs de M.J. Arlidge ou Daniel Cole irão certamente gostar da trama policial que Craven propõe naquele que será o primeiro livro protagonizado por este duo de personagens que dificilmente sairão da minha retina.

Em suma, estamos perante uma obra com um cenário interessante e de trama ardilosa protagonizadas por personagens interessantes. Ficarei, por este motivo, a aguardar a edição da continuação da série.