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domingo, 1 de janeiro de 2012

Harlan Coben - Desaparecido para Sempre [Opinião]

Quem já leu Harlan Coben sabe que se há coisa com a qual as suas histórias se desenvolvem é a imprevisibilidade. Coben manuseia temas complicados e difíceis de digerir, como o homicídio, o desaparecimento, a prostituição ou o abuso de menores, para criar excelentes tramas onde nada mas nada é o que parece. Esta era fundamentalmente a ideia que eu tinha antes de avançar para este livro, tendo lido anteriormente Não Contes a Ninguém, Morte no Bosque e Falta de Provas.

Na presente narrativa, somos que enredados por uma teia complexa de relações e de personagens que, por intermédio de twists sucessivos, nos surpreendem à medida que nos aproximamos da verdade. E o que será esta dita verdade? Inicialmente pressupõe-se que Ken Klein, irmão do protagonista Will Klein, terá violado e assassinado a namorada e vizinha Julie Miller, tendo-se de seguida, posto a monte, para nunca mais ser visto. Esta é a versão oficial das autoridades, contudo, para o irmão Will, Ken não só não matou Julie como terá sido ferido ou mesmo assassinado pelo verdadeiro autor do homicídio há onze anos atrás.

É com esta dicotomia que Harlan Coben nos lança numa alucinante espiral de acontecimentos envolvendo Will Klein, incluindo o desaparecimento da sua actual namorada e levando-o a questionar em quem realmente confia e a mergulhar no submundo do crime organizado e da prostituição à revelia das próprias autoridades.
Ao longo da trama vamos conhecendo os segredos das personagens, sendo completamente impossível adivinhar as consequências dos mesmos.

Assim, e como nos livros que li anteriormente de Coben, já tinha contactado com a escrita do autor, que suspende brilhantemente os finais de capítulo, para que o leitor anseie ler mais um e outro. A capacidade de descrição do autor é fantástica e versátil. Coben descreve com mestria passagens aceleradas de pura acção, deixando o leitor quase como sem pinga de sangue. Como contraponto, o autor descreve brilhantemente personagens e cenários, transportando o leitor até Nova Iorque e Nova Jérsia, e mesmo que este não tenha lá ido, acredite, vai sentir-se como se estivesse nos Estados Unidos. Uma escrita também munida de um toque de um certo humor melodramático, sobretudo nos diálogos de Will e Squares.

Desaparecido para sempre caracteriza-se assim, por ser um livro que envolve o leitor por completo, levando-o no ritmo frenético da acção. É daqueles livros que, primeiro, o leitor terá dificuldade em pousar e retomar a sua leitura no dia seguinte, segundo, por mais teorias que o leitor fará, a trama nunca será aquilo que se equaciona. O virar de cada página associa um facto novo e a acção prossegue num novo sentido. Os momentos de tensão seguem atentamente todas e quaisquer acções contempladas na trama. Tem reviravoltas até literalmente, à última página. Narrado sob a primeira pessoa, concretamente sob o ponto de vista de Will, imediatamente o leitor sente uma afinidade com esta personagem. E desta forma, acompanha e sente na pele, as emoções e descobertas do protagonista.
As personagens causaram em mim uma série de sentimentos. Se por um lado, como referido acima, sentimos uma afinidade com Will, e com o seu leal amigo Squares, por outro há umas quantas personagens com as quais o leitor irá sentir uma enorme repulsa. Claro que falo de Ghost, ou John Asselta, cujos objectivos de vida não são nada mais do que desprezo pela vida humana. Não posso deixar de mencionar outras personagens, que caracterizadas como Coben o faz, espelham verdadeira degradação humana.

Desaparecido para Sempre tornou-se o meu livro preferido do autor até à data, e creio que daria uma excelente adaptação cinematográfica. Adequado para os amantes das emoções fortes. É uma obra sem dúvida a não perder!

2 comentários:

  1. Por acaso a minha ideia sobre o autor é um pouco diferente. Adorei o primeiro livro que li dele, os seguintes achei-os previsíveis, com a repetição de um mesmo episódio (alguém que julgamos estar morto, afinal é um personagem central com outra identidade, descobre-se tudo e temos um reencontro e um final feliz).

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  2. Olá redonda! Bom ano :))
    Que livro é que leste dele? A ver se tenho para aqui :) Um grande beijinho, boas leituras!

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