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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Charlie Donlea - A Rapariga do Lago [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: A capa apelativa - lembrando-me a imagem da afamada série Twin Peaks - bem como as críticas lá fora, elogiando a obra de estreia de Charlie Donlea, foram determinantes para que me sentisse curiosa sobre A Rapariga do Lago.

Nas primeiras páginas surgiu-me uma ideia: o leitor assiste ao ataque a Becky, ficando em suspenso o seu desenlace. Bem sei que a sinopse do livro alude à sua morte, assim como as páginas que retrocedem ao momento em que se fala abertamente sobre o homicídio dessa personagem, por volta na página 100, contudo considero que teria sido mais impactante caso o autor tivesse optado pela omissão deste acontecimento. Teria ficado mais intrigada caso tivesse ficado na ignorância até à confirmação da sua morte.

A trama estrutura-se alternadamente entre o passado de Becky, organizados em episódios da jovem no seu grupo de amigos e na faculdade de direito, e a acção actual que incide na investigação da reporter criminal Kelsey Castle.
Muito sinceramente, não apreciei muito a subtrama relativa à rapariga que é morta contudo, é precisamente nessas passagens que reside a chave para a resolução do caso. Já tive oportunidade de me expressar, noutras ocasiões, que já não me identifico com tramas de cariz mais juvenil que estão, na grande maioria dos casos, centradas nos relacionamentos imberbes entre amigos ou namorados e outros episódios da vida académica. Esta é uma percepção muito pessoal.

Confesso que, relativamente à subtrama protagonizada por Kelsey, considerei alguns factos algo inverosímeis como o fornecimento gratuito de informação sobre a morte da jovem. De facto, desconheço os meandros do jornalismo de investigação, contudo, não me parece plausível que os dados sejam facultados assim de uma forma tão simples e directa. 

Todo aquele desenrolar da história me pareceu familiar e fico com a sensação que já li tramas com contornos semelhantes a esta. Lembrei-me inúmeras vezes da série Twin Peaks e estabeleci um paralelismo entre ambas as personagens que são vítimas de homicídio.
Ainda assim, foi um livro que me entreteve e, na minha opinião, a trama é bastante viciante e é desafiante tentar antecipar os motivos do homicídio da rapariga. Proporcionou-me uma leitura rápida. 

Gostaria de mencionar um facto curioso sobre a forma como é desvendada desvendada a identidade do homicida pois numa primeira análise parece algo óbvia mas fui obrigada a descartar essa hipótese. Portanto, achei o clímax bastante peculiar por estar na linha de uma suspeita que, entretanto, já tinha menosprezado. 

Em suma, apesar de algumas fragilidades que acabo de mencionar, no seu todo, creio que a obra de estreia é auspiciosa e sinto que o autor augura melhores trabalhos futuramente. Cá estarei para apreciá-los e confirmar o seu progresso.

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