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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Stephen King - Escrever [Opinião]




Sinopse: AQUI

Opinião: Antes de mais, Escrever é uma reedição muito desejada pelo que devo congratular a Bertrand por ter ido ao encontro do apelo dos fãs de Stephen King.

Escrever - Memórias de um Ofício, é uma obra que, como se depreende pelo título, se dedica ao processo de escrita, um tema que considero interessante uma vez que sou uma ávida leitora ao mesmo tempo que equaciono, com alguma frequência, enveredar pela escrita do meu próprio thriller. Considero que este título é deveras inspirador: a minha percepção é que o autor incentiva o leitor a aventurar-se na escrita do seu próprio livro, seja ele que género for. A cada página que lia, mais reflectia naquelas ideias que fui tendo, ao longo dos anos, para escrever a minha história.

Contudo, não vejo este título como um livro exclusivamente de auto ajuda, se é assim que podemos categorizá-lo, por conter inúmeros dados biográficos do autor. Assim, tenho para mim que esta obra não é apenas para aqueles que pretendem escrever, esta destina-se, sobretudo, aos fãs de Stephen King.
Por me assumir grande seguidora do trabalho do autor, já conhecia vários dos factos que são descritos na obra, não obstante ter-me sentido deslumbrada por redescobri-los contados na primeira pessoa como as suas considerações sobre as primeiras obras, factos que considerei bastante interessantes, como fã de Carrie ou Misery que sou.

A vida de King não foi fácil, tendo passado por uma infância pautada pela escassez de dinheiro. Nas páginas iniciais, o autor revela algumas partidas de crianças, protagonizadas por si e pelo irmão, que me fizeram sorrir embora tenha sido sol de pouca dura. Os testemunhos do autor vão sendo progressivamente mais duros e acabei por ficar estarrecida com as revelações relacionadas com o consumo de álcool e, posteriomente, de drogas. A sua relação com substâncias ilícitas já era de conhecimento público embora conhecer estes factos, vindos do próprio testemunho do autor e sem qualquer tipo de floreado, de certa forma, fez com que passasse a admirar, ainda mais, o mestre do terror. Os seus relatos estão pejados de grande sinceridade.

Confesso não ser especialista a avaliar livros que não sejam de ficção, porém reconheço que esta obra tem uma magia muito própria. Tenho consciência que este sentimento será transversal àqueles que, tal como eu, admiram esta personalidade. Ter lido este livro fez-me sentir, de certa forma, mais próxima de Stephen King.

No final somos brindados com duas listas, uma delas mais actualizadas, com as preferências literárias do autor. Dei por mim a pesquisar pelos livros que não conhecia e a adicionar mais títulos à minha lista de aquisições.

Honestamente sinto que os livros a que estou habituada, de ficção, estão associados a uma componente de entretenimento, o que não correspondeu inteiramente à minha percepção com esta leitura. Além de me ter cativado com a sua história de vida, King também me ensinou, de certa forma, a escrever e a estruturar uma trama e incentivou-me para que um dia vá para a frente com o meu próprio manuscrito.

Estamos, por isso, perante uma obra do autor que sendo diferente das demais, é imperdível, sobretudo para os fãs do autor.


2 comentários:

  1. Tenho esperado pelo regresso deste livro a Portugal e não podia ter ficado mais feliz com a opção da Bertrand de pegar nele e devolvê-lo aos leitores, como nós.
    Agora, depois de ler a tua opinião, ainda fiquei com mais vontade de correr para a livraria mais próxima e trazer o meu exemplar para casa xD

    Não Digas Nada a Ninguém

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    1. Hallo InÊs! É um livro extraordinário, super inspirador! Recomendo muito! Grande beijinho e boas leituras!

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