Vasco Ricardo é o mais recente promissor autor lusófono de thrillers (venham mais daí!), tendo publicado o seu livro de estreia na também recente editora Pastelaria Studios.
Antes de tecer algumas considerações sobre a obra, agradeço ao autor, a sua disponibilidade no envio deste livro que proporcionou um agradável momento de leitura.
O livro compreende duas subtramas num contexto futurista (ano de 2014): uma referente a um grupo organizado, denominado ENDIVADAL que planeia e executa actos terroristas por diversas cidades europeias. A outra respeitante a um grupo de três jovens de diferentes nacionalidades: Dana, inglesa; Rohan, indiano e Mark, alemão. Desde logo estas duas subtramas suscitam no autor a dúvida de como poderão estar correlacionadas.
Sendo duas tramas, aparentemente sem ligação e de cariz diferente, denota-se imediatamente a versatilidade da escrita do autor. Desde os informais e até divertidos diálogos dos adolescentes na internet (muito mordaz a alusão à cantora Rita RedShoes) até aos equacionados planos da organização, que despertam tensão e suspense. Penso que há um equilíbrio nas duas tramas, que permite ao leitor descomprimir e, dado que os capítulos são pequenos, num súbito instante indignar-se.
Achei aprimorada a descrição dos cenários das várias cidades europeias faz com que o leitor viaje até às mesmas, uma sensação nem sempre conseguida quando as tramas se passam em países estrangeiros.
As subtramas desenvolvem-se paralelamente, de forma a que acompanhemos detalhadamente o planeamento/execução das acções da ENDIVADAL, sem que inicialmente se conheçam as motivações e por outro lado conheçamos os protagonistas.
Assim há por parte de Vasco Ricardo, uma escrita fluída, sem registos de violência explicita e até bastante ligeira e mordaz, o que direcciona o livro para um sem número de público. Penso que os mais jovens reconhecerão e identificar-se-ão com os adolescentes da trama, o restante publico respeitará a audácia dos investigadores.
São estas as personagens que são mais empáticas com o leitor: a curiosidade pelos vários atentados e o debate num chat da internet sobre os mesmos, gera uma forte relação entre eles que faz-nos lembrar o quão forte é o poder da amizade sem que obedeça a qualquer fronteira geográfica.
As passagens sobre os vários atentados estão muitíssimo bem conseguidas, são tensas e a cada acto está associado um simbolismo que o autor, faz questão de relacionar coerentemente no final, de forma a que o leitor fique simplesmente incrédulo.
E no fim percebo o porquê do título e o quão este assenta na história que terminei de ler.
O aspecto menos positivo que gostaria de comentar, intrínseco à edição do livro, é o seguinte: pessoalmente achei que o espaço entre linhas é muito reduzido, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa.
Em suma, A Trama da Estrela é um bom livro de estreia. Junta em doses harmoniosas o humor, a acção, a aventura, a tensão e o suspense, sendo um livro que pode ser lido por um público de qualquer idade. Se gosta de teorias da conspiração este é o livro que recomendo. Gostei e aguardo com interesse a segunda obra do autor!
Antes de tecer algumas considerações sobre a obra, agradeço ao autor, a sua disponibilidade no envio deste livro que proporcionou um agradável momento de leitura.
O livro compreende duas subtramas num contexto futurista (ano de 2014): uma referente a um grupo organizado, denominado ENDIVADAL que planeia e executa actos terroristas por diversas cidades europeias. A outra respeitante a um grupo de três jovens de diferentes nacionalidades: Dana, inglesa; Rohan, indiano e Mark, alemão. Desde logo estas duas subtramas suscitam no autor a dúvida de como poderão estar correlacionadas.
Sendo duas tramas, aparentemente sem ligação e de cariz diferente, denota-se imediatamente a versatilidade da escrita do autor. Desde os informais e até divertidos diálogos dos adolescentes na internet (muito mordaz a alusão à cantora Rita RedShoes) até aos equacionados planos da organização, que despertam tensão e suspense. Penso que há um equilíbrio nas duas tramas, que permite ao leitor descomprimir e, dado que os capítulos são pequenos, num súbito instante indignar-se.
Achei aprimorada a descrição dos cenários das várias cidades europeias faz com que o leitor viaje até às mesmas, uma sensação nem sempre conseguida quando as tramas se passam em países estrangeiros.
As subtramas desenvolvem-se paralelamente, de forma a que acompanhemos detalhadamente o planeamento/execução das acções da ENDIVADAL, sem que inicialmente se conheçam as motivações e por outro lado conheçamos os protagonistas.
Assim há por parte de Vasco Ricardo, uma escrita fluída, sem registos de violência explicita e até bastante ligeira e mordaz, o que direcciona o livro para um sem número de público. Penso que os mais jovens reconhecerão e identificar-se-ão com os adolescentes da trama, o restante publico respeitará a audácia dos investigadores.
São estas as personagens que são mais empáticas com o leitor: a curiosidade pelos vários atentados e o debate num chat da internet sobre os mesmos, gera uma forte relação entre eles que faz-nos lembrar o quão forte é o poder da amizade sem que obedeça a qualquer fronteira geográfica.
As passagens sobre os vários atentados estão muitíssimo bem conseguidas, são tensas e a cada acto está associado um simbolismo que o autor, faz questão de relacionar coerentemente no final, de forma a que o leitor fique simplesmente incrédulo.
E no fim percebo o porquê do título e o quão este assenta na história que terminei de ler.
O aspecto menos positivo que gostaria de comentar, intrínseco à edição do livro, é o seguinte: pessoalmente achei que o espaço entre linhas é muito reduzido, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa.
Em suma, A Trama da Estrela é um bom livro de estreia. Junta em doses harmoniosas o humor, a acção, a aventura, a tensão e o suspense, sendo um livro que pode ser lido por um público de qualquer idade. Se gosta de teorias da conspiração este é o livro que recomendo. Gostei e aguardo com interesse a segunda obra do autor!