segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A Estante está mais cheia [Agosto 2015]


Como já tinha equacionado, o mês de Agosto revelou ser bastante contido no que concerne a aquisições. Na estante estão quatro novos livros, dois dos quais comprados na Cash Converters. Vingança Mortal de J. D. Robb custou 3,50€ e EndGame de James Frey 3€. Simplesmente não resisto a preços tão convidativos...
Éden foi ofertado pela Marcador e Ensina-me a Amar veio da Quinta Essência, editoras às quais endereço os meus agradecimentos. Estou em falta para com a literatura erótica mas Jess Michaels é sempre uma boa aposta!

Não está na foto mas este livro há de vir para à minha estante eventualmente (a estante do marido está sem espaço), Perguntem a Sarah Gross foi ganho por ele num passatempo promovido pelo Grupo dos Livrólicos Anónimos no Facebook. O Ricardo lê afincadamente o livro tanto que fiquei algo curiosa com a obra. 
Creio que Setembro não será assim tão calmo com as rentrées literárias mas a ver vamos...

Wes Craven morre aos 76 anos


Normalmente não me deixo impressionar com os falecimentos na indústria de Hollywood mas hoje foi com algum pesar que recebi a notícia da partida deste grande senhor. Como na literatura, sou bastante restrita no que toca a cinema, optando, na grande parte das vezes, por ver filmes de terror.
É indiscutivelmente o meu género preferido!

Nos dias que antecedem Setembro (aliás como é o caso) deliro com a programação do MOTELx e de uma forma geral, costumo acompanhar o que tem sido feito na área do terror, mais no cinema do que propriamente na literatura.
Tem sido assim desde a minha tenra idade aquando me tornei fã do género, o que nos leva precisamente a Wes Craven, o senhor de quem vos falo neste post. 

Quero partilhar convosco que o primeiro filme de terror que vi na minha vida foi o Pesadelo em Elm Street e bloody hell, senti genuinamente medo do Freddy, um sentimento que se foi mudando e hoje, o Freddy Krueger é o meu vilão preferido. Começou por ser uma criatura aterrorizante para, gradualmente, passar a ser um assassino muito sarcástico. Lembro-me, por exemplo, de sorrir no último pesadelo em Elm Street não só com a aparição fugaz do Johnny Deep (em que disserta sobre o efeito das drogas recorrendo a... um ovo estrelado!) e sobretudo com a morte do Spencer.

Contudo, este realizador é muito mais que Freddy Krueger. Em 1996 estreeou Scream, um teen slasher movie que recordo ter alugado no clube vídeo perto da minha casa. Foi o filme sensação e lembro-me de ter falado sobre o mesmo com os meus colegas da escola mais destemidos. Era eu uma miúda e a paixão pelo cinema de terror já começara a instalar-se.
Numa fase posterior, recordo-me de ter visto alguns filmes de Craven e ter ficado especialmente impressionada com The Hills Have Eyes. Já na década dos 2000s, vi Red Eye, um filme num registo um pouco diferente mas que ainda hoje me recordo da história daquele voo nocturno.

Dia 30 de Agosto é pautado por uma grande perda na história do cinema de terror e sendo fã do género, não queria deixar de prestar a minha solene homenagem a este mestre.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

David Lagercrantz - A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha [Divulgação Editorial Dom Quixote]


Data de publicação: 29 Setembro 2015 

               Título Original: Det som inte dödar oss 
               Preço com IVA: 21,90€
               Páginas: 512
               ISBN: 9789722058094

Sinopse: Neste thriller carregado de adrenalina, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist enfrentam uma nova e perigosa ameaça que os leva mais uma vez a unir as suas forças.Uma noite, Blomkvist recebe um telefonema de uma fonte confiável declarando ter informação vital para os Estados Unidos. A fonte tinha estado em contacto com uma jovem mulher, uma super-hacker que se parecia com alguém que Blomkvit conhecia bem de mais. As consequências são surpreendentes. Blomkvist, a precisar urgentemente de um furo jornalístico para a Millennium, pede ajuda a Lisbeth, que, como habitualmente, tem a sua agenda própria. Em "A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha", o duo que fez vibrar 80 milhões de leitores com "Os Homens Que Odeiam as Mulheres", "A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo" e "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" encontra-se de novo num actual e extraordinário thriller.

Sobre o autor: David Lagercrantz nasceu na Suécia em 1962. É escritor e jornalista e vive em Estocolmo. Depois de ter estudado Filosofia e Religião, licenciou-se em Jornalismo pela Universidade de Gotemburgo. Trabalhou para o diário Expressen como repórter criminal tendo feito a cobertura dos casos mais mediáticos no final dos anos 80 e início dos anos 90 na Suécia.
Publicou várias biografias de personalidades muito conhecidas dos suecos e, em 2011, aquela que foi o seu maior sucesso – I am Zlatan Ibrahimovic – a história do famoso jogador de futebol, nomeada para vários prémios importantes, traduzida em 30 línguas e com milhares de exemplares vendidos. Fez a sua estreia na ficção com The Fall of Man in Wilmslow, uma história baseada na vida do célebre matemático britânico Alan Turing que teve um enorme sucesso internacional. Nos livros de David Lagercrantz encontra-se frequentemente um padrão: grandes talentos que se recusaram a seguir as convenções. Interessam-lhe não só os que se destacam da multidão, mas também a resistência que a sua criatividade inevitavelmente enfrenta. Talvez por isso tenha aceitado a proposta que lhe foi feita em Dezembro de 2013 para escrever o quarto volume da série Millennium criada por Stieg Larsson (1954-2004). Decerto não conseguiu resistir a Lisbeth Salander, uma das personagens mais criativas e irreverentes da literatura contemporânea. 


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Walcyr Carrasco - Juntos Para Sempre [Divulgação Editorial 4 Estações]


Data de publicação: 21 Outubro 2015 

               Título Original: Juntos Para Sempre
               Preço com IVA: 14,95€
               Páginas: 200
               ISBN: 9789898761118

Sinopse: Um amor para todas as vidas… Na Idade Média, uma jovem está prestes a ser queimada na fogueira. Entre os espectadores do auto-de-fé está um homem, que, apesar de ter o poder de a salvar, assiste, impávido, à execução. Surpreendentemente, antes de o fogo a consumir, ele sussurra que a amará para sempre.

Sobre o autor: Walcyr Carrasco nasceu em São Paulo, Brasil e é um consagrado autor da TV Globo, conhecido por novelas como Alma gémea, O cravo e a rosa e Chocolate com pimenta, todas campeãs de audiência 


J. R. Johansson - Insónia [Divulgação Editorial 4 Estações]


Data de publicação: 23 Setembro 2015 

               Título Original: Insomnia
               Preço com IVA: 15,90€
               Páginas: 240
               ISBN: 9789898761149

Sinopse: Parker Chipp tem dezasseis anos e não dorme há quatro. Está pálido, tem olheiras, sente tremores e, por vezes, “apagões”, não tendo qualquer memória sobre onde foi – e o que fez – durante esses períodos de tempo. Está, enfim, a chegar ao limite das suas forças.É que, em vez de Parker dormir, todas as noites ele entra nos sonhos da última pessoa com quem teve contacto visual. Não compreende como esta sua maldição funciona, mas sabe que, se nada na sua vida mudar em breve, simplesmente morrerá. Até que conhece Mia. Os sonhos dela são belos e tranquilos, permitindo-lhe um repouso maravilhoso… e extremamente viciante. Mas aquilo que começou por ser um encontro fortuito torna-se uma verdadeira obsessão - o enorme desejo de Parker para ter aquilo de que precisa vai levá-lo a exceder todos os limites que nunca imaginou ultrapassar.

Sobre a autora: http://www.jennjohansson.com/

Nick Louth - Febre [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Febre despertou a minha curiosidade a partir do momento em que tive conhecimento que seria publicado pela chancela da Editorial Presença, Jacarandá, no Verão. E este sentimento intensificou-se quando me apercebi que Febre tem um cognome no Goodreads: "the most gripping thriller you will ever read".
Para ser sincera, é-me difícil hierarquizar os livros que vou lendo mas decerto que Febre foi dos thrillers mais intensos que li ultimamente. 

A obra alterna entre três subnarrativas: o desaparecimento de Erica Stroud, uma cientista que tem um projecto em mãos e que deverá ser apresentado numa conferência na Europa; a história desta jovem, alguns anos antes em África, sob a forma de testemunhos organizados num diário e a propagação de uma estranha doença.

Estas ditas subtramas são extremamente cativantes mas confesso que a minha preferida foi a do diário. Achei que os testemunhos foram muito realistas e intensos, providos de alguma violência física e psicológica, ingredientes que, como sabem, valorizo nas minhas leituras. Claro que o misterioso desaparecimento de Erica intrigou-me desde o início e a evolução da doença despoletou a minha faceta hipocondríaca. A minha área de formação é a Ciência e sempre me interessou a área da microbiologia. Agradou-me muito que a obra tivesse um desenvolvimento sobre a temática, algo pouco usual no thriller (com excepção das obras de Robin Cook).

Creio que, como puderam constatar, Febre é, portanto, um livro que mexe com o leitor numa amplitude de sensações. Em linhas gerais, consegui identificar algum desconforto em inúmeras passagens do diário de Erica, achei enternecedora a busca incessante de Max pela namorada contudo, a sensação que prevaleceu foi o hipocondrismo.

Apesar de Erica ser a chave que encerra o mistério por detrás de Febre, indiscutivelmente que Max Carver, o seu namorado, assume um papel fulcral na narrativa. Acaba também por ter uma caracterização algo dicotómica: inicialmente é um homem pacífico e sedento por agradar Erica. A busca pela namorada coloca-o sob inúmeras provações e no final, Max é completamente diferente. Há inúmeros segredos sobre Erica que vão sendo desvendados que surpreendem tanto Max quanto o próprio leitor.
Numa fase inicial, o leitor pouco sabe sobre Erica e as informações sobre a personagem acumulam-se na segunda parte do livro. Creio que é algo previsível a ligação entre o diário de Erica e a subtrama relativa à evolução da doença, não obstante, o factor 'imprevisibilidade' recair sobre o desfecho da personagem feminina.

Febre garantiu uma leitura intensa e delirante, como o próprio nome indica. Na minha opinião, é uma história complexa e devidamente organizada em três subtramas inteligentes, pelo que Febre garante uma leitura ávida. 
Recomendo vivamente!

Para mais informações sobre o livro Febre, clique aqui

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Lisa Scottoline - Não Contes Nada [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Terminei ontem, por volta das duas da manhã, este thriller fantástico de Lisa Scottoline! 
Esta leitura durou apenas dois dias, pois li avidamente as 100 primeiras páginas numa tarde e, no dia seguinte, já estava a terminar o livro. Aliás, li mais de metade ontem à noite, sem interrupções, tendo sido uma leitura que se prolongou pela madrugada. Ainda estou pasmada com a intensa história de Não Contes Nada.

Como a sinopse assim indica, a trama centra-se num incidente que ocorre na família Buckman e que tem sérias repercussões. Como muitos pais de adolescentes, Jake não consegue relacionar-se com o filho de 16 anos, Ryan. Numa tentativa de estreitar a relação com o filho, Jake vai buscá-lo ao cinema e no regresso são implicados num acidente de um atropelamento mortal.

Esta premissa é, aparentemente, bastante previsível, contudo, à medida que me embrenhei na leitura, fui sendo apanhada de surpresa. Existem inúmeras reviravoltas, uma das quais confesso que não me convenceu completamente (para evitar spoilers vou abster-me de referir este facto mas convido os meus leitores a trocar algumas impressões via email ou Facebook). 
Fiquei bastante intrigada com os contornos que a história foi apresentando, apertando o cerco a Jake, cada vez mais, num crescendo dramático que acaba por atingir níveis claustrofóbicos.

Creio que esta trama caracterizar-se-á como um meio termo entre o thriller e o drama familiar. Levanta algumas questões éticas e morais pertinentes sobre o quão longe podemos ir para proteger um filho, além de apresentar uma profunda reflexão sobre a culpa e a dificuldade em enclausurar este sentimento. 
Desde o início que se instala um efeito angustiante face ao acidente, no entanto, o mesmo é intensificado devido a algumas revelações chocantes que vão surgindo ao longo da trama.

A meu ver, a autora disserta, de forma exímia, sobre esta temática, retratando, com bastante realismo, uma família moderna que se deparou com várias situações-limite, como o desemprego, uma crise matrimonial e agora este terrível segredo que, ironicamente, acabou por aproximar pai e filho.

Não Contes Nada é um verdadeiro page turner com uma mensagem poderosíssima que irá impressionar, sobretudo, aqueles que já vivenciam a maternidade. Dramática e tensa, esta história ficará na retina durante muito tempo, aposto.

Estou curiosa em ler mais obras da autora! A avaliar por esta, Lisa Scottoline é para manter debaixo de olho!


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Louise Penny - Mística Fatal [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Mística Fatal é o segundo livro protagonizado por Armand Gamache, inspector da Sûreté do Quebec, Canadá, personagem familiar aos leitores de Natureza Morta.
À semelhança do livro antecessor, a trama tem lugar novamente em Three Pines, um local aparentemente pacato e convidativo. No entanto, e a meu ver, o ambiente torna-se ainda mais cativante dado que a acção ocorre na época natalícia, uma das minhas preferidas.
Além disso, pude constatar algumas tradições de Natal na região francófona do Canadá.

Confesso que o policial numa linha mais clássica, como é o caso, não me agrada tanto quanto os contemporâneos que transbordam, em norma, de pormenores gráficos e procedimentos forenses. Daí que estava algo reticente em iniciar esta leitura. Reconheço que os meus receios eram infundados: gostei ainda mais desta obra que a antecessora e tentarei ser o mais objectiva ao explicar porquê.

Em Natureza Morta, recordo-me que o mote era o possível suicídio de Jane Neal e, por conseguinte, a investigação da morte não foi tão concisa quanto na presente história. Ora em Mística Fatal, a equipa de Gamache estava, desde o início, determinada em desvendar o autor do assassinato de C.C. de Pointers bem como as suas motivações, traduzindo-se numa investigação mais concentrada.
Em oposição a Natureza Morta em que a vítima era afável e adorada por todos, na presente obra Louise Penny caracterizou a vítima de forma tão negativa que até o leitor a deseja ver morta.

Antes de mais, e já que menciono a caracterização da vítima, devo dizer que a mesma está perfeita. C.C. de Pointers é simplesmente desprezível pelo que acaba por ser uma personagem odiada por todos em Three Pines, amplificando o número de suspeitos do crime. Além disso, devo dizer que achei deveras inteligente o planeamento e execução do homicídio.

A própria história em si é bastante intrigante na medida em que desvenda, gradualmente, uma série de segredos sobre de Pointers e a sua relação com a comunidade em geral, abordando temas como a oposição de ideais filosóficos, negligência parental e a manipulação dos populares por parte da vítima. Alguns homicídios que não esperava de todo intensificam a trama.

Sendo uma história numa linha mais clássica, esta desenvolve-se num ritmo algo moroso. Além disso, como é usual neste subgénero policial, a investigação é feita a partir dos inúmeros interrogatórios às personagens que tinham contacto com a vítima, garantindo alguma profundidade na caracterização das personagens suspeitas.

Estamos perante um livro praticamente isento de elementos gráficos, no entanto, existe uma alusão (bastante interessante, diria) à autópsia de C.C. de Pointers, aspecto que normalmente é descurado nos livros do subgénero.

Em suma, embora não me tenha proporcionado uma leitura ávida, foi com bastante interesse que segui a investigação que Mística Fatal nos oferece. Reunindo todos os pontos que mencionei anteriormente, creio que este livro supera o antecessor.
Fico particularmente curiosa em regressar a Three Pines.




segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Anders de La Motte - Bolha [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Bolha é o derradeiro volume da trilogia O Jogo, que coaduna a conspiração e espionagem com o avanço tecnológico, um conceito muito próprio actualmente, distanciando-se, desta forma, dos policiais escandinavos convencionais.
Depois da leitura de O Jogo e Vibração, este livro foi dos mais aguardados por mim em 2014, tendo sido publicado apenas em Abril deste ano. Foi uma longa espera, diria.
Dado que é o desfecho da trilogia, obviamente que não poderá ser lido sem a leitura prévia dos livros anteriores.

Desde o final de Vibração que Henrik Petterson é perseguido pelo Senhor do Jogo e o próprio Jogo passou a ter uma dimensão mais alargada. A teia de intrigas cada vez mais se adensa fazendo com que o protagonista Henrik Petterson, mais conhecido por HP, deixasse de saber em quem confiar.

À semelhança dos dois volumes anteriores, Bolha é pautado por muita acção. Confesso que não esperava que o rumo da saga convergisse para aquele que nos é apresentado nesta obra, explorando o lado familiar de Rebecka e HP. Depois de algumas revelações destas personagens, eis que a intriga se intensifica sobre as mesmas.
Apesar de ser a terceira vez com que nos deparamos com Rebecka e HP, senti que o autor quis aprofundar a relação entre ambas.

Como já referi, creio que um dos ingredientes que mais gostei da trilogia foi precisamente a peculiaridade do protagonista HP e a caracterização psicológica antagónica que se verifica entre este e Rebecka. Escuso de tecer grandes considerações quando já mencionei nas opiniões dos livros antecessores o quão diferente é esta personagem face aos protagonistas comuns de thrillers.

Bolha não foi o meu volume preferido da trilogia (na minha opinião foi o segundo, Vibração) mas o autor conseguiu pegar naquele universo complexo e expandi-lo a uma escala maior, onde impera a conspiração política. Muito embora, este ingrediente não é do meu agrado, facto que explica a minha preferência pelo segundo volume.

Recordo-me da entrevista que fiz ao autor em Setembro do ano passado e este ter mencionado as suas próximas publicações, nomeadamente o MemoRandom, uma obra que desejo ver publicada no nosso país. Fica a vontade em rever este autor por cá! 

Em suma, estamos perante uma trilogia de bastante qualidade e inovadora dentro do género. Uma trama bastante actual que recorre aos novos gadgets, repleta de muita acção. 


James Patterson & Michael Ledwidge - Zoo [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Sou grande fã de James Patterson, em particular da série protagonizada por Alex Cross. Zoo, no entanto, distancia-se de todas as obras que foram publicadas por cá, enredando-se sobre uma onda de violência por parte dos animais, um assunto sobre o qual nunca lera. Os crimes levados a cabo por mentes psicóticas a que estava habituada foram substituídos por ataques ferozes de animais.
Creio que nunca li nada da autoria de Michael Ledwidge.
Entretanto também comecei a ver a série baseada na obra e fiquei fã! 

Como referi, o presente livro debruça-se sobre a temática animal, primando pelos conteúdos riquíssimos de Zoologia. Fã de animais em geral e telespectadora assídua de programas sobre a natureza, encontrei em Zoo um registo bastante completo sobre o comportamento de algumas espécies de animais. No entanto, pessoalmente teria gostado de ver mais pois creio que os autores se cingiram aos mamíferos, podendo ter feito uma alusão a animais de outras classes.

Repleto de acção mas com uma mensagem ambiental subjacente, Zoo é um livro que se lê num ápice, convidando a uma reflexão sobre a postura do homem na Ecologia onde este acaba por ser o responsável pelo desequilíbrio que por vezes se instala na Biodiversidade.
Ainda que a história seja suportada pela Ciência, creio que o trato do tema não foi maçudo.

As personagens são cativantes, com especial ênfase no biólogo Jackson Oz, o narrador da história, que faz alguns comentários mordazes, desanuviando o ambiente tenso que se faz sentir no decorrer da narrativa. 

Já referi que acompanho a série e pareceu-me que o livro é melhor. Lamentavelmente omitiram, na adaptação televisiva, a personagem de Atilla, uma das minhas preferidas e que dava um toque especial à história. Existem outras diferenças de enredo, pelo que o visionamento da série televisiva não influi grandemente com a leitura da obra.

Sem querer levantar muito o véu, devo confessar que fiquei algo desapontada com o final. No entanto, creio que foi uma alternativa bastante audaz por parte de Patterson e Ledwidge.

De ritmo célere, estamos perante um livro que, na minha opinião, distancia-se do thriller, podendo categorizar-se como de acção e que, simultaneamente, exprime um alerta ambiental. 
Uma obra que garante um bom momento de leitura, como o autor já nos habituou com as obras anteriores.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Andrés Pascual - Éden [Divulgação Editorial Marcador]


Data de publicação: 6 Agosto 2015 

               Título Original: Edén
               Preço com IVA: 17,50€
               Páginas: 360
               ISBN: 9789897540820

Sinopse: Mika é uma jovem espanhola que decide abandonar tudo e mudar-se para a cidade de São Paulo, no florescente Brasil, à procura de trabalho. Pouco depois de aterrar, um estranho apagão deixa toda a cidade e os seus 20 milhões de habitantes numa total escuridão. De repente, sete potentes holofotes desenham no telhado de um arranha-céus a forma de uma estrela, iluminando todas as favelas dos subúrbios da cidade. Ao mesmo tempo, as redes sociais são inundadas com a fotografia de um corpo não identificado onde se leem as seguintes palavras: #PrimeiroDia.
Este é só o princípio de uma cadeia de incríveis acontecimentos que irão mudar para sempre a vida de Mika. Sem o desejar, ela torna-se na peça fundamental de uma trama de proporções gigantescas, desenhada para aniquilar uma civilização em decadência. Éden é uma teia de intriga e ação no interior de um surpreendente Brasil; uma contagem decrescente plena de suspense que se desloca desde a floresta primitiva da Amazónia até à selva de pedra onde se escondem os verdadeiros predadores da espécie humana.

Sobre o autor: Andrés Pascual (Logronho, 1969) conjuga a sua profissão de advogado com a carreira de escritor. Dirige, também, o Seminário de Cultura em La Rioja, onde dá diversas conferências e colabora com diferentes programas radiofónicos.
O seu primeiro livro, O Guardião da Flor de Lótus, conquistou mais de cem mil leitores em Espanha e foi traduzido para várias línguas. Atualmente, este romance encontra-se a ser adaptado para o cinema.
O seu segundo livro, O Compositor de Tormentas, foi escolhido como finalista da VII edição do Premio de Novela Ciudad Torrevieja e está a ponto de se tornar um novo bestseller a nível internacional. O Haiku das Palavras Perdidas encerra todo o talento literário que torna Andrés Pascual num autor notável capaz de alcançar patamares ainda mais elevados: páginas que deslizam a um ritmo veloz, povoadas de romance e de sensibilidade.

Imprensa
 «O autor do momento.» 
Elle Magazine
 
«Um thriller apaixonante que vai ler de um só fôlego.» 
Elle Magazine
 
«Uma obra-prima que lhe proporcionará o verdadeiro prazer da leitura. Vale a pena filosofar sobre esta joia de valor incalculável.» 
El Correo Gallego
 
«Um trabalho atual verdadeiramente refrescante. Um retrato da utopia que é mudar o mundo.» 
Diario La Rioja
 
«Uma obra de suspense com um ritmo avassaldor. Uma metáfora ecológica. Um tributo à força interior que bate no íntimo de todo o ser humano.» 
Critical Courier


domingo, 2 de agosto de 2015

Pedro Jardim - O Monstro de Monsanto [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião do Ricardo: A última leitura recaiu sobre a obra O monstro de Monsanto da autoria de Pedro Jardim e publicada pela Esfera dos Livros.

Antes de mais, importa salientar que o autor é um membro das forças policiais portuguesas, com experiência em investigação criminal, sendo também licenciado em Sociologia. Apesar do presente título ser o primeiro thriller deste autor, o mesmo tem já algumas obras anteriores, publicadas por diferentes editoras, designadamente histórias infantis como Crónicas do Avô Chico,  Dragão Rouxinol e o Gigante Gigantão.

Em O monstro de Monsanto estamos perante uma narrativa feita na primeira pessoa que percorre várias personagens, desde os protagonistas até ao próprio homicida, consubstanciando, tal facto, o aspecto mais original deste livro, na medida em que permite ao leitor percorrer o âmago dos principais personagens, nomeadamente os seus pensamentos e sensações, permitindo também observar in loco as interações entre as mesmas.

Somos então apresentados a Isabel Lage e a João Silva, dois operacionais da PSP parceiros de missão que partilham o sentido pelo dever, nutrindo, simultaneamente, sentimentos mais profundos que tentam, em vão, recalcar e que os vão afastando, paulatinamente, um do outro, conduzindo-os, desse modo, a destinos completamente opostos. Poder-se-á dizer que a primeira metade do livro é justamente centrado na relação entre estes protagonistas e nos caminhos diversos que ambos vão trilhando, sendo residual a ênfase dado aos homicídios e ao seu perpetrador.

Pessoalmente, gostaria de ter visto um maior destaque dado aos homicídios e à respectiva investigação policial, algo que decorre apenas na segunda metade desta obra, em detrimento dos acontecimentos mais romanescos entre os protagonistas, não obstante a importância que a relação entre ambos terá no desfecho da trama, até porque, como foi afirmado pelo próprio autor em algumas entrevistas, a principal ideia de O monstro de Monsanto era oferecer ao leitor um vislumbre, de forma mais verosímil possível, de todos os contornos de uma investigação policial. Essa intenção do autor apenas tem reflexo, conforme já referido, na segunda metade do livro.

Um denominador comum a quase todos os protagonistas é o facto de terem, ou parecerem ter, nas respectivas personalidades, um outro eu, que tanto as pode fortalecer em momentos de maior fragilidade emocional, como as pode empurrar em direcção ao mais profundo dos abismos. Felizmente, estes aparentes distúrbios de personalidade, que chegam a irritar um pouco o leitor, dada a interminável panóplia de dúvidas existenciais que tornam a narrativa mais morosa, parecem não afectar os personagens coadjuvantes, designadamente os parceiros de investigação de Isabel Lage, uma vez que é a ela que vai competir a direcção da investigação dos brutais homicídios das mulheres cujos cadáveres começam a surgir em pleno parque florestal de Monsanto.

Thriller existencialista ou policial filosófico, o certo é que a trama desta obra, de apenas 274 págs., é processada num ritmo lento, por vezes, demasiado lento e recheado de introspecções, das várias dúvidas existenciais dos protagonistas e também da poesia de Florbela Espanca, dando, muitas vezes, a sensação que estamos a ler um título muito mais volumoso, escasseando os capítulos onde, de facto, existe mais acção. Contudo, embora preferíssemos uma narrativa de cadência mais elevada, entendemos a morosidade da narrativa à luz da verosimilitude da própria investigação policial que o autor quis transmitir aos leitores, sendo portanto, uma opção artística do próprio autor e, desse modo, um risco calculado pelo mesmo, podendo haver quem fique agradado com tal opção artística e quem possa ficar um pouco menos agradado.

Uma palavra ainda para a poesia de Florbela Espanca que surge associada à simbologia dos próprios homicídios e cuja relação com o perpetrador me pareceu insuficientemente explicada nos capítulos finais. Dado o facto de o autor ter passado a sua infância em Vila Viçosa, terra natal da poetiza, acabei por ficar com a ideia de que a obra de Florbela Espanca foi inserida nesta obra um pouco “a martelo”, passe a expressão. De igual forma é também possível correlacionar a meninice alentejana do autor com a do seu personagem João Silva, havendo ali alguns laivos de alter ego, embora talvez apenas no que à infância concerne.

Em suma, O monstro de Monsanto é uma obra que tem inegável qualidade, não obstante as falhas apontadas, consubstanciando-se como uma fábula moderna sobre perdição e redenção, demonstrando também que o amor pode, nuns casos, superar a dor de uma longa separação, ou, em alternativa, tornar-se tremendamente obsessivo e destrutivo. Esperamos que a maturação de Pedro Jardim dentro do género thriller possa dar novos e bons frutos que dêem seguimento ao bom trabalho feito neste título ora esmiuçado.


sábado, 1 de agosto de 2015

Jodi Meadows - Incarnate [Opinião]



Sinopse: Quando Ana nasceu, o mundo mudou. Durante cinco mil anos, o mesmo milhão de almas renasceu uma e outra vez, guardando consigo a memória das experiências vividas e de tudo o que aprenderam. Mas Ana é nova. Não é nenhuma das almas que todos conhecem desde o princípio de tudo e, por isso, a sua existência é, para muitos, perturbadora.
Temida ou desprezada pela maioria, incluindo a sua própria mãe, Ana quer apenas descobrir quem é e porque nasceu. São essas as razões que a levam a partir em busca de respostas. Mas a perigosa jornada até a cidade Coração é apenas o início da aventura e, contando apenas com a proteção de um amigo inesperado, Ana está longe de imaginar que o seu mistério se prende com o coração da própria cidade.

Opinião do Ricardo: Incarnate é uma obra da jovem escritora norte-americana Jodi Meadows, publicada recentemente pela Lapis Azul, uma chancela da Individual Editora, tratando-se de um romance do género high-fantasy, inserido no sub-género young adult. Este título é o primeiro de uma tetralogia, denominada Newsoul (Alma nova) da qual fazem parte as sequelas Asunder, Phoenix Overture e Infinite. 

No presente livro somos então levados até uma realidade alternativa onde existe Alcance, ficando o leitor sem saber, exactamente, se se trata de um continente, uma região ou um país, uma vez que a autora não nos dá muitas pistas sobre o espaço onde decorre a acção, demonstrando apenas que se trata de um território onde habitam, para além de humanos, dragões e silfos, sendo estes últimos uma espécie de sombras que queimam quem quer que lhes toque. Ficamos também a saber que nos limites de Alcance habitam também centauros e que há um grande mar para lá daquele território. 

É neste ponto que surge a minha primeira crítica a Jodi Meadows. Quando alguém imagina um universo paralelo e o quer partilhar com os leitores, o melhor que há a fazer é, no mínimo, elaborar um mapa do território sobre o qual contamos a nossa história. Há vários exemplos de autores do género fantástico que, para uma melhor compreensão, ilustram as suas obras com mapas do(s) espaço(s) onde decorre a acção, seja a Terra Média de J. R. R. Tolkien, ou Westeros de George R. R. Martin ou ainda as Terras de Corza da escritora portuguesa Madalena Santos. 

Ler, aos 32 anos, uma história de high-fantasy direcionada para um público adolescente e denominado young adult acaba por ser uma sensação agridoce, na medida em que a idade já se encarregou de nos inculcar um pensamento mais terreno e embora, por vezes, ainda ousemos sonhar, fazemo-lo de uma forma bastante diferente do que faríamos se estivéssemos em plena adolescência.

A trama conta-nos então que a sociedade humana de Alcance, cuja capital é a cidade de Coração, é composta por um milhão de almas que, pelo menos, durante cinco mil anos foram reencarnando em diferentes corpos, mantendo as memórias das suas vidas passadas, até que, numa noite em que o templo de Coração se encheu de trevas, uma das almas imortais desapareceu para sempre, nascendo em seu lugar Ana, uma rapariga que não tem qualquer memória de vidas passadas e que se assume como uma “sem alma”.

Abandonada pelo pai e desprezada pela mãe, Ana vive os primeiros 18 anos da sua vida arredada do resto da sociedade, até que, atingindo a sua aparente maioridade (uma vez que o narrador omnisciente apenas alude à sua idade e não ao conceito de maioridade), Ana decide ir até à capital, Coração, com o intuito de apurar as suas origens e a razão da sua existência. Pelo caminho vai-se deparar com vários perigos que espreitam nas florestas de Alcance, mas vai também encontrar aliados, embora nem tudo seja o que parece.

No fundo, ao longo da leitura fui-me apercebendo com alguma facilidade que esta narrativa consubstancia uma certa metáfora sobre a adolescência que, de um modo geral, se manifesta como uma fase turbulenta da vida de todos nós, em que nos sentimos diferentes, levando-nos a questionar a autoridade parental e até a realidade social que nos rodeia, quando o idealismo e a revolta são, muitas vezes, catalisadoras de uma vontade de mudar o Mundo para que, anos mais tarde, a aquisição da necessária maturidade nos faça compreender que estamos, de forma indelével inseridos nessa mesma realidade social com todo o seu sistema de regras.

Será também este o desafio de Ana. Embora inicialmente insegura e ignorante no que concerne ao funcionamento da vida em sociedade (uma vez que a mãe a havia mantido afastada de grande parte da população humana de Alcance) vamos assistindo a uma evolução da personagem ao nível da aquisição de competências e da natural maturidade, ambas necessárias à plena inserção na vida em sociedade. Ana vai também aprendendo que embora haja quem para ela olhe com desconfiança e até medo, devido à sua condição de “sem alma”, há também aqueles para quem ela é uma “alma nova” e que pode significar uma mudança no paradigma social de Coração e dos seus habitantes.

Uma palavra menos positiva apenas para o facto de, algumas vezes, a falta de confiança de Ana em situações chave nos levar a exasperar, para de seguida, acabarmos por sorrir, porque estamos perante uma personagem adolescente com todos os seus receios e contradições.

O ritmo da escrita de Jodi Meadows poder-se-á dizer que vai sofrendo altos e baixos ao longo da narrativa, havendo uma parte inicial bastante movimentada, que é sucedida por uma longa parte mais pausada que consiste no adensar do mistério e na descoberta de peças do puzzle que irão desembocar no climax e numa nova narrativa ritmada e de cadência elevada. Apesar deste facto, a narrativa termina numa espécie de anti-climax, deixando o leitor em suspenso e com várias perguntas sem resposta, provavelmente com vista à criação de expectativas para as sequelas já aqui indicadas.

Uma outra palavra menos positiva para a quantidade anormal de erros de escrita com que nos deparámos no decorrer desta leitura denotando um trabalho de revisão de texto pouco cuidado e que acabou por prejudicar um pouco a leitura.

Em suma, estamos perante uma leitura bastante light que será, porventura, do agrado de um público mais juvenil ou, de todos os que apreciem narrativas de realidades alternativas povoadas de criaturas fantásticas, mau grado, os aspectos menos positivos já aqui frisados.