O Natal aproxima-se a passos largos e escolhi este livro, fininho, para me acompanhar durante duas noites. Escrito pela rainha do suspense, Mary Higgins Clark, é o livro ideal para a época natalícia, uma vez que, como sugere o nome, se passa precisamente numa noite de véspera de Natal.
Catherine Dornan desloca-se a Nova Iorque com os filhos. O marido, diagnosticado com leucemia, vai ser submetido a uma operação cirúrgica na véspera de Natal. A mãe leva os meninos a ver a árvore de Natal de Rockfeller, quando Brian, o filho mais novo, se apercebe que alguém leva a carteira da mãe e vai atrás dessa pessoa.
Por ser um livro com cento e poucas páginas, é um assombroso conto de Natal que se debruça sobre o desaparecimento de uma criança. A acção desenvolve-se num curto espaço de tempo, recaindo sobre a véspera e o dia de Natal, uma época que ainda hoje considero mágica!
Fiquei impressionada com a coragem do pequeno Brian, que embora tão novo, não se deixa abater sobre o que lhe acontece. Há um vilão, cuja identidade se conhece desde o início, o que atenua o efeito surpresa a que MHC nos tem vindo a habituar nas suas tramas. Embora este personagem seja talvez aquele com maior e mais complexa caracterização pois é um sujeito perigoso e desconhecemos as suas intenções até ao final do livro. Por ser um livro pequeno, semelhante quase a uma short story, denotei que as restantes personagens poderiam estar um pouco mais desenvolvidas.
E visto que estamos no Natal, época de solidariedade e paz, era previsível que este seria um conto com um desfecho feliz. Ainda assim, tendo em conta um enredo relativamente previsível, desprovido de grandes surpresas mas com muita acção e suspense, pessoalmente gostei muito deste conto.
Fiquei verdadeiramente angustiada não só com o
pequeno Brian como também pela aflição da mãe e a própria doença do pai. Torci pela coragem de Cally, a irmã do assassino, que vive na dicotomia de ser cúmplice do assassino ou entregá-lo às entidades policiais, tudo isto num cenário mágico embebido no espírito de Natal nova-iorquino.
Mais do que um conto de suspense, este é uma valiosa lição de moral sobre o poder da fé. Não conhecia S. Cristóvão mas se há algo transversal a todos é mesmo a crença, especialmente nas alturas mais difíceis.
Noite de Paz é uma história, embora angustiante, perfeita para ser lida num par de horas de ócio junto da árvore de Natal. Gostei mas sinceramente desejava que o livro fosse mais além do conto emocionante que é.
Enfim, vou-me "vingar" e ler mais livros da autora!
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