Sinopse: Um violento surto de homicídios em série está a tumultuar o prestigiado
Ariel College, em Cambridge. Os alunos vivem num clima de suspeição e
terror desde que foi encontrado o corpo da primeira colega assassinada.
Nenhum aluno está a salvo, e Mathew Denison, o psiquiatra forense que
colabora com a polícia na tentativa de desmascarar o assassino, sabe-o
melhor que ninguém.
Para chegar à verdade, Denison explora o
subconsciente de Olivia Corscadden, a aluna que guarda na sua mente a
identidade do homicida. Um thriller psicológico magnético, onde o
realismo e o suspense da investigação criminal atingem proporções quase
insustentáveis.
Opinião: A colecção O Fio da Navalha da Editorial Presença já nos habituou a policiais e thrillers de grande qualidade e Os Rostos do Mal não é excepção. O livro é um potentíssimo thriller psicológico, que contém uma dose explícita de crimes. Para alguns, e dado que o modus operandi destes crimes difere, embora mantendo a essência de níveis de tortura aplicados, algumas passagens poderão constituir-se um pouco difíceis de digerir.
A acção passa-se num campus universitário inglês, como protagonistas um grupo de adolescentes e dadas as referidas passagens violentas, para mim Os Rostos do Passado, é facilmente equiparado a um filme de terror slasher, embora em formato literário.
O primeiro contacto com Olivia Corscadden é chocante. Ela é encontrada na cena do crime, em estado de catatonia. Posteriormente, a narrativa é feita muito em torno da entrevista a Olivia, e por analepses que recuam até ao passado, com vista a explicar certos episódios fulcrais para o desenvolvimento da acção. Episódios estes que consolidam a relação de Olivia com a vítima Amanda e a relação com as demais vítimas, abordando um pouco do seu relacionamento com o namorado Nick.
Matthew Denison, psiquiatra forense, conduz as entrevistas que ajudam a conceber um perfil para Olivia, ao mesmo tempo que tenta chegar à verdade uma vez que esta terá provavelmente testemunhado um dos homicidios, o pioneiro de alguns que se seguirão, e a resposta estará no seu subconsciente.
As personagens são de facto muito complexas, a começar por Olivia. À medida que a trama avança, há uma sensação crescente do quão duvidosos podem ser os seus testemunhos, uma vez que são notórias as incongruências que se revelam nos mesmos. Quanto ao restante grupo, eles não são propriamente fáceis de sentir empatia, uma vez que revelam arrogância, segredos, mentiras e divergências entre eles.
Depois, o oposto: Denison, um homem céptico, crente em Olivia, é provavelmente aquele com quem o leitor sentirá mais afinidade e segurança.
Esta é uma trama que aborda de uma forma muito interessante, o transtorno de personalidade múltipla, como o culminar de uma infância de negligência e abusos, tornando-se passagens muito pesadas, as que se relacionam com a infância da personagem.
Tinha saudades de um livro como este, que é muito intenso devido à carga psicológica, explorando com profundidade, situações que inviabilizam um crescimento mental saudável. No entanto, Os Rostos do Mal é também uma trama completíssima, devido ao grafismo e passagens de teor mais violento, abordando por exemplo, mutilações post-mortem.
Definitivamente Os Rostos do Mal, para primeiro livro, constitui uma excelente estreia para Ruth Newman. Deste modo, o meu desejo e que a editora publique o seu segundo romance, que se intitula The Company of Shadows. Neste sentido, encorajaria a Editorial Presença para o fazer. Gostei muito e recomendo!
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