sábado, 15 de agosto de 2020

Mons Kallentoft & Markus Lutteman - Bambi [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Bambi é o terceiro livro da série protagonizada por Zack Herry, uma personagem atípica na medida em que a sua actividade profissional de polícia não se coaduna com o seu problema de toxicodependência. Porém na presente trama, Zack parece estar mais orientado devido ao relacionamento com Mera, que se torna mais sólido na noite do Midsommar, altura em que, numa ilha do arquipélago sueco, alguns adolescentes se automutilam ou ferem os seus amigos, acabando por morrer em circunstâncias bastante suspeitas.

Numa fase inicial fiquei muito confusa com o comportamento destes jovens que, aparentemente do nada, se tornam muito violentos. As lesões infligidas são de uma brutalidade que não consegui ficar indiferente aos actos dos adolescentes ao mesmo tempo que me sentia intrigada sobre o que teria despoletado tamanha agressividade numa época tão alegre e importante para a comunidade sueca como o Midsommar.

Se a trama do livro antecessor, Leão, é pautada pela perda de uma personagem carismática, este elemento de cariz mais dramático volta a acontecer no presente título e confesso que me senti desolada nesta passagem, um sentimento mais intenso pelo que atrever-me-ei a dizer que esta narrativa mexeu mais comigo. Não obstante considerar que o caso em Leão, por envolver crianças, chocou-me mais do que este, cujas vítimas são adolescentes.
Começo a ter mais empatia pelo protagonista, Zack, e na presente história surgem algumas revelações sobre o passado deste, pelo que anseio ler os próximos volumes da série não só pela curiosidade no novo caso criminal inspirado nos mitos gregos como também pelo interesse sobre o desenvolvimento da personagem.
 
Como referi anteriormente em recensões críticas dos livros desta dupla de autores, as tramas assentam sobre o universo dos 12 trabalhos de Hércules. No que concerne ao presente título, confesso que não estava familiarizada com a Corça de Cerineia e, a meu ver, após uma pesquisa sobre o mito grego, creio que a trama se torna particularmente interessante se pensarmos na metáfora que estabelece uma analogia entre o ritmo frenético dos actos dos jovens e a velocidade da corça tal como é descrita na afamada lenda.
Frenético também é o ritmo de leitura, cada capítulo é instigante e Bambi proporcionou uma rápida e entusiasmante leitura, como tanto valorizo. Gostei, sobretudo, da forma como fui surpreendida quando me apercebi sobre o que simbolizava o Bambi. Devo ressalvar, claro, depois da provação a que Zack é submetido nesta obra, não há como evitar que ele se instale na minha retina.

Em suma, esta série está a mostrar superar-se a cada livro publicado e, acreditem, leria o próximo título já de seguida se estivesse editado. Assim sendo, resta-me aguardar pacientemente por mais uma obra escrita por esta dupla sueca. A avaliar pelos três primeiros livros, a saga inspirada nos mitos gregos poderá, muito bem, tornar-se tão carismática quanto a série protagonizada por Harry Hole.


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