segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Rachel Abbott - O Jogo do Crime [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: O Jogo do Crime é o segundo livro protagonizado por Stephanie King. Creio que ainda hoje tenho a opinião de A Rapariga na Falésia rascunhada por aqui - não me recordo de a ter publicado mas tenciono ir à minha pasta dos rascunhos para limar aquela crítica e, finalmente, postá-la. Não considerei o primeiro livro excepcional mas foi um thriller que me entreteve pelo que tencionava acompanhar os próximos trabalhos da autora.

Estava extremamente expectante com a presente obra, percepção que se prendia à magnífica sinopse bem como a cotação alta no Goodreads. Infelizmente, não me encheu as medidas e atrever-me-ei a dizer que gostei ainda menos do que a obra antecessora. Passarei, desde já, a explicar porquê.
 
Ora a premissa é deveras interessante: um casamento que não se concretizou dado que a irmã de Lucas, o noivo, apareceu morta na praia. Fiquei, desde logo, bastante curiosa para saber o motivo pelo qual, passado exactamente um ano sobre o ocorrido, o referido Lucas convida os amigos para uma celebração precisamente no mesmo local. 
Tudo apontava que estava perante uma obra ao estilo da Agatha Christie ou da série Harper's Island, passando-me imediatamente pela cabeça um jogo de vingança pois o nucleo de suspeitos reduzia-se ao grupo de convidados do casamento.
 
As páginas iniciais caracterizaram-se por um ritmo moroso, debruçando-se sobre as variadas considerações da narradora - Jemma - também ela uma das convidadas do casamento, a meu ver, demasiado exaustivas tendo em conta o tema da obra em apreço.
Tenho perfeita noção que sou impaciente - aliás como já vos confidenciei numa outra opinião recente - pelo que será, certamente, uma percepção muito pessoal.
 
Após uma sobrecaracterização das personagens apercebi-me que havia uma outra variável na equação: o desaparecimento de uma mulher estrangeira que vem tornar a trama um pouco mais complexa. Ainda assim, não demasiado intrincado quanto eu gostaria. 
 
Honestamente, creio que o dito mistério não assume a devida importância. A trama perde-se muito na descrição das personagens e suas relações conjugais. Note-se que aprecio histórias que se debruçam sobre segredos no seio matrimonial, contudo os esqueletos no armário destes casais não me entusiasmaram e fizeram, de certa forma, esmorecer o meu entusiasmo inicial aquando da leitura da sinopse.
Não consigo apontar uma razão específica mas a verdade é que não senti grande disponibilidade para criar empatia com nenhuma das personagens da história.

Por conseguinte, o ritmo é algo moroso e a figura que deveria ter o maior protagonismo, a investigadora Stephanie King, acaba por ter somente uma ínfima intervenção na obra. Diria que o seu papel na trama quase não influencia a investigação e achei, de facto, que o seu relacionamento amoroso é supérfluo. Para quem tem um papel tão reduzido na trama, pessoalmente teria apreciado ver uma intervenção mais eficaz e consistente na resolução do mistério pelo que, a não ser que haja contornos importantes a desenvolver nos próximos livros da série, a sua relação não traz nada de relevante à narrativa. 

Infelizmente nem o desfecho veio salvar a obra. Pessoalmente considerei-o bastante previsível e abrupto e, por conseguinte, senti falta de um final arrebatador e que me deixasse sem palavras. Esta minha percepção prende-se com o facto de acreditar que o twist final poderia ter sido mais intenso e surpreendente.

Em suma, apesar da cotação da obra na plataforma Goodreads ser 4.24 e, aparentemente, ser um indicador de um bom livro, na minha modesta opinião, a avaliação estará, quiçá, algo sobrevalorizada pois, infelizmente, não correspondeu às minhas expectativas.
Recordo-me, assim de repente, num thriller que tenha como cenário um casamento, e recomendo uma obra que considero superior, Despedida de Solteiro de Peter James. 


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