terça-feira, 31 de maio de 2011

Stephen King - Meia Noite e Dois [Opinião]

O livro Meia Noite e Dois consiste nos dois primeiros contos do livro Meia-Noite e Quatro do afamado autor Stephen King, conhecido também como o Mestre do Terror.
Já li um livro do autor há uns tempos, Misery e os filmes adaptados em obras de King, normalmente têm um argumento bastante interessante. Recomendo vivamente, por exemplo, Carrie, Misery, The Shining e À Espera de Um Milagre.

Posto isto, quero falar-vos deste livro, escrito em 1989, mas reparem que as obras de King são intemporais!
Um aspecto interessante no livro são as notas introdutórias. O autor revela a sua inspiração para os contos de Meia-Noite e Dois. Gostei de as ler, senti-me mais em sintonia com Stephen King. Assim conhecemos que, além do dark side, o autor tem um lado bastante humano e afável.
Dado que são dois contos independentes, vou deixar uma apreciação individual para os mesmos:

1) Os Langoliers
Este conto foi dedicado ao seu filho Joe. Ora não resisto a contar que o filho de Stephen King é Joe Hill, o autor de "Caixa em Forma de Coração" e "Cornos".

Esta primeira história é sobre um grupo de passageiros de um avião comercial ao acordar, deparam-se com um cenário estranhíssimo: um desaparecimento quase colectivo dos tripulantes. O pior de tudo é que parece que todas as pessoas no mundo também desapareceram. Que terá acontecido?

A acção deste conto, passa-se quase na sua totalidade num avião, o que dá a sensação de claustrofobia. Depois o autor incorpora personagens que conferem sentimentos aflitivos ao leitor, como a menina cega Dinah. Não diria propriamente que o autor é exaustivo nas descrições das personagens, a ponto de haver uma ligação entre estas e o leitor. No entanto modela o perfil da personagem consoante a narrativa, fazendo despertar no leitor uma panóplia de sentimentos no decorrer da acção.

Um pormenor interessante neste conto é sumarização dos tópicos que contemplam os vários capítulos. Assim, no decorrer de cada capítulo, os tópicos são explanados com um certa minúcia.

Tendo uns laivos de elementos sobrenaturais, devo dizer que este conto não foi das minhas leituras preferidas. No entanto reconheço que há uma elevada dose de adrenalina e acção, resultando numa rápida e empolgante leitura.

Ao contrário de muitas obras de King, em que o desfecho deixa o leitor/telespectador de boca aberta, não achei que este se encaixasse nesses moldes. Pelo menos o final correspondeu na sua totalidade às minhas expectativas.

2) Janela Secreta, Jardim Secreto
Gostei bastante deste conto que relata a história de Mort Rainey, um escritor que se refugia na sua casa do lago após uma separação mal resolvida com a sua esposa. Um dia, um homem de sotaque estranho, John Shooter, bate à porta de Mort e acusa-o de plágio, exigindo que este reescreva com o final original. Que consequências possam advir caso Mort não atenda a este pedido?

Tendo já uma adaptação cinematográfica (aiii Johnny Depp, Johnny Depp...), nunca escondi que preferia os livros aos filmes. Assim, fui para esta leitura, estando "open minded", apesar de conhecer já o seu argumento.

Gostei do rápido arranque do conto. A descrição dos personagens está brilhante, quer de Rainey, quer de Shooter e rapidamente cria-se uma empatia com as mesmas. No meio de algumas cenas mais violentas, a acção decorre com um ritmo acelerado, jogando também com um mix de emoções decorrentes da relação Amy/Mort. (Amy é a ex mulher do escritor Mort Rainey)

A escrita de King é tão envolvente (além dos diálogos entre as personagens) que o leitor chega a temer pela vida de Rainey perante as ameaças de Shooter. Gosto particularmente da sensação que o autor transmite, de angústia, terror, receio pelas personagens... E depois devo dizer que ele tem uma capacidade extraordinária de inventar grandes enredos, até bastante lineares, arranjando uma forma de surpreender o leitor.

Dado que a adaptação cinematográfica está bastante fiel a este conto, o desfecho não me surpreendeu. Mas quando vi o filme achei sensacional e completamente inesperado! No entanto, achei que o livro explicava melhor o final do que no filme.

Em suma, apesar de ter gostado muito mais do segundo conto, devo dizer que este é um bom livro. Ficou a curiosidade em ler o segundo livro de contos do autor, Meia Noite e Quatro. Para os amantes do terror e das emoções fortes recomendo-o vivamente!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cristina Carvalho - A Casa das Auroras [Opinião]


Li este livro através do clube de leitores do Segredo dos Livros, devido essencialmente à publicidade que girava em torno do mesmo, nomeadamente através da rede social Facebook.
A sinopse cativou-me e entreguei-me a esta leitura.

Então conhecemos uma jornalista, que chegada a uma pequena aldeia afim de investigar sobre a Casa das Auroras, se depara com seis mulheres numa mesa a tomar chá. Rapidamente se consciencializa que estas são fantasmas e contam as suas histórias de vida.

Escrito por uma autora lusófona, o livro tem como cenário uma aldeia portuguesa, fazendo com que o leitor se familiarize com o espaço. Gostei do facto da autora ter escrito o livro na primeira pessoa, primeiro com o papel da jornalista, e posteriormente o papel das mulheres "fantasma".
No entanto achei que a autora utiliza, certas vezes, grandes construções frásicas, pelo que não achei a escrita de Cristina Carvalho muito fluída. Contudo, gostei de algumas passagens que revelam algum humor por parte da autora.

Este livro não se enquadra no género thriller nem tão pouco nem mais ou menos. Classificaria o livro como um ensaio dramático talvez, um romance... com alguns veios de sobrenatural, através da inclusão da temática dos fantasmas. Mas desengane-se quem pensa que estes fantasmas são os típicos mauzões... são apenas mulheres que já passaram para o outro lado, sendo sensíveis e dóceis.

O livro está bem estruturado e a história constitui-se assim, pelas visões das diferentes mulheres fantasmas, que contam abreviadamente certos aspectos das suas histórias de vida. Umas histórias são mais cativantes e sensibilizam o leitor, outras nem por isso...

Sendo a história relativamente linear, não há grandes surpresas em relação ao desfecho. Talvez os únicos indícios de impressibilidade encontram-se nas próprias histórias das mulheres, algumas das quais munidas de algum esforço e dificuldades para alcançar uma melhor qualidade de vida.

Pelas razões acima especificadas, devo dizer que, infelizmente, este livro não me conquistou, uma vez que sou ávida confessa de pura acção e adrenalina nos livros. Estes ingredientes, na minha modesta opinião, não têm grande relevância no presente livro.


domingo, 29 de maio de 2011

Novidade Planeta: Donna Leon - Veneno de Cristal

Nunca li nada de Donna Leon e confesso que até tenho alguma curiosidade. Este é o 15º livro protagonizado pelo Comissário Guido Brunetti.

Sinopse:
Está um dia luminoso de Primavera, quando o Comissario Brunetti e o Inspettore Vianello decidem fazer uma pausa na Questura para ajudar um amigo de Vianello, Marco Ribetti, que foi detido enquanto se manifestava contra a poluição química da lagoa de Veneza. Mas não foi Marco quem revelou o segredo vergonhoso das fundições de vidro poluidoras da ilha de Murano, nem é dele o corpo que foi encontrado diante dos fornos que ardem a 1400 graus, de noite e de dia. A vítima deixou pistas num exemplar de Dante e Brunetti tem de descer a um inferno para descobrir quem está a sujar as águas da lagoa...

Com motivações do foro ambiental, este policial parece-me muitíssimo bem!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tess Gerritsen - O Cirurgião [Opinião]

Por diversas vezes já tinha ouvido falar de Tess Gerritsen, afamada no mundo do policial. No entanto a oportunidade em estrear-me na autora não tardou em chegar, e quando vi este livro à venda na Feira do Livro com um desconto apetecível, não hesitei em trazer imediatamente e tornar a sua leitura como prioritária.

O primeiro aspecto (que salta logo à vista) a salientar do livro é a capa. Honestamente parece dos anos 80 e está descontextualizada, o que não percebo... o livro data de 2001 e as capas originais são bem mais apelativas.

Posto isto, quero falar-vos sobre a primeira "aventura" da polícia detective Jane Rizzoli. Esta vai estar numa verdadeira caça ao homem, conhecido pelo Cirurgião, mutila as suas vítimas com o rigor de um médico. E o pior é que este Cirurgião, não é nada mais nada menos do que uma réplica de Andrew Capra, um médico que raptou Catherine Cordell há dois anos e que a própria o matou! Intrigante não?

A sinopse, a meu ver e pelo menos nesta edição da Bertrand, não deixa antever na sua plenitude para o que realmente se passa neste livro. O Cirurgião é de facto um livro completo. Caracterizo-o como um thriller médico, com um forte peso em investigação policial e procedimentos forenses. Tem uma componente fortíssima em acção e mistério. É daqueles livros chocantes, quer pela descrição pormenorizada de procedimentos médicos, quer pelo conteúdo psicológico desenvolvido muito à custa de Catherine Cordell. E depois há toda uma abordagem de violência e abusos sexuais e mutilações em genitais, temas que me impressionam muito.

As personagens são riquíssimas e psicologicamente complexas. Com principal destaque para o serial killer e para Catherine. Esta foi uma vitima e a autora soube enfatizar esse facto. Desde a linguagem própria de uma pessoa com trauma, até à sua forma de ser e na tomada de acções, em que nada influenciam no campo pessoal mas que tornam a personagem mais amargurada, apesar de toda a sua destreza e coragem. Ainda assim é uma excelente profissional.
Já o serial killer, tem desde cedo, um papel muito presente na narrativa a partir dos seus testemunhos no decorrer do livro. O leitor assim tem um constante tête-a-tête com um dos assassinos mais impiedosos que alguma vez se encontrou na literatura. Através da sua linguagem denota-se uma inteligência fora da média com uns conhecimentos em medicina que vão além do senso comum.
Não esquecendo Jane Rizzoli, a única mulher na Brigada de Homicídios de Boston, com pouca auto estima mas bastante perspicaz e intuitiva. É certamente uma das melhores detectives encontradas no género do policial. Só aponto o facto de ter sido pouco explorada a vertente da sua vida pessoal, o que não impediu a minha admiração constante por esta personagem no decorrer da narrativa.

Vou certamente acompanhar o resto dos livros de Tess Gerritsen, comprando brevemente "O Aprendiz", também reeditado pela Bertrand. Os restantes livros estão editados através do Círculo de Leitores, e vou querer adquiri-los também.

Um thriller que deixa literalmente o leitor sem fôlego. Impressionante, desconcertante e chocante, não o recomendo a pessoas mais susceptíveis.


Novidade Porto Editora: Michael Connelly - O Veredicto

O Veredicto de Michael Connelly. Depois de "A Terceira Virgem" de Fred Vargas, este é o novo livro a integrar a colecção de policiais da Porto Editora.


Sinopse
«Toda a gente mente. Os polícias mentem. Os advogados mentem. As testemunhas mentem. As vítimas mentem. Um julgamento é um concurso de mentiras.»

Após um interregno de dois anos, Michael Haller regressa à barra dos tribunais. O seu colega Jerry Vincent foi assassinado e Haller herda o seu maior caso de sempre: a defesa de um famoso produtor de Hollywood, acusado de ter matado a mulher e o amante desta. Enquanto se prepara para o julgamento que o poderá levar à ribalta, Haller descobre que o assassino de Vincent está agora no seu encalço. É então que surge Harry Bosch, um detective da polícia disposto a tudo para resolver o caso de Vincent, e que não hesita em usar Haller como isco. À medida que o perigo aumenta, estes dois lobos solitários rapidamente percebem que a única saída é trabalharem em equipa.

O Veredicto foi considerado pela crítica internacional um dos romances mais marcantes de Michael Connelly, um dos maiores mestres de thrillers jurídicos da actualidade.

Parece-me muito bem, vou certamente adquirir este livro!

domingo, 22 de maio de 2011

Helena Trindade Lopes - A Mulher que Amou o Faraó [Opinião]


Fazendo um breve desvio do meu género literário de eleição, optei por este livro por duas razões: primeiro, como alguns de vós sabeis, eu tenho um fascínio especial pelo Egipto. Segundo, tenho o prazer de conhecer pessoalmente a autora (foi professora e orientadora de tese do meu namorado) e é uma pessoa fantástica!

Assim aproveitei quando a Prof. Maria Helena foi à Feira do Livro apresentar A Mulher que Amou o Faraó, para lhe pedir um autógrafo com o meu nome em hieróglifos, que ficou assim:


Ora neste livro viajamos até à dinastia do faraó Akhenaton através de episódios relatados por Ísis, uma cantora da corte à sua neta Tity. Ela fala principalmente sobre o amante Ahmès e o seu relacionamento com o faraó e a esposa real.

Não é mentira que, da história do Egipto, a dinastia que mais me atrai é precisamente a de Akhenaton/ Nefertiti. Este faraó, Amenhotep IV (mudando o seu nome posteriormente para Akenathon), teve a ousadia de renegar todos os deuses que até então eram adorados, substituindo-os por Aton o disco solar, que envia os seus raios para a família real. E depois o que se passou realmente com Tutankhamon (filho e genro de Akhenaton, que morreu na tenra idade de 18 anos), constitui para mim um grande mistério e gosto de ler mais e mais sobre o assunto.

Mas então voltemos à opinião... penso que a autora conseguiu transportar o leitor até ao ambiente do antigo Egipto, quer pelas descrições minuciosas dos jardins, aposentos da corte, os banquetes... até as próprias personagens se encontram munidas de tais pormenores, desde as suas vestes até às bijutarias e o estilo de vida. Um outro aspecto curioso que conduz o leitor a este ambiente é o formalismo da linguagem, notável não só entre a relação servo/senhor como também no relacionamento entre amantes.

As personagens estão riquíssimas e o livro está conotado com uma elevada carga sexual entre os intervenientes principais da história: Ísis, Ahmès, Akhenaton e Nefertiti. No decorrer da narrativa, o leitor acompanha as relações amorosas proibidas na corte, as traições e acima de tudo, testemunha o poder da lealdade da amizade e a capacidade de perdoar.

Dois aspectos interessantes que o livro contém: a meio do livro, umas fotografias alusivas à família real amarniana (período correspondente a Akhenaton) e a alguns deuses. No final do livro há um pequeno glossário onde são explanados certos termos que vão aparecendo no decorrer da história.

Entrelaçando factos históricos com ficção, a autora desenvolveu um livro que constitui um bom momento de leitura que entretém e ao mesmo tempo é bastante didáctico. A capa é lindíssima fazendo jus ao conteúdo do livro! A escrita é bastante fluída e a acção dinâmica uma vez que se trata da interacção dos relatos de Ísis à neta entrecalados com acontecimentos passados quando a avó era apenas uma jovem.

Alguns aspectos que eu gostaria de ter visto mais desenvolvidos no livro: a intervenção de Tutankhamon, que está directamente ligado a Akhenaton e a Kiya. O jovem faraó que nos deixou o seu espólio intacto, nem sequer é referido na narrativa. Também achei que as princesas filhas de Akhenaton e Nefertiti têm um papel activo no início da narrativa, mas este vai apagando-se consoante o desenvolvimento da história. Apenas sabemos do desfecho de Meketaton e fiquei na dúvida se realmente esta teria sido a primeira princesa a morrer. As outras princesas deixam subitamente de ser mencionadas com tanta frequência.

Em relação ao desfecho, era relativamente o que eu já esperava. Sem grandes surpresas mas deveras emocionante!

No entanto é um livro que recomendo, cheio de emoções fortes e sentimentos à flor da pele.

Deixo-vos aquela que é a imagem mais patente em todo livro (e que é o meu wallpaper no portátil): a grande família real protegida pelos raios de Aton. Acho que a representação fala por si...




sábado, 21 de maio de 2011

Trocas no Miradouro de Santo Agudo - 21 de Maio de 2011

Recebi via Facebook um cartaz com uma belíssima iniciativa: uma troca de livros num miradouro sossegadíssimo em pleno coração de Lisboa.
Assim, recolhi alguns livros que não iria ler (uns livros que a minha mãe me tinha trazido há uns tempos, desde histórico a romances...) e trouxe os seguintes livros para casa:



Foram estes embora da sala para irem para donos que melhor os estimassem:
- O Prestígio, de Christopher Priest
- O Amor em Tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marquez
- Baía dos Tigres, de Pedro Rosa Mendes
- O Livro de Cesário Verde, do próprio
- Bonjour Tristesse, de Françoise Sagan

Tive oportunidade de conversar com pessoas simpatiquíssimas e que, ao contrário de mim, não apreciam policiais ou thrillers, o que ocasionou uma facilidade maior em termos das trocas! Como eu não aprecio romances, nem livros históricos certamente que outras pessoas darão mais valor a estes livros! Uma excelente iniciativa! Vou certamente estar atenta caso haja mais actividades deste género!


Lisa Gardner - O Vizinho [Opinião]

Com o apoio das Publicações Europa América, estreei-me nesta autora e devo dizer que adorei!
Este livro é um típico thriller psicológico. Sabem aquelas leituras que nos fazem com que olhemos para trás diversas vezes ao mínimo barulho que oiçamos e com que os pêlos dos braços se arrepiem? Pois esta encaixa-se mesmo nesse perfil!
Em O Vizinho, Sandra Jones de 23 anos é raptada, deixando para trás os seus pertences e acima de tudo, a sua filha Ree de 4 anos.

Ora o livro começa precisamente com um relato em primeira mão de Sandra nos momentos que antecedem o bater na porta e a personagem ser levada do seu próprio lar. Como a sinopse indica, as suspeitas recaem sobretudo no marido, Jason Jones, um pouco mais velho que Sandra, uma vez que este almeja arduamente limpar qualquer pista para encontrar a sua esposa.

Então e perguntam vocês porquê o título do livro "O Vizinho"? Nas redondezas da casa dos Jones, vive um rapaz bastante estranho Aidan Brewster, ex presidiário, e que tenta a todo o custo ilibar-se do que possa ter acontecido à rapariga, tal é o poder do estigma que ele exerce sobre a vizinhança.
Desta forma, a sargento detective D.D. Warren (não faço a mais pequena ideia do que significam as iniciais) e o sargento Brian Miller são chamados a investigar este estranho caso.

Um aspecto interessante da estrutura do livro é a forma em como as personagens Sandra e Aidan relatam na primeira pessoa, as suas próprias perspectivas e vivências, permitindo ao leitor percepcionar as suas maneiras de ser. Assim, este vê com os seus próprios olhos, ou sente na pele o que estas personagens nos transmitem no decorrer da narrativa.
Jason é uma personagem mais superficial, tendo uma descrição mais subjectiva, o leitor interpreta-a de forma mais pessoal, incutindo um certo sentimento de desconfiança. E a adorável Ree, uma criança inocente que terá testemunhado o súbito desaparecimento da mãe, uma personagem a qual nos é impossível ficar indiferentes.

Em relação aos detectives, não senti grande ligação com os mesmos. Talvez porque este livro seja já o terceiro protagonizado por D.D. Warren e muito provavelmente o seu perfil estaria já mais delineado nos livros anteriores. E tendo eu lido livros com brilhantes prestações de detectives, não achei que Miller e Warren fossem assim tão relevantes na história...

Apesar do livro não ser dotado de aspectos violentos ou gore, torna-se por vezes desconfortável ler passagens que se relacionam com a temática dos abusos sexuais. No entanto há uma vertente de mistério que se adensa página após página, aliado a uma pitadinha ligeira de romance e drama...muito drama. Munido de alguns twists, o desenvolvimento da história distancia-se da linearidade que eu imaginava ao início. O desfecho é bastante intenso, e nas últimas páginas somos confrontados com o que realmente se passou com Sandra, e devo dizer que foi bastante imprevisível.

Uma leitura rápida e bastante viciante, que nos faz reflectir sobre vários aspectos, nomeadamente:
- Conhecemos realmente o nosso companheiro de vida?
- Por muito que amemos alguém, estaremos mesmo aptos a ficar com essa pessoa para sempre?
- Que sacrifícios somos capazes de fazer por quem amamos?
- Os nossos vizinhos serão fáceis de inteligir?

É realmente um livro que, constituindo um thriller, também nos deixa apreensivos com estas questões. Recomendo sem reservas!


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Novidades Policiais para Maio e Junho

Estas serão as minhas próximas compras... :)


Arnaldur Indridason é um historiador islandês e possui uma apetência natural para a escrita de bons thrillers como "Laços de Sangue". Este livro sai a 26 de Maio (muito provavelmente pela colecção de policiais Alta Tensão da Porto Editora)

Sinopse:
Gudlaugur, o velho porteiro de um dos mais famosos hotéis de Reiquiavique, é encontrado seminu e apunhalado no seu miserável quarto na cave do hotel. Mas Gudlaugur é muito mais do que um simples porteiro que também se disfarça de Pai Natal para as festas das crianças - ele é um completo mistério. Ao fim de vinte anos a trabalhar no hotel, ninguém parece conhecê-lo verdadeiramente. À medida que a investigação prossegue, uma teia de más intenções, avidez e corrupção começa a emergir. Toda a gente - entre funcionários e hóspedes - tem algo a esconder. Mas o segredo mais chocante reside no passado da vítima, no qual o inspector Erlendur tem de mergulhar para encontrar o assassino.

Um romance tenso, com uma atmosfera perturbante, pela mão de um dos melhores escritores de policiais da Europa.


Comprei o 1º livro da saga Rizzoli na feira do livro a um grande preço e brevemente vou ler (e tornar-me fã oficial desta autora, assim o espero) Este livro sai a 20 de Maio, editado pela Bertrand.

Sinopse: Ao ser chamada ao local do crime, a detective Jane Rizzoli, da polícia de Boston, faz uma descoberta aterradora: o homicídio aparenta ser cometido por Warren Hoyt, o Cirurgião, um perigosíssimo psicopata que um ano antes a deixou quase morta e marcada para sempre. Porém isso não é possível, já que o Cirurgião está na prisão para onde ela mesma o mandou...
Tratar-se-á de um imitador? À medida que novos corpos são descobertos, os seus medos ressurgem, principalmente quando Jane descobre que Hoyt fugiu da cadeia determinado a acabar o que começou...e desta vez a vingança será mais cruel que ela possa imaginar...



Yrsa Sigurdardóttir é conterrânea de Arnaldur Indridason! Já tive o prazer de ler um livro da autora (O Último Ritual) e tenho em lista de espera O Ladrão de Almas. Pelo menos o primeiro livro que li dela é bastante bom e despertou-me curiosidade em ler os restantes. Este livro sai em Junho, editado pela Quetzal.

Sinopse: Trinta anos após a mais sensacional erupção vulcânica da Islândia, nas olhas Westmann, foi permitido aos antigos habitantes revisitarem os seus lares soterrados pelas cinzas e pela lava.
Markus Magnusson descobriu na cave da sua casa de então, três cadáveres e várias cabeças. Quando interrogado pela polícia, declarou que, a pedido de uma amiga de infância, fora recuperar uma caixa que aí havia escondido pouco tempo antes da fuga à catástrofe. Mas eis que a amiga é assassinada antes de poder desvendar o conteúdo da dita caixa...

Boas apostas na literatura policial que se avizinham, sem dúvida!



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Simon Beckett - Escrito nos Ossos [Opinião]

Depois de ter lido um dos melhores livros que alguma vez, A Química da Morte de Simon Beckett (podem ver a sua opinião aqui), decidi adquirir os seguintes livros protagonizados por David Hunter e lê-los assim que pudesse. Desta forma escolhi o segundo livro do autor. Não diria propriamente que é um seguimento d´A Química da Morte, uma vez que Beckett tem a preocupação de fazer um background sobre a vida do antropólogo forense. Assim, se o leitor não conseguir ler previamente A Química da Morte, certamente que apreciará a presente leitura.

O primeiro aspecto que salta logo à vista neste livro é a capa. Na minha modesta opinião, está espectacular (e digna de um verdadeiro policial!) E está directamente relacionada com o que este livro nos tem para contar. Ora David Hunter depara-se com um cenário macabro: um corpo quase totalmente carbonizado num local onde não há qualquer indício de incêndio. E será a partir da análise do que restou dos ossos que David vai diagnosticar a identidade do assassino e as circunstâncias do crime. No entanto este não será o único homicídio no livro. Depois das tempestades em Runa o assassino voltará a atacar...

A vida do protagonista é fortemente explorada, o que conecta a personagem ao leitor, de forma quase imediata. Depois o autor utiliza a fórmula anteriormente aplicada: a escrita da narrativa na primeira pessoa, de forma a que o leitor visualize as cenas quase com os seus próprios olhos. Em relação às restantes personagens da ilha de Runa, estas são misteriosas e denota-se que têm algo a esconder. Daí não me ter envolvido em pleno com as mesmas. No entanto considero-as bem caracterizadas com uma carga de complexidade considerável, fazendo com que todas sejam suspeitas.

Logo no primeiro capítulo o autor tenta deixar o leitor incomodado através de pormenores bastante explícitos das consequências de uma incineração do corpo humano. Depois os capítulos são curtos e cheios de twists, os diálogos frequentes com uma linguagem fluída e uma linha de acção toda ela complexa e atribulada são os ingredientes necessários de uma rápida e intensa leitura. Devo dizer que no início estabeleci sempre uma comparação com o primeiro livro do autor e de forma geral, a Química da Morte constituiu uma leitura mais chocante e mais intensa.

Beckett prova uma vez mais, a sua mestria em escrever sobre procedimentos forenses, ainda que os crimes, a meu ver, denotam um certo grau de grafismo mas não são demasiado chocantes. O que é chocante é o desfecho. Totalmente inesperado! Depois de tantos twists coerentes que conduzem a acção para planos nunca antes imaginados, o final ultrapassa tudo o que o leitor poderia ter equacionado durante a leitura da narrativa. Fiquei completamente atónita com o simples facto de o clímax da narrativa se arrastar até à última página. Quando eu pensava que já conhecia a identidade do assassino e o porquê das mortes, eis que Beckett tem mais uma surpresa reservada! E tudo se encaixou no puzzle de uma forma tão imprevisível e coerente... No entanto o Epílogo termina de forma um pouco abrupta para o protagonista, o que motiva o leitor a ler o último livro "Murmúrios de Morte" tanto quanto antes!

Recomendo aos amantes de séries como CSI ou Investigação Criminal, pois o livro combina o típico thriller com a investigação forense dos crimes. Àqueles que gostam de um bom livro policial onde nada é o que parece, o livro constitui um momento de leitura fabuloso!


terça-feira, 17 de maio de 2011

Passatempo "Lisa Gardner - O Vizinho"


Desta vez, e em parceria com as Publicações Europa América, a menina dos policiais tem para sortear um exemplar do livro O Vizinho de Lisa Gardner. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes:

Regras do Passatempo:

-O passatempo começa hoje dia 17 de Maio de 2011 e termina às 23.59h do dia 31 de Maio de 2011;

-O participante vencedor será escolhido aleatoriamente;

-O vencedor será contactado via e-mail;

-Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.

Se precisarem de ajuda podem consultar a sinopse aqui

Boa Sorte aos participantes!!!


domingo, 15 de maio de 2011

Novidades Bizâncio para Maio


  
Título: Os Filhos da Droga

Autor: Christiane F.
ISBN: 978-972-53-0481
Preço: 15,00 €
Págs.: 304 + 32 de extratextos
Género: Biografia







    
Título: A Física do Futuro
Como a Ciência Moldará o Mundo nos Próximos Cem Anos

Autor: Michio Kaku
ISBN: 978-972-53-0480
Preço: 16,00 €
Págs.: 464
Género: Ciência








   
Título: Webcedário
O livro dedicado às letrinhas, essas nossas amigas

Autor: ABC Dário
ISBN: 978-972-53-0482
Preço: 9,50 €
Págs.: 132
Género: Humor



Li o livro OS Filhos da Droga há uns anos e foi daquelas leituras que me marcou, sobretudo pela dureza da descrição
.


Aquisições de Maio

É o célebre post das aquisições, no entanto, vou contemplar as aquisições extra feira do Livro:














sábado, 14 de maio de 2011

Camilla Lackberg - Teia de Cinzas [Opinião]

Teia de Cinzas é o terceiro livro publicado em Portugal, da autoria de Camilla Lackberg. Os outros dois livros chamam-se Princesa de Gelo e Gritos do Passado (este último podem ver a opinião aqui).
Na minha opinião, dos três títulos adoptados, este livro é aquele cujo nome melhor se adequa à narrativa.
Em relação à autora, ela cativa-me bastante! Estive a contar os dias até que saísse este livro para o poder ler, no entanto só agora à dias é que tive a oportunidade de o adquirir e apreciar a sua leitura.

Desde a primeira página que o livro prende e até ao final a sua leitura é compulsiva (li este livro em apenas 4 dias!)

É descoberto uma cadáver de uma menina de 7 anos, ao que tudo indica, afogada, e desde cedo se impõe as dúvidas: Quem será a menina? A sua morte terá sido um acidente? Porque foram encontradas cinzas nos seus pulmões e no seu estômago? Porque é que as mesmas cinzas voltam a aparecer, primeiro, num bebé deixado por instantes à porta duma loja e, depois, na bebé do próprio Patrik?

A investigação do crime por parte de Patrik Hellstrom e a sua equipa, ocorre em circunstâncias muito especiais para o companheiro de Erica, uma vez que Maja já nasceu e os recém pais ainda estão na fase de adaptação. À semelhança dos outros livros da autora, a vida pessoal das personagens é fortemente explorada, o que leva o leitor a identificar-se com certos aspectos rotineiros de uma vida a dois. Mais do que isso, faz com que o leitor se apaixone por Erica e Patrik (tal como me aconteceu) e quer saber da evolução da relação deles.

Se Erica teve um papel pouco relevante na resolução do caso em Gritos do Passado, a tendência neste livro é a mesma. Erika encontra-se um pouco em baixo de forma, no início do livro, deparando-se com um problema que, sendo algo frequente hoje em dia, ainda há um certo tabu em ser discutido.
As personagens que aparecem no livro pela primeira vez (os pais da menina morta, Charlotte e Niclas, os avós maníacos Lilian e Stig e até os vizinhos estranhos Kaj, Monica e Morgan) constituem uma vez mais, personagens riquíssimas, com a complexidade que Lackberg tão bem sabe atribuir aos intervenientes das suas histórias. Apenas tive pena da pouca intervenção da irmã de Erica, Anna, neste livro, reduzindo-se à mesma situação em que estava no livro anterior.

Quem já leu "A Princesa de Gelo" e "Gritos do Passado", sabe que a escrita de Lackberg se caracteriza pela fluidez e a capacidade de deixar várias pontas soltas (que apenas serão conectadas no final do livro, de forma a surpreender até o leitor mais habituado às reviravoltas deste género literário).
No entanto a autora fez uma inovação que resultou muitíssimo bem: encurtou os capítulos, sendo que a introdução de cada um deles relata acontecimentos datados de 1920´s até 1962. Na minha opinião, estas introduções que contam a história de vida de Agnes, uma mulher fria e calculista, estão soberbas porque é mesmo muito difícil associar os eventos passados com a actualidade.

De certa forma esta leitura também se caracterizou por didáctica nomeadamente através da abordagem sobre o Síndrome de Asperger.

Uma vez mais eu não adivinharia aquele desfecho! Tanto a identidade do assassino como o móbil. Mas a autora consegue explicar de uma forma convincente tudo o que foi relatado e que resultou na perfeição. No entanto acho que a última página deixa o engodo de ler o próximo livro da autora já que se deixa muito pano para mangas.

Altamente recomendável para todos os fãs de policiais e emoções fortes! Um livro imperdível!


Feira do Livro de Lisboa - Está cá a parecer-me que é a sexta ronda

Pois em vésperas do encerramento da 81a Feira do Livro de Lisboa, fui com o intuito de me encontrar com a malta do Segredo dos Livros (mas infelizmente desencontrei-me deles). O estúpido de ir à Feira do Livro é que parece que há sempre qualquer coisa para se comprar.

Então desta vez trouxe, por 5€ novo no alfarrabista:


Depois passo na Presença e não é que estavam a dar (sim dar!) livros? Passo a explicar: tinham uma mini montra com 10 livros expostos, a pessoa escolhia e eles davam um panfleto com um código promocional que, inserido no site, desconta o valor do livro. Então paga-se apenas 2.5€ pelo livro para compensar os portes :) Escolhi este:



E por último: tenho 12,51€ na conta cliente, o que me permite comprar mais um livro com um belíssimo desconto :)) Alguém me dá uma sugestão? :)


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Passatempo "Diane Wei Liang"

Pois hoje é Sexta Feira 13 e consta que dia de azar... Então para quebrar com superstições, a Menina dos Policiais quer oferecer-vos um pack da Bizâncio da autora Diane Wei Liang constituído pelos seguintes livros:
















Para se habilitarem a este pack é simples: basta enviar um e-mail para verovsky.meninadospoliciais@gmail.com, dando conta do melhor livro thriller/policial que já leram e porquê, juntamente com os vossos dados.

Vou atribuir os dois livros à resposta mais original. Passatempo a decorrer até dia 15 de Junho!

Boas leituras policiais! Vou ficar à espera dessas sugestões de livros :)

Agradeço à Bizâncio o apoio para a realização deste passatempo!


Feira do Livro de Lisboa, here we go again :)

O último dia na Hora H correu bem...até demais! Praça Leya a abarrotar, filas por todo o lado... Depois uma multidão na Presença...

Mas valeu a pena :) As compras foram:

- Praça Leya: 10.60€ Terra Assombrada de Erin Hart (adorei o 1º livro que li da autora)
- Editorial Presença: 8.80€ A Leoa Branca de Henning Mankell

Ainda tenciono voltar à feira neste fim de semana para a despedida :) E vocês?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Glenn Cooper - O Livro das Almas [Opinião]

A história da aquisição deste livro remota à Feira do Livro do ano passado. Tinha lido a Biblioteca da Morte (ver aqui) precisamente na altura em que saiu no mercado O Livro Das Almas, sem grande desconto mas que, movida pela vontade de ler este, nem hesitei em comprar de imediato.
O livro esteve na estante precisamente 1 ano.

O Livro das Almas é uma continuação do primeiro livro do autor. Will Piper é agora casado com Nancy e têm um filho, Phillip, aliás como já se antevia na Biblioteca da Morte. Mas quando surge num leilão o que parece ser um livro com um estranho registo de nascimentos e mortes, identificado com a data de 1527, a nova tranquilidade da vida de Will vai desaparecer. Porque são demasiados os interessados no seu segredo e as descobertas que aquele livro esconde podem mudar o rumo de muitas vidas.

A fórmula de Cooper é a seguinte: escrita fluída em capítulos muito curtos. E o ênfase dado à narrativa, que alterna entre o thriller convencional e o histórico faz com que tanto o primeiro livro do autor, como o Livro das Almas proporcionem agradáveis momentos de leitura, que entretém o leitor, mas ao mesmo tempo didáctico e dá que pensar...

A história tem o seu quê de imprevisibilidade, no entanto fica um pouco aquém do livro anterior do autor, dado que o Livro das Almas é meramente um seguimento da Biblioteca da Morte. Ainda assim é um livro bastante interessante cujos níveis de adrenalina e mistério ascendem ao expoente máximo praticamente em todo a narrativa. Não é portanto, um livro gráfico, com cenas eventualmente chocantes.

Tendo resumido o fundamental da história do livro anterior, na minha opinião, este pode ser lido sem previamente se ter lido a "Biblioteca da Morte". No entanto, para melhor compreensão da história, recomendo a leitura dos livros de acordo com a ordem "Biblioteca da Morte" seguindo de "O Livro das Almas".
Contrariamente ao primeiro livro do autor, O Livro das Almas tem lugar, na maior parte da história, na actualidade. O autor recua a datas entre os séculos XIV a XVI, para relatar episódios, a meu ver, muito bem conseguidos e que estão extremamente bem encadeados na narrativa. Gostei particularmente do contexto histórico de Inglaterra no século XVI, especialmente na abordagem do Rei Henrique e o seu casamento com Ana Bolena.

Depois o autor incorpora personagens como Michel de Nostredame (vulgo Nostradamus) e Jean Calvin (ou o João Calvino, como preferirem), dando um toque mais requintado à narrativa. Com personagens interessantes do contexto histórico-cultural, juntando Will Piper, Isabelle e o lorde Cantwell e umas outras quantas que enriquecem a história, devo dizer que estas estão bem caracterizados consoante a época histórica em que se destacam.

Em relação ao desfecho, achei-o linear e bastante coerente com o que foi narrado. Penso que deixa pano para mangas, e ao investigar na Internet, reparei que o terceiro livro do autor, The Tenth Chamber, já não tem como protagonistas Will Piper e Nancy. No entanto a temática ainda se debruça sobre um pergaminho medieval.

Aconselho vivamente a quem goste de thrillers históricos.


domingo, 8 de maio de 2011

Feira do Livro de Lisboa - Quarta ronda

Hoje a visita da Feira do Livro de Lisboa tinha finalidades mais sociais. No entanto a feira é sempre a feira e tem sempre que se trazer qualquer coisa de lá...

Primeira paragem, os alfarrabistas. Por apenas 7€ trouxe este que está novo! :)


E ofereceram-me uma prendinha...o livro da Prof Maria Helena Trindade Lopes, que conheço pessoalmente e tanto admiro. Esteve hoje na feira do livro e assinou o meu exemplar (nome em hieróglifos incluído). Este livro é uma novidade da Esfera dos Livros e como tal, não tem grande desconto, tendo custado 17€ ao Ricardo (que foi aluno e mestrando da autora).


E está-me cá bem a parecer que ainda hei de voltar à feira... :)


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Glenn Cooper - A Biblioteca da Morte [Opinião]


Dado que a minha presente leitura, O Livro das Almas, é continuação de um outro livro, a Biblioteca da Morte, resolvi partilhar convosco a opinião do Ricardo Grosso sobre este livro:


"Quando travamos conhecimento com a obra de qualquer autor, o natural é, antes ou depois da nossa leitura, observarmos a sua biografia para tentarmos, porventura, identificar algum detalhe da vida desse autor com a obra que acabámos de ler, ou que ainda não lemos mas cuja sinopse já nos chamou a atenção.

No caso particular de Glen Cooper, estamos perante alguém com uma vida diversificada e que assume gostos bastante ecléticos, senão atentemos apenas aos seguintes aspectos da sua biografia: Estudou arqueologia em Harvard antes de se tornar médico especialista em doenças infecto-contagiosas e posteriormente especializou-se em biotecnologia. Desse modo, uma biografia que abrange áreas tão diversificadas do saber despertará certamente muita curiosidade no público sobre a obra que irão ler. E, efectivamente, o livro logo desde início, embora com um ritmo lento ao nível dos acontecimentos, consegue surpreender, mesmo aqueles que apreciam policiais mais movimentados e com uma violência mais explicita.

Homens e mulheres de vários extractos sociais e proveniências recebem misteriosos cartões com um caixão com uma determinada data próxima, sendo acompanhadas pela narrativa até ao dia indicado nos referidos cartões encontrando todas elas a morte. Esta sucessão de mortes intriga a polícia e os jornais que, de imediato apelidam o autor dos cartões de "assassino sentenciador", porém a ausência de pistas desespera a polícia que entrega o caso ao protagonista Will Piper um polícia semi-retirado e com um passado problemático de alcoolismo, no entanto Will consegue surpreender até os mais acérrimos defensores de Sherlock Holmes pelas suas deduções e rápidos raciocínios. A partir do momento em que Will reecontra Mark, um antigo colega de faculdade, somos, de supetão, atirados para uma autêntica montanha russa temporal, recuando até à Inglaterra da Alta Idade Média onde conhecemos a vida de um pequeno mosteiro e a forma como o súbito nascimento de uma criança no dia 07 de Julho de 777 vai alterar, para sempre, a vida desse mosteiro e, imagine-se, o futuro da própria humanidade.

Esse é o principal ingrediente nesta narrativa, pois somos confrontados com duas narrativas paralelas e enquanto Will Piper prossegue, no presente, a sua busca pelo "assassino sentenciador", vamos, simultaneamente recuando até à Inglaterra Medieval para, no final, tudo bater certo.
Embora a narrativa, como já referi, comece num ritmo lento, à medida que vamos viajando no tempo, quer no presente, quer no passado, a mesma vai-se tornando mais crescentemente movimentada até atingir o seu clímax, quase como se escutássemos a famosa obra Carmina Burana de Carl Orff ao longo de todo o livro.

Embora não seja considerada uma obra magistral da literatura a Biblioteca da Morte entusiasma como policial e também como romance histórico, sendo difícil manter coesas duas narrativas em épocas aparentemente tão distintas e simultaneamente mergulhar nos segredos mais bem guardados da América e da Grã-Bretanha. Um livro imprescindível a quem gosta tanto de policiais como de romances históricos."

Yrsa Sigurðardóttir - O Último Ritual [Opinião]

Mais uma vez ingresso no fantástico mundo dos policiais nórdicos, desta feita, escolhendo um livro de autora islandesa. E a Yrsa é minha colega de formação pois é engenheira!!! Não poderia estar mais contente com esta opção para leitura!

Gostei da escrita da autora. Bastante fluída, não se prende exaustivamente a descrições, cingindo-se apenas à narrativa. Talvez este pormenor tenha sido responsável por não me sentir num ambiente rodeado por neve (como me senti quando li Stieg Larsson, Asa Larsson, Karin Fossum...). No entanto há uma exposição lógica e ordenada de ideias, que resulta num elo com o leitor, que anseia por ler mais.

Póra Gudmundsdóttir (e como sugerido numa nota de rodapé, lê-se Zóura, uma vez que no alfabeto islandês há uma particularidade com a letra P) é a protagonista da história. Tem 36 anos, é advogada, divorciada, mãe de dois filhos e interessa-se pela resolução do caso de homicídio de Harald Guntlieb, um jovem alemão que se encontrava na Islândia a fazer a sua tese de mestrado.

Não poderia ter escolhido ler este livro em melhor altura, visto que, como alguns de vós sabeis, estou na fase dos últimos pormenores da entrega da minha dissertação e consegui entender o que Harald sentiu nos seus últimos dias de vida, sobre a escolha do orientador, a investigação do tema...etc (foi realmente uma grande coincidência!)

Ora o livro gira em torno da investigação do crime, estruturado desde o dia 6 até 13 de Dezembro. Descobrem-se alguns pormenores algo surpreendentes em relação a Harald e relativamente ao próprio crime. Não conhecia o famigerado Malleus Maleficarum, extremamente bem retratado neste livro. Para quem desconhece, este é um manual sobre caça às bruxas, datado de 1487 e originário da Alemanha. Penso que foi interessante e trouxe algo de novo, a introdução deste tema no livro. Também são relatadas algumas conjurações sobre as bruxas, que achei interessante e até parecidas com algumas descrições no nosso livro de S. Cipriano. Algumas descrições mais gore sobre torturas e castigos ritualistas compõem o ramalhete.

Uma das vantagens em ler um livro nórdico, como venho a realçar a cada leitura que faço, é o estabelecimento de um paralelismo entre a cultura escandinava e a mediterrânica. Vim a conhecer com esta leitura, aspectos muito curiosos como por exemplo, a idade em que se atinge a maioridade na Islândia além de outros apontamentos interessantes referentes a uma cultura tão diferente da nossa.

Gostei das personagens. O pior, como em qualquer livro escandinavo, são os nomes das personagens e dos locais. Mas achei curioso em como muitos deles terminam da mesma forma: -dóttir, o patronímico referente ao género feminino. Outro facto curioso: Gunnar ser um nome masculino e Gunnur ser feminino, por exemplo.

Póra é sensacional, além de uma boa mãe, dedicada aos seus filhos, é também bastante profissional na forma de lidar com a resolução do caso. Talvez um pouco "naif" em relações interpessoais. Também existe alguma empatia com Matthew, o advogado alemão, mas penso que este deixa o leitor mais de pé atrás. Ainda assim achei que fizeram uma boa dupla, tiveram cenas que resultaram muitíssimo bem. Adorei as cenas hilariantes protagonizadas por Bela, a rapariga "destrambelhada" que trabalha no escritório de Póra.

Em relação ao desfecho surpreenderam-me dois aspectos: em primeiro o assassino, que sempre esteve um pouco à margem, acabou por ser imprevisível. Mas mais do que o antagonista, foi a explicação do crime, que esteve sempre encoberto por um véu de aspectos simbólicos e ritualistas.

Recomendo a quem se interesse pela temática, aos curiosos do livro de S. Cipriano e até aos mais cépticos, o livro constitui um bom momento de leitura.


Livros Cotovia - Colecção Gato Preto

A minha amiga facebookiana Fernanda Palmeira deu-me a conhecer uns novos livros policiais, publicados através da Livros Cotovia. Integram uma colecção dedicada ao género e que se chama Gato Preto.

Deixo-vos então as sinopses:

Bernard Rhodenbarr é um detective com uma particularidade única: é obrigado a investigar crimes para provar à polícia que não foi ele que os cometeu. Livreiro em Nova Iorque, Bernie cultiva outras paixões, mais lucrativas — como abrir fechaduras sem usar chaves e pilhar a propriedade alheia. Desta vez, o que faz é apropriar-se de uma moeda de cinco centavos — mas um V-Nickel, raridade estimada em meio milhão de dólares. Depois do roubo ocorrem dois assassinatos relacionados com o desaparecimento da peça. De quem desconfia a polícia? Enquanto administra os conflitos entre Carolyn, sua cúmplice, e Denise, sua amante, Rhodenbarr põe em prática um plano para se salvar. Terá de usar todo o seu talento com fechaduras e de procurar nos escritos do filósofo Espinosa as chaves para desvendar o caso, isto é: para continuar apenas com fama de ladrão.





Matthew Scudder, detective aposentado e alcoólico em recuperação, trabalha em casos informais na “Cozinha do Inferno”, uma das zonas mais violentas de Nova Iorque. Ao ser contratado pela família da estudante Paula Hoeldtke para investigar o seu desaparecimento, Matt envolve-se com Willa, a administradora de um prédio assombrado por estranhas mortes.
Angustiado pela falta de pistas e prestes a desistir do caso, Matt encontra um elo entre a estudante e o monstruoso Mickey Ballou, conhecido como “O Talhante”. Mas haverá muitas reviravoltas até que consiga desvendar os verdadeiros culpados, num desfecho surpreendente. Ao misturar violência crua e impasses sinistros — as marcas originais de Na linha da frente —, Lawrence Block conduz o leitor através das armadilhas da razão e prende-o numa trama apenas aparentemente óbvia.




Um serial killer mata oito mulheres sem deixar vestígio. Nove anos depois é preso e confessa a autoria dos crimes — mas não de todos. Nega veementemente ter assassinado Barbara Ettinger, a sexta vítima, e apresenta um álibi irrefutável. Mas se não foi ele, quem terá sido? A polícia recusa-se a reabrir o caso, alegando que, passado tanto tempo, é praticamente impossível encontrar pistas do assassino. Mas o pai de Barbara, revivendo todo o sofrimento por que passou, quer saber quem matou, afinal, a filha, e porquê. Recomendam-lhe que procure Matthew Scudder, ex-polícia, agora detective particular. Sério, esperto, às voltas com o álcool, Scudder pouco a pouco retira as camadas de mistério que o tempo depositou sobre a vida e a morte de Barbara Ettinger. Chegará a uma descoberta surpreendente — daquelas que só um mestre como o muito premiado Lawrence Block seria capaz de imaginar.



Gostei destas sinopses e está-me cá a parecer que o Gato Preto tem grandes potencialidades para vir a ser uma colecção de referência em literatura policial :)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Novidade Maio - Publicações Europa América


Esta é a capa do próximo livro a integrar a colecção Crime Perfeito das Publicações Europa América.

Deixo-vos a sinopse, extremamente apelativa :)

De uma mestra do suspense, chega-nos esta história de arrepiar, que explora os perigos que estão sempre à espreita, bem mais perto do que imagina. Pois nunca sabemos o que se passa dentro de um lar, até de uma família perfeita, quando as portas se fecham…
Eis o que aconteceu…
Era um caso que iria sem dúvida gerar um frenesim mediático - uma jovem mãe, loura e bonita, desaparece da sua casa no sul de Boston, sem deixar rasto, deixando para trás a sua filha de 4 anos como única testemunha e um marido, tão atraente quanto reservado, como principal suspeito.
Nas últimas seis horas…
Mas, a partir do momento em que o sargento-detective D. D. Warren chega ao pequeno chalé dos Jones, ela tem a sensação de que algo está errado com a imagem de aparente normalidade que o casal tanto se esforçou por manter. À primeira vista, Jason e Sandra Jones eram como qualquer outro casal trabalhador com uma filha de 4 anos para criar. Mas, abaixo da superfície calma, espreitavam as trevas...
Do mundo como o conheci…
Com o relógio a avançar e a vida de uma jovem desaparecida em risco e a tempestade mediática a aumentar, Jason Jones parece mais interessado em destruir provas e isolar a filha do que em procurar a sua «amada» esposa. Estará o marido perfeito a tentar esconder a culpa? E será a única testemunha do crime a próxima vítima do assassino?

Lisa Gardner
é a autora best-seller n.º 1 do New York Times, que tem várias obras publicadas, todas reconhecidas como obras de mestria no seu género.
Vive com a sua família em Nova Inglaterra, onde se dedica a escrever o seu próximo livro.


Vou decididamente querer ler este! E vocês? :)

Feira do Livro de Lisboa - Third Round

Passei na Feira do Livro e aproveitar a Hora H. Fiquei-me pelo stand da Presença e por metade do preço trouxe estes para casa :)


































E acumulei 10.31€ na conta cliente, o que quer dizer que posso mandar vir um livro com um belíssimo desconto :)