domingo, 31 de julho de 2011

Chevy Stevens - Continua Desaparecida [Opinião]

Continua Desaparecida é o romance de estreia da autora Chevy Stevens, um livro que, enquadrando-se no género do thriller psicológico, se caracteriza por muitíssimo bem conseguido.

Annie O´Sullivan, de 32 anos, relata em primeira mão e em formato de monólogo, o seu rapto e cativeiro (tendo durado um ano) nas sessões com a psiquiatra. Ora sabendo de antemão este facto, facilmente deduzimos que o sequestro terminou da melhor forma. A vítima sobreviveu, apesar das mazelas e do trauma, e ela está de volta à sua comunidade. Ainda assim, o enredo torna-se extremamente interessante, uma vez que o leitor não sabe o que realmente aconteceu à protagonista.

Desta forma, cada capítulo do livro corresponde a uma sessão na terapia de Annie, que começa por explicar como foi raptada, relatando todos os acontecimentos ocorridos em cativeiro, obedecendo à linha cronológica real. A autora formula capítulos pequenos, em que Annie se dirige inicialmente à terapeuta mas embrenha-se no relato do terror que viveu, recorrendo de igual forma, a flashbacks de acontecimentos passados.

A protagonista dirige-se ao seu raptor, apelidando-o de "Tarado" e revela toda a informação alusiva à caracterização standard de um psicopata. Desde os rituais humilhantes para com a vítima (e as punições decorrentes do não cumprimento destas regras) até à relação com o Eu (do Tarado) Facilmente se traça o perfil de uma pessoa que aparentemente normal, apresenta desvios na sua personalidade. Todo o relato atinge proporções doentias, sádicas, aterradoras... extremamente perturbadoras. Todos e quaisquer adjectivos são insuficientes para descrever a angústia que tal livro transmite ao leitor. Estamos portanto, perante um livro tão gráfico que cheguei a sentir raiva do que estava a ler, de tão reais os acontecimentos narrados!

Mas estes relatos estendem-se para além da experiência em cativeiro, falando também da relação da protagonista com a mãe, o padrasto, a amiga Christina e o namorado Luke. Um livro que, apesar de transmitir sentimentos como a angústia, terror e sofrimento para com a personagem principal, faz com que reflictamos sobre a vida e valorizemos os nossos entes queridos. Dá também que pensar nomeadamente nos casos de Natasha Kampusch e da filha de Josef Fritzl, bastante semelhantes ao conteúdo do que é narrado. E mais: faz-nos temer quando, ainda que na nossa completa inocência, comunicamos com alguém estranho, mesmo em circunstâncias meramente profissionais!

Inúmeras perguntas se impõem aquando o rapto de Annie. Acima de tudo, terá sido este meramente aleatório? Qual será a verdadeira identidade do Tarado? Como terá Annie conseguido libertar-se? A um ritmo bastante acelerado, a autora acaba por responder a estas questões, de uma forma brilhante e acima de tudo, surpreendente!

Um enredo vicioso, associado a um estilo de escrita acessível por parte de Chevy Stevens fizeram deste livro uma rápida e bastante intensa leitura (duas noites!!!). Associado a este facto, a narrativa possui um desfecho brutal e completamente inesperado! Valerá a pena a destruição de uma vida em nome de um capricho?

Desta forma, e pelos motivos anteriormente explanados, este foi um livro que imediatamente ganhou um lugar cativo no pódio dos melhores livros lidos este ano. Recomendo vivamente! Um thriller simplesmente espectacular!!!


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Leituras para férias

Bem falta um pouco mais de uma semana para ir de férias e já equaciono os livros a levar comigo... Como sempre, o critério é o volume dos livros... eheheh Quanto mais "gorditos", melhor! Então reuni alguns com estas características, agora é só decidir-me. Sugestões? Anyone?



























































Destes oito livros (uiii) só levo uns três, uma vez que as férias não vão exceder os 15 dias, em princípio... Estou muito indecisa! Quem me ajuda aqui na triagem das leituras? :))


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Passatempo Marek Halter - Os Mistérios de Jerusalém


O Verão já chegou e antes de ir de férias a menina dos policiais não podia deixar de presentear os seus seguidores com um passatempo, desta feita com a colaboração da Bizâncio. Assim, tenho para sortear um exemplar do novo livro policial da Bizâncio, Os Mistérios de Jerusalém de Marek Halter. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes:

Regras do Passatempo:

-O passatempo começa hoje dia 28 de Julho de 2011 e termina às 23.59h do dia 7 de Agosto de 2011;

-O participante vencedor será escolhido aleatoriamente;

-O vencedor será contactado via e-mail;

-Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.

- Se precisarem de ajuda, podem consultar a sinopse aqui



Só me resta desejar boa sorte aos Participantes!


Yrsa Sigurðardóttir - Ladrão de Almas [Opinião]


Este é o segundo livro da islandesa Yrsa Sigurdardóttir, que muito aguardava a sua vez na estante, depois da leitura de O Último Ritual, como podem ver aqui. Pessoalmente, achei que este Ladrão de Almas está melhor conseguido do que o 1º livro e passo desde já a explicar porquê.

A narrativa ocorre em 2006, embora a introdução recue ao ano de 1945, relatando um estranho e soturno incidente a uma menina, que será a força motriz de toda a acção. Terminada esta cena perturbadora, a narrativa imediatamente salta para o ano de 2006 e Póra é contratada por Jonas Júlíusson, numa avaliação de um terreno onde se localiza uma estância de spa/new age supostamente assombrada. A protagonista não acredita em fantasmas, mas Jonas convence-a levar o seu caso avante, e oferece uma estadia grátis no hotel.
No meio de tal cenário paradisíaco, onde a terapia sexual, a leitura da aura e massagens imperam, ocorre um homicídio brutal. Após a macabra morte de Birna, a arquitecta responsável pela estância, a investigação do crime é levada a cabo por Póra e Matthew e irá conduzi-los a uma realidade completamente devastadora! Mas é preciso resolver os mistérios do passado para desvendar os crimes do presente...

Neste livro contamos com alguns personagens em comum com o Último Ritual, nomeadamente a advogada e mãe solteira Póra (e os seus dois filhos, com uma participação secundária) e o ex-policia alemão Matthew. Voltei a sentir uma enorme empatia com estes dois e a torcer para que a relação deles seja frutífera! Gostei daquele pequeno choque cultural (Matthew não percebe patavina de islandês!), considerei um toque bastante discreto de humor.
Já a relação familiar de Póra com os filhos e ex-marido é deixada um pouco mais à margem, comparando com o Último Ritual, para que o leitor se foque essencialmente na resolução do crime e nas interligações dos acontecimentos. No entanto é interessante acompanhar a evolução da situação do filho mais velho de Póra, Gylfi, cujo desfecho será conhecido no capítulo final do livro.

À semelhança do livro anterior da autora, Póra volta a demonstrar que tem todas as qualidades de uma investigadora. Ela é "desenrascada" e curiosa, mas ainda mostra alguns sinais de inexperiência, facilmente expectável dado que Póra não pertence a nenhuma força policial. No entanto estas vulnerabilidades são complementadas por Matthew, mais habituado a estas andanças. Juntos, fazem uma dupla sensacional: ela tem o dom da perspicácia e ele, o da experiência.

Não quero estabelecer comparações mas achei que a autora opta por aplicar uma fórmula já usada em livros da Camilla Lackberg: a referência de um acontecimento passado que implicitamente, pode ser explicativa de toda uma conjuntura actual.
Sigurdardóttir estabelece assim uma trama, extremamente bem arquitectada, onde liga de uma forma inteligente, os acontecimentos ocorridos em 1945 com o que se passou em 2006. É sobre este facto que reside a maior diferença (e a progressão da autora a nível de enredo) entre o Último Ritual e o Ladrão de Almas: o primeiro livro segue uma trama mais linear, enquanto que o último livro a narrativa é mais complexa, conduzindo o leitor a momentos mais longos de reflexão.

A autora consegue criar um naipe de pontas soltas, que se mantêm em suspense até ao desfecho. Afinal quem será Kirstín? O que aconteceu a Birna antes de morrer? Porquê a presença de artigos eróticos junto ao cadáver? Quem matou afinal a arquitecta e quem é responsável pela segunda morte? O que tem de importante a menção ao nazismo e a presença de suásticas? O local estará mesmo assombrado?

A inclusão de elementos sobrenaturais na narrativa pode dispersar o leitor da verdadeira natureza do livro. Afinal que significam as aparições de uma menina num espelho ou os choros de bebé que se difundem através do denso nevoeiro, num livro dito policial?

Gostei principalmente da maneira como as várias linhas de acção da trama se reuniram um final elegante e bastante imprevisível. Estava longe de imaginar esta dita ligação bem como a identidade do assassino.

Uma leitura fluída pautada em momentos de verdadeiro suspense, outros de cariz perturbador e arrepiante mas com a inclusão de alguns momentos descontraídos é o que este livro promete! É também uma incursão à Islândia moderna, com uma pitada de factos históricos...
Este livro está publicado pela GÓTICA, a editora que infelizmente se dissolveu, fazendo com que a colecção NOCTURNOS se tornasse quase como uma espécie em extinção no reino da literatura. Findada esta leitura, ficou a enorme vontade de ler Cinzas e Poeira, o terceiro livro da autora, editado pela Quetzal Editores.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Novidade Julho - Bizâncio


Conforme notificado aqui, a reedição do livro "Os Mistérios de Jerusalém" de Marek Halter, já se encontra à venda. Esta é a capa que apresenta o livro, e na minha modesta opinião, é mais sóbria do que a anterior.

Um livro que, pela sinopse, reúne todos os requisitos para um excelente momento de leitura. A não perder!


Passatempo "James Ellroy - L.A. Confidential" - Resultado


Neste passatempo da menina dos policiais contei com 168 participações válidas. Todos os participantes acertaram as respostas, que eram:

1. Quantos polícias se encontram enredados numa teia?
Três

2. Em que ano saiu a versão cinematográfica do livro?
1997

3. Onde nasceu o autor James Ellroy?
Los Angeles

4. Como se chama a cidade, que nos anos 50 é palco da acção deste livro?
Los Angeles

Agradeço ainda o comentário simpático que me deixaram nas participações e passo a citar: "PS - Parabéns pelo Blog foi uma novidade para mim! Também gosto de policiais, é um estilo que me começa a interessar. Felicidades e "Keep up the good work!"­ ­ Dada a simpatia das palavras, devo agradecer o feedback dos seguidores, que muito significa para mim! O meu muito obrigado!

Depois de um sorteio no site Random.org, o vencedor é:

48 - Isabel Azevedo (Amadora)

Muitos parabéns à vencedora! A todos os que tentaram e ainda não conseguiram, não desistam, terei todo o gosto de voltar a fazer passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos!


sábado, 23 de julho de 2011

Donna Leon - Morte no Teatro La Fenice [Opinião]

Donna Leon, a senhora do crime, destaca-se no mundo da literatura policial com a criação do detective italiano Guido Brunetti, cujas histórias têm lugar na belíssima cidade de Veneza.

Neste que é o primeiro livro protagonizado por Brunetti, acompanhamos a investigação do assassinato de um maestro alemão, Helmut Wellauer, que é envenenado durante uma pausa na execução da ópera La Traviata no famoso teatro La Fenice.
Wellauer, consagrado na música clássica e nos círculos de ópera, tem uma série de inimigos, devido à sua mentalidade de extrema-direita, os pontos de vista homofóbicos e aventuras extra-conjugais.
Mas quem estaria suficientemente motivado para o matar?

Ao contrário do que é vulgar na literatura policial, temos aqui um detective sem problemas pessoais! Bem casado, feliz, sem aparentemente nada a esconder, o comissário caracteriza-se como sensato, cordial e assertivo
para com as testemunhas e suspeitos. Até porque a investigação de Brunetti evolui praticamente a partir de conversas informais com estes. Portanto quem espera procedimentos forenses e técnicas laboratoriais ao mais alto nível, este não é certamente o livro indicado, dado que a resolução do crime prende-se com pressupostos e muito jogo de lógica.

Desta forma, o enredo foca-se essencialmente na investigação da morte do maestro, descurando outros mistérios que poderiam surgir em torno do protagonista, como já se constatou que é usual. A autora ainda relata momentos de descontracção de Brunetti com a esposa, Paola, de modo a que o leitor possa aferir que a sua vida pessoal em nada interfere com o trabalho. Interessante ainda é a interacção entre o protagonista com os filhos Chiara e Raffaeli.
No meio de belos pequenos almoços onde o brioche não pode faltar, assim como outros costumes italianos, torna-se particularmente interessante a abordagem de assuntos como situações governamentais mal geridas.

Um livro fácil e rápido de ler, pela linguagem fluída da autora, bem como a elegância da descrição dos pormenores que eventualmente poderiam ser chocantes. O tom descontraído e até um pouco divertido da escrita da autora é recorrente, suavizando a temática de um homicídio, que é por norma, bastante pesarosa. A autora debruça-se ainda sobre os detalhes da cidade de Veneza, dando um ênfase não só à magia e ao misticismo que a cidade aparenta ter, como também o panorama histórico da mesma. O facto da autora ter vivido na cidade durante 20 anos, é talvez explicativo do realismo das descrições. Devo confessar que eu, nunca tendo ido a Itália, fiquei com uma vontade enorme em conhecer Veneza, depois de ter lido este livro.

Um aspecto que achei bastante curioso: a autora debruça-se sobre a pormenorização de certos aspectos fisionómicos na descrição das personagens, que recaem sobretudo sobre os olhos e narizes das mesmas.

A resolução do trama é bastante interessante. Não posso dizer que a identidade do assassino me tenha surpreendido, até porque existiu sempre um núcleo de suspeitos bastante limitado. Ainda assim ocorreu o efeito "choque", recaindo sobre o rápido raciocínio de Brunetti na conclusão do caso.

Fiquei bastante intrigada em ler os restantes livros da colecção, e conhecer mais e melhor aquela personagem com quem senti tanta afinidade, Guido Brunetti. Este primeiro livro definitivamente reúne todos os requisitos para uma série brilhante! Recomendo vivamente!


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Novidade Agosto - Civilização Editora

Depois de Pânico, Medo, Colisão e Confia em Mim, segue-se este Adrenalina e deixo-vos a sinopse:

SINOPSE: Sam Capra está a viver a vida dos seus sonhos. Um jovem americano em Londres, tem um apartamento perfeito, um emprego perfeito na CIA e uma esposa perfeita, Lucy, que está grávida de sete meses do seu primeiro filho. Mas, num dia de sol, tudo se desmorona. Sam recebe uma chamada de Lucy enquanto está a trabalhar. Ela diz-lhe para sair imediatamente do edifício. Ele sai momentos antes de o edifício explodir, matando todos os que estão lá dentro. Lucy desaparece e Sam acorda numa cela de prisão. Porque é que Lucy lhe telefonou? Seria ela uma esposa apaixonada ou uma agente inimiga? O seu filho, que ainda não nasceu, estará a salvo?

“Um thriller à beira da perfeição […] Qualquer pessoa que goste de emoções fortes vai aplaudir a chegada do último mestre da arte refinada que é fazer um livro que não se consegue parar de ler. Altamente recomendado.” Booklist

Sobre o autor:
Jeff Abbott (nascido em 1963) é um escritor do suspense dos Estados Unidos da América. É licenciado em História e Inglês na Rice University. Vive em Austin, Texas. Os seus primeiros romances eram de ficção tradicional com detectives, mas nos últimos anos virou-se para os romances policiais. O tema das suas obras tem a ideia, de pessoas normais serem apanhadas por um extraordinário perigo e terem de lutar para retornarem às suas vidas normais. Os livros foram publicados em diversos países.


terça-feira, 19 de julho de 2011

Novidade Julho - Casa das Letras


Sinopse: Jovem, vulnerável e atraente, Tessa Gray parecia a vítima perfeita. E foi por isso que Noah Bishop, da Unidade de Crimes Especiais do FBI, a recrutou para que representasse o papel de uma viúva enlutada. Como pretensa proprietária de terrenos cobiçados pela Igreja do Pecado Eterno, seria um isco irresistível para o carismático e isolado reverendo Samuel. O seu complexo fortificado, nas montanhas perto de Grace, na Carolina do Norte, foi a última morada conhecida de duas mulheres assassinadas sem que a ciência pudesse explicar como.

Já disponível nas livrarias!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Lars Kepler - O Executor [Opinião]

Dadas as expectativas bem altas que criei pelo fenómeno Lars Kepler (O Hipnotista foi um dos melhores lidos em 2010, como podem ver aqui) não hesitei em passar a leitura d´O Executor como prioritária. O livro integra a colecção da Porto Editora dedicada exclusivamente à literatura thriller/policial, denominada Alta Tensão.

O livro começa com uma morte de uma jovem, bastante misteriosa uma vez que apenas os seus pulmões estavam cheios de água do mar, sugerindo um afogamento. Um dia depois morre Carl Palmcrona, director-geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa da Suécia, enforcado em casa. Estarão estas duas mortes relacionadas?

Mais uma vez a dupla cria um enredo completamente alucinante. Sem qualquer momento morto, a narrativa basicamente compõe-se pela descoberta de pistas que conduzem ainda a outras pistas, completamente inesperadas, por parte de Jonna Linna (e eventualmente Saga Bauer, a ex pugilista que actualmente integra a equipa dos serviços secretos). Esta primeira personagem é a única que é comum ao Hipnotista e ao Executor. Ainda assim, as histórias são completamente independentes, podendo o leitor optar por ler este livro ao invés do primeiro. Mas entre os dois livros, foi definitivamente o Hipnotista que me cativou...

Sim, este livro tem muita acção, suspense, adrenalina, momentos eróticos bem intensos, mas a trama conduz a vários conflitos políticos e sociais, relembrando que a corrupção pode efectivamente emergir nos países nórdicos. É neste ponto que a acção se distancia mais do Hipnotista, mais focado em patologias humanas, em psicologia e na terapia da hipnose. São portanto duas linhas de acção bastante diferentes mas que originaram histórias quase igualmente viciantes!

Apenas duas vulnerabilidades que encontrei no próprio enredo: achei que para dois crimes que terão ocorrido quase como simultaneamente, foi demasiado explorado o homicídio da jovem Viola face à morte de Palmcrona, dado o estatuto deste no país. Penso que as duas acções que decorriam em simultâneo (perseguição do executor vs investigação do Joona Linna) podiam ter sido exploradas com um intervalo menor entre capítulos logo no início da narrativa. Naturalmente tal acaba por acontecer, mas numa fase mais tardia do livro. No entanto, gostei da estrutura do livro: capítulos curtos e com o título referente ao conteúdo de cada capítulo, agilizando bastante a acção.
Peculiar a forma como Lars Kepler termina o livro, especializando um capítulo para cada personagem e desta forma, dissertar sobre os destinos dos protagonistas, terminada a acção.

Jonna Linna, o comissário da polícia, é fantástico. Além de ser atraente, é extremamente inteligente, aquele protótipo de homem pelo qual o sexo feminino se sente atraída... Neste livro é explorado um lado mais íntimo da vida de Joona, pelo que devo confessar, senti uma empatia maior n´O Executor do que no Hipnotista.
Apenas não gostei do desfecho do comissário, mas penso que deixa em aberto o seu destino, a ser retomado talvez no próximo livro de Lars Kepler.
As restantes personagens não deixam de mostrar o seu fascínio e complexidade. Associado a alguns intervenientes da história, é deixado o seu passado em background, com relatos do seu passado incorporados na corrente narrativa, como se reflexões por parte das personagens se tratasse.

Um livro entusiasmante, de tirar o fôlego que resulta numa história muitíssimo bem conseguida e que recomendo sem qualquer reserva!


Passatempo "James Ellroy - L.A. Confidential"


Desta vez, e em parceria com a Editorial Presença, a menina dos policiais tem para sortear um exemplar do livro L.A. Confidential de James Ellroy. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes:

Regras do Passatempo:

-O passatempo começa hoje dia 18 de Julho de 2011 e termina às 23.59h do dia 24 de Julho de 2011;

-O participante vencedor será escolhido aleatoriamente;

-O vencedor será contactado via e-mail;

-Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.

- Se precisarem de ajuda, podem consultar a sinopse aqui



Só me resta desejar boa sorte aos Participantes!


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Roslund & Hellstrom - Três Segundos [Opinião]


Antes de fazer a minha apreciação sobre o livro devo agradecer à Planeta Manuscrito pela parceria, o que ocasionou a leitura deste thriller sueco que desde logo me suscitou grande curiosidade.

O ex-presidiário Piet Hoffman, informador da polícia, infiltrou-se na Wotjek, uma rede de máfia polaca, que executa uma operação maciça de tráfico de anfetaminas ilegais. Mas esta é apenas uma faceta da vida de Hoffman. Ele é também um homem de família com uma esposa e dois filhos pequenos. Quando este se envolve numa transacção de drogas que corre mal, conduzindo a um homicídio, o detective responsável Ewert Grens ameaça arruinar a operação. Evidentemente que Hoffman aceita o derradeiro desafio e acaba por ir parar à prisão de alta segurança de Aspsås, onde de repente se encontra rodeado por inimigos.

Esta dupla comparada já a Stieg Larsson, na minha opinião, apenas tem em comum o tema da corrupção na Suécia. Este "Três Segundos" mostra no entanto, uma realidade mais dura, relacionada com o mundo das drogas. Quero acreditar que tal realismo subjacente no enredo tem a ver com o passado de um dos autores, Borge Hellström, ex-criminoso, como é indicado na biografia dos autores na contracapa do livro.

As personagens estão bastante realistas, em especial os dois protagonistas do enredo. Temos Evert Grens, um tipo rude e hostil, que vive uma vida de más memórias, sentindo-se assombrado pela culpa do que aconteceu à sua esposa Anni. Por outro lado Piet Hoffman, um homem arrojado, corajoso que vive no limite mas que ama a sua família incondicionalmente. A complexidade desta personagem vai muito além dos limites pré-definidos. Afinal qual é o pai tão carinhoso/marido afectuoso que faz frente aos desafios de um infiltrado numa rede criminosa e ainda assim esconde perfeitamente a sua dupla identidade? Um antagonismo de personalidades nas personagens principais, que resulta muitíssimo bem!

A própria estrutura do livro é diferente do convencional. Capítulos bastante curtos intercalam o desenvolvimento da história, tendo a particularidade de evitar nomes próprios, ao invés, usam pronomes (ele ou ela). O leitor desconhece quem é mencionado, mas este facto eleva a componente misteriosa do livro. Dividido em cinco partes, o enredo foca-se sobretudo em Piet Hoffman. Se o início parecia um tanto ou quanto lento, o mesmo não se pode dizer a partir da segunda parte da história. As demoradas dissertações dos autores sobre transacções de drogas não me atraíram minimamente, devo confessar. A partir do momento em que Hoffman entra na prisão de alto risco, dá-se uma sucessão de acontecimentos inesperados, parecendo que estamos a assistir a um episódio da série televisiva Prision Break. A quinta parte, mais curta que as restantes, revela um desfecho emocionante, mas que poderia ser mais aprofundado. É nesta fase que o leitor entende a verdadeira natureza do nome do livro, "Três segundos".
O enredo é multifacetado, complexo e difícil de digerir, dada a natureza dos relatos não só do submundo criminal, onde impera a violência bem como o encarceramento na prisão.
Além da forte componente policial, a narrativa é pautada por uma carga dramática bastante intensa, que se reflecte no dilema do protagonista em experienciar uma vida dupla.

O livro faz jus ao título ganho de Melhor Policial Sueco de Ficção em 2009, constituindo um thriller tenso e inquietante mas extremamente emocionante, onde a acção atinge níveis máximos. Um mundo de traições, violência e sacrifícios pela família em prol de uma actividade arriscada como acredito que seja um infiltrado em redes criminais, por parte da polícia.

Comparo este livro a uma viagem de montanha russa numa realidade perturbadora, que todos nós evitamos conhecer. Aconselho vivamente, especialmente aos fãs de policial sueco! Um livro que não devem perder, de forma alguma!


terça-feira, 12 de julho de 2011

Novidade Julho - Editorial Presença

Depois do estrondoso sucesso em Hollywood, a Editorial Presença publica um dos êxitos de James Ellroy, L.A. Confidential, a integrar a fantástica colecção Fio da Navalha. Este livro estará nas bancas a partir de 19 de Julho.

Sinopse: Los Angeles nos anos 50: o glamour, as festas fabulosas e a agitação nocturna escondem um submundo dominado por corrupção, crime organizado, tráfico de droga, violência e sexo. Quando o café Mocho da Noite se torna palco de um homicídio em massa, três polícias vêem-se enredados numa teia da qual poderão não sair vivos. À medida que o pesadelo se adensa, a sua lealdade e coragem será testada até ao limite, num romance que conheceu em 1997 uma versão cinematográfica e que é considerado por muitos a obra-prima de James Ellroy.

Sobre o autor: James Ellroy nasceu em Los Angeles em 1948. Publicou o seu primeiro romance em 1981 (Brown’s Requiem) e desde então não parou de publicar com regularidade, impondo-se como um dos mais importantes escritores do romance negro da actualidade. Entre os títulos traduzidos pela Presença encontram-se A Dália Negra, adaptado ao cinema com realização de Brian de Palma, White Jazz – Noites Brancas e Sangue Vadio.

Livros anteriores: Sangue na Lua, No Escuro da Noite, A Colina dos SuicídiosL.A. Noir, A Dália Negra, White JazzNoites Brancas e Sangue Vadio


CITAÇÕES IMPRENSA ESTRANGEIRA


«O leitor pode sentir-se cilindrado num simples virar de páginas.» - The Village Voice

«Ellroy não poupa susceptibilidades.» - Los Angeles Times

«Brutal e simultaneamente credível.» - New York Times


Um livro a não perder!