quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gianrico Carofiglio - As Perfeições Provisórias [Opinião]


Sinopse: Tudo começou com um estranho telefonema a anunciar um caso mais adequado a Marlowe do que ao advogado de defesa Guido Guerrieri. Seria ele capaz de encontrar novas provas que obrigassem a Polícia a reabrir o processo de investigação acerca do desaparecimento da jovem Manuela, filha de um casal abastado de Bari?
À medida que as suas pesquisas avançam, Guido vai combatendo a solidão e a melancolia que lhe são inerentes, partilhando ideias com o velho saco de boxe que tem pendurado no meio da sala de estar e calcorreando as ruas silenciosas da Bari noturna, por vezes frequentando o excêntrico bar de uma antiga cliente e ex-prostituta. Os depoimentos dos colegas de faculdade de Manuela são demasiado vagos e parecem não bater certo, e Guido ver-se-á obrigado a enfrentar uma juventude que, por mais que lhe custe, nada tem a ver consigo, enquanto uma convicção se lhe impõe no meio do caos: a de que a resposta jaz nos não-ditos, no silêncio e no vazio da noite.

Opinião: Apesar de As Perfeições Provisórias ser o quarto livro da saga protagonizada por Guido Guerrieri, é um livro que se lê bem sem ter contacto com as obras prévias do autor. Guido relata um pouco da sua história debruçando-se sobre memórias na faculdade e como se afastou das lides judiciais, dando um panorama que à priori estaria descrito nos livros anteriores e ajudando o leitor a ligar-se ao protagonista. 

Ainda que este livro esteja categorizado como um thriller jurídico, desengane-se quem acha que esta é uma obra do estilo de Michael Connolly (autor de Nos Meandros da Lei, O Veredicto e Reviravolta). O cenário em tribunal é diminuto, debruçando-se a acção sobre o desaparecimento de Manuela. Aliás, o único aspecto relacionado com o género é o facto de Guido ser advogado e ter como caso secundário, um cliente acusado de corrupção.

Esta é sem dúvida, uma história muito melancólica com contornos noir, retratando um pouco do submundo de Bari. Confesso que nunca foi oportuno viajar até Itália, no entanto o autor descreve as belas cidades mediterrânicas a tal ponto que o leitor se sente lá.  

A trama é morosa e na minha opinião, o crime não é a essência do livro, sendo substituída pelas personagens e as suas vidas. A trama é despendida entre as reflexões pessoais de Guido, ciente da efemeridade do seu romance com Caterina, e as divagações sobre filmes antigos com os amigos no bar são frequentes. A outra componente directamente relacionada com o thriller é a investigação que assume uma via muito unilateral cingindo-se aos reportórios dos conhecidos de Manuela. Este conjunto de personagens, no mínimo intrigantes, testemunha e relata a relação que a jovem tinha antes do desaparecimento e rapidamente concluímos que Manuela não é a inocente que os pais pintam e surgem os contornos do que realmente lhe terá acontecido.

Em suma, embora As Perfeições Provisórias não ter sido um romance policial que me tenha cativado tanto como os recentes O Verão dos Brinquedos Mortos e Lobo Vermelho, publicados pela Porto Editora, foi um livro que me manteve em expectativa. Achei-o interessante e fiquei curiosa em ler os livros anteriores de Gianrico Carofiglio, que consegui em inglês para ler um dia no Kobo.

Para mais informações sobre o livro As Perfeições Provisórias, clique aqui.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Karen Rose - Morre Por Mim [Opinião]


Sinopse: Vem a mim. A primeira vítima é encontrada num terreno de Filadélfia coberto de neve. O detective Vito consegue a ajuda da arqueóloga Sophie para determinar exactamente o que se encontra por baixo da superfície gelada. Apesar de ter passado anos a procurar objectos enterrados durante séculos, a jovem arqueóloga não está preparada para as sepulturas que encontra, escavadas com uma precisão arrepiante. Os cadáveres das vítimas atormentam-na, mas as sepulturas vazias aterrorizam-na: o assassino ainda não acabou. Grita por mim. Ele é frio e calculista, senhor de um jogo maquiavélico. Mesmo com Vito e Sophie no seu encalço, não pára, tem de ocupar outra sepultura vazia e ouvir um último grito: o grito de uma arqueóloga que o enerva e o descontrola...

Opinião: Por não ser uma novidade, não sei como é que este livro me passou despercebido este tempo todo. Já tinha lido um livro da autora, é certo, o Não Contes a Ninguém, e agora estou mesmo fã de Karen Rose!

Simplesmente adorei este livro! A trama é fabulosa, aliando momentos da investigação criminal com o mais requintado da escrita erótica. Karen Rose expressa-se de uma forma tão excitante mas ao mesmo tempo sofisticada sobre o sexo, tal é o grafismo das passagens. No entanto, a autora aplica a mesma forma na descrição de torturas medievais, o método preferido deste serial killer nas suas vítimas. Confesso que me deixam bastante impressionada os ditos métodos de tortura medieval e até à data encontrei apenas um livro que abordasse a temática: Águia de Sangue de Craig Russell e pelo duro teor de violência, nunca me esqueci desta obra. Parece que acontecerá o mesmo com Morre Por Mim. Não obstante, o presente livro não se cinge a apenas um destes rituais medievais, abordando-os com alguma profundidade.

Entre a busca do assassino e a evolução da relação entre Vito e Sophie, a autora ainda se debruça sobre a grande família Ciccotelli, enfatizando os laços de sangue típicos das famílias mediterrânicas, não deixando de ser hilariante o facto dos irmãos de Vito se chamarem Dino, Tino e Gino. Vito é um homem carente desde há dois anos, altura em que faleceu a sua mulher. Por outro lado Sophie, a arqueóloga, é uma alma solitária. Tendo apenas a avó, não se sente minimamente ligada aos seus pais ou a relações amorosas. 
Dois carácteres antagónicos, que num primeiro instante sentem uma atracção e por mim falo, não pude deixar de torcer para que as personagens se envolvessem.

Morre Por Mim é de facto, um livro caracterizado pela antítese: se por um lado a trama é bastante forte, com passagens que impressionarão o autor, sem dúvida num prisma macabro, contudo é também doce que transborda em sensualidade e volúpia e acima de tudo, ternurento pela percepção que o leitor tem do relacionamento de Vito com a família.
Apesar do elevado número de páginas, a acção não tem momentos mortos, uma vez que ora se desenvolve a investigação criminal ora fomenta a componente pessoal das personagens.

Devo assumir que o que mais me agradou na história foi a forma como a tortura medieval, sendo já algo historicamente ultrapassado, faz a ponte com a acção actual, sendo que se liga a algo tão contemporâneo como jogos de computador, que como sabemos, grande maioria prima pela violência gratuita.
É uma história que reflecte grande originalidade, sem margem para dúvidas. Fiquei presa à trama que Karen Rose apresenta em Morre Por Mim!

Finalizo a minha opinião com um pedido: sei que os livros da saga Daniel Vartanian perfazem uma trilogia, estando publicados actualmente pela Bertrand o primeiro, este Morre Por Mim e o segundo, Grita Por Mim (que tenciono ler em breve). No entanto, faço o meu apelo à editora que não deixe de publicar o terceiro da saga. Estes livros são muito bons e dentro do suspense romântico, Morre Por Mim está definitivamente, no melhor que já li. Recomendo vivamente!


Tom Wright - O Que Morre no Verão [Divulgação Editorial Bertrand]


Data de Publicação: 2 Agosto 2013

Título Original: What dies in Summer
Páginas: 256
              Preço com IVA: 16,60€ 
              ISBN: 9789722524988

Sinopse: Desde a primeira frase do livro, Tom Wright envolve-nos numa história de inocência perdida.
L.A., a prima de Jim, muda-se para a casa onde ele vive com a avó. Quando os dois descobrem o cadáver de uma rapariga, brutalmente violada e assassinada no campo, dá-se início a uma investigação que porá em perigo a vida de ambos.

Sobre o autor: Tom Wright é psicólogo e tem um doutoramento na Universidade do Texas. Além de escritor, é também escultor e artista.

Imprensa:
«Um estudo sobre a perda e a inocência, muito envolvente e escrito com grande beleza, coberto por um terror arrepiante. Um livro assombroso, uma estreia cativante, adorei.»
S. J. Watson, autor de Before I Go To Sleep

«Um thriller arrepiante e inesquecível que o vai agarrar até à última página.»
GQ

«Magnífico.»
Nick Cave

«Impressionante.»
P. Weekly

«Elegante e Perturbador.»
The Times

«Anuncia a chegada de um grande escritor.»
Daily Mail



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Janet Evanovich - Sorte Explosiva [Opinião]


Hilariante esta autora! Sucessor de Perseguição Escaldante, Sorte Explosiva está ao mesmo nível: as situações caricatas abundam em torno de um estranho caso de uma fotografia desaparecida. Confesso que comparando as sagas de Stephanie Plum e Lizzie&Tucker, a minha preferência recai sobre a caçadora de recompensas devido à forma como, de uma forma muito peculiar, as situações se aproximam do policial, envolvendo algum mistério e homicídios.

A situação dita policial está muito bem conseguida: um homem morto que viajava junto de Stephanie Plum, fazendo com que o FBI esteja no encalço da personagem, bem como outros indivíduos suspeitos. Mesmo com um cargo importante, são hilariantes as provações destas personagens para com Plum.
Claro que, à semelhança de Perseguição Escaldante, estamos perante um policial muito pouco convencional e enfatizo o facto de que os acontecimentos "amalucados" são recorrentes. O conjunto de situações pouco verossímeis, tornam a leitura óptima para descomprimir e esta autora é das poucas a fazer-me sorrir aquando a leitura das suas obras, desencadeando gargalhadas!

A meu ver Janet Evanovich acaba por ser peculiar. Simplesmente há quem goste da autora e quem não aprecie de todo. Como os livros estão nos mesmos moldes, e falo particularmente da linguagem dotada de boa disposição e as situações fora do comum, há quem tolere e aprecie este humor, como tenho consciência que existe o oposto. Ou seja, quem gostou de Perseguição Escaldante, certamente irá apreciar Sorte Explosiva. Ainda só li dois livros protagonizados por Plum, numa saga que alcança até à data, salvo erro, dezanove livros, sendo ainda uma amostra diminuta mas penso que a autora nem é repetitiva nas suas tiradas sobre as personagens. Por mim falo, que adoro Evanovich e aguardo impacientemente pelo próximo livro protagonizado por Stephanie Plum.

Penso que a fidelidade de Evanovich para com o leitor está precisamente nas personagens que vão criando uma ligação, uma familiaridade. Apesar da autora fazer uma breve retrospectiva da vida familiar de Stephanie, as considerações tecidas são sempre engraçadas, não inviabilizando a percepção total da história sem a leitura do livro anterior Perseguição Escaldante. As personagens são então de bradar aos céus. Especialmente a colega Lula e a avó Mazur que, mesmo tendo um papel secundário, a meu ver acabam por ter tanto destaque como a protagonista. Não esqueçamos o romance, patente num triângulo amoroso entre Stephanie, Morelli e Ranger.

Imperdível, Sorte Explosiva é a melhor combinação do policial com o humor de sempre! Adorei e espero com grande expectativa mais um livro desta que se tornou uma das minhas autoras a seguir!


terça-feira, 16 de julho de 2013

Patrícia Melo - Acqua Toffana [Divulgação Editorial]


Data de Publicação: 9 Agosto 2013

Título Original: Acqua Toffana
Páginas: 168
              Preço com IVA: 14,40€ 

Sinopse: Uma mulher suspeita que o marido a trai e procura a polícia, convencida de que ele é também o brutal assassino de mulheres que habita as manchetes dos jornais.
O funcionário de um cartório, pai de família aparentemente exemplar, vê a sua vida transformar-se diante do ódio incontrolável que o faz aproximar-se de uma vizinha para planear minuciosamente a sua morte.
Ciúme e ódio, testemunha e perpetrador, em duas narrativas paralelas – que se cruzam de forma inesperada – e em que o sexo surge como o poderoso elo entre o assassino e a vítima.

Sobre a autora: Patrícia Melo é romancista, dramaturga, jornalista e argumentista, e uma figura de destaque na literatura brasileira contemporânea. Os seus livros foram finalistas e vencedores de importantes prémios literários dentro e fora das fronteiras do Brasil: Jabuti e Deux Óceans, entre outros.
No ano 2000, a revista Time incluiu-a na lista dos cinquenta «Líderes Latino-Americanos para o Novo Milénio».
Patrícia Melo vive atualmente entre o Brasil e a Suiça.


Camilla Lackberg - A Sombra da Sereia [Opinião]


Sou grande fã da autora sueca que ao sexto livro, continua a surpreender os seus leitores. A autora está mais do que consagrada na lista dos meus autores de policiais preferidos. Os seus mistérios são cativantes bem como o casal protagonista, Erica Falck e Patrik Hedstrom, havendo quase que uma harmonia entre a rotina e a evolução da relação destas personagens com o policial ou o thriller psicológico propriamente dito. Os casos criminais são sempre diferentes coincidindo num aspecto: a existência de uma perspectiva para o passado que auxilia na sua resolução actualmente.

Comecei a ler em inglês no Kobo este livro, que se chama The Drowning, mas depressa passei para a versão portuguesa por estar mais à vontade em literatura na língua materna. Já para não falar que colecciono os livros da autora e quero completá-la com as obras que vão sendo traduzidas no nosso país.
No entanto, as quase 70 páginas que li em versão inglesa sugeriram uma leitura fluída, apontando uma tradução do sueco para um registo de inglês bastante compreensível. Não obstante, dou os meus parabéns à editora Dom Quixote e ao próprio tradutor, que em notas de rodapé, vai informando o leitor sobre inúmeras curiosidades oriundas da Suécia, facto este isento na tradução em inglês. Sem dúvida de que esta edição de A Sombra da Sereia encontra-se bastante completa face à tradução em inglês.
A maior crítica que aponto, neste sentido, foi a forma como senti que a sinopse estava bastante reveladora uma vez que, sinceramente, não esperava que o inicialmente desaparecido Magnus Kjellner estivesse de facto morto.

Posto isto, penso que a trama em questão é habilmente construída numa fórmula que Lackberg tanto usa: uma viagem ao passado que ilustra uma vivência por norma sofrida, para fazer o contraponto com a acção presente. Neste caso, a autora ilustra uma infância de uma criança orfã, caracterizada por relações negligentes tanto por parte da mãe biológica, como posteriormente pelos pais adoptivos. 
A impaciência em conhecer a identidade desta criança bem como o desfecho da sua história foi tal que li o livro em pouco mais de 24 horas. Fiquei arrebatada não só pela história desta personagem bem como as demais da acção actualmente: quatro casais com os seus dilemas, que abrangem desde o alcoolismo, o adultério ou doença de um conjugue.

Erica Faulk, apesar de, como a própria diz "estar enorme", volta a ter um papel activo na investigação, embora o faça por conta própria, complementando o trabalho policial do marido e da equipa. Afinal de contas é amiga de Christian Thydell. Acho que qualquer entusiasta pelos livros certamente irá gostar de desta personagem que acaba de escrever um livro, A Sereia. Um estreante nestas lides que sendo um bibliotecário, é tão amante de livros quanto eu! E dado que a autora não se coíbe em pormenores da vida pessoal das personagens, conseguimos apercebermo-nos um pouco aquele receio dos críticos literários, baixos números de vendas ou o impacto das apresentações dos livros como estratégia de marketing. 

Depois de uma leitura algo sôfrega, um desfecho brilhante, arrebatador e chocante. A Sombra da Sereia encerra o mistério com um dos acontecimentos que mais me chocou nas novelas de Lackberg. Não obstante, deixa em aberto dois acontecimentos sobre a vida do casal protagonista, fazendo com que deseje ler o The Lost Boy o mais breve quanto possível e ansiando com que a editora o publique quanto antes. Sem dúvida, nota máxima para A Sombra da Sereia!


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Lisa Kleypas - Paixão Sublime [Opinião]


Sinopse: Quatro jovens damas da sociedade londrina procuram um bom partido. Chega a vez de Evangeline Jenner, a mais tímida, mas também a mais rica, logo que cobre a sua herança.
Para escapar às garras da família, Evie pede ajuda a Sebastian, Lord St. Vincent, um conhecido libertino, fazendo-lhe uma proposta irrecusável: que se case com ela, trocando riqueza por proteção.
Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite de núpcias, os dois não voltarão a encontrar-se na intimidade, pois Evie não quer ser mais um coração partido na longa lista de conquistas de Sebastian.
A Sebastian resta esforçar-se mais para a seduzir… ou entregar finalmente o coração, em nome do verdadeiro amor.

Opinião: Espectacular! E olhem que um livro do género sensual se destacar assim, é obra! Já tinha gostado muito do primeiro, Desejo Subtil. Saltei o segundo, Sedução Intensa, que certamente irei ler em breve pois esta autora claramente se distingue das demais dentro deste género literário.
Claramente destinado a um público feminino, o principal aspecto que ressalta neste livro é a capa deslumbrante e requintada. Aliás, como todas da série À Flor da Pele.

Paixão Sublime é o terceiro da série das encalhadas e tem como protagonista, Evangeline Jenner. Esta era a Wallflower que tanto achei piada no primeiro livro pelas mais diversas tiradas humorísticas como também aquela com quem mais me identifiquei devido ao problema de gaguez (não sou gaga mas compreendo bem a problemática do complexo e timidez). Mas Evie é também muitíssimo bela e precisa urgentemente de se casar afim de fugir da família. É aqui que entra Sebastian St. Vincent. Pelo que me apercebi, uma personagem de carácter vilão no romance anterior, tendo sido implicado num rapto a uma das Wallflower. 
Sou-vos sincera, como não li o segundo, deu para perceber que este homem era indesejável pelo que neste livro encontrará a sua redenção.
Daí que fiquei rendida à sua doçura, querendo desabrochar daquele aspecto frio. Um casamento que à partida seria de conveniência, começa a dar os seus frutos quando Sebastian começa a olhar para Evie com outros olhos.
Na minha opinião, este crescendo dos sentimentos de ambos, envolve a leitora na história, fazendo com que ela torça vigorosamente pelo casal. Ora a relação de Evie e Sebastian prima pela ironia, provocação e até algum fingido desinteresse, ora surgem momentos ternos e românticos.

Comparando com Desejo Subtil, creio que existem mais cenas de cariz sexual na presente narrativa, embora e como verificado no livro antecessor, estas descritas com grande elegância em harmonia, contextualizando-se no pano de fundo histórico.

Mais uma vez a autora aufere autenticidade nas suas narrativas ao introduzir pequenos detalhes nas histórias. Se no romance anterior que li, o factor que se salientou, para mim, foi sem dúvida os primórdios da Revolução Industrial, no presente romance fiquei fascinada com o mundo medicinal, reflectindo-se essencialmente nos tratamentos de tuberculose.

Um livro imperdível para quem é fã do dito romance sensual. Garanto-vos que esta autora se irá destacar, não só pela qualidade das histórias, como pela riqueza histórica e personagens femininas absolutamente cativantes. Lisa Kleypas é sem dúvida uma das minhas autoras preferidas do género!
E como gulosa que sou, apesar de ter o segundo livro para ler, confesso que aguardo atenciosamente pelo quarto.

Para mais informações sobre o livro Paixão Sublime, clique aqui


sábado, 6 de julho de 2013

Anne Perry - O Estrangulador de Cater Street [Opinião]


Sinopse:  Enquanto as irmãs Ellison - Charlotte, Sarah e Emily - visitam amigos e tomam chá nos melhores salões londrinos, uma das suas criadas é brutalmente assassinada. Para Thomas Pitt, o jovem e pacato inspetor destacado para o caso, ninguém está acima de suspeita.
A sua investigação na requintada casa da família Ellison vai provocar reações extremas: para uns, será de absoluto pânico; para outros, de deselegante curiosidade; para a jovem Charlotte será algo mais íntimo e empolgante. Algo capaz de levar Thomas a perder momentaneamente o seu instinto detetivesco e a andar com a cabeça nas nuvens. Mas sobre o casal pairam sombras impossíveis de ignorar: Charlotte é uma menina da sociedade e Thomas pertence à classe trabalhadora… e o assassino que atormenta as ruas da cidade continua à solta, implacável.

Opinião: Depois de ter lido o primeiro volume desta colecção Crime à Hora do Chá, Morte na Aldeia de Caroline Graham, depositei grandes expectativas neste O Estrangulador de Cater Street. A avaliar pelos dois primeiros volumes, Crime à Hora do Chá promete ser uma excelente colecção! No entanto, confesso que ao estabelecer uma comparação entre os dois livros, a minha preferência recai para o primeiro.

O Estrangulador de Cater Street é o primeiro da série protagonizada por Thomas Pitt e na minha opinião, combina dois géneros: o policial e o histórico. Por ter lugar na era vitoriana, estamos perante alguns casos de homicídio por estrangulamento, um método de homicídio muito clássico, adequando-se à época em questão. E histórico porque, acima dos crimes e da investigação, há um panorama bastante extenso das questões sociais do final do século XIX em Inglaterra. Os amantes do género histórico vão adorar este livro precisamente por este facto. Longas são as considerações sobre os estratos sociais e as distinções entre as mesmas são evidentes: a pequena/média burguesia que vive confortavelmente sem se preocupar com os mais encarecidos. Não obstante, o crime não olha a nuances sociais e ocorre em qualquer que seja o estrato social...

Um moroso arranque caracteriza este livro, debruçando-se essencialmente no início sobre o direito das mulheres, notando-se pouco interesse na instrução das mulheres mesmo em classes mais abastadas. E quando o eram, como o exemplo clássico de Charlotte, a omissão de assuntos com importância em jornais vespertinos, era banal. As mulheres deveriam ficar o mais isentas quanto possível de informações. Na era vitoriana, as mulheres, sem dúvida, eram secundarizadas.
Rapidamente nos familiarizamos com o núcleo Ellison: patriarca bancário, pertencente então à classe da pequena burguesia, casado com três filhas. Um dos aspectos que também me agradou particularmente na trama foi o desvendar de segredos que ocorriam no seio da família, mostrando que o dinheiro nem sempre garante felicidade.

Um subtil spoiler quando atentei no nome da saga: esta seria protagonizada por Pitt e Charlotte. Ora Charlotte é a filha mais nova dos abastados Ellison, facto que, iniciada a leitura, me sugeriu algum romance entre os dois. Como estava errada: a subtil química é de facto muito discreta como aliás sugerem os romances de época, com a agravante de Charlotte e Pitt pertencerem a classes sociais diferentes e como tal, um elemento contraditório a um possível casamento entre as personagens.
Particularmente gostei dos procedimentos utilizados por Pitt para resolver os crimes, numa época onde a ciência forense era desconhecida. Reunindo um grupo flutuante de suspeitos (e aponto flutuante pois as pistas permitiam retirar ou incluir mais um suspeito na lista), Pitt interessou-se pela psicologia do criminoso.

No entanto, a sensação com que fiquei, é que o crime ou a investigação do mesmo perde-se em tantas descrições (e atente-se que são bem conseguidas) da sociedade vitoriana. Já tive oportunidade de referir que esta sociedade de época fascina-me mas acaba por ofuscar as investigações criminais de Pitt que recaem sobre método de questionário como aliás, seria de esperar.

Fiquei de facto impressionada com o final e o desvendar deste estrangulador que atormenta as jovens. No entanto, esta revelação pareceu-me um pouco abrupta e gostaria de tê-la visto mais desenvolvida. 
No entanto, gostei e achei que a aleatoriedade destas mortes levadas a cabo pelo estrangulador, surpreende o leitor. Falo por mim, que fiquei deveras chocada com uma das vítimas.

Não que o livro me tenha desgostado, mas estava com expectativas de um livro do mesmo género que costumo ler. No entanto este descentraliza-se do crime e do estrangulador, enfatizando uma grande riqueza histórica. A componente policial, embora a meu ver. diminuta, é também bastante interessante.
Fui apanhada de surpresa por ter optado por uma leitura que acaba por ser diferente. Ficarei a aguardar uma nova trama de Anne Perry para satisfazer a dúvida: será que Charlotte, doravante, irá colaborar de uma forma mais activa com Thomas Pitt nas investigações dos casos? 
Mas acima de tudo, desejosa por um próximo volume desta colecção Crime à Hora do Chá, previsto para Novembro com o título Crime de Luxo de Ngaio Marsh.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Lisa Kleypas - Desejo Subtil [Opinião]


Sinopse: Quatro jovens da sociedade elegante de Londres partilham um objetivo comum: usar os seus encantos femininos para arranjarem marido. E assim nasce um ousado esquema de sedução e conquista.
A delicada aristocrata Annabelle Peyton, determinada a salvar a família da desgraça, decide usar a sua beleza e inteligência para seduzir um nobre endinheirado. Mas o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle, o plebeu arrogante e ambicioso Simon Hunt, deixa bem claro que tenciona arruinar-lhe os planos, iniciando-a nos mais escandalosos prazeres da carne.
Annabelle está decidida a resistir, mas a tarefa parece impossível perante uma sedução tão implacável... e o desejo descontrolado que desde logo a incendeia.
Por fim, numa noite escaldante de verão, Annabelle sucumbe aos beijos tentadores de Simon, descobrindo que, afinal, o amor é o jogo mais perigoso de todos.

Opinião: Este livro (bem como o seguinte, Sedução Intensa) é muito especial para mim: foi oferecido pela tradutora, a Cláudia Ramos, pelo que agradeço novamente pois proporcionou-me belíssimos momentos de leitura. Desde então que residia na mesinha de cabeceira e aproveitando a breve publicação do terceiro livro da série das "encalhadas", não hesitei em começar a sua leitura.
Desejo Subtil é o primeiro livro da saga "À Flor da Pele" ou carinhosamente falando, a série das "encalhadas" porque debruça-se sobre quatro meninas da época vitoriana que ambicionam arranjar um marido, mas sem sucesso. E sabemos de antemão, que nesta época, a faixa etária dos 20s era crucial para o casamento. Esta ligação, no entanto, nem sempre coexistia o amor, sendo o factor interesse o relevante na união de duas pessoas.

Ao comparar com outros livros que li do género sensual, este acaba por restringir as cenas sexuais e dar primazia à época e à história propriamente dita. Os cultos do vestuário feminino, os maravilhosos bailes, a sociedade inglesa e a importância do dote para um casamento bem acolhido e até a expansão industrial com os riscos que acarretavam numa fase inicial são elementos recorrentes na história. Agradaram-me muito, visto que há um clima carregado de simbologia histórica, fazendo jus à série televisiva Dowton Abbey.

Além deste cenário histórico riquíssimo, a autora soube incorporar outros ingredientes na narrativa como o humor que se manifesta sobretudo nas encalhadas e nos fincados planos para arranjarem um marido ou o romance que se debruça sobre a conquista e a sedução, afastando-se das tradicionais e abundantes cenas sexuais deste tipo de livros. Estas são descritas de forma elegante, de pouca pormenorização, afastando-se de alguns livros que li do género, em que atentavam mais no sexo e de uma forma muito mais explícita.

Ora Desejo Subtil foca-se essencialmente na história de Annabelle Peyton, a encalhada que deseja um próspero casamento com um homem abastado, no entanto, acaba por se apaixonar por Simon Hunt. Gostei bastante da protagonista pela forma como ela própria se afasta das personagens femininas cliché dos romances eróticos, vulgo as típicas naif, virgens com uma problemática psicológica complexa, questão esta que nem se põe dado o período histórico onde a acção se insere.
Annabelle é uma senhora na época vitoriana em que se enfatizava o casamento na sua maioria, por interesse, e toda um discernimento e sobriedade subjacentes na conquista.

Um início de série bastante interessante, quer-me fazer parecer que serei mais uma fã destas Wallflowers!


quarta-feira, 3 de julho de 2013

P.D. James - Morte em Pemberley [Divulgação Editorial Porto Editora]


Data de Publicação: 12 Julho 2013

Título Original: Death Comes to Pemberley
Páginas: 304
                Tradução: Tânia Ganho
                Preço com IVA: 16,60€ 

Morte em Pemberley, de P. D. James, junta o thriller à obra de Jane Austen


O romance entre Elizabeth e Mr. Darcy ficou imortalizado com o famoso livro de Jane Austen, Orgulho e Preconceito. Em Morte em Pemberley, que a Porto Editora publica a 12 de julho, a grande senhora do crime P. D. James reúne as personagens desse livro e coloca-as no centro de uma trama policial. É desta forma que a autora combina o thriller, o tradicional policial inglês e uma das grandes histórias da literatura novecentista.
Para além do sucesso quase imediato no Reino Unido, Morte em Pemberley está a ser também um êxito internacional, com direitos de publicação vendidos para 26 países. A BBC adquiriu, ainda, os direitos de adaptação para uma série televisiva, que será transmitida aquando da comemoração do 200.º aniversário de publicação de Orgulho e Preconceito.

Sinopse: 1803. Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy – o famoso par de Orgulho e Preconceito –, casados há já seis anos e com dois filhos, não podiam estar mais felizes na imponente propriedade rural de Pemberley. Até ao dia em que Lydia, uma das irmãs Bennet, chega à mansão gritando que o marido foi assassinado na floresta.
Em Morte em Pemberley, P. D. James combina as suas duas maiores paixões: a literatura policial e a obra de Jane Austen. O romance é uma clara homenagem à grande autora novecentista, mas faz justiça também às melhores histórias de assassinato, seguindo a tradição dos grandes romances de mistério sobre a aristocracia inglesa. Ou não fosse P. D. James a grande senhora do crime nas terras de Sua Majestade…

Sobre a autora: P. D. James nasceu em Oxford, Inglaterra, em 1920. Durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou na Cruz Vermelha e, em 1949, nos Serviços de Segurança Britânicos. Em 1968, entrou para o Departamento de Polícia do Ministério do Interior. Estreou-se na literatura aos 42 anos, tornando-se uma das maiores escritoras de romances policiais da atualidade. 

Imprensa: 
«P. D. James recria o mundo de Jane Austen com enorme mestria.»
Sunday Telegraph

«Uma elegante homenagem a Jane Austen e um tributo impressionante à inesgotável vitalidade imaginativa de P. D. James.»
Sunday Times

«Brilhante… um romance que combina a elegância de Jane Austen com o ritmo de um grande thriller… o melhor de P. D. James até agora.»
Sunday Express

«Uma fusão mágica.»
Evening Standard

«Jane Austen estaria orgulhosa.»
Spectator 


terça-feira, 2 de julho de 2013

Camilla Lackberg - A Sombra da Sereia [Divulgação Editorial Dom Quixote]


Data de Publicação: 8 Julho 2013

Título Original: Sjöjungfrun
Páginas: 472
                 Colecção: Fjällbacka #6
                 ISBN: 9789722052559
                 Preço com IVA: 19,90€

Sinopse: Um homem desaparece misteriosamente em Fjällbacka e, apesar de todos os esforços de Patrik Hedstrom e dos seus colegas da Polícia, ninguém sabe se está vivo ou morto. Meses mais tarde, é encontrado no gelo com sinais de ter sido assassinado. 
O caso complica-se quando Christian Thydell, um amigo da vítima, começa a receber ameaças anónimas. Christian, cujo primeiro romance, A Sereia, acaba de ser publicado com grande sucesso, não aguenta a pressão e mostra as cartas anónimas a Erica Falk, que o tinha ajudado a rever o manuscrito. Erica entrega-as ao marido. Suspeitava há muito da existência de uma sombra ameaçadora na vida de Christian e está preocupada com o que possa vir a acontecer-lhe. Alguém tem um profundo ódio por ele, alguém aparentemente perturbado e instável que não hesitará em concretizar as suas ameaças. Apesar de estar no final de uma gravidez de gémeos, Erica procura encontrar respostas para as suas inquietações e essas respostas remetem para o passado e para uma história terrível. 

Anteriormente publicado pela Dom Quixote, desta colecção:












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Elizabeth Haynes - No Canto Mais Escuro [Opinião]


Sinopse: No Canto mais Escuro é um thriller psicológico soberbo, a história arrepiante de Catherine Bailey, uma jovem independente e bem-sucedida, que se deixa envolver numa relação amorosa abusiva que se vai pervertendo ao ponto de colocar a sua própria vida em risco. Num jogo psicológico extremamente artificioso e doentio, Lee Brightman, um homem lindo e carismático, vai seduzindo e dominando Catherine. Com uma estrutura narrativa inteligente, a autora dá-nos a conhecer o antes e o depois, a forma como uma relação deste tipo pode transformar uma mulher alegre e confiante numa mulher destroçada, subjugada por um medo constante.

Opinião: Aterrador. É o que me apraz dizer do romance de estreia, e diga-se muito bem conseguido, de Elizabeth Haynes.
A autora recorre a uma situação tão comum que é conhecer alguém especial e sentir aquela magia quando nos apaixonamos embora explore o reverso da medalha. Infelizmente ainda hoje, há homens que aparentemente encantadores, exercem alguma pressão psicológica sobre as mulheres, por isso este mote tão real conferiu uma profundidade à narrativa, fazendo com que o livro me viciasse e arrebatasse por completo.

De início confesso que estava a achar a estrutura desorganizada, incidindo em relatos meramente aleatórios sem que me apercebesse da ligação dos mesmos. Não obstante, a autora opta por, posteriormente, manter uma linha cronológica coerente nos relatos que alternam entre o final de 2003 e 2007. É notória a regressão da protagonista Cathy: se no início de 2003 se mostrava uma mulher segura e feliz por conhecer Lee Brightman, já em 2007 a personagem mostra-se moldada por transtornos psicológicos que condicionam a sua vida. Tal como se tratassem de duas personagens diferentes, no entanto e infelizmente, a mesma.

A narrativa torna-se muito intensa à medida que o leitor folheia as páginas. O que à partida sugeria uma relação amorosa saudável, com muita paixão e sexo mas com alguns segredos e omissões, torna-se uma catadupa de constantes controlos por parte de Lee. Infelizmente, Cathy cega e até algo submissa, não se revolta contra os primeiros indícios de violência psicológica a que é submetida, abrindo um precedente para o que aí viria. 
É um livro que achei, em linhas gerais, algo semelhante a um dos meus preferidos, o Continua Desaparecida de Chevy Stevens. É como digo, um livro muito intenso, com algumas passagens que me custaram a digerir pois sinceramente não consigo conceber a ideia de um amor assim tão obsessivo que leve a cometer as maiores atrocidades a quem se ama. É bastante explícito, recorrendo a altos níveis de violência o que me angustiou profundamente. 

Posso dizer-vos que li este livro num dia e sempre que o pousava, tentava abstrair-me do que tinha lido pois não conseguia, pura e simplesmente, acarretar com a carga tão pesada. Literalmente sofri com a Cathy. No entanto, por mais contraditório que possa soar, voltava a pegar no mesmo, com uma mórbida curiosidade do que estava para vir.
Nem sou de falar sobre os livros que leio e quando o faço limito-me a omitir eventuais spoilers mas ontem quando o meu marido chegou a casa, desbobinei-lhe a história toda ao que ele comentou: "A falar tão sofregamente do livro, estou a ver que te marcou". E é verdade... marcou-me muito. A convicção e honestidade cruéis no tratamento do tema são de facto, inegáveis.

É como digo, um livro que é pautado por alguma morosidade e creio que este factor vai gerar opiniões adversas. Volto a mencionar o longo arranque da história que acompanha atentamente o novo modo de vida de Cathy e em simultâneo, toda uma fase de enamoramento que prepara o leitor para o inferno que se seguirá.
Acuso de igual modo as explicações dos mecanismos psicológicos que desencadeiam compulsões obsessivas e traumas fortíssimos que acarretam lesões quase permanentes na sanidade mental. Eu, que sempre me senti fascinada pela área da Psicologia, gostei bastante desta desmistificação de como lidar com o medo embora depreendo que para alguns leitores não trará o mesmo interesse.

Assim, finda esta leitura, não tive dúvidas em dar a cotação máxima no Goodreads, 5 estrelas. No Canto Mais Escuro é um thriller psicológico excepcional, cuja história não me sairá da cabeça durante uns bons tempos...

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Passatempo Editorial Presença: Elizabeth Haynes - No Canto Mais Escuro [Resultado]


Com a preciosa colaboração da editora Editorial Presença, a menina dos policiais tinha um exemplar deste livro, No Canto Mais Escuro de Elizabeth Haynes, para oferecer. Desde já agradeço à editora e aos participantes que contribuíram para o sucesso deste passatempo. Com 183 participações, das quais 181 válidas, as respostas correctas eram:

1. Qual o nome do personagem que pretende seduzir a protagonista? Lee Brightman
2. Que prémios internacionais recebeu a obra "No Canto mais Escuro"? Amazon Best Book of the Year 2011 e Amazon Rising Stars 2011
3. Qual é a profissão da autora Elizabeth Haynes? Analista dos Serviços Secretos da Polícia Britânica
4. Qual o número deste livro na Colecção "Minutos Contados"? 37

E após um sorteio no random.org, o vencedor é:

60 - Jorge Martins (Castelo Paiva)

Parabéns ao vencedor!!! A todos os que tentaram mas não conseguiram, não desistam pois terei o maior prazer em fazer estes passatempos! Boa sorte e boas leituras para todos! 

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Charlaine Harris - Dívida de Sangue [Opinião]


Sinopse: Sookie Stackhouse está numa maré de azar: primeiro o seu colega de trabalho é morto e ninguém se parece preocupar; depois, é atacada por uma criatura que a infecta com um veneno doloroso e mortal. Tudo se complica quando Bill nada consegue fazer e pede a ajuda de Eric para lhe salvar a vida. A questão é que agora ela está em dívida para com Eric - um vampiro deslumbrante mas tão belo quanto perigoso. E quando ele lhe pede um favor em troca, ela tem que aceder.
De repente, Sookie está em Dallas a usar os seus poderes telepáticos para encontrar um vampiro. A sua condição é que os humanos não devem ser magoados. Mas a promessa de os vampiros se manterem na ordem é mais fácil de dizer do que de cumprir. Basta uma bela rapariga e um pequeno deslize para que tudo comece a correr mal…
Entretanto, também Eric tem os seus próprios segredos...

Opinião: Estreou dia 16 de Junho, nos Estados Unidos, a sexta temporada da série Sangue Fresco. Visto que sou fã da adaptação televisiva, rapidamente se instalou a curiosidade em ler os livros que deram origem. Ainda este ano li o primeiro, Sangue Fresco e como gostei, não hesitei em ler este Dívida de Sangue, o segundo livro da saga protagonizada por Sookie Stackhouse.

Ao contrário do que eu pensava, o livro mantém algumas linhas gerais do que foi a segunda temporada da série. Volto a salientar, apenas algumas linhas gerais, uma vez que o dito colega de trabalho morto, é nada mais nada menos que Lafayette. Teve uma participação limitada no primeiro livro e vê assim marcado o seu final nestes porque indiscutivelmente o negro homossexual é uma das personagens mais carismáticas da série.
Inicialmente é tudo que sabemos e durante a maior parte do livro, a trama afasta-se da resolução do crime para enfatizar o culto religioso de extrema direita de Steve Newlin na Sociedade do Sol e cujos contornos são algo semelhantes ao da série.

Por ter gostado de Sangue Fresco, estava com algumas expectativas no segundo volume da série. No entanto, confesso que não apreciei tanto como gostaria. Esta minha "desilusão" prende-se talvez por gostar demasiado da série e projectar estes sentimentos para os livros.
Até porque reconheço que ao comparar Dívida de Sangue a Sangue Fresco, este segundo volume é mais intenso e conta com mais acção: a Sookie mete-se em mais alhadas e como tal, são muitas as provações perigosas a que se submete mas mais uma vez, a telepata mostra estar conivente com os vampiros.

A autora tenta desmistificar um rol de criaturas sobrenaturais e o que inicialmente era uma sociedade de vampiros que coexistem com humanos, transforma-se numa salganhada de metamorfos, lobisomens, fadas... you name it! Por haver tanta coisa diferente, o leitor acaba por estar mais confuso com o papel de cada uma destas criaturas, aguçando para o volume seguinte, na expectativa de ver satisfeita esta curiosidade para com as personagens do fantástico. Além disso, adoro a relação envolvente da Sookie com o vampiro Bill e que devo dizer que está bastante apimentada. Ainda que pouco explícitas, as cenas de sexo existem em maior número que no livro anterior e o leitor tem direito ainda a uma orgia no final.

Através da narrativa sobre a perspectiva de Sookie, o leitor continua a ter acesso aos pensamentos íntimos da criada de mesa do Merlotte´s. Alguns diálogos ou pensamentos estão dotados de humor, tornando esta leitura bastante ligeira e até algo engraçada. O livro tem cerca de 230 páginas, na minha opinião poucas, o que influencia a rápida leitura do mesmo.

Dívida de Sangue é sem dúvida um livro descontraído apesar do suspense que promete, suscitado em prol da morte de Lafayette. Contudo, o mistério não é o alvo pois claramente a saga pertence a um género fantástico.
Apesar de ter sido uma leitura que não me tenha enchido as medidas por completo, tenho na estante até ao volume 6 da série e como tal, ainda irei ler mais uns quantos da série com esperanças que a saga em formato literário me cative mais do que a adaptação televisiva.