Jonathan Santlofer é um autor já recorrente na colecção Minutos Contados, da Editorial Presença, e embora este seja o terceiro livro publicado em português, foi a minha estreia nas obras do referido autor.
O protagonista da trama é Nate Rodriguez, um desenhador da polícia, cujos esboços auxiliam na investigação criminal. Ele está a trabalhar numa reconstituição facial de uma caveira não identificada quando é chamado a participar na equipa que está a investigar uma série de crimes estranhos e suicídios. Ele namora com uma detective de homicídios chamada Terri Russo, e sinceramente achei que ler sobre a relação dos dois é simplesmente fantástico. Embora sejam personagens bastante diferentes, o leitor facilmente simpatiza com ambos e sente que há ali um companheirismo e uma grande cumplicidade entre ambos apesar dos constantes arrufos entre o casal.
Mas acima de uma teia de relações bem conseguida, o livro, como policial que é, não deixa de conter também alguns surpreendentes homicídios. A medida que estes vão sendo descritos, são simultaneamente enriquecidos com os vários esboços de Rodriguez. E são sobre estes desenhos que vos quero falar.
De facto, o primeiro impacto do livro dá-se através das ilustrações que lá figuram, tornando-o de certa forma um livro diferente e deveras original. Muitas das figuras correspondem ao "filme" que o leitor vai fazendo no seu íntimo. Estas podem corresponder tanto a retratos robot, extremamente reais bem como outras figuras, representativas de variadas situações. Depois o enredo apresenta todos os ingredientes imprescindíveis para um excelente policial: muitas mortes, investigação policial e tecnologia de ponta nos procedimentos forenses e um personagem principal com garra, que se destaca de um punhado de intervenientes bastante interessantes. Achei por exemplo, a personagem do psicoterapeuta bastante credível. Este auxilia Rodriguez na despistagem das suas angústias e dramas pessoais.
O livro encontra-se carregado em suspense, dando que pensar ao leitor como correlacionar todos aqueles homicídios, que aparentemente são isolados. A história é relativamente complexa, as personagens são interessantes, e de certa forma, bem reais. Gostei particularmente da personagem do Rodriguez mas confesso que teria sido interessante se esta fosse mais aprofundada. Apercebi-me que ele tenta a todo o custo, conjugar a investigação e o trabalho forense pelo qual ele é responsável com a procura de soluções dos problemas mal resolvidos com os seus pais. O seu progenitor terá morrido há pouco tempo, em circunstâncias pouco comuns. Provavelmente, o primeiro livro, Anatomia do Medo, esclarece ao detalhe estas questões.
Apesar de tudo, devo dizer que, infelizmente, o livro não me prendeu tanto como gostaria. Não me senti completamente à vontade na história nem conheci profundamente as personagens. a ponto de nutrir sentimentos pelas mesmas (excepção feita com o casal Nate e Terri). Por exemplo, levei o livro todo a perguntar a mim mesma como teria morrido o pai de Rodriguez., pois gostaria de saber os pormenores. Penso que tal sentimento deve-se ao facto de ter lido este livro primeiro do que a Anatomia do Medo, o livro de estreia do autor, também disponível na colecção Minutos Contados. A ideia com que fiquei é que este Caderno da Morte é uma sequela da Anatomia do Medo e como tal, é imprescindível ler os livros por ordem. No entanto reconheço que ler as obras do autor é mais do que ler livros interessantes, é conhecer verdadeiras obras de arte sempre que se aprecia cada um dos desenhos que o livro contém. Por isso não posso deixar de dar os parabéns ao autor, pelo talento (apercebi-me que é Santlofer que também desenha as diversas figuras) em complemento com o enredo que tece.
Desta forma recomendo sim a leitura deste livro, sobretudo devido à especificidade que vos falei. Trata-se de facto, de uma experiência literária única. No entanto há que lê-lo apenas se leu previamente o primeiro livro do autor. Só assim conseguirá desfrutar deste Caderno da Morte na sua plenitude.
Mais informações sobre o livro aqui.
O protagonista da trama é Nate Rodriguez, um desenhador da polícia, cujos esboços auxiliam na investigação criminal. Ele está a trabalhar numa reconstituição facial de uma caveira não identificada quando é chamado a participar na equipa que está a investigar uma série de crimes estranhos e suicídios. Ele namora com uma detective de homicídios chamada Terri Russo, e sinceramente achei que ler sobre a relação dos dois é simplesmente fantástico. Embora sejam personagens bastante diferentes, o leitor facilmente simpatiza com ambos e sente que há ali um companheirismo e uma grande cumplicidade entre ambos apesar dos constantes arrufos entre o casal.
Mas acima de uma teia de relações bem conseguida, o livro, como policial que é, não deixa de conter também alguns surpreendentes homicídios. A medida que estes vão sendo descritos, são simultaneamente enriquecidos com os vários esboços de Rodriguez. E são sobre estes desenhos que vos quero falar.
De facto, o primeiro impacto do livro dá-se através das ilustrações que lá figuram, tornando-o de certa forma um livro diferente e deveras original. Muitas das figuras correspondem ao "filme" que o leitor vai fazendo no seu íntimo. Estas podem corresponder tanto a retratos robot, extremamente reais bem como outras figuras, representativas de variadas situações. Depois o enredo apresenta todos os ingredientes imprescindíveis para um excelente policial: muitas mortes, investigação policial e tecnologia de ponta nos procedimentos forenses e um personagem principal com garra, que se destaca de um punhado de intervenientes bastante interessantes. Achei por exemplo, a personagem do psicoterapeuta bastante credível. Este auxilia Rodriguez na despistagem das suas angústias e dramas pessoais.
O livro encontra-se carregado em suspense, dando que pensar ao leitor como correlacionar todos aqueles homicídios, que aparentemente são isolados. A história é relativamente complexa, as personagens são interessantes, e de certa forma, bem reais. Gostei particularmente da personagem do Rodriguez mas confesso que teria sido interessante se esta fosse mais aprofundada. Apercebi-me que ele tenta a todo o custo, conjugar a investigação e o trabalho forense pelo qual ele é responsável com a procura de soluções dos problemas mal resolvidos com os seus pais. O seu progenitor terá morrido há pouco tempo, em circunstâncias pouco comuns. Provavelmente, o primeiro livro, Anatomia do Medo, esclarece ao detalhe estas questões.
Apesar de tudo, devo dizer que, infelizmente, o livro não me prendeu tanto como gostaria. Não me senti completamente à vontade na história nem conheci profundamente as personagens. a ponto de nutrir sentimentos pelas mesmas (excepção feita com o casal Nate e Terri). Por exemplo, levei o livro todo a perguntar a mim mesma como teria morrido o pai de Rodriguez., pois gostaria de saber os pormenores. Penso que tal sentimento deve-se ao facto de ter lido este livro primeiro do que a Anatomia do Medo, o livro de estreia do autor, também disponível na colecção Minutos Contados. A ideia com que fiquei é que este Caderno da Morte é uma sequela da Anatomia do Medo e como tal, é imprescindível ler os livros por ordem. No entanto reconheço que ler as obras do autor é mais do que ler livros interessantes, é conhecer verdadeiras obras de arte sempre que se aprecia cada um dos desenhos que o livro contém. Por isso não posso deixar de dar os parabéns ao autor, pelo talento (apercebi-me que é Santlofer que também desenha as diversas figuras) em complemento com o enredo que tece.
Desta forma recomendo sim a leitura deste livro, sobretudo devido à especificidade que vos falei. Trata-se de facto, de uma experiência literária única. No entanto há que lê-lo apenas se leu previamente o primeiro livro do autor. Só assim conseguirá desfrutar deste Caderno da Morte na sua plenitude.
Mais informações sobre o livro aqui.
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