Sinopse: A família Sinclair parece perfeita. Ninguém falha, levanta a voz ou cai no ridículo. Os Sinclair são atléticos, atraentes e felizes. A sua fortuna é antiga. Os seus verões são passados numa ilha privada, onde se reúnem todos os anos sem exceção. É sob o encantamento da ilha que Cadence, a mais jovem herdeira da fortuna familiar, comete um erro: apaixona-se desesperadamente.
Cadence é brilhante, mas secretamente frágil e atormentada. Gat é determinado, mas abertamente impetuoso e inconveniente. A relação de ambos põe em causa as rígidas normas do clã. E isso simplesmente não pode acontecer. Os Sinclair parecem ter tudo. E têm, de facto. Têm segredos. Escondem tragédias. Vivem mentiras. E a maior de todas as mentiras é tão intolerável que não pode ser revelada. Nem mesmo a si.
Opinião: Confesso que este livro me passou ao lado e só me despertou curiosidade quando recentemente ouvi falar muito bem da história.
Não é um policial nem tão pouco um thriller mas contém uma pontinha de mistério, ingrediente que aprecio muito na literatura, como sabem. É certo que durante a leitura das primeiras páginas de Quando Éramos Mentirosos, fiquei intrigada com o que iria suceder-se nas páginas seguintes. E por ser um livro pequeno de 300 páginas, com uma letra 'grandita', capítulos curtos e repleto de diálogos, é um livro de leitura rápida. Eu, por exemplo, li-o apenas num dia.
Nunca constatara até à presente obra, e refiro que também sou pouco experiente no que conta a este género, uma série de contos infantis que se intercalam na trama, protagonizado por um rei e as três filhas funcionando como metáforas para alguns episódios na história.
A narrativa não é mais do que um emaranhado de intrigas familiares, explorando uma paleta de sentimentos. Penso que é consensual afirmar-se que a obra sobre esta vertente. Ainda que as personagens principais sejam adolescentes, é dada muita relevância aos típicos sentimentos de curiosidade sobre sexo, o primeiro amor e inseguranças, percepções altamente palpáveis ainda que eu tenha já ultrapassado essa fase. Além disso, é explanada uma relação entre uma família algo disfuncional: um pai manipulador, um avô preocupado com heranças e um seio familiar de aparências, em concordância com a riqueza da família. A família Sinclair é bem abonada e os primos usufruem de uma ilha privada.
No entanto e na minha opinião, o dinheiro não compra a felicidade...
No entanto e na minha opinião, o dinheiro não compra a felicidade...
As personagens são de difícil interpretação uma vez que os primos são apelidados de mentirosos. Portanto o leitor desconhece se os factos narrados sobre as mesmas serão de facto verdadeiros. Um efeito intensificado para Cadence, a narradora, uma vez que esta sofreu um acidente que terá deixado mazelas: uma amnésia e uma incansável busca pelas suas recordações. Portanto, as informações por ela narradas podem nem ser fidedignas e estão no limbo entre o real e o que ela poderá ter imaginado. Não há como discernir os factos, no entanto, estes acabam por formar um crescendo de emoções que culminam num final inesperado. Confesso que estive atenta a um pormenor em particular (e nem sequer vou abordar o mesmo, chegariam à conclusão num piscar de olhos) e suspeitei de algo que se confirmou. Não esperava é que aquilo fosse apenas uma parte do que ali viria e que me deixou assoberbada.
Quando Éramos Mentirosos é indubitavelmente um livro diferente do que li até hoje. Não só pela história e a forma como esta é narrada mas como o inicial tom juvenil que nos é apresentado rapidamente assume proporções mais sombrias à medida que nos aproximamos de um final deveras intenso. Não conhecia a autora, contudo, considero que a escrita de E. Lockhart é simples, fluída e convidativa a ler mais um capítulo.
Em suma, um livro leve embora com um trágico, emocionante e até algo insano desfecho que se lê avidamente. Não leio muitos livros deste género denominado Young-Adult (será?) mas dei o meu tempo por bem empregue na leitura de Quando Éramos Mentirosos. Gostei.
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