Sinopse: AQUI
Opinião: Ultimamente tem sido veiculada pela imprensa a execução do jornalista James Foley por fundamentalistas islâmicos e sempre que oiço a notícia não consigo deixar de associar esse facto a muitos dos acontecimentos que li no livro antecessor, A Lei do Deserto, por ser uma história alicerçada no ortodoxismo muçulmano.
Antes de ler Vingança de Sangue verifiquei que este não se encontra tão bem cotado no Goodreads como alguns dos títulos que tenho lido. Sem querer adiantar uma explicação para tal, talvez arrisque nas doses generosas de violência evidenciadas na trama.
Eu pessoalmente sou apreciadora do subgénero gore no cinema, bem como das extensas descrições de crimes na literatura, pelo que já me deparei várias vezes com essa realidade, reagindo já com alguma indiferença a descrições que, regra geral, são chocantes para a maioria dos leitores.
Até ler Vingança de Sangue, tão poucos livros me deixaram tão impressionada como a presente obra. Contudo, já no livro A Lei do Deserto fiquei incrédula com o conteúdo violento de determinadas passagens, em Vingança de Sangue o role de violações e torturas deixou-me absolutamente aterrada.
Penso que os leitores, no decorrer desta leitura, ficarão tão abismados como eu, mesmo aqueles que lidam relativamente bem com relatos deste cariz, mesmo sabendo de antemão que os mesmos são fictícios.
O início do livro é muito idílico e aparentemente contraditório com a sinopse, a qual relata uma morte macabra, a de Hazel (que na obra anterior, A Lei do Deserto, vivera uma bela história de amor, embora com contornos trágicos). Por momentos quis acreditar que a sinopse estava a induzir-me em erro e que Hazel daria à luz a sua menina e viveria feliz com Hector, mas o pior confirma-se.
Embora todo o livro esteja repleto de acção existem passagens mais morosas que se prendem com o relato do passado de Henry Bannock, o marido de Hazel. Curiosamente foi essa analepse que mais me prendeu na leitura desta obra. O autor mergulha no passado desse personagem, narrando-o munido de pormenores chocantes (em conformidade com o que tínhamos lido anteriormente), dando a sensação de ser uma história dentro da história principal.
Ainda que o autor dê algumas nuances sobre a história de A Lei do Deserto, creio que seja imperativa a leitura prévia desta obra antes de avançar para Vingança de Sangue.
No seguimento de A Lei do Deserto será consensual afirmar que o autor foi mais arrojado no presente livro, pois pela natureza dos seus relatos é impensável ficar-se indiferente à história e aos rituais macabros que se tornam mais tétricos a cada pagina folheada.
Consta que esta série protagonizada por Hector Cross não é o seu melhor trabalho, mas que me impressionou, lá isso impressionou. Admiro a audácia do autor que vai mais além nas descrições das cenas mais violentas e gráficas, bem como o tom pungente com que estas são dotadas. Gostei pois da forma como esses momentos tão tenebrosos são entrelaçados com os mais ternos, protagonizados por Cross.
Por conseguinte, fiquei rendida ao autor e a esta série em particular. Finda a leitura de Vingança de Sangue, suponho que há material suficiente para continuar as aventuras de Cross e eu torço para que assim seja!
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Anteriormente publicado
Opinião AQUI
UK Times?!?!?!
ResponderEliminarNão percebi o seu comentário.
EliminarAcabei de o ler esta semana. A descrição dos actos horrendos de Carl e Johnny mexe com qualquer pessoa que tenha o minímo de humanidade. Hector Cross: gosto e não gosto. Personagem demasiado "límpida" para o meu gosto pessoal. Se me pedirem para classificar o livro nem sei como o fazer. Há coisas que gosto, outras que não gosto mas a verdade é que não consegui parar de o ler e acho que isso abona muito a favor dele.
ResponderEliminarMexe, mexe... ainda me lembro muito bem de estar no comboio e ficar chocada com algumas coisas do livro. Ainda não li o novo protagonizado pelo Hector mas eu até que gosto desta série ;) Beijinho e boas leituras!
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