Sinopse: Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.
Opinião: Já revelei aqui no blogue que ando rendida às distopias. Já não lia nada do género há algum tempo e o recente lançamento do último livro desta saga intitulada O Jardim Químico, foi impulsionador para que enveredasse por esta leitura.
Confesso que me fez alguma confusão o conceito motriz destes livros e que se baseia numa esperança média de vida muito diminuta comparativamente aos dias de hoje. Pessoalmente, relaciono a longevidade com o avanço da tecnologia e parto do princípio que esta será mais longa no futuro e não o contrário. Mas claro, as distopias funcionam quase sempre no worst case scenario...
Um outro conceito que estranhei foi a poligamia. Em primeira análise, a sociedade que nos é retratada em Raptada não difere da sociedade egípcia em que o faraó tinha uma série de esposas, relacionando-se todos de uma forma harmoniosa. Senti-me como se tivesse regredido cinco ou seis mil anos atrás, embora o ambiente seja complementado com muitos elementos futuristas. Muitas das uniões são involuntárias e o caso mais flagrante é o da protagonista Rhine, que foi raptada para se poder casar com um governador. A sociedade não é mais do que dois estratos, os ricos e os pobres. Os ricos que nos dão a conhecer neste primeiro volume, estão isolados durante praticamente a narrativa toda, embora haja uma percepção sólida de como funciona esta sociedade aos olhos de Lauren DeStefano.
Um outro factor que me agradou particularmente foi a forma como esta
história se centra na protagonista. Bem, diria que a trama se foca maioritariamente na união Cecily/Jenna/Rhine/Linden e eventualmente no governador Vaughn e serventia da mansão. Normalmente no género distópico,
toda uma sociedade contrastante com a dos dias de hoje é acentuada e tem igual importância que um casal protagonista. Na presente obra, porém, não creio que isso aconteça.
Todos os acontecimentos de uma vida são experienciados numa fase muito precoce. Falo sobretudo do casamento e da maternidade. E tal facto acontece porque a esperança média de vida é bastante curta sendo de vinte anos para a mulher e vinte e cinco para o homem. Gostei do ambiente onde a história se insere, dotado de requintes decorativos dentro da mansão. Fora da mesma, os elementos arquitectónicos futuristas adequam-se à história.
Agora que findei a leitura, creio que estas abordagens fora do comum foram determinantes por ter gostado desta leitura. Além disso esta distopia, a meu ver, abarca uma série de subgéneros. Ora apresenta um súbtil mistério, tem imensa acção e até um romance, apelando a uma reflexão sobre esta sociedade.
Tendo já os dois outros volumes na estante, sinto-me algo expectante em iniciar a leitura das mesmas.
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