domingo, 19 de janeiro de 2014

Robison Wells - A Floresta Mecânica [Opinião]


Sinopse: Benson Fisher pensou que uma bolsa para frequentar a Academia Maxfield seria o seu passaporte para uma vida com futuro. Estava enganado. Agora, vive num colégio cercado por uma vedação de arame farpado. Um colégio onde câmaras de vigilância monitorizam todos os seus movimentos. Onde não há adultos. Onde os alunos se dividiram em grupos para sobreviver. Onde a punição por violar as regras é a morte. Mas, quando descobre, por acidente, o verdadeiro segredo do colégio, Benson percebe que cumprir as regras poderá trazer-lhe um destino pior do que a morte, e que a fuga - a sua única esperança de sobrevivência - talvez seja uma missão impossível.

Opinião: Estou rendida ao género da Distopia! Foi com um livro da Planeta que me tornei fã (falo de Destinos Interrompidos de Lissa Price) e este livro veio a confirmar que o Fantástico é um género literário a ter em conta.
A Floresta Mecânica é uma história pouco realista, diria até com contornos de sci-fi, que me prendeu desde a primeira página. Finda a leitura, tenho pena de não estar publicado o segundo volume desta trilogia, Variant, pois a presente obra termina abruptamente, apontando para o desenvolvimento da história em livros posteriores.
A capa, na minha opinião, é sombria e ao mesmo tempo deslumbrante. Para mim, supera a capa original do livro!

O cenário d´A Floresta Mecância cinge-se à escola que funciona nos moldes do Big Brother. A escola é envolvida por uma densa floresta que encerra vários mistérios, desmotivando os alunos de fugir da academia. Estes, constantemente monitorizados, dispensam do supervisionamento por parte dos adultos, subdividindo-se em grupos com atribuição específica de tarefas. Acaba por ser assim, uma sociedade pouco volátil, que se rege pela pressão e medo, funcionando à base de recompensas e punições. Portanto, uma escola que prescinde de adultos, tem obrigatoriamente como personagens, jovens. Embora não seja completamente original uma sociedade distópica que se divide em grupos consoante as tarefas, penso que o elemento mais cativante é sem dúvida o ambiente restrito e quase claustrofóbico que se faz sentir. 

Um conceito bastante interessante com os quais os estudantes se irão identificar. Este é claramente um livro juvenil, de fácil e rápida leitura dados os acontecimentos inesperados que ocorrem na Academia. Considero-o isento de violência gráfica, o que não implica que hajam algumas mortes, presumidamente homícidios.

Gostei da personagem principal Benson, um rapaz de 17 anos que já estivera noutros colégios e não consegue integrar-se na Academia Maxfield. Wells mantém a forma como a história é narrada, similar a outras distopias, e fá-lo na primeira pessoa, através de Benson. Como já tive oportunidade de afirmar anteriormente, é a melhor forma de "puxar" o leitor para a história, e no caso específico das distopias, resulta melhor ainda, uma vez que se trata de uma realidade criada pelo autor e que o leitor desconhece por completo.
Assim que Benson descobre o segredo por detrás de Maxfield, ele fez alguns inimigos e pouquíssimos aliados. E assim surge o conselho que ilustra a capa: Não confie em ninguém. Benson cresceu sem família e foi adoptado diversas vezes, daí que esteja habituado a estar sozinho. E Wells recriou na perfeição um sentimento de verdadeiro isolamento em Benson e o terror de ficar sozinho.
Benson e Jane afunilam a sua relação e tudo indica que esta converge para o romance. No entanto, e para mim foi a principal surpresa, como esta caiu por terra.

Fiquei muito agradada por saber que Robison Wells é na realidade, irmão de Dan Wells, o autor da trilogia protagonizada pelo jovem psicopata John Cleaver. Lembram-se dele? Histórias completamente diferentes mas com um aspecto em comum: o talento e a extraordinária capacidade de recriarem personagens e ambientes diferentes no género do Fantástico (ora Dan relaciona-se mais com o sobrenatural e Robison com a distopia).

Imprevisível, com muita acção e extremamente enigmático, A Floresta Mecânica foi uma distopia que me deixou rendida, uma vez mais. Anseio por ler mais obras do género e em particular, a restante trilogia Variant. Fiquei fã!

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