Sinopse: AQUI
Opinião: Antes da publicação deste título em Portugal ouvi previamente o audiobook e devo dizer que fiquei profundamente chocada com a trama. Confesso que ler sobre True Crime me arrepia apesar de ser apaixonada pelo género policial. É como se a palavra ficção me trouxesse algum conforto na hora de abordar a narrativa de um crime. Ler uma obra de não ficção acaba por se assemelhar a um soco no estômago. No meu íntimo, acabo por pensar na trama policial como mera ficção, o que, obviamente, não é de todo verdade.
O meu fascínio pela criminologia já me levou a ler textos relacionados com serial killers conhecidos como o Jeffrey Dahmer, Ted Bundy ou o Zodiac. Desconhecia de todo este Golden State Killer - nome atribuído pela autora devido às áreas de actuação - um psicopata que começou por ser um violador em série cujo modo de actuação rapidamente escala para o homicídio.
Após uma estrondosa introdução de Gillian Flynn, a obra começa por reunir os primeiros casos deste homicida. Fiquei uma vez mais chocada com a exposição dos factos, sem quaisquer floreados. Diria até que os testemunhos e os vários casos são relatados com enorme grau de pormenorização. Consegui idealizar tudo até ao ínfimo detalhe: o modus operandi deste indivíduo e, acima de tudo, o estado dos cadáveres quando encontrados. Não é um livro fácil de ser lido sobretudo se pensarmos que tudo o que é descrito aconteceu na realidade.
Outro factor que me deixou impressionada foi a forma como Michelle McNamara morreu. Ao que pude apurar, as várias insónias devidas à compilação dos dados alusivos ao Golden State Killer e posterior escrita deste livro (que saliento ter sido publicado postumamente), conduziram a complicações cardíacas devidas à excessiva medicação. Desconheço se o seu contributo ajudou na captura do serial killer vários anos volvidos sobre a concretização dos homicídios, mas aqui fica um excelente documento de jornalismo de investigação: a exposição minuciosa dos vários casos, as pistas da autora e a actualização das técnicas forenses ao longo dos últimos tempos poderão, à priori, ser considerados componentes de uma leitura maçadora mas afianço-vos que o livro é cativante.
Não é de crime que vive este livro: há um capítulo, em particular, que me tocou. Michelle descreve a sua relação com a mãe, levando-me, inevitavelmente, a pensar na minha e no nosso relacionamento.
Ainda sou imberbe no que concerne à literatura de não ficção, é certo, mas pelos motivos anteriormente mencionados, não tive como não me render a este livro tão peculiar. Gostei muito!
Esta é a versão portuguesa que tenciono comprar pois ambiciono estender a minha biblioteca ao género de não ficção criminal:
Olá Vera,
ResponderEliminarQue leitura bem difícil, parece-me. Mas deve ser bem interessante ler. Para quem gosta do tema. Acho que vou comprar.
Um beijinho