Colleen McCullough é já uma consagrada autora de romances, entre os quais consta o seu best seller Pássaros Feridos. No entanto a autora envereda por outros géneros como o romance histórico (incidindo sobre a história de Roma Antiga) e no policial através de uma saga protagonizada por Carmine Delmonico.
Estamos em 1968 e Maggie Drummond é brutalmente violada. Apesar dos avisos de Didus ineptus (o primeiro nome do extinto Dodo, autodenominação do violador), Maggie apresenta queixa à polícia, o que altera o esquema do Dodo e este irá silenciar as suas vítimas doravante...
Nos capítulos iniciais, é introduzido um número esmagador de personagens. Este é o terceiro livro de Carmine Delmonico e nem sei se estas terão tido um papel importante em Um Passo à Frente e o Dia de Todos os Pecados (pelo menos as entidades policiais deduzo que sim). No entanto, julgo que a apresentação das personagens foi muito impetuosa (eu pessoalmente teria feito de uma forma mais faseada).
Pela forma como o enredo está organizado, nunca senti que este será um policial de época (passado nos finais dos anos 60). A acção parece ser contemporânea até porque aborda aspectos ainda preocupantes na sociedade actual: um violador em série não é muito comum mas que pode acontecer, sim lá isso pode.
Além deste pormenor, existe outros crimes: um rapto, a descoberta de armas numa escola e vários actos de vandalismo são frequentemente usados, quer-me fazer parecer, para desviar as atenções do violador. Penso que é um prisma bastante interessante: a autora aufere um grau de multiplicidade do crime que se ordena em vários graus de gravidade.
A autora mergulha o leitor no cenário da investigação destas ocorrências, tendo sempre como pano de fundo, os dramas pessoais de Carmine, Desdemona e um policia chamado Morty.
O capitão Carmine Delmonico (quando li este nome pela primeira vez achei que fosse uma mulher) tem alguns problemas familiares. Só me apercebi dos dramas da sua esposa Desdemona que é uma recém mamã mas algo me diz que o seu background consta de dificuldades acrescidas. Terei que ler os anteriores para confirmar as minhas suspeitas. E a minha dúvida é: como terá sido a relação de Ava e Morty até este livro?
A autora enfatiza estes dramas pessoais a ponto de tornar o enredo igualmente preocupado com o realismo das personagens. No fundo, nós sentimo-las como pessoas próximas de nós, com os problemas comuns, acrescentando o clima de insegurança sentido pelas mulheres face às ameaças do Dodo. Quanto a muitas outras personagens, a autora aufere-lhes um carácter bastante duvidoso, ainda que estas pertençam ao mundo policial.
A cena inicial da violação foi bastante gráfica e chocou-me muito. Aliás, muitas das passagens são verdadeiramente angustiantes mas McCullough ameniza actos de violência através da sua escrita bastante fluída, tornando o livro de fácil leitura apesar de abordar uma temática que é bastante constrangedora.
Nunca houve muitos suspeitos que pudessem vestir a pele do Dodo por isso, não constituiu grande surpresa para mim, quando este foi devidamente identificado, embora embebido num clima de suspense e muita adrenalina. No entanto, penso que pela forma como termina, as tramas de Delmonico, podem ser extensíveis a mais livros e igualmente emocionantes.
É um livro que recomendo sem reservas. Surpreendeu-me agradavelmente por abordar um enredo muito mais rico do que consta na sinopse.
Pode ler-se independentemente de não se ter lido Um Passo à Frente e O Dia de Todos os Pecados (até porque estes, publicados pela extinta Difel, são livros extremamente difíceis de se encontrar). A dificuldade irá residir, pois claro, na restrição de conhecimento das personagens principais. O certo é que irei ler estes quanto antes!
Não deixo de felicitar a editora Bertrand pela edição dos livros da autora, a avaliar por Crueldade a Nu, Colleen McCullough será uma referência que irei acompanhar, sem qualquer dúvida!
Estamos em 1968 e Maggie Drummond é brutalmente violada. Apesar dos avisos de Didus ineptus (o primeiro nome do extinto Dodo, autodenominação do violador), Maggie apresenta queixa à polícia, o que altera o esquema do Dodo e este irá silenciar as suas vítimas doravante...
Nos capítulos iniciais, é introduzido um número esmagador de personagens. Este é o terceiro livro de Carmine Delmonico e nem sei se estas terão tido um papel importante em Um Passo à Frente e o Dia de Todos os Pecados (pelo menos as entidades policiais deduzo que sim). No entanto, julgo que a apresentação das personagens foi muito impetuosa (eu pessoalmente teria feito de uma forma mais faseada).
Pela forma como o enredo está organizado, nunca senti que este será um policial de época (passado nos finais dos anos 60). A acção parece ser contemporânea até porque aborda aspectos ainda preocupantes na sociedade actual: um violador em série não é muito comum mas que pode acontecer, sim lá isso pode.
Além deste pormenor, existe outros crimes: um rapto, a descoberta de armas numa escola e vários actos de vandalismo são frequentemente usados, quer-me fazer parecer, para desviar as atenções do violador. Penso que é um prisma bastante interessante: a autora aufere um grau de multiplicidade do crime que se ordena em vários graus de gravidade.
A autora mergulha o leitor no cenário da investigação destas ocorrências, tendo sempre como pano de fundo, os dramas pessoais de Carmine, Desdemona e um policia chamado Morty.
O capitão Carmine Delmonico (quando li este nome pela primeira vez achei que fosse uma mulher) tem alguns problemas familiares. Só me apercebi dos dramas da sua esposa Desdemona que é uma recém mamã mas algo me diz que o seu background consta de dificuldades acrescidas. Terei que ler os anteriores para confirmar as minhas suspeitas. E a minha dúvida é: como terá sido a relação de Ava e Morty até este livro?
A autora enfatiza estes dramas pessoais a ponto de tornar o enredo igualmente preocupado com o realismo das personagens. No fundo, nós sentimo-las como pessoas próximas de nós, com os problemas comuns, acrescentando o clima de insegurança sentido pelas mulheres face às ameaças do Dodo. Quanto a muitas outras personagens, a autora aufere-lhes um carácter bastante duvidoso, ainda que estas pertençam ao mundo policial.
A cena inicial da violação foi bastante gráfica e chocou-me muito. Aliás, muitas das passagens são verdadeiramente angustiantes mas McCullough ameniza actos de violência através da sua escrita bastante fluída, tornando o livro de fácil leitura apesar de abordar uma temática que é bastante constrangedora.
Nunca houve muitos suspeitos que pudessem vestir a pele do Dodo por isso, não constituiu grande surpresa para mim, quando este foi devidamente identificado, embora embebido num clima de suspense e muita adrenalina. No entanto, penso que pela forma como termina, as tramas de Delmonico, podem ser extensíveis a mais livros e igualmente emocionantes.
É um livro que recomendo sem reservas. Surpreendeu-me agradavelmente por abordar um enredo muito mais rico do que consta na sinopse.
Pode ler-se independentemente de não se ter lido Um Passo à Frente e O Dia de Todos os Pecados (até porque estes, publicados pela extinta Difel, são livros extremamente difíceis de se encontrar). A dificuldade irá residir, pois claro, na restrição de conhecimento das personagens principais. O certo é que irei ler estes quanto antes!
Não deixo de felicitar a editora Bertrand pela edição dos livros da autora, a avaliar por Crueldade a Nu, Colleen McCullough será uma referência que irei acompanhar, sem qualquer dúvida!
Sabes onde posso comprar um livro deste aqui no Brasil?
ResponderEliminarEstou procurando em todos os lugares, mas não encontro.
Só encontrei em lojas que vendem a euro. E esta muuuito caro! :(
Olá Joyce, não sei... infelizmente nunca fui ao Brasil :( Espero que consigas encontrá-lo a um bom preço. Beijinhos
EliminarQue triste :(
EliminarSabes se existe alguma forma de eu comprar no teu país e pedir para entregarem aqui no Brasil?
Sei que talvez saia meio caro, mas estou MUITO interessada mesmo nesse livro.
Tenho um amigo aí do Brasil que costuma comprar livros daqui através da wook. Por vezes esta livraria online faz campanhas de portes de envio grátis. Vê aqui: http://www.wook.pt/ficha/crueldade-a-nu/a/id/12944932
EliminarEspero ter conseguido ajudar. Beijinhos