Os Amantes é o mais recente livro a integrar a colecção Alta Tensão da Porto Editora, exclusivamente dedicada ao género policial e thriller. Ao iniciar a minha leitura deste livro, constatei no Goodreads que este é o oitavo de uma saga protagonizada por Charlie Parker.
Para os mais curiosos, o primeiro está publicado sob o título de O Viajante Assassino, no entanto, sob a chancela da Presença.
Charlie Parker perdeu a licença e a arma como detective particular (provavelmente consequência de acções expressas no livro anterior). Assim, ele irá ocupar-se da investigação sobre o suicídio do pai, que terá ocorrido muitos anos anos em circunstâncias um tanto ou quanto estranhas: depois de ter morto um casal de namorados sem que estes, aparentemente, tenham mostrado ameaças.
Este é o mote para um enredo cheio de mistério, acção, simbologia e um toque de sobrenatural.
Embora tenha gostado da personagem principal, Charlie Parker, pensando nela como um justiceiro (afinal de contas ele terá vingado a morte da esposa e filha) sinto que muito me escapou sobre a mesma. Tive necessidade de perceber porquê terem morto a sua família e como fez ele para punir os culpados (do contexto da narrativa, o leitor apercebe-se que isto terá acontecido).
Neste livro é importante a colaboração do antigo amigo do pai de Charlie, Jimmy Gallagher, que será o mensageiro das revelações de Charlie, provavelmente também terá tido algum destaque nas anteriores narrativas.
Connolly constrói desta forma, personagens complexas e enigmáticas mas altamente realistas, reflectindo instintos tão naturais como o desejo de vingança ou sentimentos que circundam a capacidade de perdoar.
No entanto, este livro foca-se na descodificação de segredos mantidos por parte do pai, desencadeando uma série de revelações importantes não só sobre o progenitor de Charlie como também da sua mãe. Pode dizer-se que este livro, neste aspecto, distancia-se do que terão sido os casos anteriores de Charlie Parker, tornando-se pouco importante a leitura prévia dos livros anteriores.
A justificação de um acto tão vil por parte do pai e a quase negligência da mãe são explorados num contexto dramático intenso, num cenário sombrio apropriado de um filme de terror, provando que o passado nem sempre é tão linear quanto se julga.
Embora esta seja uma trama rica em homicídios, o autor utiliza uma linguagem que, embora seja altamente descritiva, não se encaixa dentro do chocante e do gráfico. Todos os pormenores que poderiam ser mais violentos são suavizados.
Dentro do género do thriller, e sendo este o livro com quem me estreei no autor, posso desde já dizer que John Connolly acaba por distinguir-se no género dada esta inclusão pouco vulgar, dos já referidos elementos sobrenaturais. A meu ver, estes os laivos de sobrenatural retiram um pouco do realismo da trama, mas estão muito bem conseguidos, tornando a intriga ainda mais assustadora. A intriga criminal existe e coaduna-se harmoniosamente com a vida pessoal de Charlie e as revelações tecidas sobre ele.
Os Amantes pode ser lido independentemente de se conhecer a prévia obra de Connolly (não interferindo a apreciação do livro) até porque este enredo visa dissecar os segredos do passado do pai de Charlie. No entanto, ao findar esta leitura, gerou-se uma vontade natural em ler os restantes livros do autor. O problema é que estes não estão publicados em português. Esta é, inevitavelmente, a minha maior crítica, mas também um incentivo à Porto Editora para continuar a publicar obras deste autor.
Atenção curiosos pelo sobrenatural, seitas e simbologia, este é o livro ideal para si!
Para os mais curiosos, o primeiro está publicado sob o título de O Viajante Assassino, no entanto, sob a chancela da Presença.
Charlie Parker perdeu a licença e a arma como detective particular (provavelmente consequência de acções expressas no livro anterior). Assim, ele irá ocupar-se da investigação sobre o suicídio do pai, que terá ocorrido muitos anos anos em circunstâncias um tanto ou quanto estranhas: depois de ter morto um casal de namorados sem que estes, aparentemente, tenham mostrado ameaças.
Este é o mote para um enredo cheio de mistério, acção, simbologia e um toque de sobrenatural.
Embora tenha gostado da personagem principal, Charlie Parker, pensando nela como um justiceiro (afinal de contas ele terá vingado a morte da esposa e filha) sinto que muito me escapou sobre a mesma. Tive necessidade de perceber porquê terem morto a sua família e como fez ele para punir os culpados (do contexto da narrativa, o leitor apercebe-se que isto terá acontecido).
Neste livro é importante a colaboração do antigo amigo do pai de Charlie, Jimmy Gallagher, que será o mensageiro das revelações de Charlie, provavelmente também terá tido algum destaque nas anteriores narrativas.
Connolly constrói desta forma, personagens complexas e enigmáticas mas altamente realistas, reflectindo instintos tão naturais como o desejo de vingança ou sentimentos que circundam a capacidade de perdoar.
No entanto, este livro foca-se na descodificação de segredos mantidos por parte do pai, desencadeando uma série de revelações importantes não só sobre o progenitor de Charlie como também da sua mãe. Pode dizer-se que este livro, neste aspecto, distancia-se do que terão sido os casos anteriores de Charlie Parker, tornando-se pouco importante a leitura prévia dos livros anteriores.
A justificação de um acto tão vil por parte do pai e a quase negligência da mãe são explorados num contexto dramático intenso, num cenário sombrio apropriado de um filme de terror, provando que o passado nem sempre é tão linear quanto se julga.
Embora esta seja uma trama rica em homicídios, o autor utiliza uma linguagem que, embora seja altamente descritiva, não se encaixa dentro do chocante e do gráfico. Todos os pormenores que poderiam ser mais violentos são suavizados.
Dentro do género do thriller, e sendo este o livro com quem me estreei no autor, posso desde já dizer que John Connolly acaba por distinguir-se no género dada esta inclusão pouco vulgar, dos já referidos elementos sobrenaturais. A meu ver, estes os laivos de sobrenatural retiram um pouco do realismo da trama, mas estão muito bem conseguidos, tornando a intriga ainda mais assustadora. A intriga criminal existe e coaduna-se harmoniosamente com a vida pessoal de Charlie e as revelações tecidas sobre ele.
Os Amantes pode ser lido independentemente de se conhecer a prévia obra de Connolly (não interferindo a apreciação do livro) até porque este enredo visa dissecar os segredos do passado do pai de Charlie. No entanto, ao findar esta leitura, gerou-se uma vontade natural em ler os restantes livros do autor. O problema é que estes não estão publicados em português. Esta é, inevitavelmente, a minha maior crítica, mas também um incentivo à Porto Editora para continuar a publicar obras deste autor.
Atenção curiosos pelo sobrenatural, seitas e simbologia, este é o livro ideal para si!
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