A recente colecção Sextante TOP aposta na qualidade dos thrillers, estando a destacar-se na literatura do género. Depois de Síndrome E de Franck Thilliez, a Sextante publica Alex do autor francês que desconhecia até hoje, Pierre Lemaître.
Esta é a história tensa de uma mulher extremamente atraente e que é raptada. O detective Camille Verhoeven (o próprio com os seus fantasmas também devido a uma situação de rapto) fica responsável pelo caso. Tudo se complica quando, descoberto o local do sequestro, Alex simplesmente desapareceu.
Esta é a premissa de um livro simplesmente arrebatador. Mas vamos por partes, sim?
O livro estrutura-se em três grandes capítulos: a primeira parte não adianta muito mais do que já vos contei e que consta da sinopse. As coisas mudam a partir da segunda parte e a situação toma contornos nada usuais neste tipo de histórias, tendo um sôfrego culminar (que deixará o leitor a pensar no que aí virá pois aparentemente não há mais história). Pois aí é que se enganam!
A última parte está rica em revelações, daquelas que deixarão de boca aberta. É portanto, o trecho onde impera mais racionalidade embora na linha que o autor nos habituou deste início. Sim, pois Lemaître esmera-se em sordidez e pormenores macabros nas descrições mais violentas de mortes e mutilações, pormenores estes que abundam em todo o livro. Na primeira parte, destaca-se o realismo e crueldade das passagens sobre o cativeiro de Alex, verdadeiramente angustiantes.
Especialmente nesta fase há várias passagens que tornam-se desconfortáveis ao serem lidas.
Dentro de cada parte, os capítulos são curtos, intercalando entre o cativeiro de Alex (e felicito o autor pela autenticidade das cenas, extremamente cruas e violentas) e a vida privada de Verhoeven versus a sua prestação na investigação do caso.
A inclusão de um detective com os seus fantasmas pessoais é quase um cliché mas este Verhoeven acaba por ser especial: apenas com um metro e meio é um homem com uma grande determinação (esta não é de todo proporcional ao seu tamanho...). Destaca-se pela forma como não se deixa abater pela investigação do paradeiro de Alex, tendo em conta a semelhança do sequestro com um com que ele tem más recordações, conduzindo o caso com racionalidade e inteligência.
E a antítese: existe um psicopata. Dos mais perigosos que me lembro nestas lides, não só pela forma como mata como a complexidade dos requintes de malvadez, recorrendo ao uso de ácido sulfúrico (e aqui poderão uma vez mais constatar o nível de violência empregue por Lemaître) e a falta de remorso. Mata e não se arrepende... Uma personagem complexa que nos dá asco, mas que no final do livro os sentimentos sobre esta vão mudar, pois há toda uma análise da história de vida desta mente perturbada, quase desumana, e uma sede de vingança que motiva todos os homicídios brutais que foram ocorrendo na trama.
O desfecho do livro, este cada um interpreta à sua maneira. Não é totalmente claro uma vez que o narrado contraria as hipóteses levantadas por Verhoeven e a sua equipa, mas cada leitor fará a sua leitura e decifrará consoante o que depreendeu no livro. Se é mau? Não! A trama nada deixa por explicar.
Um livro que me chocou genuinamente pelos requintes maquiavélicos não só da personagem como das bárbaras descrições de violência, é uma profunda reflexão sobre a vingança. É dos livros que mais me surpreendeu até hoje, pois não esperava a enorme reviravolta de 180º que ocorreu na segunda parte do livro e a forma como brilhantemente conduziu a uma história tão arrepiante, tão viciante, tão surpreendente...! Um verdadeiro sui generis dentro do thriller, Alex é um dos melhores livros que li até hoje.
Não deixo de recomendar aos leitores com um estômago mais forte, pois como disse a violência é abundante. Como prometeu a Sextante Top, este é um livro que é um verdadeiro punch. Felicito a editora por esta publicação pois Alex é um livro que nunca esquecerei! Uma obra magistral que recomendo!
Esta é a história tensa de uma mulher extremamente atraente e que é raptada. O detective Camille Verhoeven (o próprio com os seus fantasmas também devido a uma situação de rapto) fica responsável pelo caso. Tudo se complica quando, descoberto o local do sequestro, Alex simplesmente desapareceu.
Esta é a premissa de um livro simplesmente arrebatador. Mas vamos por partes, sim?
O livro estrutura-se em três grandes capítulos: a primeira parte não adianta muito mais do que já vos contei e que consta da sinopse. As coisas mudam a partir da segunda parte e a situação toma contornos nada usuais neste tipo de histórias, tendo um sôfrego culminar (que deixará o leitor a pensar no que aí virá pois aparentemente não há mais história). Pois aí é que se enganam!
A última parte está rica em revelações, daquelas que deixarão de boca aberta. É portanto, o trecho onde impera mais racionalidade embora na linha que o autor nos habituou deste início. Sim, pois Lemaître esmera-se em sordidez e pormenores macabros nas descrições mais violentas de mortes e mutilações, pormenores estes que abundam em todo o livro. Na primeira parte, destaca-se o realismo e crueldade das passagens sobre o cativeiro de Alex, verdadeiramente angustiantes.
Especialmente nesta fase há várias passagens que tornam-se desconfortáveis ao serem lidas.
Dentro de cada parte, os capítulos são curtos, intercalando entre o cativeiro de Alex (e felicito o autor pela autenticidade das cenas, extremamente cruas e violentas) e a vida privada de Verhoeven versus a sua prestação na investigação do caso.
A inclusão de um detective com os seus fantasmas pessoais é quase um cliché mas este Verhoeven acaba por ser especial: apenas com um metro e meio é um homem com uma grande determinação (esta não é de todo proporcional ao seu tamanho...). Destaca-se pela forma como não se deixa abater pela investigação do paradeiro de Alex, tendo em conta a semelhança do sequestro com um com que ele tem más recordações, conduzindo o caso com racionalidade e inteligência.
E a antítese: existe um psicopata. Dos mais perigosos que me lembro nestas lides, não só pela forma como mata como a complexidade dos requintes de malvadez, recorrendo ao uso de ácido sulfúrico (e aqui poderão uma vez mais constatar o nível de violência empregue por Lemaître) e a falta de remorso. Mata e não se arrepende... Uma personagem complexa que nos dá asco, mas que no final do livro os sentimentos sobre esta vão mudar, pois há toda uma análise da história de vida desta mente perturbada, quase desumana, e uma sede de vingança que motiva todos os homicídios brutais que foram ocorrendo na trama.
O desfecho do livro, este cada um interpreta à sua maneira. Não é totalmente claro uma vez que o narrado contraria as hipóteses levantadas por Verhoeven e a sua equipa, mas cada leitor fará a sua leitura e decifrará consoante o que depreendeu no livro. Se é mau? Não! A trama nada deixa por explicar.
Um livro que me chocou genuinamente pelos requintes maquiavélicos não só da personagem como das bárbaras descrições de violência, é uma profunda reflexão sobre a vingança. É dos livros que mais me surpreendeu até hoje, pois não esperava a enorme reviravolta de 180º que ocorreu na segunda parte do livro e a forma como brilhantemente conduziu a uma história tão arrepiante, tão viciante, tão surpreendente...! Um verdadeiro sui generis dentro do thriller, Alex é um dos melhores livros que li até hoje.
Não deixo de recomendar aos leitores com um estômago mais forte, pois como disse a violência é abundante. Como prometeu a Sextante Top, este é um livro que é um verdadeiro punch. Felicito a editora por esta publicação pois Alex é um livro que nunca esquecerei! Uma obra magistral que recomendo!
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