segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

R. J. Palacio - Wonder [Opinião]


Reticente sobre se iria gostar de Wonder (afinal de contas, iria sair da minha zona de conforto), li este livro em formato e-book no idioma inglês. Em Portugal foi publicado com o nome Milagre pela ASA.

Este é um livro muito conhecido, pelo menos, tenho visto diversas recomendações do mesmo na blogosfera embora não seja uma novidade.
A história centra-se em August, um menino que nasceu com uma deformação na cara. Como tal, tive alguma dificuldade em imaginar esta personagem. Ele próprio afirma que "é muito pior do que nós imaginemos". Esta criança sempre teve aulas em casa mas precisa de frequentar a escola, agora que tem 11 anos.

Wonder poderia ser um livro que explorasse os dramas banais de uma criança mas não é. Porque August não é uma criança fisicamente normal. Por dentro, é maravilhoso. Sim, é esta a primeira lição de muitas outras que o livro transmite. Não avaliar as pessoas pelo aspecto exterior, o que tanta gente inconscientemente o faz.

De repente, eu com 30s, senti-me pequena junto a esta personagem de apenas 11. Embora o protagonista seja uma criança, este livro não é infantil. Aliás, nem sequer consigo pensar no August como uma personagem pois creio que ele acaba por ser o estereótipo do menino com excesso de peso ou com óculos.

O livro tem imensos ensinamentos propensos a uma reflexão. Eu, que trabalho com crianças, acho que deviam motivar os alunos na escola a ler este livro. 

A obra é de rápida leitura, uma vez que os capítulos são muito curtos. O nível de inglês é bastante acessível. 
O livro divide-se nos testemunhos de August, da sua irmã e, sem querer precisar (já li o livro no ano passado), a amiga da irmã Miranda e um amigo do protagonista. Conseguimos perceber as interacções que se vão gerando entre August e as restantes personagens não só pelo ponto de vista do menino.

Por mera curiosidade, achei grande piada à utilização extensiva de termos de Star Wars. Enquanto decorria a leitura, curiosamente estava a ver os filmes, estando longe de imaginar que também eu me tornaria fã. Obrigada, August, foi também graças a ti que senti mais magia por esta saga! 

Por ser uma livro completamente diferente dos que costumo ler, creio que não consigo analisar a obra como devia. Não é o livro com as reviravoltas que tanto aprecio, estas são substituídas por imensos ensinamentos. Li com interesse a obra até ao final, expectante com um final à altura de August e da sua adorável família. E assim o foi.
Afianço-vos que, embora não seja o livro que escolheria, valeu bem a pena a sua leitura. Gostei bastante e até hoje, August ainda não me saiu completamente da cabeça.

1 comentário:

  1. Também gosto de literatura assim. Ou melhor: o que seria da literatura se não levasse à reflexão? Agora, saber escrever de modo a não ser demagogo e deixar as considerações fluir é coisa para poucos. E por isso desgosto das obras que são "forçadas" nesse sentido. Porém não o iria ler para já. É muito próximo à minha realidade, sendo que não tenho deformação alguma - refiro-me ao facto de reflectir tanto sobre tudo e mais alguma coisa. :)
    PS: Belo blogue.

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