segunda-feira, 16 de julho de 2018

Laura Marshall - Pedido de Amizade [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Já tinha verificado este livro, Friend Request, em inúmeras listas de thrillers contemporâneos a ler. Por isso, fiquei muito agradada quando soube que este título seria também publicado em Portugal pela TopSeller.

Pedido de Amizade é um thriller que se debruça no fenómeno das redes sociais. Uma narrativa bastante actual ainda que seja complementada com flashbacks remotos a 1989. Dado que nasci nesta década e, de certa forma, sou revivalista, foi com bastante interesse que acompanhei estas passagens. Regra geral, embora não me reveja em tramas com cariz escolar, ambiente principal nos trechos relativos aos anos 80, houve um aspecto que tornou estas passagens bastante aliciantes. Tenho para mim que a autora foi beber ao afamado Carrie de Stephen King pois as cenas de bullying a Maria Weston recordaram-me a obra prima de terror. E creio que terá sido intencional na medida em que o livro Carrie é, de facto, mencionado algures na trama.

Na actualidade encontramos a protagonista, Louise Williams, que recebe um pedido de amizade no Facebook da antiga colega de escola, Maria. Seria uma situação comum se não fosse uma particularidade: Maria Weston morreu há 25 anos.

Pedido de Amizade é, acima de tudo, uma leitura desafiante devido ao seu carácter dúbio uma vez que se desconhece se o mistério que Laura Marshall nos propõe se resolveria por uma via lógica ou se recorria ao sobrenatural. Pessoalmente, senti-me bastante agradada com o rumo que a história se propôs.

Fui sugada para esta história aparentemente tão desconcertante. Achei muito bem conseguidos os flashbacks dos anos 80, intercalados com a subnarrativa actual que é igualmente cativante. 
Alguém está a perseguir Louise e o perigo parece ser bastante mais real do que um simples e virtual pedido de amizade. Por norma, as protagonistas desta vaga de thrillers domésticos têm uma particularidade comum: são não confiáveis. Em Pedido de Amizade tal não se sucede e creio que é fomentada alguma empatia entre o leitor e Louise, sentimento que atribuo também ao seu contexto familiar.

O desfecho foi bastante intenso, na minha opinião. Ainda que possa considerar que tenha sido, de certa forma, expectável a resolução do mistério alusivo a Maria Weston, a autora surpreendeu-me com um twist final e este, sim, bastante forte.

Em suma, mais uma excelente aposta! 
Este thriller psicológico é, definitivamente, diferente dos demais por explorar os poderosos efeitos das redes sociais, temática que não tenho visto explanada na literatura do género actualmente. Ainda que a minha escolaridade se tenha situado, na grande maioria, nos anos 90, senti-me a deambular pela década de 80. Foi uma viagem ao passado muito gratificante.


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