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Opinião: O novo thriller psicológico da editora Suma de Letras é também o romance de estreia da autora Debra Jo Immergut, uma autora que, a avaliar pela obra em apreço, me parece ser promissora.
Devo confessar, antes de mais, que o cenário dos estabelecimentos prisionais não me desperta grande interesse e, por norma, nem sequer acompanho as afamadas séries televisivas com este cenário, como Prision Break, Vis -a- Vis ou Orange Is The New Black, séries estas que, exceptuando a primeira, têm como cenário prisões femininas.
É neste ponto que assenta a minha principal crítica: pois verifiquei que existe um esforço exímio da autora em contextualizar o leitor do cenário onde se encontra. Assim, assinalei um desenvolvimento excessivo das subtramas alusivas a outras reclusas e, por consequinte, considerei que, numa fase inicial, o ritmo se revelou deveras moroso por se debruçar sobre o quotidiano no estabelecimento prisional.
Logo no primeiro capítulo é-nos apresentada a protagonista, Miranda, uma reclusa que, desde logo, informa os leitores que pretende pôr termo à vida. O encontro desta com o psiquiatra da prisão, Frank, acaba por consubstanciar um dos momentos, para mim, mais intrigantes da narrativa: percebemos, quase de imediato, que o médico desenvolve uma obsessão pela sua paciente.
Confesso que sou algo impaciente e, na minha concepção, a trama poder-se-ia apenas centrar nesta interacção, algo que me agradaria de sobremaneira, pois afinal de contas, sou extremamente curiosa no que concerne a histórias que se debruçam sobre o tema da obsessão, não obstante entender a necessidade que a autora teve de aprofundar as subtramas relativas à intereacção de Miranda com as demais reclusas a fim de criar uma ambiência ou uma atmosfera envolvente a toda a narrativa.
Agradou-me também o facto de a trama se apresentar narrada através das perspectivas intercaladas de Miranda e Frank, permitindo-nos conhecer os seus pensamentos mais íntimos. Os testemunhos de Frank tornaram-se mais cativantes a partir do momento em que esta personagem relata alguns episódios do seu passado, tornando mais consistente e verossímil o seu perfil obssessivo. Gostei, igualmente, de conhecer como era Miranda antes de ser detida.
Em suma, este foi um livro que me agradou pela história principal e, como já frisei, considero que caso a autora se tivesse cingido ao desenvolvimento da ligação entre Miranda e Frank a narrativa me teria arrebatado totalmente. Não deixa, contudo, de ser uma história interessante. Aconselho, sobretudo, aos fãs das séries que mencionei acima e àqueles que regozijam com histórias alicerçadas em relações obssessivas.
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