Mais uma vez ingresso no fantástico mundo dos policiais nórdicos, desta feita, escolhendo um livro de autora islandesa. E a Yrsa é minha colega de formação pois é engenheira!!! Não poderia estar mais contente com esta opção para leitura!
Gostei da escrita da autora. Bastante fluída, não se prende exaustivamente a descrições, cingindo-se apenas à narrativa. Talvez este pormenor tenha sido responsável por não me sentir num ambiente rodeado por neve (como me senti quando li Stieg Larsson, Asa Larsson, Karin Fossum...). No entanto há uma exposição lógica e ordenada de ideias, que resulta num elo com o leitor, que anseia por ler mais.
Póra Gudmundsdóttir (e como sugerido numa nota de rodapé, lê-se Zóura, uma vez que no alfabeto islandês há uma particularidade com a letra P) é a protagonista da história. Tem 36 anos, é advogada, divorciada, mãe de dois filhos e interessa-se pela resolução do caso de homicídio de Harald Guntlieb, um jovem alemão que se encontrava na Islândia a fazer a sua tese de mestrado.
Não poderia ter escolhido ler este livro em melhor altura, visto que, como alguns de vós sabeis, estou na fase dos últimos pormenores da entrega da minha dissertação e consegui entender o que Harald sentiu nos seus últimos dias de vida, sobre a escolha do orientador, a investigação do tema...etc (foi realmente uma grande coincidência!)
Ora o livro gira em torno da investigação do crime, estruturado desde o dia 6 até 13 de Dezembro. Descobrem-se alguns pormenores algo surpreendentes em relação a Harald e relativamente ao próprio crime. Não conhecia o famigerado Malleus Maleficarum, extremamente bem retratado neste livro. Para quem desconhece, este é um manual sobre caça às bruxas, datado de 1487 e originário da Alemanha. Penso que foi interessante e trouxe algo de novo, a introdução deste tema no livro. Também são relatadas algumas conjurações sobre as bruxas, que achei interessante e até parecidas com algumas descrições no nosso livro de S. Cipriano. Algumas descrições mais gore sobre torturas e castigos ritualistas compõem o ramalhete.
Uma das vantagens em ler um livro nórdico, como venho a realçar a cada leitura que faço, é o estabelecimento de um paralelismo entre a cultura escandinava e a mediterrânica. Vim a conhecer com esta leitura, aspectos muito curiosos como por exemplo, a idade em que se atinge a maioridade na Islândia além de outros apontamentos interessantes referentes a uma cultura tão diferente da nossa.
Gostei das personagens. O pior, como em qualquer livro escandinavo, são os nomes das personagens e dos locais. Mas achei curioso em como muitos deles terminam da mesma forma: -dóttir, o patronímico referente ao género feminino. Outro facto curioso: Gunnar ser um nome masculino e Gunnur ser feminino, por exemplo.
Póra é sensacional, além de uma boa mãe, dedicada aos seus filhos, é também bastante profissional na forma de lidar com a resolução do caso. Talvez um pouco "naif" em relações interpessoais. Também existe alguma empatia com Matthew, o advogado alemão, mas penso que este deixa o leitor mais de pé atrás. Ainda assim achei que fizeram uma boa dupla, tiveram cenas que resultaram muitíssimo bem. Adorei as cenas hilariantes protagonizadas por Bela, a rapariga "destrambelhada" que trabalha no escritório de Póra.
Em relação ao desfecho surpreenderam-me dois aspectos: em primeiro o assassino, que sempre esteve um pouco à margem, acabou por ser imprevisível. Mas mais do que o antagonista, foi a explicação do crime, que esteve sempre encoberto por um véu de aspectos simbólicos e ritualistas.
Recomendo a quem se interesse pela temática, aos curiosos do livro de S. Cipriano e até aos mais cépticos, o livro constitui um bom momento de leitura.
Gostei da escrita da autora. Bastante fluída, não se prende exaustivamente a descrições, cingindo-se apenas à narrativa. Talvez este pormenor tenha sido responsável por não me sentir num ambiente rodeado por neve (como me senti quando li Stieg Larsson, Asa Larsson, Karin Fossum...). No entanto há uma exposição lógica e ordenada de ideias, que resulta num elo com o leitor, que anseia por ler mais.
Póra Gudmundsdóttir (e como sugerido numa nota de rodapé, lê-se Zóura, uma vez que no alfabeto islandês há uma particularidade com a letra P) é a protagonista da história. Tem 36 anos, é advogada, divorciada, mãe de dois filhos e interessa-se pela resolução do caso de homicídio de Harald Guntlieb, um jovem alemão que se encontrava na Islândia a fazer a sua tese de mestrado.
Não poderia ter escolhido ler este livro em melhor altura, visto que, como alguns de vós sabeis, estou na fase dos últimos pormenores da entrega da minha dissertação e consegui entender o que Harald sentiu nos seus últimos dias de vida, sobre a escolha do orientador, a investigação do tema...etc (foi realmente uma grande coincidência!)
Ora o livro gira em torno da investigação do crime, estruturado desde o dia 6 até 13 de Dezembro. Descobrem-se alguns pormenores algo surpreendentes em relação a Harald e relativamente ao próprio crime. Não conhecia o famigerado Malleus Maleficarum, extremamente bem retratado neste livro. Para quem desconhece, este é um manual sobre caça às bruxas, datado de 1487 e originário da Alemanha. Penso que foi interessante e trouxe algo de novo, a introdução deste tema no livro. Também são relatadas algumas conjurações sobre as bruxas, que achei interessante e até parecidas com algumas descrições no nosso livro de S. Cipriano. Algumas descrições mais gore sobre torturas e castigos ritualistas compõem o ramalhete.
Uma das vantagens em ler um livro nórdico, como venho a realçar a cada leitura que faço, é o estabelecimento de um paralelismo entre a cultura escandinava e a mediterrânica. Vim a conhecer com esta leitura, aspectos muito curiosos como por exemplo, a idade em que se atinge a maioridade na Islândia além de outros apontamentos interessantes referentes a uma cultura tão diferente da nossa.
Gostei das personagens. O pior, como em qualquer livro escandinavo, são os nomes das personagens e dos locais. Mas achei curioso em como muitos deles terminam da mesma forma: -dóttir, o patronímico referente ao género feminino. Outro facto curioso: Gunnar ser um nome masculino e Gunnur ser feminino, por exemplo.
Póra é sensacional, além de uma boa mãe, dedicada aos seus filhos, é também bastante profissional na forma de lidar com a resolução do caso. Talvez um pouco "naif" em relações interpessoais. Também existe alguma empatia com Matthew, o advogado alemão, mas penso que este deixa o leitor mais de pé atrás. Ainda assim achei que fizeram uma boa dupla, tiveram cenas que resultaram muitíssimo bem. Adorei as cenas hilariantes protagonizadas por Bela, a rapariga "destrambelhada" que trabalha no escritório de Póra.
Em relação ao desfecho surpreenderam-me dois aspectos: em primeiro o assassino, que sempre esteve um pouco à margem, acabou por ser imprevisível. Mas mais do que o antagonista, foi a explicação do crime, que esteve sempre encoberto por um véu de aspectos simbólicos e ritualistas.
Recomendo a quem se interesse pela temática, aos curiosos do livro de S. Cipriano e até aos mais cépticos, o livro constitui um bom momento de leitura.
Fiquei curiosa.
ResponderEliminarVer se arranjo na feira do livro ou noutro sitio a um preço simpático :)
Onde compraste o livro? Não consigo encontrar em lado nenhum livros desta autora...
ResponderEliminarOlá Anónimo. Por acaso este (e o Ladrão das Almas) encontrei na Fnac e trouxe-os logo que soube da insolvência da DIFEL/GOTICA :/ são livros em vias de extinção :/
ResponderEliminarJá estão extintos infelizmente. Tenho os 3 livros da autora porque como vivi 2 anos por essas terras maravilhosas vou estando atenta a todos os autores islandeses traduzidos para português, infelizmente só 2. Aconselho vivamente a leitura de todos.
ResponderEliminarÉ pena, esta editora tinha livros muito bons! Também recomendo os 3 da autora, gosto muito dela!
ResponderEliminarTambém achei a leitura de O Último Ritual muito fluída, porém, em minha opinião, achei que faltou mais ação, novos assassinatos no decorrer do livro, enquanto Thora investigava a morte de Harald, por exemplo. Gostei do livro, e estou ansioso para o ler o Ladrão de Almas, que provavelmente acho que gostarei mais do que do Último Ritual, principalmente pelos elementos sobrenaturais que estão presentes na estória, como nos livros de terror que é meu gênero favorito, mas pena que o Ladrão de Almas ainda não foi publicado no Brasil. Maurilei.
ResponderEliminar