Sinopse: Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e
Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. Quando as
Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de
vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos
outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios
desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e
combatendo os Renegados. Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão
uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à
Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos
adolescentes aos velhos Terminantes - seniores, com centenas de anos,
que querem ser jovens outra vez. Tudo corre como previsto, até o
neurochip que lhe colocaram na cabeça avariar. Callie acorda, de súbito,
na vida da sua locatária, a viver numa luxuosa mansão, a guiar carros
topo de gama e a sair com o neto de um senador. A vida quase parece um
conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas
divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a
sobrevivência é apenas o começo.
Opinião: Sempre pensei como será o futuro com este crescendo exponencial de avanços tecnológicos. Será que os mesmos comprometerão a humanidade? Haverá uma inversão de valores, neste país/mundo onde o dinheiro tem um poder, por vezes superior ao valor humano? E a paz, prevalecerá sobre guerras mesquinhas de derivam de tentativas de supremacia de religiões?
O Futuro sempre foi uma preocupação só minha, levado aos limites ou não, nada que visse desenvolvida em nenhuma da literatura que conheço até hoje. Ter lido Destinos Interrompidos abriu-me os horizontes para um mundo que até hoje desconhecia: a da distopia, um ramo do Fantástico. Fãs do género saberão certamente clarificar-vos melhor do que eu, até porque a minha praia é mesmo o policial mas doravante quero inserir este género pontualmente nas minhas leituras.
Assumidamente imberbe neste estilo literário, fiquei maravilhada com a história que se segue. Reparei que este livro era indicado para as fãs dos Jogos de Fome. Confesso que não li esse livro, tendo apenas visto a adaptação cinematográfica bem como Battle Royale e fiquei até bastante surpreendida com a qualidade das histórias. Tramas estas que valorizam apenas um único aspecto: a sobrevivência quando a raça humana está inexplicavelmente diferente, desacreditando qualquer teoria de selecção natural de Darwin. E eu que sou extremamente racional e tento explicar tudo com base na ciência, não consegui distanciar-me nem depreciar o novo conceito (pelo menos para mim que apenas agora entrei neste tipo de literatura) associado à generalidade das distopias.
Destinos Interrompidos é uma narrativa assoberbada em ficção científica. Está patente a evolução da tecnologia que se reflecte nas coisas básicas do dia-a-dia, baseando-se em hologramas, que devido à ilusão óptica, conferem um poder mais realista. Mas este avanço também se reflecte na longevidade do ser humano, que alcança os 200 anos, numa sociedade altamente modificada. Esta está sobretudo a cargo da autora, que eliminou as faixas etárias, escolhendo apenas duas que se designam por Iniciantes e Terminantes.
Mas o que se destaca é sem dúvidas, a evolução da informática que por chips, inserem toda uma vida facilmente transponível para um corpo. Praticamente isento de ética, este é um retrato de um elixir de juventude levado aos extremos, num cenário de era pós apocalíptica, marcada por uma guerra singular e bem distante daquelas de que a nossa História é feita. Pior do que o Homem, é mesmo a ameaça biológica e aquele que é o Armagedão retratado em Destinos Interrompidos é mesmo uma Guerra dos Esporos, que aniquilou grande parte da população norte-americana. Desconheço, no entanto, como terá sido à escala mundial: a autora cinge-se ao panorama do seu país.
Mas a magia da história reside muito em Callie, menina-mulher, orfã de pais, tem a seu cargo o irmão doente. A narrativa é toda ela feita sob as observações de Callie, funcionando como uma experiência "in loco" do leitor neste futuro tão... alternativo.
Gostei da protagonista, de como ela lida, de forma tão madura, com a morte dos pais e do encargo para com o irmão. Admirou-me a forma como tão heroicamente cedeu perante a Destinos Primordiais. As passagens referentes às perdas de consciência estavam muito bem e achei que transmitiram perfeitamente o conceito da cedência de corpos.
Visto que a garota tem apenas 16 anos, e apesar do futurismo abordado influenciar esta adolescência, o livro destina-se a um público mais juvenil. No entanto, penso que os adultos também deliciar-se-ão com a presente trama.
Em suma, por ser um livro tão diferente ao que estou habituada foi para mim, uma excelente leitura! Gostei bastante deste mundo criado pela autora, por mais sôfrego que possa ser. Este livro marca o início do interesse pela Distopia e Ficção Científica, temas que vou procurar abordar mais nas minhas leituras. Agradeço assim, à Planeta Manuscrito, pela oportunidade de ter lido Destinos Interrompidos e por conseguinte, ter alargado os meus gostos literários!
vai haver o segundo ?
ResponderEliminarOlá Anónimo
EliminarSim, vai haver o segundo se bem que não há data prevista para a publicação do mesmo em Portugal.
Continuação de boas leituras ;)